quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Críticos, não participantes!



Um dos livros mais criativos de teologia que li foi escrito por C.S. Lewis, escritor inglês, tido por muitos como o mais influente autor evangélico do Século XX. Seu titulo é intrigante: “Cartas do Coisa ruim”. Nele, Lewis narra a fictícia história de um diabo velho, o Coisa ruim, pensando em aposentar-se e dando aulas a um diabo novo, o pé-de-cabra, sobre a arte da tentação.
Num dos seus capítulos, o diabo jovem está preocupado porque uma pessoa estava inclinando-se para as coisas de Deus e andava freqüentando várias igrejas. Então o Coisa ruim lhe diz o seguinte: “Meu caro pé-de-cabra, vejo que você anda muito preocupado porque ela está debandando para o lado do inimigo, e participando de reuniões em muitos lugares onde é  domínio do opositor, mas você é muito ingênuo com as coisas. Não se preocupe com isto, pelo contrário, encoraje tal atitude, contudo, não a deixe parar em nenhuma das igrejas por onde ela tem andado. Desta forma, com o passar do tempo, ela vai se tornar excelente crítico de todas elas, mas não se tornará membro de nenhuma. Assim é que aos poucos, sua fé se tornará superficial, irônica, e ele perderá completamente o interesse pelas coisas de Deus”.
Fico pensando no risco que temos de uma geração “desigrejada”. Em inglês usa-se o termo “unchurched people” (gente sem igreja). São pessoas que nunca desenvolvem seus dons, nunca contribuem para um projeto específico, e acima de tudo, não se encontram debaixo de qualquer autoridade espiritual. São críticas, sabem apontar com perfeição os erros de todos os diferentes grupos, sabem as diferenças entre arminianismo e calvinismo; entre pentecostais e históricos, fundamentalistas e liberais, mas nunca colocaram a mão no trabalho, nunca foram generosas com seus bens, nunca se envolveram numa atividade que exigisse delas qualquer compromisso.

A regra é simples: “Fé que não custa nada, não vale nada!” Se você não tem investido nada do seu tempo, talento e tesouro, no Reino de Deus e na sua comunidade local, questione seriamente a espiritualidade que você tem desenvolvido.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Palavra aos adolescentes



Diante de uma platéia de 60 adolescentes, fiz recentemente as seguintes considerações quando me pediram para dar um pequeno recado:

  1. Os próximos anos de vocês serão de muitas e decisivas decisões. Tome cuidado com determinadas estