O mundo inteiro acompanhou a morte precoce do gênio Steve Jobs. Menino adotado, que sobreviveu durante alguns anos vendendo latinhas de refrigerantes para comprar o almoço, dormindo de favor numa república de universitários, apenas jogando seu colchão no chão, e que chegou a andar a pé por 11 kms, muitos domingos, apenas para ter uma boa refeição gratuita numa instituição e veio a se tornar o homem mais rico do planeta. Jobs morreu no dia 05 de outubro, aos 56 anos de idade.
O melhor relato de sua vida foi feito num discurso para os formandos da Universidade de Stanford, em 2005, cujo conteúdo foi dividido em três “histórias”, como ele intitulou. A primeira foi sobre ligar os pontos. Ele afirma que “você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro”. A segunda “história” foi sobre amor e perda. “Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama”.
Sua terceira história é sobre morte. Ele afirma que aos 17 anos, leu a seguinte frase: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último.” Esta frase o marcou a vida inteira: “Desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa. Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração...”
Depois de ter sido diagnóstico com um câncer no pâncreas, afirma que a morte deixou de ser um conceito apenas abstrato: “A morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de outro alguém... Tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário”.
Steve Jobs nos ensina que a morte pode ser menos traumática, quando a enfrentamos com coragem e com fé. Chegar ao fim da vida achando que nossa vida se encerra num túmulo frio e sem esperança, certamente é a coisa mais desesperadora que pode existir.
Jesus ensinou aos seus discípulos: “Não se turbe vosso coração, credes em Deus, crede também em mim, na casa de meu pai há muitas moradas”. É extremamente gratificante reconhecer que a morte não é um ponto final, mas apenas reticência...
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Uma outra História
A mesma história pode ser contada de ângulos diferentes, dependendo muito de quem as conta. A história recente do ditador Muamar Kadafi, “amigo e irmão” de Lula, como este o definiu, contada por ele, narrará a sua épica jornada contra os imperialistas europeus e americanos; se contada pelos seus opositores, trata-se de uma história de atrocidade, tirania e autoritarismo.
Alguém já afirmou que a história é sempre contada pelos poderosos. Pensando, portanto, na Independência do Brasil, na perspectiva de uma outra história, ficamos estupefatos.
D. Pedro I, supostamente, é um herói brasileiro, que à margem do Ipiranga, fez a célebre afirmação: Independência ou morte!
Independência de quem?
D. Pedro I era legítimo herdeiro da coroa portuguesa. Filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Sabe-se que seu grito (me assusta pensar que a Independência do Brasil foi “no grito”) foi um arranjo político digno do nosso congresso atual. Eles acordaram que D. João VI, retornaria para Portugal, e para abafar as constantes manifestações de anseios libertatórios já presentes como os da Inconfidência Mineira, e o esquartejamento de Tiradentes, fariam uma dramatização: D. Pedro I chamou a imprensa e seus aliados, e mesmo estando bêbado, levantou sua espada e gritou: Independência ou morte!
A família real retornou à Europa em 26 de abril de 1821, ficando D. Pedro I como Príncipe Regente do Brasil. A corte de Lisboa despachou um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal. Revoltado, em 7 de setembro de 1822, declarou a independência do Império do Brasil. De volta ao Rio de Janeiro, foi proclamado e coroado imperador mas logo abandonou as próprias idéias liberais, dissolvendo a Assembléia Constituinte, e demitindo José Bonifácio (1824). Com a morte de D. João VI, resolveu voltar para Portugal e assumir novamente o trono português, e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória, como Maria II, de sete anos, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel. Seu coração nunca fora do Brasil.
A questão da Independência foi tão patética, que países da América do Sul, não quiseram reconhecê-la, alguns anos foram necessários para que esta coreografia fosse aceita pelos vizinhos. O Brasil declarava independência de Portugal, mas quem continuava governando o país era um Imperador português. Parece piada!
Outro aspecto não mencionado, é que, para que a Independência proclamada em 1822 fosse reconhecida, a monarquia aqui estabelecida aceitou que importante parcela da dívida portuguesa - de 1,3 milhão de libras esterlinas - com a Inglaterra fosse paga pelo Brasil. o Brasil assume pesada dívida externa portuguesa, no bojo das negociações para uma Independência já conquistada política e militarmente. A balança comercial brasileira torna-se deficitária entre 1821 e 1860, e era paga com o ingresso de capitais estrangeiros, na forma de empréstimos públicos.
Ora, o Brasil foi o único país da America Latina que não lutou pela sua independência, mas a negociou. Nosso retrospecto em termos de lutas e conquistas sociais realmente não nos favorece muito... Tudo tem que ser feito na base de arranjos e maracutaias...
Apesar de todas estas idas e vindas, estamos aqui, tentando celebrar as contradições deste país que chamamos de “nosso”.
Viva o Brasil!
Jornal Contexto - Anapolis
5 de Setembro 2011
Alguém já afirmou que a história é sempre contada pelos poderosos. Pensando, portanto, na Independência do Brasil, na perspectiva de uma outra história, ficamos estupefatos.
D. Pedro I, supostamente, é um herói brasileiro, que à margem do Ipiranga, fez a célebre afirmação: Independência ou morte!
Independência de quem?
D. Pedro I era legítimo herdeiro da coroa portuguesa. Filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Sabe-se que seu grito (me assusta pensar que a Independência do Brasil foi “no grito”) foi um arranjo político digno do nosso congresso atual. Eles acordaram que D. João VI, retornaria para Portugal, e para abafar as constantes manifestações de anseios libertatórios já presentes como os da Inconfidência Mineira, e o esquartejamento de Tiradentes, fariam uma dramatização: D. Pedro I chamou a imprensa e seus aliados, e mesmo estando bêbado, levantou sua espada e gritou: Independência ou morte!
A família real retornou à Europa em 26 de abril de 1821, ficando D. Pedro I como Príncipe Regente do Brasil. A corte de Lisboa despachou um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal. Revoltado, em 7 de setembro de 1822, declarou a independência do Império do Brasil. De volta ao Rio de Janeiro, foi proclamado e coroado imperador mas logo abandonou as próprias idéias liberais, dissolvendo a Assembléia Constituinte, e demitindo José Bonifácio (1824). Com a morte de D. João VI, resolveu voltar para Portugal e assumir novamente o trono português, e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória, como Maria II, de sete anos, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel. Seu coração nunca fora do Brasil.
A questão da Independência foi tão patética, que países da América do Sul, não quiseram reconhecê-la, alguns anos foram necessários para que esta coreografia fosse aceita pelos vizinhos. O Brasil declarava independência de Portugal, mas quem continuava governando o país era um Imperador português. Parece piada!
Outro aspecto não mencionado, é que, para que a Independência proclamada em 1822 fosse reconhecida, a monarquia aqui estabelecida aceitou que importante parcela da dívida portuguesa - de 1,3 milhão de libras esterlinas - com a Inglaterra fosse paga pelo Brasil. o Brasil assume pesada dívida externa portuguesa, no bojo das negociações para uma Independência já conquistada política e militarmente. A balança comercial brasileira torna-se deficitária entre 1821 e 1860, e era paga com o ingresso de capitais estrangeiros, na forma de empréstimos públicos.
Ora, o Brasil foi o único país da America Latina que não lutou pela sua independência, mas a negociou. Nosso retrospecto em termos de lutas e conquistas sociais realmente não nos favorece muito... Tudo tem que ser feito na base de arranjos e maracutaias...
Apesar de todas estas idas e vindas, estamos aqui, tentando celebrar as contradições deste país que chamamos de “nosso”.
Viva o Brasil!
Jornal Contexto - Anapolis
5 de Setembro 2011
Heróis sem caráter
Um dos mais infames personagens da literatura brasileira é “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter” de Mário de Andrade (1928), que à margem do Uraricoera, em plena floresta amazônica, desde a primeira infância, revelava-se como um sujeito “preguiçoso” e contraditório. No prefácio não publicado, Andrade afirma que em Macunaíma, desejava descobrir a identidade nacional dos brasileiros. Afirma que o brasileiro não tem caráter, e justifica que com a palavra caráter não determinava apenas uma realidade moral, mas a entidade psíquica permanente, se manifestando nos costumes e na ação exterior do bem e do mal. “O brasileiro não tem caráter porque não possui nem civilização própria nem consciência tradicional”.
Jorge Luis Borges, escritor argentino, afirmou que as pessoas sentem a necessidade de épica, por isto Hollywood se tornou tão popular. Todos os povos constroem seus heróis, que se tornam ícones por gerações e apontam para referências utópicas. Quando uma cultura constrói esta imagem em cima de anti-heróis, corre sério risco de desintegração moral. A grande questão é entender quem tem sido posto como herói.
Don Richardson, escritor holandês, narra sua experiência em Papua Nova Guiné, com os “Sawis”. Este povo cultuava o engano, praticava o canibalismo e tinha a crença que os homens brancos eram divindades. Richardson demonstra como foi contracultural falar do cristianismo para um povo que via Judas como herói, por ter traído Jesus. Entre os sawis, a traição era mais que uma filosofia de vida, Constituindo-se num "ideal concebido e aprimorado pelas gerações passadas". As pessoas cultivavam uma amizade por um longo tempo e depois assassinavam a vítima, e isto era considerado a mais elevada forma de traição. Seus heróis não eram os guerreiros, antes, aqueles que exibiam os maiores requintes na arte da traição. O traidor Judas era o símbolo de masculinidade e o beijo da traição era a expressão suprema da esperteza.
Quais são os heróis brasileiros?
No “Big Brother”, conhecido reality show brasileiro, o apresentador Pedro Bial se refere aos participantes como “nossos heróis”. É lamentável que aqueles jovens, com corpos sarados e moral duvidosa sejam tratados desta forma. Não possuem nenhum talento ou criatividade, nada fizeram pela nação ou por sua comunidade, não possuem qualquer ato de bravura, coragem ou integridade, mas são alçados ao posto de heróis. Será que Mário de Andrade estava certo ao colocar Macunaíma, o herói sem caráter, como ícone brasileiro?
Ai da nação que constrói seu ideário heróico em frágeis ícones éticos. Paulo Maluf continua sendo deputado federal, mesmo estando na lista dos bandidos procurados pela Interpol por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Mesmo com imagens de Jaqueline Roriz recebendo dinheiro de corrupção, seus colegas votaram contra a cassação de seu mandato. Se isto não é quebra de decoro parlamentar, vamos ter que reinventar a ética.
Precisamos de verdadeiros heróis, marcados pela simplicidade, lealdade, caráter e honradez. Chega de “macunaímas”. Ou será que sempre precisaremos de heróis sem caráter para aprofundar ainda mais nossa dor?
Jornal O Contexto
26 de Agosto 2011
Jorge Luis Borges, escritor argentino, afirmou que as pessoas sentem a necessidade de épica, por isto Hollywood se tornou tão popular. Todos os povos constroem seus heróis, que se tornam ícones por gerações e apontam para referências utópicas. Quando uma cultura constrói esta imagem em cima de anti-heróis, corre sério risco de desintegração moral. A grande questão é entender quem tem sido posto como herói.
Don Richardson, escritor holandês, narra sua experiência em Papua Nova Guiné, com os “Sawis”. Este povo cultuava o engano, praticava o canibalismo e tinha a crença que os homens brancos eram divindades. Richardson demonstra como foi contracultural falar do cristianismo para um povo que via Judas como herói, por ter traído Jesus. Entre os sawis, a traição era mais que uma filosofia de vida, Constituindo-se num "ideal concebido e aprimorado pelas gerações passadas". As pessoas cultivavam uma amizade por um longo tempo e depois assassinavam a vítima, e isto era considerado a mais elevada forma de traição. Seus heróis não eram os guerreiros, antes, aqueles que exibiam os maiores requintes na arte da traição. O traidor Judas era o símbolo de masculinidade e o beijo da traição era a expressão suprema da esperteza.
Quais são os heróis brasileiros?
No “Big Brother”, conhecido reality show brasileiro, o apresentador Pedro Bial se refere aos participantes como “nossos heróis”. É lamentável que aqueles jovens, com corpos sarados e moral duvidosa sejam tratados desta forma. Não possuem nenhum talento ou criatividade, nada fizeram pela nação ou por sua comunidade, não possuem qualquer ato de bravura, coragem ou integridade, mas são alçados ao posto de heróis. Será que Mário de Andrade estava certo ao colocar Macunaíma, o herói sem caráter, como ícone brasileiro?
Ai da nação que constrói seu ideário heróico em frágeis ícones éticos. Paulo Maluf continua sendo deputado federal, mesmo estando na lista dos bandidos procurados pela Interpol por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Mesmo com imagens de Jaqueline Roriz recebendo dinheiro de corrupção, seus colegas votaram contra a cassação de seu mandato. Se isto não é quebra de decoro parlamentar, vamos ter que reinventar a ética.
Precisamos de verdadeiros heróis, marcados pela simplicidade, lealdade, caráter e honradez. Chega de “macunaímas”. Ou será que sempre precisaremos de heróis sem caráter para aprofundar ainda mais nossa dor?
Jornal O Contexto
26 de Agosto 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Cancro Social
Eu preciso admitir: Gostaria de ter a mesma fibra, determinação e ousadia de Anna Hazare, ativista anticorrupção que se tornou um ícone da Índia, ao desencadear uma cruzada contra os sucessivos escândalos dos serviços públicos. 74% dos indianos acreditam que a corrupção do país aumentou significativamente nos últimos três anos.
Tanto lá, como no Brasil, fala-se de corrupção endêmica. “Designa-se endemia qualquer factor mórbido ou doença espacialmente localizada, temporalmente ilimitada, habitualmente presente entre os membros de uma população”. (Wikipédia). Hazare, aos 74 anos, tem sido chamado de “o novo Ghandhi”. O governo bem que tentou reprimir seu protesto, o primeiro ministro Singh ordenou sua prisão, mas o resultado foi catastrófico, pois muitas pessoas que estavam alheias, resolveram engrossar as fileiras de manifestação no país.
O Brasil precisa de pessoas assim. Nossa endêmica corrupção tem se tornado cultural. Em todos os níveis, municipal, estadual e Federal servidores públicos e empresários de mau caráter querem tirar vantagem através de favorecimentos ilícitos, arranjos e troca de favores. As pessoas já acreditam que não vão conseguir a aprovação de um projeto civil, de uma construção, da liberação de documentos sem “molhar a mão” do fiscal ou do funcionário. Isto é um Cancro ou Câncer social, “doença caracterizada por uma população de células que cresce e se divide sem respeitar os limites normais, invade e destrói tecidos adjacentes, e pode se espalhar para lugares distantes no corpo, através de um processo chamado metástase” (Wikipédia).
A corrupção premia a ineficiência, destrói a meritocracia, enfraquece os valores, arrebentando gerações a médio e longo prazo. Países corruptos, historicamente, se tornam burocráticos e ineficientes. Tenho visto funcionários e empresários de caráter passando por verdadeiras agonias, por resistirem ao suborno e verem seus projetos postergados e engavetados por aqueles que decidiram alicerçar suas vidas sobre esta areia movediça.
Três trechos bíblicos nos advertem severamente sobre os efeitos deletérios da corrupção. O primeiro afirma que ela traz prejuízos para a família: “O que é ávido por lucro desonesto, transtorna sua casa; mas o que odeia o suborno, esse viverá” (Pv 15.27); O segundo mostra o prejuízo social. Nenhum país se sustenta com um cancro tão maligno quanto este. “O perverso aceita suborno secretamente, para perverter as veredas da justiça” (Pv 17.23). O terceiro revela que o suborno destrói a dignidade e o mundo psicológico daquele que o pratica, já que a pessoa se desorienta com o ganho ilegal. “Também suborno não aceitarás, porque o suborno cega até o perspicaz e perverte as palavras do justo” (Ex 23.8).
Ao ver a atitude de Anna Hazare, torço para que alguém, com mais fibra e ousadia que eu, se levante no Brasil, mobilizando pessoas com disposição para lutar contra esta trágica e aflitiva ética, que tem trazido danos quase irreparáveis à nossa nação.
Jornal Contexto
Anapolis 22 Agosto
Tanto lá, como no Brasil, fala-se de corrupção endêmica. “Designa-se endemia qualquer factor mórbido ou doença espacialmente localizada, temporalmente ilimitada, habitualmente presente entre os membros de uma população”. (Wikipédia). Hazare, aos 74 anos, tem sido chamado de “o novo Ghandhi”. O governo bem que tentou reprimir seu protesto, o primeiro ministro Singh ordenou sua prisão, mas o resultado foi catastrófico, pois muitas pessoas que estavam alheias, resolveram engrossar as fileiras de manifestação no país.
O Brasil precisa de pessoas assim. Nossa endêmica corrupção tem se tornado cultural. Em todos os níveis, municipal, estadual e Federal servidores públicos e empresários de mau caráter querem tirar vantagem através de favorecimentos ilícitos, arranjos e troca de favores. As pessoas já acreditam que não vão conseguir a aprovação de um projeto civil, de uma construção, da liberação de documentos sem “molhar a mão” do fiscal ou do funcionário. Isto é um Cancro ou Câncer social, “doença caracterizada por uma população de células que cresce e se divide sem respeitar os limites normais, invade e destrói tecidos adjacentes, e pode se espalhar para lugares distantes no corpo, através de um processo chamado metástase” (Wikipédia).
A corrupção premia a ineficiência, destrói a meritocracia, enfraquece os valores, arrebentando gerações a médio e longo prazo. Países corruptos, historicamente, se tornam burocráticos e ineficientes. Tenho visto funcionários e empresários de caráter passando por verdadeiras agonias, por resistirem ao suborno e verem seus projetos postergados e engavetados por aqueles que decidiram alicerçar suas vidas sobre esta areia movediça.
Três trechos bíblicos nos advertem severamente sobre os efeitos deletérios da corrupção. O primeiro afirma que ela traz prejuízos para a família: “O que é ávido por lucro desonesto, transtorna sua casa; mas o que odeia o suborno, esse viverá” (Pv 15.27); O segundo mostra o prejuízo social. Nenhum país se sustenta com um cancro tão maligno quanto este. “O perverso aceita suborno secretamente, para perverter as veredas da justiça” (Pv 17.23). O terceiro revela que o suborno destrói a dignidade e o mundo psicológico daquele que o pratica, já que a pessoa se desorienta com o ganho ilegal. “Também suborno não aceitarás, porque o suborno cega até o perspicaz e perverte as palavras do justo” (Ex 23.8).
Ao ver a atitude de Anna Hazare, torço para que alguém, com mais fibra e ousadia que eu, se levante no Brasil, mobilizando pessoas com disposição para lutar contra esta trágica e aflitiva ética, que tem trazido danos quase irreparáveis à nossa nação.
Jornal Contexto
Anapolis 22 Agosto
A Grande Inversão e a Apatia
Os eventos relacionados à prisão dos líderes da gang do Ministério de Turismo chamam a atenção. A Controladoria Geral da União (CGU) investiga o desvio de recursos destinados a eventos em centenas de municípios, financiados majoritariamente por emendas parlamentares. Só este ano, receberam ajuda financeira cerca de 1.500 eventos "que atraem fluxo turístico" no total de mais de R$ 250 milhões. A CGU suspeita que prefeitos, ONGs e deputados federais prestam contas com notas fiscais frias para justificar despesas.
A notícia em si já nos deveria assustar, mas como estamos tão “acostumados ao mal”, não conseguimos perceber quão profunda é a doença da corrupção. A pior das mortes não é a morte em si, mas a apatia. Achamos que o mal é normal. “Todo mundo faz assim”. Esta endemia, pandemia ou epidemia, qualquer nome que se dê à sistematização do mal, é pior do que o mal em si.
“O ódio não é o oposto do amor, e sim a apatia. O oposto da vontade não é a indecisão, e sim não envolver-se, ficar desligado... Apatia (a-pathos) é uma fuga do sentir. A apatia opera como o instinto da morte de Freud” (Rollo May).
A Presidente Dilma Rousseff, se pronunciou a respeito, afirmou que estava “furiosa” e “irritada”. Infelizmente não disse que se sentia assim por causa do escândalo e sim pelo procedimento abusivo da Polícia Federal, que teria cometido exageros na prisão dos 35 suspeitos envolvidos no desvio de verba.
Nossa Presidente tem todo direito de se sentir irritada. O problema de sua ira é que ela se deslocou. Por causa da pressão das bases aliadas, sua indignação caminhou na direção errada. O problema deixou de ser o crime para se tornar a forma como se trata os criminosos.
Já não é a primeira vez que isto acontece. Na Operação Satiagraha em 2004, que resultou na prisão de vários banqueiros e investidores, abriu-se uma verdadeira "caixa de Pandora". Negócios ligados ao nome do banqueiro Daniel Dantas, e o governo foram colocados no centro do debate político de uma hora para outra. A PF apreendeu, no apartamento do banqueiro documentos que comprovam o pagamento de propinas a políticos, juizes, jornalistas no valor de R$ 18 milhões. Naquela ocasião, como agora, a Policia Federal se tornou a vilã, por não ter adotado todos os procedimentos corretamente. Inverteu-se o foco. Quem aplica a lei torna-se o centro da discussão e não quem infringiu a lei.
Naturalmente, abusos de poder por parte de policiais devem ser sempre analisados – é sempre arriscado quando agentes da lei se transformam na lei em si mesma. Por outro lado, é importante não transformar quem deveria ser herói em marginal. Quando isto se dá, inverte-se a lógica. A reação às ações da PF ganharam mais destaque que os atos criminosos dos agentes do Ministerio de Turismo.
Esta inversão é perversa e profundamente arriscada...
Jornal Contexto - anapolis
17 Agosto
A notícia em si já nos deveria assustar, mas como estamos tão “acostumados ao mal”, não conseguimos perceber quão profunda é a doença da corrupção. A pior das mortes não é a morte em si, mas a apatia. Achamos que o mal é normal. “Todo mundo faz assim”. Esta endemia, pandemia ou epidemia, qualquer nome que se dê à sistematização do mal, é pior do que o mal em si.
“O ódio não é o oposto do amor, e sim a apatia. O oposto da vontade não é a indecisão, e sim não envolver-se, ficar desligado... Apatia (a-pathos) é uma fuga do sentir. A apatia opera como o instinto da morte de Freud” (Rollo May).
A Presidente Dilma Rousseff, se pronunciou a respeito, afirmou que estava “furiosa” e “irritada”. Infelizmente não disse que se sentia assim por causa do escândalo e sim pelo procedimento abusivo da Polícia Federal, que teria cometido exageros na prisão dos 35 suspeitos envolvidos no desvio de verba.
Nossa Presidente tem todo direito de se sentir irritada. O problema de sua ira é que ela se deslocou. Por causa da pressão das bases aliadas, sua indignação caminhou na direção errada. O problema deixou de ser o crime para se tornar a forma como se trata os criminosos.
Já não é a primeira vez que isto acontece. Na Operação Satiagraha em 2004, que resultou na prisão de vários banqueiros e investidores, abriu-se uma verdadeira "caixa de Pandora". Negócios ligados ao nome do banqueiro Daniel Dantas, e o governo foram colocados no centro do debate político de uma hora para outra. A PF apreendeu, no apartamento do banqueiro documentos que comprovam o pagamento de propinas a políticos, juizes, jornalistas no valor de R$ 18 milhões. Naquela ocasião, como agora, a Policia Federal se tornou a vilã, por não ter adotado todos os procedimentos corretamente. Inverteu-se o foco. Quem aplica a lei torna-se o centro da discussão e não quem infringiu a lei.
Naturalmente, abusos de poder por parte de policiais devem ser sempre analisados – é sempre arriscado quando agentes da lei se transformam na lei em si mesma. Por outro lado, é importante não transformar quem deveria ser herói em marginal. Quando isto se dá, inverte-se a lógica. A reação às ações da PF ganharam mais destaque que os atos criminosos dos agentes do Ministerio de Turismo.
Esta inversão é perversa e profundamente arriscada...
Jornal Contexto - anapolis
17 Agosto
Geração Cogumelo
Zeca Baleiro, cantor e compositor, escreveu curioso artigo na Revista “Isto é” de 20.07.2011: “Cabeça”. Ele afirma que achou estranho o título de dois livros falando de pessoas extraordinárias: “A cabeça de PeterDrucker”, e “A cabeça de Steve Jobs”. Seu comentário é o seguinte: “Apesar do culto a essas mentes brilhantes, este mundo hipermoderno e ultra capitalista não preza, infelizmente, o que as cabeças tem de mais especial – A própria capacidade de pensar e criar com originalidade e personalidade”. No final do artigo conclui: “Agora vejo as cabeças estampadas nas capas dos livros com receitas infalíveis de sucesso e me pergunto: quando é que dedicarão um livro à alma de Steve Jobs? Quando isso acontecer, talvez comece a me interessar por tal literatura”.
Esta é uma grande questão antropológica: Temos gerado uma ruptura no ser humano, como se ele fosse constituído apenas de cabeça, ou de alma, ou de corpo. Não integramos as partes neste todo estético.
Muitos se tornaram apenas corpo. Sua preocupação é com a beleza física, e transformaram sua vida numa obsessão ou mesmo religião. O termo fisiculturismo traz, etimologicamente, a idéia de sacralidade, já que fala de “culto ao corpo”. Pessoas cultuando seus corpos se tornam apenas músculos!
Por outro lado, outros se tornam cérebro. Somos a “Geração Cogumelo”. Cabeça grande, peito pequeno... Não há grandeza de coração, em muitos admiráveis seres humanos, embora sejam cultos, inteligentes e brilhantes. Isto gera uma espécie de “autismo extrovertido”, levando pequenos gênios à mesquinhez de alma e pobreza de relacionamentos. São pessoas que se casam, mas nunca se permitem penetrar e deixar-se penetrar na alma do outro. Gente assim, se masturba no ato sexual. Torna-se ser sem alma, existencialmente pobre.
Precisamos ler mais biografia sobre humanidade que sobre cérebros de pessoas excepcionais.
Não somos autômatos! Não vivemos para ter apenas um corpo sarado e uma mente brilhante. Muitas mulheres bonitas se tornam plásticas e solitárias em seu narcisismo, não são capazes de amar. Estão enamoradas de si mesmo e de seu exibicionismo narcisista e foram transformadas em ícones de bumbuns e silicones.
Pessoas brilhantes do ponto de vista acadêmico facilmente se tornam distanciadas e mal resolvidas afetivamente: Cabeças cheias de equações, idéias e pensamentos, mas coração vazio de significado, amor e valor.
Equilibrar corpo/mente/alma é o nosso desafio. Não apregoamos a mediocridade intelectual, nem a feiúra poética, mas a capacidade de ser integralmente humano, articulando estes diferentes pólos no significado de ser gente. Ser “cabeça”, apenas, é muito pouco...
Jornal Contexto Anapolis
10 Agosto
Esta é uma grande questão antropológica: Temos gerado uma ruptura no ser humano, como se ele fosse constituído apenas de cabeça, ou de alma, ou de corpo. Não integramos as partes neste todo estético.
Muitos se tornaram apenas corpo. Sua preocupação é com a beleza física, e transformaram sua vida numa obsessão ou mesmo religião. O termo fisiculturismo traz, etimologicamente, a idéia de sacralidade, já que fala de “culto ao corpo”. Pessoas cultuando seus corpos se tornam apenas músculos!
Por outro lado, outros se tornam cérebro. Somos a “Geração Cogumelo”. Cabeça grande, peito pequeno... Não há grandeza de coração, em muitos admiráveis seres humanos, embora sejam cultos, inteligentes e brilhantes. Isto gera uma espécie de “autismo extrovertido”, levando pequenos gênios à mesquinhez de alma e pobreza de relacionamentos. São pessoas que se casam, mas nunca se permitem penetrar e deixar-se penetrar na alma do outro. Gente assim, se masturba no ato sexual. Torna-se ser sem alma, existencialmente pobre.
Precisamos ler mais biografia sobre humanidade que sobre cérebros de pessoas excepcionais.
Não somos autômatos! Não vivemos para ter apenas um corpo sarado e uma mente brilhante. Muitas mulheres bonitas se tornam plásticas e solitárias em seu narcisismo, não são capazes de amar. Estão enamoradas de si mesmo e de seu exibicionismo narcisista e foram transformadas em ícones de bumbuns e silicones.
Pessoas brilhantes do ponto de vista acadêmico facilmente se tornam distanciadas e mal resolvidas afetivamente: Cabeças cheias de equações, idéias e pensamentos, mas coração vazio de significado, amor e valor.
Equilibrar corpo/mente/alma é o nosso desafio. Não apregoamos a mediocridade intelectual, nem a feiúra poética, mas a capacidade de ser integralmente humano, articulando estes diferentes pólos no significado de ser gente. Ser “cabeça”, apenas, é muito pouco...
Jornal Contexto Anapolis
10 Agosto
A incurável Dor
Aos 27 anos, Amy Winehouse foi encontrada morta, assim como outros famosos e mitológicos artistas que morreram ainda na juventude: Jimmy Hendrix e Kurt Kobain, se foram com a mesma idade, e provavelmente pela mesma razão - overdose. Todos estes pop stars tiveram características similares: Vidas atribuladas, escândalos, internações, fama, riqueza, popularidade e muito vazio existencial.
Creio que a característica comum em todos eles é o quadro definido psiquiatricamente como “angústia primal”, que gera um vazio enorme na alma e uma dor sem cura. A ausência de significado, associada ao uso da droga é quase sempre uma mistura fatal. O que leva pessoas tão celebradas a seguirem este caminho da auto destruição nas drogas e no alcoolismo?
Algum tempo atrás, o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, Fez uma declaração estranha: "Bobagem essa coisa que inventaram que os pobres vão ganhar o reino dos céus. Nós queremos o reino agora, aqui na Terra. Para nós inventaram um slogan que tudo tá no futuro. É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico ir para o céu. O rico já está no céu, aqui. Porque um cara que levanta de manhã todo o dia, come do bom e do melhor, viaja para onde quer, janta do bom e do melhor, passeia, esse já está no céu".
Ao acompanharmos a trajetória de Winehouse, podemos ver que Lula está equivocado: Riquezas, conforto e popularidade não são capazes de resolver a dor de um coração insatisfeito. “Mais de nada, leva-nos a lugar algum”... Blaise Pascal, matemático e filósofo, afirmou que “o homem tem um vazio em forma de Deus”.
É com compaixão e tristeza que vemos mais uma pessoa talentosa como Winehouse, perder a batalha da vida, porque não encontrou resposta para sua dor incurável, sua solidão e angústia. A droga que ela consumia e que a consumiu é apenas a ponta do iceberg da sua incurável dor, assim como de milhares de outros que também caminham entre nós, com este “pesado e vazio” sentimento de que lhes falta algo.
Fico pensando se não foi por esta razão que Jesus fez aquele convite conhecido: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mateus 11:28-30).
Riqueza, fama e popularidade não conseguem nos levar até o céu e nem impedem que o inferno adentrem nosso coração. O inferno não está ausente na vida das celebridades e do homem comum. Inferno, antes de ser um lugar, é um estado de alma.
Jornal Contexto
01 Agosto 2011
Creio que a característica comum em todos eles é o quadro definido psiquiatricamente como “angústia primal”, que gera um vazio enorme na alma e uma dor sem cura. A ausência de significado, associada ao uso da droga é quase sempre uma mistura fatal. O que leva pessoas tão celebradas a seguirem este caminho da auto destruição nas drogas e no alcoolismo?
Algum tempo atrás, o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, Fez uma declaração estranha: "Bobagem essa coisa que inventaram que os pobres vão ganhar o reino dos céus. Nós queremos o reino agora, aqui na Terra. Para nós inventaram um slogan que tudo tá no futuro. É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico ir para o céu. O rico já está no céu, aqui. Porque um cara que levanta de manhã todo o dia, come do bom e do melhor, viaja para onde quer, janta do bom e do melhor, passeia, esse já está no céu".
Ao acompanharmos a trajetória de Winehouse, podemos ver que Lula está equivocado: Riquezas, conforto e popularidade não são capazes de resolver a dor de um coração insatisfeito. “Mais de nada, leva-nos a lugar algum”... Blaise Pascal, matemático e filósofo, afirmou que “o homem tem um vazio em forma de Deus”.
É com compaixão e tristeza que vemos mais uma pessoa talentosa como Winehouse, perder a batalha da vida, porque não encontrou resposta para sua dor incurável, sua solidão e angústia. A droga que ela consumia e que a consumiu é apenas a ponta do iceberg da sua incurável dor, assim como de milhares de outros que também caminham entre nós, com este “pesado e vazio” sentimento de que lhes falta algo.
Fico pensando se não foi por esta razão que Jesus fez aquele convite conhecido: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mateus 11:28-30).
Riqueza, fama e popularidade não conseguem nos levar até o céu e nem impedem que o inferno adentrem nosso coração. O inferno não está ausente na vida das celebridades e do homem comum. Inferno, antes de ser um lugar, é um estado de alma.
Jornal Contexto
01 Agosto 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Teus pecados estão perdoados
Jay Adams, conhecido terapeuta cristão, declara que boa parte de nossas doenças mentais seriam curadas se ao menos tivéssemos uma compreensão clara de que nossos pecados e culpas foram perdoados.
Vivemos numa sociedade angustiada pelo senso de culpa, ainda que o conceito de culpa/perdão esteja tão relativizado. Quantas angústias experimentamos por nos sentimos culpados?
Boa parte de nossa culpa tem história e etiologias, algumas podem ser nomeadas, possuem faces, horário, cenário e ambientação. Outras porém, são ocultas, não identificadas, confusas, geram um senso de incompletude, sentido e escondem-se nos submundos de nossa repressão e neurose das quais não temos memória identificável. Por não terem uma face, tornam-se mais cruéis. Operam como uma cortina de fumaça e se ocultam nos recônditos de nosso inconsciente. São letais, brotando em forma de sintomas que vão, desde uma simples dor de cabeça, à angústia, doenças psicossomáticas, reações alérgicas, depressão, desejo de morte, amargura com a vida e com Deus.
Por isto Jesus disse de forma enigmática a um homem paralítico: “Teus pecados estão perdoados”. Todos se assustaram com a declaração, afinal este homem, aparentemente, precisava de cura física, mas Jesus se dirige ao aspecto subjetivo de sua alma, que era pior que a doença visível. Jesus enxerga, por detrás da dor, a doença mais profunda. Os homens viam o sintoma, Jesus via a causa. Os homens analisavam o acidente; Jesus, a essência.
Existe a dor que se vê, se reconhece e se fala; mas existe a dor não diagnosticada, não dita, a dor do silêncio: Homens cuja dor não terapeutizada é a relação ambígua com a figura paterna; mulheres, silenciadas em mordaças cruéis do abuso sofrido e da violência de uma família disfuncional; o filho coisificado que experimenta a dor não expressa. Em todos estes casos, está presente a culpa gerada da impotência e amargura. Sentem-se culpados por não conseguirem dizer ou pela rejeição mordaz.
Ouvir de Deus que somos perdoados, é uma maravilhosa declaração: Libertadora, renovadora e restauradora.
Você já ouviu esta declaração de plena redenção que vem da voz do filho de Deus ao seu coração? Na cruz, uma de suas últimas palavras foi: “Está consumado!”. O significado destas palavras é o seguinte: “Não há mais culpa! Aquela duplicata de débitos foi rasgada”. Foi isto que o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, fez por nós na cruz. Ele nos redimiu. Pagou o preço de nossa liberdade.
Vivemos numa sociedade angustiada pelo senso de culpa, ainda que o conceito de culpa/perdão esteja tão relativizado. Quantas angústias experimentamos por nos sentimos culpados?
Boa parte de nossa culpa tem história e etiologias, algumas podem ser nomeadas, possuem faces, horário, cenário e ambientação. Outras porém, são ocultas, não identificadas, confusas, geram um senso de incompletude, sentido e escondem-se nos submundos de nossa repressão e neurose das quais não temos memória identificável. Por não terem uma face, tornam-se mais cruéis. Operam como uma cortina de fumaça e se ocultam nos recônditos de nosso inconsciente. São letais, brotando em forma de sintomas que vão, desde uma simples dor de cabeça, à angústia, doenças psicossomáticas, reações alérgicas, depressão, desejo de morte, amargura com a vida e com Deus.
Por isto Jesus disse de forma enigmática a um homem paralítico: “Teus pecados estão perdoados”. Todos se assustaram com a declaração, afinal este homem, aparentemente, precisava de cura física, mas Jesus se dirige ao aspecto subjetivo de sua alma, que era pior que a doença visível. Jesus enxerga, por detrás da dor, a doença mais profunda. Os homens viam o sintoma, Jesus via a causa. Os homens analisavam o acidente; Jesus, a essência.
Existe a dor que se vê, se reconhece e se fala; mas existe a dor não diagnosticada, não dita, a dor do silêncio: Homens cuja dor não terapeutizada é a relação ambígua com a figura paterna; mulheres, silenciadas em mordaças cruéis do abuso sofrido e da violência de uma família disfuncional; o filho coisificado que experimenta a dor não expressa. Em todos estes casos, está presente a culpa gerada da impotência e amargura. Sentem-se culpados por não conseguirem dizer ou pela rejeição mordaz.
Ouvir de Deus que somos perdoados, é uma maravilhosa declaração: Libertadora, renovadora e restauradora.
Você já ouviu esta declaração de plena redenção que vem da voz do filho de Deus ao seu coração? Na cruz, uma de suas últimas palavras foi: “Está consumado!”. O significado destas palavras é o seguinte: “Não há mais culpa! Aquela duplicata de débitos foi rasgada”. Foi isto que o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, fez por nós na cruz. Ele nos redimiu. Pagou o preço de nossa liberdade.
Nada muda – Então, o que muda?
Cláudio Ptolomeu (85-165) foi um extraordinário astrônomo egípcio de Alexandria (120-145), e o último dos grandes sábios gregos. Procurou sintetizar o trabalho de seus predecessores e sua tese, foi adotada durante toda Idade Média. Seu mapa-mundi era composto de um conjunto de 26 mapas regionais e sua obra foi fundamental para a evolução da cartografia, vigorando até a Revolução de Copérnico (1543). Desenvolveu o conceito de que a terra possuía um centro fixo, com o sol e todas as estrelas girando ao seu redor.
No século 16, porém, Copérnico, um astrônomo polonês, mudou esta concepção ao afirmar que não era o sol que girava em torno da terra, e sim o contrário. A passagem de Ptolomeu para Copérnico foi uma mudança básica de paradigma e causou muita discussão entre a igreja e a ciência.
Copérnico escreveu ODE REVOLUTIONIBUS, que deixou de ser publicado por 20 anos, por medo da perseguição religiosa. Até então, acreditava-se que o planeta terra fosse o centro do universo (Geocêntrico), e agora outra tese ensina que a terra gravita em torno do sol (Heliocêntrico). Desde Aristóteles, era dado como certo que o céu nunca muda. Agora muda-se a noção de quem somos e de como o cosmo funciona, assim como a noção de tempo. Isso subvertia radicalmente a visão da realidade que se confiava à experiência dos sentidos.
Mas o que mudou? Copérnico mudou a terra de lugar? Mudou o sol? Mudou o universo? Claro que não! O que se deu foi uma revolução mental: o que mudou foi nada menos do que o lugar do homem no mundo e o lugar do mundo no universo. Tudo continua no mesmo lugar, acontecendo como antes. Ainda usamos a linguagem antiga: “O sol nasceu” ou “o sol se pôs”, quando, na verdade, o sol não fez nada disso. Plantamos e colhemos, amamos e deixamos de amar, rimos e choramos, não acordamos assustados nos perguntando: “E agora que Ptolomeu está errado, o que vai acontecer conosco?”. O mundo do homem primitivo é o mesmo mundo do sofisticado homem do Século XXI – o sal tem o mesmo gosto, as abelhas fazem o mesmo trabalho, sentimos o mesmo cheiro de uma flor que nossos antepassados, o floco de neve tem o mesmo número de pontas. Então, se tudo se parece igual, o que mudou? Mudaram os paradigmas, isto é, a maneira de vermos as coisas.
Mudar paradigmas, porém, muda tudo. Eles determinam a forma como vemos as coisas. Quando muda nossa percepção, muda-se a forma de enxergar a vida.
A mudança de paradigmas não muda sua esposa, nem seu filho, mas muda a forma como você vai tratá-los. Não muda seu universo, mas muda toda sua história. Muda sua forma de lidar com dinheiro, trabalho, vocação e espiritualidade. Nada muda – mas tudo muda!
Este é o convite de Jesus de Nazaré, quando nos afirma: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Uma mudança de paradigmas muda toda compreensão do chamado de Deus e da razão de sua existência.
No século 16, porém, Copérnico, um astrônomo polonês, mudou esta concepção ao afirmar que não era o sol que girava em torno da terra, e sim o contrário. A passagem de Ptolomeu para Copérnico foi uma mudança básica de paradigma e causou muita discussão entre a igreja e a ciência.
Copérnico escreveu ODE REVOLUTIONIBUS, que deixou de ser publicado por 20 anos, por medo da perseguição religiosa. Até então, acreditava-se que o planeta terra fosse o centro do universo (Geocêntrico), e agora outra tese ensina que a terra gravita em torno do sol (Heliocêntrico). Desde Aristóteles, era dado como certo que o céu nunca muda. Agora muda-se a noção de quem somos e de como o cosmo funciona, assim como a noção de tempo. Isso subvertia radicalmente a visão da realidade que se confiava à experiência dos sentidos.
Mas o que mudou? Copérnico mudou a terra de lugar? Mudou o sol? Mudou o universo? Claro que não! O que se deu foi uma revolução mental: o que mudou foi nada menos do que o lugar do homem no mundo e o lugar do mundo no universo. Tudo continua no mesmo lugar, acontecendo como antes. Ainda usamos a linguagem antiga: “O sol nasceu” ou “o sol se pôs”, quando, na verdade, o sol não fez nada disso. Plantamos e colhemos, amamos e deixamos de amar, rimos e choramos, não acordamos assustados nos perguntando: “E agora que Ptolomeu está errado, o que vai acontecer conosco?”. O mundo do homem primitivo é o mesmo mundo do sofisticado homem do Século XXI – o sal tem o mesmo gosto, as abelhas fazem o mesmo trabalho, sentimos o mesmo cheiro de uma flor que nossos antepassados, o floco de neve tem o mesmo número de pontas. Então, se tudo se parece igual, o que mudou? Mudaram os paradigmas, isto é, a maneira de vermos as coisas.
Mudar paradigmas, porém, muda tudo. Eles determinam a forma como vemos as coisas. Quando muda nossa percepção, muda-se a forma de enxergar a vida.
A mudança de paradigmas não muda sua esposa, nem seu filho, mas muda a forma como você vai tratá-los. Não muda seu universo, mas muda toda sua história. Muda sua forma de lidar com dinheiro, trabalho, vocação e espiritualidade. Nada muda – mas tudo muda!
Este é o convite de Jesus de Nazaré, quando nos afirma: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Uma mudança de paradigmas muda toda compreensão do chamado de Deus e da razão de sua existência.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Criatividade e imaginação
Um dos grandes desafios no processo educacional é não sufocar a capacidade imaginativa das crianças. Geralmente a infância é rica em imaginação e consegue criar um sistema imunológico contra os venenos culturais que a destroem, mas com o passar do tempo, são amoldadas a este sistema que reduz o aprendizado a fórmulas, técnicas e métodos.
Já vi gente muito imaginativa. Um dos colegas que tive, já avançado em idade, era grande poeta e orador criativo, certa feita, nos seus delírios senis, ao olhar as formiguinhas enfileiradas nos disse que via os soldados da confederação, enfileirados em fraques vermelhos, caminhando nos seus treinamentos e prontos para a batalha. Outro colega comentou: “Até na senilidade, consegue ver a vida de forma colorida e colocar poesia na existência!”.
A criatividade tem sido extremamente ameaçada. Nossa sociedade é montada em sistemas, performances e programas. Reduziram a educação aos métodos. Um vestibular é uma forma de avaliar, não necessariamente o saber, mas a capacidade do aluno em pensar de forma mecânica. Rubem Alves afirma que este sistema se parece com um país onde o rei, que tinha uma filha que não era bonita e com os dedos gordos, instituiu que somente as meninas com dedos gordos seriam belas, assim, sua filha se encaixou no padrão idealizado.
Czeslaw Milosz, poeta que ganhou o prêmio Nobel, comenta que as mentes dos norte-americanos foram diluídas pelo “racionalismo da explicação”. Na verdade esta é uma doença sistema do programa educacional de todo Ocidente, que está roubando das crianças sua capacidade imaginativa. Os programas da TV estão prontos, e os vídeos games pré construídos estão substituindo histórias e músicas que eram contadas, e as crianças tinham que criar seus personagens.
Para Milosz, somos pobres em imaginação e por isto temos uma idéia superficial do mundo. O universo agora, só tem espaço/tempo. Perdemos nossos símbolos, poesia, musicalidade, valor e significado. Nenhum mistério. Nenhum Deus criador e criativo. Homens são, cientificamente falando, moléculas, hormônios, bactérias, proteínas, DNAs e átomos. Perdemos o encanto pela vida e a sacramentalidade das coisas. Empobrecemos a visão da grandeza de tudo que nos cerca.
Andando numa floresta com um engenheiro agrônomo, ele me falava do nome das árvores e dizia: “Esta é uma aroeira, uma árvore deste tamanho dá tantas estacas, que valem R$ no mercado”. Depois de alguns comentários desta natureza eu brinquei com ele: “Dá para ver esta árvore apenas como árvore e não como mercado potencial, como comércio?”
“Na hora em que organização e conduta se tornam valores predominantes, a criatividade é, se não abolida, pelo menos severamente inibida, pois assim as almas dos homens e mulheres, serão vistas como energias a administrar, objetos a controlar” (Eugene Peterson).
Já vi gente muito imaginativa. Um dos colegas que tive, já avançado em idade, era grande poeta e orador criativo, certa feita, nos seus delírios senis, ao olhar as formiguinhas enfileiradas nos disse que via os soldados da confederação, enfileirados em fraques vermelhos, caminhando nos seus treinamentos e prontos para a batalha. Outro colega comentou: “Até na senilidade, consegue ver a vida de forma colorida e colocar poesia na existência!”.
A criatividade tem sido extremamente ameaçada. Nossa sociedade é montada em sistemas, performances e programas. Reduziram a educação aos métodos. Um vestibular é uma forma de avaliar, não necessariamente o saber, mas a capacidade do aluno em pensar de forma mecânica. Rubem Alves afirma que este sistema se parece com um país onde o rei, que tinha uma filha que não era bonita e com os dedos gordos, instituiu que somente as meninas com dedos gordos seriam belas, assim, sua filha se encaixou no padrão idealizado.
Czeslaw Milosz, poeta que ganhou o prêmio Nobel, comenta que as mentes dos norte-americanos foram diluídas pelo “racionalismo da explicação”. Na verdade esta é uma doença sistema do programa educacional de todo Ocidente, que está roubando das crianças sua capacidade imaginativa. Os programas da TV estão prontos, e os vídeos games pré construídos estão substituindo histórias e músicas que eram contadas, e as crianças tinham que criar seus personagens.
Para Milosz, somos pobres em imaginação e por isto temos uma idéia superficial do mundo. O universo agora, só tem espaço/tempo. Perdemos nossos símbolos, poesia, musicalidade, valor e significado. Nenhum mistério. Nenhum Deus criador e criativo. Homens são, cientificamente falando, moléculas, hormônios, bactérias, proteínas, DNAs e átomos. Perdemos o encanto pela vida e a sacramentalidade das coisas. Empobrecemos a visão da grandeza de tudo que nos cerca.
Andando numa floresta com um engenheiro agrônomo, ele me falava do nome das árvores e dizia: “Esta é uma aroeira, uma árvore deste tamanho dá tantas estacas, que valem R$ no mercado”. Depois de alguns comentários desta natureza eu brinquei com ele: “Dá para ver esta árvore apenas como árvore e não como mercado potencial, como comércio?”
“Na hora em que organização e conduta se tornam valores predominantes, a criatividade é, se não abolida, pelo menos severamente inibida, pois assim as almas dos homens e mulheres, serão vistas como energias a administrar, objetos a controlar” (Eugene Peterson).
terça-feira, 28 de junho de 2011
Filtro Solar
Recentemente o governo Americano levantou uma enorme celeuma sobre o uso e comércio do filtro solar. Descobriu-se, por exemplo, que protetores com fator abaixo de 15% não protegem, e acima de 50, possuem componentes químicos que colocam em risco a pele do usuário, e que é falsa propaganda afirmar que são à prova d’água. No máximo se pode dizer quanto tempo ficarão na pele.
É inegável o valor do filtro solar, embora alguns questionamentos podem ser levantados. Cresci na cidade de Gurupi-TO, onde o calor e o sol são abrasivos, apesar de não ver os nativos usando filtro solar, raramente se ouve falar de pessoas com câncer de pele. Naturalmente a um caucasiano que fosse morar na região, seria prudente andar sempre com filtro solar.
A respeito deste assunto convidaram Ivo Pitanguy, respeitável cirurgião plástico para dar sua opinião no programa “Bom Dia Brasil”, e no final da entrevista pediram-lhe que desse algumas dicas de beleza, e ele respondeu: “Não deixem de gostar do sol, porque o sol é vida, ele faz bem e as crianças e os adultos também necessitam dele, pois provê boa quantidade de vitamina necessária para o organismo. A pessoa no seu dia a dia, não deve usar protetor solar. Estar em companhia de outro ser humano é essencial. A beleza é interna e o estado de espírito é que contam”.
Qual era o assunto mesmo? Ah!!! Filtro solar. Pitanguy simplesmente fugiu do assunto... para mim ficou claro. Estamos cuidando da saúde, fazendo ginástica, alimentos naturais, creme anti-envelhecimento, mas e nossas emoções e relacionamentos?
Tenho um amigo que não ingere nada que tenha lactose. Não bebe leite, não come queijo de espécie alguma, e é crítico severo de quem se atreve a ter tais hábitos alimentares. Baseado nas suas leituras chegou à conclusão de que estes produtos fazem muito mal ao ser humano. Talvez ele esteja certo, no entanto, não consegue deixar de fumar, e passou anos seguidos sem dirigir uma palavra ao seu filho...
Fazemos discursos sobre filtro solar que ocupam jornais por uma semana inteira, mas nos esquecemos de nosso coração. A Bíblia diz: “Guarda o teu coração, porque dele procedem todas as fontes da vida”. Nosso problema de saúde não é o câncer de pele, mas da alma. Nossas grandes enfermidades não são resultantes de infecções, bactérias e parasitas, mas de amarguras, ausência de relacionamentos significativos e paz interior.
É inegável o valor do filtro solar, embora alguns questionamentos podem ser levantados. Cresci na cidade de Gurupi-TO, onde o calor e o sol são abrasivos, apesar de não ver os nativos usando filtro solar, raramente se ouve falar de pessoas com câncer de pele. Naturalmente a um caucasiano que fosse morar na região, seria prudente andar sempre com filtro solar.
A respeito deste assunto convidaram Ivo Pitanguy, respeitável cirurgião plástico para dar sua opinião no programa “Bom Dia Brasil”, e no final da entrevista pediram-lhe que desse algumas dicas de beleza, e ele respondeu: “Não deixem de gostar do sol, porque o sol é vida, ele faz bem e as crianças e os adultos também necessitam dele, pois provê boa quantidade de vitamina necessária para o organismo. A pessoa no seu dia a dia, não deve usar protetor solar. Estar em companhia de outro ser humano é essencial. A beleza é interna e o estado de espírito é que contam”.
Qual era o assunto mesmo? Ah!!! Filtro solar. Pitanguy simplesmente fugiu do assunto... para mim ficou claro. Estamos cuidando da saúde, fazendo ginástica, alimentos naturais, creme anti-envelhecimento, mas e nossas emoções e relacionamentos?
Tenho um amigo que não ingere nada que tenha lactose. Não bebe leite, não come queijo de espécie alguma, e é crítico severo de quem se atreve a ter tais hábitos alimentares. Baseado nas suas leituras chegou à conclusão de que estes produtos fazem muito mal ao ser humano. Talvez ele esteja certo, no entanto, não consegue deixar de fumar, e passou anos seguidos sem dirigir uma palavra ao seu filho...
Fazemos discursos sobre filtro solar que ocupam jornais por uma semana inteira, mas nos esquecemos de nosso coração. A Bíblia diz: “Guarda o teu coração, porque dele procedem todas as fontes da vida”. Nosso problema de saúde não é o câncer de pele, mas da alma. Nossas grandes enfermidades não são resultantes de infecções, bactérias e parasitas, mas de amarguras, ausência de relacionamentos significativos e paz interior.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Educação com Culpa
Educação de filhos, em todas as épocas, nunca foi uma tarefa fácil, e se torna ainda mais complexa em nossos dias quando valores e pressupostos estão sendo constantemente postos em xeque. Antes de acharmos que esta geração tem algum problema, é melhor colocar os holofotes sobre nós mesmos.
É muito fácil dizer que a atual geração é problemática, que os filhos não tem respeito pelos pais, que não sabem limites, ou que são isto ou aquilo. John Lennon afirmava que “toda geração tende a culpa a geração anterior”, mas o fato é que os garotos e garotas de hoje foram criados por nós. Eles refletem a educação que lhe demos, é nosso sub-produto. De alguma forma permitimos ou induzimos nossos filhos a serem o que são, já que foram criados por nós.
Filhos reproduzem modelos familiares e sociais. Lares legalistas geram filhos legalistas, sociedade violenta gera violência. O mesmo se dá com a intolerância, liberalismo e indisciplina. Os pais modernos esqueceram que foram chamados à paternidade e resolveram ser psicólogos de seus filhos. Não deu certo! Filhos, num primeiro momento, não precisam de terapia, mas sim de pais.
Por não saberem o que é certo ou errado, os pais estão confusos e tendem a assumir uma educação ambivalente e contraditória e os filhos percebem e manipulam os ansiosos e inseguros pais. Assim, quando precisam assumir uma posição firme e clara, sentem-se culpados, afinal, eles mesmos não sabem o que fazer. Se não existe o certo e o errado, então, por que exigir dos filhos uma atitude ou outra?
Recentemente o Fantástico apresentou um quadro de uma adolescente promíscua. Ela tem vários parceiros sexuais ao mesmo tempo e não quer ser aborrecida pelos pais, aliás, a figura paterna sequer aparece na discussão. Então, a mídia traz orientadores que censuram a mãe de forma indireta dizendo: “Temos que entender esta geração. Os jovens de hoje pensam assim mesmo”, e a mãe, confusa e envergonhada, não sabia como se posicionar diante da atitude de promiscuidade da filha. Antigamente a sociedade dava nome claro a este comportamento e todos sabiam que isto era falta de vergonha! Mas hoje, em nome da tolerância e liberdade, pais culpados não conseguem mais educar.
Educar vem do grego Paidéia, donde procede a palavra pedagogia, e significa conduzir, tomar pela mão, orientar. Tal atitude dos mentores implicava em dizer: “Ande por aqui!”, ou “Não ande por este caminho!” e exigia disciplina. Mas como apontar caminhos se não sabemos se existe um caminho? O que fazer se somos conduzidos pela culpa e nos encontramos perdidos?
Alguém afirmou que não existem filhos problemas, mas pais problemas. Nossa educação para esta geração chega com mais de 20 anos de atraso, já que deveria ter chegado na educação dos pais atuais. Confusos, assustados, acuados, desorientados e guiados por culpa e dor.
É muito fácil dizer que a atual geração é problemática, que os filhos não tem respeito pelos pais, que não sabem limites, ou que são isto ou aquilo. John Lennon afirmava que “toda geração tende a culpa a geração anterior”, mas o fato é que os garotos e garotas de hoje foram criados por nós. Eles refletem a educação que lhe demos, é nosso sub-produto. De alguma forma permitimos ou induzimos nossos filhos a serem o que são, já que foram criados por nós.
Filhos reproduzem modelos familiares e sociais. Lares legalistas geram filhos legalistas, sociedade violenta gera violência. O mesmo se dá com a intolerância, liberalismo e indisciplina. Os pais modernos esqueceram que foram chamados à paternidade e resolveram ser psicólogos de seus filhos. Não deu certo! Filhos, num primeiro momento, não precisam de terapia, mas sim de pais.
Por não saberem o que é certo ou errado, os pais estão confusos e tendem a assumir uma educação ambivalente e contraditória e os filhos percebem e manipulam os ansiosos e inseguros pais. Assim, quando precisam assumir uma posição firme e clara, sentem-se culpados, afinal, eles mesmos não sabem o que fazer. Se não existe o certo e o errado, então, por que exigir dos filhos uma atitude ou outra?
Recentemente o Fantástico apresentou um quadro de uma adolescente promíscua. Ela tem vários parceiros sexuais ao mesmo tempo e não quer ser aborrecida pelos pais, aliás, a figura paterna sequer aparece na discussão. Então, a mídia traz orientadores que censuram a mãe de forma indireta dizendo: “Temos que entender esta geração. Os jovens de hoje pensam assim mesmo”, e a mãe, confusa e envergonhada, não sabia como se posicionar diante da atitude de promiscuidade da filha. Antigamente a sociedade dava nome claro a este comportamento e todos sabiam que isto era falta de vergonha! Mas hoje, em nome da tolerância e liberdade, pais culpados não conseguem mais educar.
Educar vem do grego Paidéia, donde procede a palavra pedagogia, e significa conduzir, tomar pela mão, orientar. Tal atitude dos mentores implicava em dizer: “Ande por aqui!”, ou “Não ande por este caminho!” e exigia disciplina. Mas como apontar caminhos se não sabemos se existe um caminho? O que fazer se somos conduzidos pela culpa e nos encontramos perdidos?
Alguém afirmou que não existem filhos problemas, mas pais problemas. Nossa educação para esta geração chega com mais de 20 anos de atraso, já que deveria ter chegado na educação dos pais atuais. Confusos, assustados, acuados, desorientados e guiados por culpa e dor.
domingo, 12 de junho de 2011
A Riqueza Indígena
Comemoramos no dia 19 de Abril o dia do Índio. Para Daniel Munduruku, de uma tribo do Pará, formado em história e psicologia, e um dos primeiros índios com doutorado no Brasil, “Manter-se vivo é a maior contribuição que o índio pode dar ao Brasil... Ao manterem-se vivos, esses povos vão trazer uma riqueza cultural, espiritual, moral, que só faz bem ao Brasil... Infelizmente, o país ainda não despertou para isso. Não percebeu que a grande contribuição dos indígenas para o Brasil, é a existência dos indígenas”.
Um dos bons amigos que tenho é da tribo Macuxi, Roraima, e que viveu até os 12 anos entre seu povo. Ouvir suas histórias, ter um lampejo de sua cosmovisão e entender a leitura de mundo que ele traz é para mim uma pós graduação em Antropologia Cultural. Certamente ele enfrenta ambigüidades que não são fáceis de serem administradas, porém, sua sensibilidade para determinadas áreas da vida, sua relação com o Sagrado e sua riqueza de alma, traz uma grandeza que sempre enriquece meu coração.
Perder esta diversidade cultural nos empobrece culturalmente. Atualmente existem 250 povos indígenas teimosamente falando 180 línguas no Brasil. Ao ser chamado de “Índio”, Munduruku ironiza afirmando que não é um índio. Para ele, “índio”, é uma denominação genérica que não reflete o que eles realmente são. “Antes de ser índio, pertenço a um grupo específico, que tem suas crenças, tradições, seus rituais e uma forma própria de lidar com o mundo. Uma forma diferente, inclusiva, dos outros povos que vivem ao redor da gente”.
Conviver, apreciar, aprender com outros povos é uma riqueza maravilhosa. Quem pode estar certo de que nossa percepção e visão de mundo é a melhor?
Eis algumas riquezas que devemos considerar: (a)- Povos minoritários colocam em xeque a cultura do individualismo. Para eles, o senso comunitário deve sempre prevalecer sobre o indivíduo, e sua prática social corresponde à visão que possuem. Um resgate desta visão não nos enriqueceria? (b)- E quando pensamos na nossa cultura de ganância, acúmulo e poupança? O desapego indígena por coisas é contracultural e também deve nos ensinar. (c)- E nossa relação com o ecossistema? O Ocidente tende a ver a natureza como alguma coisa a ser conquistada, mas para povos indígenas, o meio ambiente é um companheiro de caminhada nesse planeta.
Muitas áreas poderiam ser consideradas nesta abordagem, por isto é importante considerar quão pobre nos tornamos ao desprezarmos a riqueza da cosmovisão indígena. Quanta riqueza estamos jogando fora...
Um dos bons amigos que tenho é da tribo Macuxi, Roraima, e que viveu até os 12 anos entre seu povo. Ouvir suas histórias, ter um lampejo de sua cosmovisão e entender a leitura de mundo que ele traz é para mim uma pós graduação em Antropologia Cultural. Certamente ele enfrenta ambigüidades que não são fáceis de serem administradas, porém, sua sensibilidade para determinadas áreas da vida, sua relação com o Sagrado e sua riqueza de alma, traz uma grandeza que sempre enriquece meu coração.
Perder esta diversidade cultural nos empobrece culturalmente. Atualmente existem 250 povos indígenas teimosamente falando 180 línguas no Brasil. Ao ser chamado de “Índio”, Munduruku ironiza afirmando que não é um índio. Para ele, “índio”, é uma denominação genérica que não reflete o que eles realmente são. “Antes de ser índio, pertenço a um grupo específico, que tem suas crenças, tradições, seus rituais e uma forma própria de lidar com o mundo. Uma forma diferente, inclusiva, dos outros povos que vivem ao redor da gente”.
Conviver, apreciar, aprender com outros povos é uma riqueza maravilhosa. Quem pode estar certo de que nossa percepção e visão de mundo é a melhor?
Eis algumas riquezas que devemos considerar: (a)- Povos minoritários colocam em xeque a cultura do individualismo. Para eles, o senso comunitário deve sempre prevalecer sobre o indivíduo, e sua prática social corresponde à visão que possuem. Um resgate desta visão não nos enriqueceria? (b)- E quando pensamos na nossa cultura de ganância, acúmulo e poupança? O desapego indígena por coisas é contracultural e também deve nos ensinar. (c)- E nossa relação com o ecossistema? O Ocidente tende a ver a natureza como alguma coisa a ser conquistada, mas para povos indígenas, o meio ambiente é um companheiro de caminhada nesse planeta.
Muitas áreas poderiam ser consideradas nesta abordagem, por isto é importante considerar quão pobre nos tornamos ao desprezarmos a riqueza da cosmovisão indígena. Quanta riqueza estamos jogando fora...
Cabelos Lisos, Idéias Enroladas
No dia 08 de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Esta data é ao mesmo tempo dedicada à celebração da figura feminina e uma forma de protesto contra a violência e a opressão que historicamente tem sido infligida à mulher.
Existe ainda muita dor pairando sobre a condição da mulher. Dezenas de países aliam três elementos que tem sido devastador para a libertação feminina: (a)- Cultura de Opressão - construída por milênios, passando de pais para filhos. Neste caso, o problema está no fato de que, a opressão sequer é percebida, e muitas mulheres mantém este status quo de oprimida, por não serem capazes de julgar sua própria condição; (b)- Religião de Dominação – que dá um caráter espiritual à condição feminina de subordinação. O pior tipo de tirania é a religiosa, porque sacraliza atitudes e comportamentos; (c)- Política de exploração – Que facilmente lança mal da religião dominante para justificar suas práticas desumanas. Estes três elementos resultam sempre num tsunami de humilhação, exploração e dependência. São vozes silenciadas e choros não revelados.
No mundo Ocidental, a violência é mais silenciosa, encoberta no verniz do politicamente correto. Desta forma, negamos o direito da mulher pobre, da lavradora e da doméstica, o acesso à educação, saúde e liberdade. Negamos, privamos ou omitimos o direito de voz e vez, de oportunidades iguais, com a retórica dos políticos inescrupulosos que insistem num sistema de escolas mal cuidadas, de saúde precária e com políticas feitas para manter o status de dependência.
Falhamos ainda em denunciar a opressão gerada pela ideologização da beleza, que atinge meninas pobres e ricas, e deixa um rastro de mulheres anoxéricas e bulímicas, insatisfeitas com o seu corpo; temos sido também incapazes de denunciar a angústia da mulher moderna que vai para o mercado de trabalho a fim de satisfazer a ditadura do consumo. Nestes casos, as mulheres são livres para pensar e expressar suas idéias, mas ainda assim escravizadas por conceitos.
Isto nos leva a pensar na conhecida frase de Jean Jacques Rousseau: “O homem é livre, mas por toda parte encontra-se a ferros”. A opressão mudou de endereço, e faz novas incursões e abordagens. Isto é, os cabelos estão lisos, mas as idéias, ainda continuam enroladas.
Existe ainda muita dor pairando sobre a condição da mulher. Dezenas de países aliam três elementos que tem sido devastador para a libertação feminina: (a)- Cultura de Opressão - construída por milênios, passando de pais para filhos. Neste caso, o problema está no fato de que, a opressão sequer é percebida, e muitas mulheres mantém este status quo de oprimida, por não serem capazes de julgar sua própria condição; (b)- Religião de Dominação – que dá um caráter espiritual à condição feminina de subordinação. O pior tipo de tirania é a religiosa, porque sacraliza atitudes e comportamentos; (c)- Política de exploração – Que facilmente lança mal da religião dominante para justificar suas práticas desumanas. Estes três elementos resultam sempre num tsunami de humilhação, exploração e dependência. São vozes silenciadas e choros não revelados.
No mundo Ocidental, a violência é mais silenciosa, encoberta no verniz do politicamente correto. Desta forma, negamos o direito da mulher pobre, da lavradora e da doméstica, o acesso à educação, saúde e liberdade. Negamos, privamos ou omitimos o direito de voz e vez, de oportunidades iguais, com a retórica dos políticos inescrupulosos que insistem num sistema de escolas mal cuidadas, de saúde precária e com políticas feitas para manter o status de dependência.
Falhamos ainda em denunciar a opressão gerada pela ideologização da beleza, que atinge meninas pobres e ricas, e deixa um rastro de mulheres anoxéricas e bulímicas, insatisfeitas com o seu corpo; temos sido também incapazes de denunciar a angústia da mulher moderna que vai para o mercado de trabalho a fim de satisfazer a ditadura do consumo. Nestes casos, as mulheres são livres para pensar e expressar suas idéias, mas ainda assim escravizadas por conceitos.
Isto nos leva a pensar na conhecida frase de Jean Jacques Rousseau: “O homem é livre, mas por toda parte encontra-se a ferros”. A opressão mudou de endereço, e faz novas incursões e abordagens. Isto é, os cabelos estão lisos, mas as idéias, ainda continuam enroladas.
Ação e Reação
Este é uma Lei da Física: Para toda ação existe uma reação igual e contrária. Muitos tentam aplicar este princípio nos relacionamentos, para justificar atitudes de oposição e de vingança quando uma determinada ação lhes causa ferida. No entanto, a vida não precisa ser sempre assim: Para toda ação, é possível produzir outra ação diferente, que não precisa ser igual, nem contrária, mas criativa.
Um dos escritores mais apreciados na literatura mundial é Dostoievski. Enojado da complacente, superficial e autogratificante sociedade corrupta da Rússia no Século 19, viu em seus dias o surgimento de muitos grupos radicais e revolucionários, e ainda jovem foi atraído por um destes movimentos, sendo por isto preso e exilado na Sibéria. Ao invés de se tornar ainda mais extremista, esta dura experiência o fez radicalizar-se no sentido oposto.
No início do seu confinamento, foi visitado por uma mulher notável, Natalya Fonsivina, que lhe deu um Novo Testamento, sua referência de leitura naqueles dias solitários na gélida Sibéria. Durante quatro anos, enquanto aguardava sua sentença, manteve este livro debaixo de seu travesseiro, lendo e relendo seu conteúdo várias vezes. Além disto, começou a compartilhar suas leituras com outros prisioneiros, e chegou até mesmo a ensinar um dos condenados a ler usando o mesmo.
O efeito deste livro em seu coração foi poderoso. Ao invés de seguir as utopias socialistas e anarquistas, passou a agir segundo o modelo de Cristo, que vivia sua experiência no meio de ambivalências, absurdos e sofrimentos.
Depois de 10 anos de exílio, foi libertado e se dedicou a escrever, criando personagens que criticavam a sociedade, não por uma atitude radical, mas buscando uma existência simples e até mesmo julgada “idiota”, como no príncipe Myshkin, que passa a viver no meio de “pessoas vazias que, na sua altivez, não percebiam que sua nobreza era apenas um verniz, pelo qual eles não eram responsáveis, pois o tinham adquirido inconscientemente como herança”.
Myshkin é simples, que não entende muito bem como a engrenagem social funciona, nem os truques da burguesia. Ele parece ser tolo em relação à realidade que o cerca, mas no meio de todo este caos, de uma sociedade trivial, que valoriza as pessoas pela origem familiar, ele se torna o personagem central de pessoas obsessivas e ansiosas, loucas por reputação social, dinheiro ou sexo.
Myshkin é significativo pela sua capacidade de ser gente, de amar, de ser simplesmente humano e até mesmo quando passa a exercer influência, não se deixa seduzir pelo poder e nem possui esquemas ou razões pessoais e egocêntricas. Ele simplesmente ama as pessoas e as respeita, até mesmo Fillipovna, uma poderosa figura emocional do romance, uma mulher aflita e explorada socialmente, que encontra a chance de ser entendida, respeitada e amada pelo príncipe.
Ações e reações são gestos mecânicos. Respostas condicionadas por uma sociedade vingativa e auto centrada. Jesus ensinou: “Mais bem aventurado é dar que receber”, e definitivamente, não estava criando um slogan para pugilistas e campeões de “vale-tudo”. Estava nos ensinando a viver um estilo de doação e entrega. Apesar de sermos feridos eventualmente, não precisamos transformar nossa vida num “ringue”, onde “toda ação corresponde a uma reação igual e contrária”.
Um dos escritores mais apreciados na literatura mundial é Dostoievski. Enojado da complacente, superficial e autogratificante sociedade corrupta da Rússia no Século 19, viu em seus dias o surgimento de muitos grupos radicais e revolucionários, e ainda jovem foi atraído por um destes movimentos, sendo por isto preso e exilado na Sibéria. Ao invés de se tornar ainda mais extremista, esta dura experiência o fez radicalizar-se no sentido oposto.
No início do seu confinamento, foi visitado por uma mulher notável, Natalya Fonsivina, que lhe deu um Novo Testamento, sua referência de leitura naqueles dias solitários na gélida Sibéria. Durante quatro anos, enquanto aguardava sua sentença, manteve este livro debaixo de seu travesseiro, lendo e relendo seu conteúdo várias vezes. Além disto, começou a compartilhar suas leituras com outros prisioneiros, e chegou até mesmo a ensinar um dos condenados a ler usando o mesmo.
O efeito deste livro em seu coração foi poderoso. Ao invés de seguir as utopias socialistas e anarquistas, passou a agir segundo o modelo de Cristo, que vivia sua experiência no meio de ambivalências, absurdos e sofrimentos.
Depois de 10 anos de exílio, foi libertado e se dedicou a escrever, criando personagens que criticavam a sociedade, não por uma atitude radical, mas buscando uma existência simples e até mesmo julgada “idiota”, como no príncipe Myshkin, que passa a viver no meio de “pessoas vazias que, na sua altivez, não percebiam que sua nobreza era apenas um verniz, pelo qual eles não eram responsáveis, pois o tinham adquirido inconscientemente como herança”.
Myshkin é simples, que não entende muito bem como a engrenagem social funciona, nem os truques da burguesia. Ele parece ser tolo em relação à realidade que o cerca, mas no meio de todo este caos, de uma sociedade trivial, que valoriza as pessoas pela origem familiar, ele se torna o personagem central de pessoas obsessivas e ansiosas, loucas por reputação social, dinheiro ou sexo.
Myshkin é significativo pela sua capacidade de ser gente, de amar, de ser simplesmente humano e até mesmo quando passa a exercer influência, não se deixa seduzir pelo poder e nem possui esquemas ou razões pessoais e egocêntricas. Ele simplesmente ama as pessoas e as respeita, até mesmo Fillipovna, uma poderosa figura emocional do romance, uma mulher aflita e explorada socialmente, que encontra a chance de ser entendida, respeitada e amada pelo príncipe.
Ações e reações são gestos mecânicos. Respostas condicionadas por uma sociedade vingativa e auto centrada. Jesus ensinou: “Mais bem aventurado é dar que receber”, e definitivamente, não estava criando um slogan para pugilistas e campeões de “vale-tudo”. Estava nos ensinando a viver um estilo de doação e entrega. Apesar de sermos feridos eventualmente, não precisamos transformar nossa vida num “ringue”, onde “toda ação corresponde a uma reação igual e contrária”.
Fazendo escolhas certas
Para toda convergência de nossa história surgem possíveis e razoáveis opções ou caminhos que podemos tomar, e que, ao serem assumidos, poderão trazer realização e alegria ou frustração e tristeza. Toda decisão tem o poder de determinar radicalmente o nosso futuro. Toda decisão é uma de-cisão, isto é, implica numa ruptura porque preciso dizer sim a uma oferta que recebo e não à outra opção que tenho. Por isto J. P. Sartre afirmava: “Eu sou a minha decisão”. Minha decisão sempre demonstra o que sou.
Ao tomarmos decisões, devemos lembrar que podemos optar pelo que quisermos, mas nossas opções trazem sempre um “pacote” de resultados. Podemos escolher o que quisermos, mas não podemos fugir das conseqüências que tais escolhas trarão sobre nossas vidas. Ao decidir, determinamos as direções e por isto também, o impacto destas escolhas.
Por isto, ao decidir, considere sempre uma recomendação que o próprio Deus faz ao seu povo. Deus afirma que abençoaria aqueles que “escolhiam aquilo que lhe agradava e àqueles que abraçavam sua aliança” (Cf Is 56.4; 65.12; 66.4). Por isto, escolha sempre o que agrada a Deus. “Nunca viole os princípios de Deus se você deseja ganhar ou manter as bençãos de Deus” (Andy Stanley).
Eventualmente achamos que não vale a pena seguir a Deus. Esta tentação foi proposta por Lúcifer quando Adão e Eva ainda estavam no Paraíso. Nossos pais acharam razoável a proposta de independência que Satanás fizera, e resolveram desobedecer a Deus. O resultado tem sido catastrófico desde então. Jesus, nos ensinava que aqueles que fazem escolhas pensando em agradar a Deus, nunca serão envergonhados ou confundidos.
Independentemente da escolha que fizermos e as possibilidades que a vida nos oferece, escolha aquilo que agrada a Deus. Atalhos e desvios parecem muitas vezes atraentes, mas o fim deles é sempre o precipício. Escolher a Deus é fazer escolhas pela sua oferta e pelo que ele propõe. Andar com Deus sempre traz resultados maravilhosos para esta vida e para a eternidade.
Na tentação, Jesus foi exposto à tentação do conforto, da popularidade, do caminho fácil, de manipular o sagrado em benefício próprio e para impressionar pessoas, mas Jesus se recusou a todas elas. Afinal, ele sabia que qualquer oferta que implicasse em adorar outro ser ao invés de Deus, não valia a pena. Satanás lhe prometeu poder e riqueza: “Todos os reinos da terra te darei se prostrado me adorares”. Mas Jesus respondeu: “Só ao Senhor adorarás e só a ele darás culto”. Fez sua escolha. E determinou sua história de liberdade.
Ao tomarmos decisões, devemos lembrar que podemos optar pelo que quisermos, mas nossas opções trazem sempre um “pacote” de resultados. Podemos escolher o que quisermos, mas não podemos fugir das conseqüências que tais escolhas trarão sobre nossas vidas. Ao decidir, determinamos as direções e por isto também, o impacto destas escolhas.
Por isto, ao decidir, considere sempre uma recomendação que o próprio Deus faz ao seu povo. Deus afirma que abençoaria aqueles que “escolhiam aquilo que lhe agradava e àqueles que abraçavam sua aliança” (Cf Is 56.4; 65.12; 66.4). Por isto, escolha sempre o que agrada a Deus. “Nunca viole os princípios de Deus se você deseja ganhar ou manter as bençãos de Deus” (Andy Stanley).
Eventualmente achamos que não vale a pena seguir a Deus. Esta tentação foi proposta por Lúcifer quando Adão e Eva ainda estavam no Paraíso. Nossos pais acharam razoável a proposta de independência que Satanás fizera, e resolveram desobedecer a Deus. O resultado tem sido catastrófico desde então. Jesus, nos ensinava que aqueles que fazem escolhas pensando em agradar a Deus, nunca serão envergonhados ou confundidos.
Independentemente da escolha que fizermos e as possibilidades que a vida nos oferece, escolha aquilo que agrada a Deus. Atalhos e desvios parecem muitas vezes atraentes, mas o fim deles é sempre o precipício. Escolher a Deus é fazer escolhas pela sua oferta e pelo que ele propõe. Andar com Deus sempre traz resultados maravilhosos para esta vida e para a eternidade.
Na tentação, Jesus foi exposto à tentação do conforto, da popularidade, do caminho fácil, de manipular o sagrado em benefício próprio e para impressionar pessoas, mas Jesus se recusou a todas elas. Afinal, ele sabia que qualquer oferta que implicasse em adorar outro ser ao invés de Deus, não valia a pena. Satanás lhe prometeu poder e riqueza: “Todos os reinos da terra te darei se prostrado me adorares”. Mas Jesus respondeu: “Só ao Senhor adorarás e só a ele darás culto”. Fez sua escolha. E determinou sua história de liberdade.
O que dirige sua vida?
Rick Warren, no seu conhecido livro “A vida com propósitos”, que já vendeu mais de 20 milhões de exemplares ao redor do mundo, afirma o seguinte: “Todo e qualquer indivíduo tem sua vida dirigida por algo”. E enumera algumas destas forças que dirigem os seres humanos, na maioria negativas:
1. Muitos são dirigidos pela culpa – Tais pessoas são manipuladas por lembranças e passam a vida inteira fugindo do remorso e ocultando sua vergonha, culpando a si mesmas por sabotarem o próprio sucesso.
2. Muitos são dirigidos por rancor e raiva – Se apegam a mágoas e não conseguem superá-las, e assim se fecham interiorizando sua dor ou explodem sobre os outros manifestando sua frustração, embora saibam que nada poderá mudar o seu passado;
3. Muitos são dirigidos pelo medo – Agem de maneira cautelosa, evitam riscos para manter a situação vigente. Mas o medo é mau conselheiro e impede a pessoa de desenvolver sua criatividade e alegria interior.
4. Muitos são dirigidos pelo materialismo – Acreditam que seu objetivo é adquirir e amontoar coisas. Acreditam que ter mais o tornará mais feliz, importante e protegido. Mas os três pensamentos são falsos. Pensam que sua auto-estima e patrimônio são a mesma coisa. No entanto, a verdadeira proteção só pode ser encontrada naquilo que nunca poderão tomar de você – seu relacionamento com Deus.
5. Muitos são dirigidos pela necessidade de aprovação – Permitem que as expectativas dos outros controlem sua vida. Outros são dirigidos pela pressão social, seguem a multidão e acabam perdidos nela. Ele afirma: “Não conheço todas as chaves do sucesso, mas uma chave para o fracasso é tentar agradar a todos”.
Para que nossa vida encontre valor, precisamos de propósitos. Pois são os “propósitos” que tornam nossa vida significativa, e sem Deus a vida não tem relevância ou esperança. É preciso esperança para viver e para vencer. Ter propósitos também simplifica a vida, já que ele define o que você faz e o que você não faz e isto torna sua agenda mais simplificada. Além de tudo, sugere Warren, conhecer o propósito direciona sua vida. Vivemos nos dias de hoje numa constante “distração, sem objetivos”.
Propósitos claros nos estimulam a viver e nos preparam para a eternidade. A paixão se esvai quando falta propósito, e viver buscando um legado na terra é, em última instância, um objetivo pequeno, já que todos troféus serão um dia jogados no lixo. Precisamos construir um legado eterno.
O que tem dirigido sua vida?
1. Muitos são dirigidos pela culpa – Tais pessoas são manipuladas por lembranças e passam a vida inteira fugindo do remorso e ocultando sua vergonha, culpando a si mesmas por sabotarem o próprio sucesso.
2. Muitos são dirigidos por rancor e raiva – Se apegam a mágoas e não conseguem superá-las, e assim se fecham interiorizando sua dor ou explodem sobre os outros manifestando sua frustração, embora saibam que nada poderá mudar o seu passado;
3. Muitos são dirigidos pelo medo – Agem de maneira cautelosa, evitam riscos para manter a situação vigente. Mas o medo é mau conselheiro e impede a pessoa de desenvolver sua criatividade e alegria interior.
4. Muitos são dirigidos pelo materialismo – Acreditam que seu objetivo é adquirir e amontoar coisas. Acreditam que ter mais o tornará mais feliz, importante e protegido. Mas os três pensamentos são falsos. Pensam que sua auto-estima e patrimônio são a mesma coisa. No entanto, a verdadeira proteção só pode ser encontrada naquilo que nunca poderão tomar de você – seu relacionamento com Deus.
5. Muitos são dirigidos pela necessidade de aprovação – Permitem que as expectativas dos outros controlem sua vida. Outros são dirigidos pela pressão social, seguem a multidão e acabam perdidos nela. Ele afirma: “Não conheço todas as chaves do sucesso, mas uma chave para o fracasso é tentar agradar a todos”.
Para que nossa vida encontre valor, precisamos de propósitos. Pois são os “propósitos” que tornam nossa vida significativa, e sem Deus a vida não tem relevância ou esperança. É preciso esperança para viver e para vencer. Ter propósitos também simplifica a vida, já que ele define o que você faz e o que você não faz e isto torna sua agenda mais simplificada. Além de tudo, sugere Warren, conhecer o propósito direciona sua vida. Vivemos nos dias de hoje numa constante “distração, sem objetivos”.
Propósitos claros nos estimulam a viver e nos preparam para a eternidade. A paixão se esvai quando falta propósito, e viver buscando um legado na terra é, em última instância, um objetivo pequeno, já que todos troféus serão um dia jogados no lixo. Precisamos construir um legado eterno.
O que tem dirigido sua vida?
Só me faltava esta…
No livro Por uma vida Melhor, distribuído pelo MEC recentemente, para quase meio milhão de alunos relativiza-se as regras de concordância do Português e defende que a maneira como as pessoas usam a língua deixa de ser classificada como certa ou errada e passe a ser considerada adequada ou inadequada, dependendo da situação. Isto significa que não é errado deixar de concordar artigo com substantivo. Autores da publicação e o próprio MEC dizem que a idéia é apresentar as diferentes formas de falar existentes no país.
A defesa de que o aluno não precisa seguir algumas regras da gramática para falar de forma correta pode ser ilustrada na página 14 do livro, na frase: "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", com a explicação: "Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural". "A língua portuguesa admite esta construção". Na página 15, antecipando as críticas, surge a seguinte questão: "Mas eu posso falar 'os livro'?". E a resposta dos autores: "Claro que pode. Mas com uma ressalva, dependendo da situação a pessoa corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”.
Heloísa Ramos, uma das autoras do livro, afirma que a intenção é mostrar que o conceito de correto e incorreto deve ser substituído pela idéia de uso adequado e inadequado da língua. “O ensino que a gente defende e quer da língua é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas, diferentes situações de comunicação para que a desenvoltura linguística aconteça”, declarou ela. Segundo o MEC, é preciso se livrar do mito de que existe apenas uma forma certa de falar e que a escrita deve ser o espelho da fala.
Honestamente falando... Só me faltava esta! Aqueles que são responsáveis por nortear a língua pátria, resolveram que falar “Nóis fumo e vortemo”, não é mais errado. “Eita coisa de doido, trein!”.
Sabe o que eu acho de tudo isto? Ridículo! Este negócio de relativizar tudo já tem causado uma série de confusão na ética, e agora na gramática. Portanto, sombra e luz é a mesma coisa, como afirma o hinduísmo; Lúcifer e Jesus são irmãos, como afirmam os mórmons; macho e fêmea são a mesma coisa, já que nada pode ou consegue se diferenciar, e assim vamos neste trem maluco da relatividade absurda.
Que medo é este que a gente está vivendo de dizer que “A Verdade é o que é” (Sócrates); porque precisamos sempre da dialética hegeliana que insiste em dizer que quando as coisas são diferentes, mesmo assim podem ser iguais?
Senso de justiça e direito só pode existir se considerarmos que determinadas atitudes são legais e outras, ilegais. Só pode existir verdade se houver mentira, só pode existir luz se houver trevas, não precisamos confundir certo e errado para termos síntese. Todo nosso ser clama por paradigmas e absolutos, ainda que isto faça Hegel se mexer no seu túmulo. Esta tentativa de fazer o certo errado e o errado certo criam absurdos como os que agora verificamos na atitude do MEC, que com recursos públicos, isto é, com o meu o seu imposto, resolva agora deseducar. Afinal, se "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado" é correto, “espia só, gente, este negócio vai deixar nóis doidin, sô!”.
A defesa de que o aluno não precisa seguir algumas regras da gramática para falar de forma correta pode ser ilustrada na página 14 do livro, na frase: "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", com a explicação: "Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural". "A língua portuguesa admite esta construção". Na página 15, antecipando as críticas, surge a seguinte questão: "Mas eu posso falar 'os livro'?". E a resposta dos autores: "Claro que pode. Mas com uma ressalva, dependendo da situação a pessoa corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”.
Heloísa Ramos, uma das autoras do livro, afirma que a intenção é mostrar que o conceito de correto e incorreto deve ser substituído pela idéia de uso adequado e inadequado da língua. “O ensino que a gente defende e quer da língua é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas, diferentes situações de comunicação para que a desenvoltura linguística aconteça”, declarou ela. Segundo o MEC, é preciso se livrar do mito de que existe apenas uma forma certa de falar e que a escrita deve ser o espelho da fala.
Honestamente falando... Só me faltava esta! Aqueles que são responsáveis por nortear a língua pátria, resolveram que falar “Nóis fumo e vortemo”, não é mais errado. “Eita coisa de doido, trein!”.
Sabe o que eu acho de tudo isto? Ridículo! Este negócio de relativizar tudo já tem causado uma série de confusão na ética, e agora na gramática. Portanto, sombra e luz é a mesma coisa, como afirma o hinduísmo; Lúcifer e Jesus são irmãos, como afirmam os mórmons; macho e fêmea são a mesma coisa, já que nada pode ou consegue se diferenciar, e assim vamos neste trem maluco da relatividade absurda.
Que medo é este que a gente está vivendo de dizer que “A Verdade é o que é” (Sócrates); porque precisamos sempre da dialética hegeliana que insiste em dizer que quando as coisas são diferentes, mesmo assim podem ser iguais?
Senso de justiça e direito só pode existir se considerarmos que determinadas atitudes são legais e outras, ilegais. Só pode existir verdade se houver mentira, só pode existir luz se houver trevas, não precisamos confundir certo e errado para termos síntese. Todo nosso ser clama por paradigmas e absolutos, ainda que isto faça Hegel se mexer no seu túmulo. Esta tentativa de fazer o certo errado e o errado certo criam absurdos como os que agora verificamos na atitude do MEC, que com recursos públicos, isto é, com o meu o seu imposto, resolva agora deseducar. Afinal, se "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado" é correto, “espia só, gente, este negócio vai deixar nóis doidin, sô!”.
A Beleza está no coração
Era sábado à tarde, e um amigo estava tirando uma soneca quando foi acordado por uma belíssima música francesa que vinha da casa vizinha. Em geral somos acordados com sons estridentes de música sertaneja, hip-hop e funk (que me perdoem os amantes destes estilos de música...); e então, como queria conhecer o novo vizinho e nunca tivera oportunidade de conversar com ele, decidiu ir ao seu encontro. Tocou a campainha, e depois de aguardar algum tempo, surgiu alguém, que não era o vizinho, mas era o irmão que viera vigiar a casa enquanto o dono viajara. Ele estava visivelmente encharcado. Então, meu amigo explicou que como ouvira aquela lindíssima música, aproveitara para conhecê-lo, e o bêbado, com ar de filósofo disse: “A beleza está no coração daquele que a contempla”. Meu amigo disse: “Além de ter bom gosto musical, era também um pensador...”
O conhecido Pe.António Vieira (1608/1697) no Sermão da Sexagésima diz: “Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três cousas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos. Que cousa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo? Para essa vista são necessários olhos, é necessário luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre com os olhos, que é o conhecimento. Ora suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender que falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus?”.
Nossos olhos precisam de luz. Jesus afirmou: “Se os olhos forem luminosos, todo o corpo o será”. O que determina nosso humor, comportamento e atitudes é a forma como vemos a vida. Por isto, quem tem olhos luminosos, terá um corpo iluminado. Quem tem coração para ver o belo, assim verá e interpretará a vida. O livro Sagrado de Provérbios afirma: “para o amargo, todos os dias são maus!”.
Beleza, prazer, contentamento tem a ver com a leitura que fazemos da vida. Você tem olhos luminosos? Seu coração decodifica o belo? As coisas ao seu redor estão repletas de luz ou de graça? Quem vê o belo, assim o faz, porque o coração soube interpretar os fatos cotidianos na perspectiva certa.
O conhecido Pe.António Vieira (1608/1697) no Sermão da Sexagésima diz: “Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três cousas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos. Que cousa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo? Para essa vista são necessários olhos, é necessário luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre com os olhos, que é o conhecimento. Ora suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender que falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus?”.
Nossos olhos precisam de luz. Jesus afirmou: “Se os olhos forem luminosos, todo o corpo o será”. O que determina nosso humor, comportamento e atitudes é a forma como vemos a vida. Por isto, quem tem olhos luminosos, terá um corpo iluminado. Quem tem coração para ver o belo, assim verá e interpretará a vida. O livro Sagrado de Provérbios afirma: “para o amargo, todos os dias são maus!”.
Beleza, prazer, contentamento tem a ver com a leitura que fazemos da vida. Você tem olhos luminosos? Seu coração decodifica o belo? As coisas ao seu redor estão repletas de luz ou de graça? Quem vê o belo, assim o faz, porque o coração soube interpretar os fatos cotidianos na perspectiva certa.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Comer, Rezar, Amar
Na medida do possível tento ler os Best-sellers, porque compreendo que livros com grandes tiragens e cópias, assim como músicas e filmes, fazem sucesso porque de alguma forma são capazes de traduzir o sentimento coletivo de uma comunidade. O livro, a carta escarlate, de Nathaniel Hawthorne, jamais faria sucesso em nossos dias. O Best-seller acima, escrito pela jornalista Elizabeth Gilbert, já vendeu mais de quatro milhões de cópias e foi traduzido em 36 línguas. A autora relata suas experiências na Itália, Índia e Indonésia, em busca de auto conhecimento, após uma crise existencial e um divórcio doloroso.
Por esta razão me aproximei de “Comer, rezar, amar”. Seu estilo é charmoso e atraente e flui com naturalidade. Na primeira parte, fala de seu reencontro com o prazer de comer nos meses que passa na Itália, sem se condenar e sem analisar quantas calorias estava devorando diariamente.
Na segunda parte, Rezar, fala de suas experiências com o sobrenatural. Seu primeiro encontro se dá dentro do banheiro de sua casa, depois de uma crise com o marido e nas vésperas de iniciar seu processo de divórcio. Na terceira parte, Amar, relata suas aventuras ao encontrar um brasileiro na Indonésia e na descoberta do seu sentido de se relacionar novamente com alguém.
Minhas impressões?
Antes de mais nada, a vaga concepção de Deus. Em alguns momentos ela O define como um Ser sobrenatural, noutras com a natureza e ainda com o seu Eu interior, que na tradição budista é a essência da divindade. O Budista não crê em um Deus pessoal, mas a divindade é encontrada dentro de si mesmo e nas dimensões de sua ancestralidade. Curiosamente, é uma religião sem Deus. Portanto, a busca da autora por Deus é algo “Nowhere, Nobody e Non-sense” (Em lugar algum, a nenhuma pessoa e sem sentido algum). Algo bem distinto da religiosidade Judaico-cristã, que fala em um Deus que tem identidade e personalidade, que se apresenta como “O Deus de Abraão, Isaque e Jacó”, como o “Deus Pai-Filho-Espírito Santo”, que são três pessoas subsistindo em forma de uma só.
Por ter um deus vago, possui também uma ética vaga. Como as pessoas se parecem com seus deuses, um deus amorfo e impessoal não traz em si características estéticas ou morais. Por isto, sexualidade é uma “aposta interessante”, num “momento interessante”, para resolver uma carência existencial do momento. Depois de uma semana de disciplina ascética e espiritual, a autora não tem dificuldade para um encontro amoroso casual.
Já que Best-sellers traduzem o sentimento de uma época, e se esta é a espiritualidade e ética da pós-modernidade, e eu creio que sim, fiquei com um sentimento de que teremos grandes desafios no desenvolvimento de nossa fé pessoal e na educação moral desta geração.
Por esta razão me aproximei de “Comer, rezar, amar”. Seu estilo é charmoso e atraente e flui com naturalidade. Na primeira parte, fala de seu reencontro com o prazer de comer nos meses que passa na Itália, sem se condenar e sem analisar quantas calorias estava devorando diariamente.
Na segunda parte, Rezar, fala de suas experiências com o sobrenatural. Seu primeiro encontro se dá dentro do banheiro de sua casa, depois de uma crise com o marido e nas vésperas de iniciar seu processo de divórcio. Na terceira parte, Amar, relata suas aventuras ao encontrar um brasileiro na Indonésia e na descoberta do seu sentido de se relacionar novamente com alguém.
Minhas impressões?
Antes de mais nada, a vaga concepção de Deus. Em alguns momentos ela O define como um Ser sobrenatural, noutras com a natureza e ainda com o seu Eu interior, que na tradição budista é a essência da divindade. O Budista não crê em um Deus pessoal, mas a divindade é encontrada dentro de si mesmo e nas dimensões de sua ancestralidade. Curiosamente, é uma religião sem Deus. Portanto, a busca da autora por Deus é algo “Nowhere, Nobody e Non-sense” (Em lugar algum, a nenhuma pessoa e sem sentido algum). Algo bem distinto da religiosidade Judaico-cristã, que fala em um Deus que tem identidade e personalidade, que se apresenta como “O Deus de Abraão, Isaque e Jacó”, como o “Deus Pai-Filho-Espírito Santo”, que são três pessoas subsistindo em forma de uma só.
Por ter um deus vago, possui também uma ética vaga. Como as pessoas se parecem com seus deuses, um deus amorfo e impessoal não traz em si características estéticas ou morais. Por isto, sexualidade é uma “aposta interessante”, num “momento interessante”, para resolver uma carência existencial do momento. Depois de uma semana de disciplina ascética e espiritual, a autora não tem dificuldade para um encontro amoroso casual.
Já que Best-sellers traduzem o sentimento de uma época, e se esta é a espiritualidade e ética da pós-modernidade, e eu creio que sim, fiquei com um sentimento de que teremos grandes desafios no desenvolvimento de nossa fé pessoal e na educação moral desta geração.
Radiação
Logo após o terremoto e do conseqüente tsunami com suas cenas apocalípticas que atingiu de forma devastadora o Japão, além da contabilidade das perdas de bens materiais e preciosas vidas, surgiu um novo medo resultante da explosão das usinas nucleares da região atingida, cujos reatores produzem ¼ de toda energia daquela nação.
A situação realmente assusta. Em primeiro lugar, porque além das conseqüências imediatas, este efeito radiativo pode durar anos na região; em segundo porque levanta novamente toda discussão sobre a segurança dos reatores nucleares. A humanidade pode confiar nestes sistemas? Como controlar energia tão poderosa? E quando surgem tragédias e terrorismos? As informações que recebemos de tecnocratas, políticos e burocratas são confiáveis?
Uma radiação, porém me inquietou de forma particular. Com medo dos efeitos radiativos, parte da mídia e de pessoas histéricas, surgiu nos Estados Unidos, que fica do outro lado do Pacifico, uma grande ansiedade sobre os efeitos radiativos sobre aquela nação.
Tive aquela sensação típica que enfrentamos quando uma criança se machuca, e a mãe, ao invés de socorrê-lo, desmaia. Quando isto acontece temos de socorrer não apenas criança ferida, mas também a mãe desacordada. Isto é chamado em psicologia de co-dependência. Toda família se torna disfuncional porque alguém não está agindo de forma correta ou da forma que se esperava. A criança dá um espirro, e a mãe desenvolve uma pneumonia.
Tive um amigo assim. Grande artista, músico de escol, por natureza ciente de sua capacidade e com um forte senso de vaidade própria, característica de gente que lida com reconhecimento e aclamação pública. Certa vez os visitei porque sua esposa estava doente, e ela me reclamou que ele estava irreconhecível desde o início de sua enfermidade, agindo de forma reativa, porque agora as atenções das pessoas que vinham àquela casa não eram mais para suas qualidades musicais, e sim para a esposa doente.
Esta radiação da co-dependência é extremamente perigosa. Conquanto entendamos que análises mais profundas precisam ser feitas quanto ao acidente nuclear, e que todas as atenções devem estar voltadas para esta questão para que se evite outras tragédias, neste momento, nossa dor e tristeza devem estar concentradas no povo japonês e na reconstrução daquele país. Agora a nossa dor, orações e ajuda devem estar centradas na situação japonesa, que enfrenta outro grande desafio de reconstrução, depois da fatídica explosão de duas ogivas nucleares em 1945.
A situação realmente assusta. Em primeiro lugar, porque além das conseqüências imediatas, este efeito radiativo pode durar anos na região; em segundo porque levanta novamente toda discussão sobre a segurança dos reatores nucleares. A humanidade pode confiar nestes sistemas? Como controlar energia tão poderosa? E quando surgem tragédias e terrorismos? As informações que recebemos de tecnocratas, políticos e burocratas são confiáveis?
Uma radiação, porém me inquietou de forma particular. Com medo dos efeitos radiativos, parte da mídia e de pessoas histéricas, surgiu nos Estados Unidos, que fica do outro lado do Pacifico, uma grande ansiedade sobre os efeitos radiativos sobre aquela nação.
Tive aquela sensação típica que enfrentamos quando uma criança se machuca, e a mãe, ao invés de socorrê-lo, desmaia. Quando isto acontece temos de socorrer não apenas criança ferida, mas também a mãe desacordada. Isto é chamado em psicologia de co-dependência. Toda família se torna disfuncional porque alguém não está agindo de forma correta ou da forma que se esperava. A criança dá um espirro, e a mãe desenvolve uma pneumonia.
Tive um amigo assim. Grande artista, músico de escol, por natureza ciente de sua capacidade e com um forte senso de vaidade própria, característica de gente que lida com reconhecimento e aclamação pública. Certa vez os visitei porque sua esposa estava doente, e ela me reclamou que ele estava irreconhecível desde o início de sua enfermidade, agindo de forma reativa, porque agora as atenções das pessoas que vinham àquela casa não eram mais para suas qualidades musicais, e sim para a esposa doente.
Esta radiação da co-dependência é extremamente perigosa. Conquanto entendamos que análises mais profundas precisam ser feitas quanto ao acidente nuclear, e que todas as atenções devem estar voltadas para esta questão para que se evite outras tragédias, neste momento, nossa dor e tristeza devem estar concentradas no povo japonês e na reconstrução daquele país. Agora a nossa dor, orações e ajuda devem estar centradas na situação japonesa, que enfrenta outro grande desafio de reconstrução, depois da fatídica explosão de duas ogivas nucleares em 1945.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Pensando na misericórdia de Deus!
O atributo divino que mais me tem impressionado é o da Santidade de Deus. Por ser santo, sei que os motivos de Deus são sempre puros – ele não brinca com nossa dor, não joga dados com nosso destino, seu humor não é variável e não precisamos suspeitar de nada daquilo que ele faz, mesmo quando não compreendemos suas decisões e planos, porque Ele é Santo! Você pode suspeitar das razões e motivos dos seres humanos, que possuem motivos impuros e agendas questionáveis, mas nunca de Deus.
Para minha esposa, o atributo que mais a impressiona é o da misericórdia, já que elas são a causa de não sermos consumidos (Lm 3.23-24). Misericórdia divina implica em Deus deixar de nos dar o que merecemos: Nós merecemos a morte, ele nos dá vida; merecemos o julgamento, ele nos dá absolvição; condenação e ele nos dá alforria. A Bíblia até nos ensina a não orarmos consoante nossa justiça própria, já que ele, felizmente, não nos trata de acordo com nosso senso de justiça, tão falho aos olhos daquele que é tão Santo.
No Sl 48, o Salmista faz uma declaração surpreendente: “Pensamos, ó Deus, na tua misericórdia no meio do templo” (Sl 48.9). Ao adorar a Deus, ele contempla este maravilhoso atributo da misericórdia de Deus. Ao olhar para dentro de si, vendo toda sua contradição e desacerto, toda sua incoerência, equivoco e pecado; ao perceber sua história, ele pensa na misericórdia de Deus.
O que nos livra do juízo, é o fato de que Deus é misericordioso para conosco, e isto dura de geração em geração.
Neste dia, pare e pense sobre a misericórdia de Deus. Agradeça-o, e glorifique-o por seu caráter perdoador e gracioso.
Boletim 12.02.2011
Para minha esposa, o atributo que mais a impressiona é o da misericórdia, já que elas são a causa de não sermos consumidos (Lm 3.23-24). Misericórdia divina implica em Deus deixar de nos dar o que merecemos: Nós merecemos a morte, ele nos dá vida; merecemos o julgamento, ele nos dá absolvição; condenação e ele nos dá alforria. A Bíblia até nos ensina a não orarmos consoante nossa justiça própria, já que ele, felizmente, não nos trata de acordo com nosso senso de justiça, tão falho aos olhos daquele que é tão Santo.
No Sl 48, o Salmista faz uma declaração surpreendente: “Pensamos, ó Deus, na tua misericórdia no meio do templo” (Sl 48.9). Ao adorar a Deus, ele contempla este maravilhoso atributo da misericórdia de Deus. Ao olhar para dentro de si, vendo toda sua contradição e desacerto, toda sua incoerência, equivoco e pecado; ao perceber sua história, ele pensa na misericórdia de Deus.
O que nos livra do juízo, é o fato de que Deus é misericordioso para conosco, e isto dura de geração em geração.
Neste dia, pare e pense sobre a misericórdia de Deus. Agradeça-o, e glorifique-o por seu caráter perdoador e gracioso.
Boletim 12.02.2011
É a Bíblia Palavra de Deus?
Existem duas formas de lermos a Palavra de Deus: Para alguns, “Nem tudo que está na Bíblia é verdade, e nem tudo que está fora da Bíblia é mentira”. Podemos concordar quanto ao segundo ponto, mas rejeitamos a primeira idéia. A Bíblia neste caso conteria erros e caberia ao exegeta dizer o que é certo e o que é errado. Não seria a Bíblia a determinar o verdadeiro, mas a perspectiva daquele que a estuda. Esta é a linha do método histórico crítico e do pensamento liberal da crítica das formas rejeitado veementemente pelas igrejas bíblicas.
Para outros, “o que está na Bíblia é completamente verdadeiro, mas nem tudo o que é verdade, está na Bíblia”. Esta é a abordagem que adotamos, do método histórico gramatical. Neste caso, a Bíblia é a revelação, embora Deus não tenha esgotado todo seu pensamento na Bíblia. Cabe ao homem através do estudo, pesquisa e ciência, observar a natureza, analisar e trazer novas percepções daquilo que Deus deixou para que o homem descobrisse.
A Bíblia, portanto, não é um texto de biologia, física quântica ou medicina molecular. Seu objetivo não é desvendar os mistérios da ciência, mas nos revelar o plano da salvação realizado por Cristo no Calvário. Ao inspirar os escritores do texto sagrado, Deus não estava interessado em responder questões filosóficas e intelectuais, mas aos anseios do coração do homem.
Os Guiness afirma: “Toda verdade é verdade de Deus!”, esteja ela na Bíblia, ou não. Einstein disse que como cientista ele estava “pensando os pensamentos de Deus”. A Bíblia não é exaustiva no seu conteúdo, mas é inerrante na sua abordadem.
Certa vez perguntaram ao Dr. Russel Shedd se ele cria que Jonas havia sido realmente engolido por um grande peixe, e ele tranquilamente respondeu: “Claro que sim. Se a Bíblia me dissesse que Jonas engoliu um grande peixe, eu também creria”. Quando assim pensamos, é porque vemos a Bíblia como autoritativa sobre nós. Olhamos para seu conteúdo não para julgá-lo, mas para nos submetermos a ele, entendendo que é a Palavra de Deus.
02.jan, 2011
Para outros, “o que está na Bíblia é completamente verdadeiro, mas nem tudo o que é verdade, está na Bíblia”. Esta é a abordagem que adotamos, do método histórico gramatical. Neste caso, a Bíblia é a revelação, embora Deus não tenha esgotado todo seu pensamento na Bíblia. Cabe ao homem através do estudo, pesquisa e ciência, observar a natureza, analisar e trazer novas percepções daquilo que Deus deixou para que o homem descobrisse.
A Bíblia, portanto, não é um texto de biologia, física quântica ou medicina molecular. Seu objetivo não é desvendar os mistérios da ciência, mas nos revelar o plano da salvação realizado por Cristo no Calvário. Ao inspirar os escritores do texto sagrado, Deus não estava interessado em responder questões filosóficas e intelectuais, mas aos anseios do coração do homem.
Os Guiness afirma: “Toda verdade é verdade de Deus!”, esteja ela na Bíblia, ou não. Einstein disse que como cientista ele estava “pensando os pensamentos de Deus”. A Bíblia não é exaustiva no seu conteúdo, mas é inerrante na sua abordadem.
Certa vez perguntaram ao Dr. Russel Shedd se ele cria que Jonas havia sido realmente engolido por um grande peixe, e ele tranquilamente respondeu: “Claro que sim. Se a Bíblia me dissesse que Jonas engoliu um grande peixe, eu também creria”. Quando assim pensamos, é porque vemos a Bíblia como autoritativa sobre nós. Olhamos para seu conteúdo não para julgá-lo, mas para nos submetermos a ele, entendendo que é a Palavra de Deus.
02.jan, 2011
Deus ouviu minha oração?
Um dos dilemas que toda pessoa que se aproxima de Deus experimenta é saber se Deus está realmente ouvindo sua oração. Já ouvi muitos dizendo: “Parece que Deus não me ouve...’ ou, “os céus se parecem fechados” e coisas semelhantes a esta.
Não estou falando de gente distanciada, mas sim de gente que está caminhando com Deus ou que encontra-se nos primeiros passos com Jesus. Em momentos específicos da vida, alguns ficam realmente se perguntando se Deus as ouviu.
O Salmista Davi faz duas declarações encorajadoras a este respeito: “O Senhor ouviu a minha suplica; o Senhor acolhe a minha oração” ((Sl 6.9). Não é encorajador pensar nesta verdade?
Num universo tão cheio de contradições, injustiças e ambigüidades, quando muitas vezes não vemos sentido algum em coisas esdrúxulas que acontecem, é bom saber que Deus ouve nossas orações; no meio de nossa dor e adversidade é bom saber que Deus tem seu ouvido atento ao nosso clamor e súplica; quando temos que tomar sérias decisões na vida e nos sentimos confusos e desorientados em relação à nossa história, se devemos avançar ou parar, se tomamos esta ou aquela decisão, é bom saber que nossas orações não se perdem numa gaveta qualquer dos céus, e nem esbarra num protocolo burocrático estabelecido por Deus. Deus ouve nossas orações.
Você pode objetar: “Mas eu não sinto que minhas orações são ouvidas...” Você não precisa sentir, já que fé não é emoção. Você não precisa ter calafrios emocionais ou arrepios místicos para comprovar a eficácia da oração. Você só precisa crer e tomar posse desta verdade – que o Senhor ouve nossas orações e assim, descansar nesta provisão maravilhosa de Deus.
Outra objeção possível: “eu sou muito fraco espiritualmente, por isto não estou certo de que Deus ouviu minha oração”. Ei... Abra os olhos... Você acha que é a eficácia do homem que mobiliza o coração de Deus? A eficácia da oração não está centrada no poder daquele que ora, e sim na sua graça em inclinar em direção a todos os que o buscam com o coração desejoso de encontrá-lo. “Todo o que pede recebe; e a todo que bate, abrir-se-lhe-á”. Não é esta uma maravilhosa promessa?
Por isto é bom recordar a compreensão do salmista quando diz: “O Senhor ouviu a minha suplica; o Senhor acolhe a minha oração” ((Sl 6.9).
Boletim 06.02.2011
Não estou falando de gente distanciada, mas sim de gente que está caminhando com Deus ou que encontra-se nos primeiros passos com Jesus. Em momentos específicos da vida, alguns ficam realmente se perguntando se Deus as ouviu.
O Salmista Davi faz duas declarações encorajadoras a este respeito: “O Senhor ouviu a minha suplica; o Senhor acolhe a minha oração” ((Sl 6.9). Não é encorajador pensar nesta verdade?
Num universo tão cheio de contradições, injustiças e ambigüidades, quando muitas vezes não vemos sentido algum em coisas esdrúxulas que acontecem, é bom saber que Deus ouve nossas orações; no meio de nossa dor e adversidade é bom saber que Deus tem seu ouvido atento ao nosso clamor e súplica; quando temos que tomar sérias decisões na vida e nos sentimos confusos e desorientados em relação à nossa história, se devemos avançar ou parar, se tomamos esta ou aquela decisão, é bom saber que nossas orações não se perdem numa gaveta qualquer dos céus, e nem esbarra num protocolo burocrático estabelecido por Deus. Deus ouve nossas orações.
Você pode objetar: “Mas eu não sinto que minhas orações são ouvidas...” Você não precisa sentir, já que fé não é emoção. Você não precisa ter calafrios emocionais ou arrepios místicos para comprovar a eficácia da oração. Você só precisa crer e tomar posse desta verdade – que o Senhor ouve nossas orações e assim, descansar nesta provisão maravilhosa de Deus.
Outra objeção possível: “eu sou muito fraco espiritualmente, por isto não estou certo de que Deus ouviu minha oração”. Ei... Abra os olhos... Você acha que é a eficácia do homem que mobiliza o coração de Deus? A eficácia da oração não está centrada no poder daquele que ora, e sim na sua graça em inclinar em direção a todos os que o buscam com o coração desejoso de encontrá-lo. “Todo o que pede recebe; e a todo que bate, abrir-se-lhe-á”. Não é esta uma maravilhosa promessa?
Por isto é bom recordar a compreensão do salmista quando diz: “O Senhor ouviu a minha suplica; o Senhor acolhe a minha oração” ((Sl 6.9).
Boletim 06.02.2011
Alinhamento
Muitos de nós já tivemos que parar nossos carros numa borracharia ou loja do gênero, fazer cambagem, rodízio de pneus e alinhamento. O que os técnicos ensinam é que com a passagem do tempo, existe uma tendência a ficarem fora do eixo, pelo uso e situações adversas da estrada, precisando de um instrumento adequado para que possam novamente serem colocados na direção correta. Isto traz estabilidade e segurança para o veículo.
Parece que a oração do Salmista fala disto: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (RA). Outra versão diz: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (NVI).
Vivemos num mundo em desequilibrio e tendemos a desalinhar nosso coração. Precisamos trazê-lo sempre a Deus para que seja novamente colocado no prumo, para que nos venha estabilidade e segurança espiritual, afinal, “nosso coração é enganoso e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jr 17.9).
O grande propósito de Deus é nos fazer parecidos com seu Filho Jesus, e quando trazemos o nosso coração rebelde e obstinado, murmurador e descontente, e o submetemos voluntariamente, estamos pedindo ao Pai que o alinhe com seus querer. Desta forma, nossas emoções, atitudes recorrentes, estados mentais indisciplinados e condicionamentos históricos podem ser colocados no diapasão divino.
Para nos alinharmos, temos que render nossos tolos esforços e nosso ego independente a Deus, entregarmos nossos direitos e vontades ao Pai celestial e nos submetermos a ele para que seus propósitos se cumpram na nossa história.
Parece que a oração do Salmista fala disto: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (RA). Outra versão diz: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (NVI).
Vivemos num mundo em desequilibrio e tendemos a desalinhar nosso coração. Precisamos trazê-lo sempre a Deus para que seja novamente colocado no prumo, para que nos venha estabilidade e segurança espiritual, afinal, “nosso coração é enganoso e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jr 17.9).
O grande propósito de Deus é nos fazer parecidos com seu Filho Jesus, e quando trazemos o nosso coração rebelde e obstinado, murmurador e descontente, e o submetemos voluntariamente, estamos pedindo ao Pai que o alinhe com seus querer. Desta forma, nossas emoções, atitudes recorrentes, estados mentais indisciplinados e condicionamentos históricos podem ser colocados no diapasão divino.
Para nos alinharmos, temos que render nossos tolos esforços e nosso ego independente a Deus, entregarmos nossos direitos e vontades ao Pai celestial e nos submetermos a ele para que seus propósitos se cumpram na nossa história.
30 anos de Ministério
No dia 11 de Janeiro de 2011, completei 30 anos de ordenação ministerial. Eu havia terminado o curso de teologia em Campinas, SP, aos 21 anos, tendo sido enviado pelo Presbitério de Goiânia, que em 1977 se estendia até Araguaína-TO. Em 1981, já havia dividido e era agora o Presbitério de Anápolis, e minha ordenação se deu em Uruaçu-GO.
Tendo atendido a todas as exigências constitucionais da igreja: Sermão de prova, tese, exegese e exame oral, o presbitério carente de pastores me ordenou em 11.jan.1981, e me designou para pastorear três campos: Formoso, Minaçú e Campinorte. Curiosamente, a Igreja Central de Anápolis, através do Rev. Saulo, pediu minha designação para esta igreja, mas dado à necessidade de obreiros fui para outras direções apontadas por Deus, através do Concílio.
No ano seguinte aceitei o convite para ser pastor de Vila Nova/Vila Morais. Me casei em 1983, e por 6 anos estive em Goiânia. Em 1988-89 pastoreei a Igreja Presbiteriana de Brasília, e em 1990-1994 na Gávea (Rio). Em meados de 94, convidado pela Presbyterian Church in American, fui designado para plantar igrejas nos Estados Unidos. Estive diretamente e indiretamente envolvido com 5 projetos: South River (New Jersey); Cambridge, East Boston, Marlborough e Framingham (Massachussets). Em 2002, tomamos a decisão de retornar ao Brasil, e depois de algumas sondagens, recebemos o convite da Igreja presbiteriana Central de Anápolis. Neste ano de 2011, iniciamos nosso 9º ano de pastorado nesta igreja.
Olhando em retrospectiva, vejo a graça e a bondade de Deus em todas as coisas. Durante 30 anos de ministério, só tive um presbítero que me deu dor de cabeça, desconfio seriamente da legitimidade de sua fé, pois hoje o mesmo afastou-se da igreja e é membro ardoroso de uma instituição filosófica secreta.
Vimos a graça de Deus se manifestando na vida de muitas pessoas: Lindas e surpreendentes conversões, milagres físicos, vimos o mover de Deus em alguns momentos especiais. Experimentamos desânimo, enfrentamos lutas espirituais, opressão, e lidamos com algumas sérias confrontações malignas. Em tudo temos sido mais que vencedores pela graça de Deus.
Reconhecemos que estamos do meio para o fim. Hoje, aos 51 anos me pergunto: Será que ainda terei tempo de desenvolver outros 30 anos de ministério, com formato obviamente diferente? Como será a nova fase de trabalhar com menos saúde e ímpeto, mas com mais experiência? Não gostaria de perder o assombro pelas coisas celestiais, a celebração e a alegria em reconhecer que limites apenas apontam para as possibilidades de Deus que faz forte ao cansado, e dá sonhos aos velhos.
Sonho em não perder o vigor e a paixão por Deus, o prazer das coisas criadas, a alegria de chupar uma manga gostosa, tocar viola com os amigos, comer churrasco, pescar um piau com emoção, e continuar amando de forma mais profunda amigos leais, gente querida, filhos e netos (se Deus me der), e a mulher de minha vida.
Tendo atendido a todas as exigências constitucionais da igreja: Sermão de prova, tese, exegese e exame oral, o presbitério carente de pastores me ordenou em 11.jan.1981, e me designou para pastorear três campos: Formoso, Minaçú e Campinorte. Curiosamente, a Igreja Central de Anápolis, através do Rev. Saulo, pediu minha designação para esta igreja, mas dado à necessidade de obreiros fui para outras direções apontadas por Deus, através do Concílio.
No ano seguinte aceitei o convite para ser pastor de Vila Nova/Vila Morais. Me casei em 1983, e por 6 anos estive em Goiânia. Em 1988-89 pastoreei a Igreja Presbiteriana de Brasília, e em 1990-1994 na Gávea (Rio). Em meados de 94, convidado pela Presbyterian Church in American, fui designado para plantar igrejas nos Estados Unidos. Estive diretamente e indiretamente envolvido com 5 projetos: South River (New Jersey); Cambridge, East Boston, Marlborough e Framingham (Massachussets). Em 2002, tomamos a decisão de retornar ao Brasil, e depois de algumas sondagens, recebemos o convite da Igreja presbiteriana Central de Anápolis. Neste ano de 2011, iniciamos nosso 9º ano de pastorado nesta igreja.
Olhando em retrospectiva, vejo a graça e a bondade de Deus em todas as coisas. Durante 30 anos de ministério, só tive um presbítero que me deu dor de cabeça, desconfio seriamente da legitimidade de sua fé, pois hoje o mesmo afastou-se da igreja e é membro ardoroso de uma instituição filosófica secreta.
Vimos a graça de Deus se manifestando na vida de muitas pessoas: Lindas e surpreendentes conversões, milagres físicos, vimos o mover de Deus em alguns momentos especiais. Experimentamos desânimo, enfrentamos lutas espirituais, opressão, e lidamos com algumas sérias confrontações malignas. Em tudo temos sido mais que vencedores pela graça de Deus.
Reconhecemos que estamos do meio para o fim. Hoje, aos 51 anos me pergunto: Será que ainda terei tempo de desenvolver outros 30 anos de ministério, com formato obviamente diferente? Como será a nova fase de trabalhar com menos saúde e ímpeto, mas com mais experiência? Não gostaria de perder o assombro pelas coisas celestiais, a celebração e a alegria em reconhecer que limites apenas apontam para as possibilidades de Deus que faz forte ao cansado, e dá sonhos aos velhos.
Sonho em não perder o vigor e a paixão por Deus, o prazer das coisas criadas, a alegria de chupar uma manga gostosa, tocar viola com os amigos, comer churrasco, pescar um piau com emoção, e continuar amando de forma mais profunda amigos leais, gente querida, filhos e netos (se Deus me der), e a mulher de minha vida.
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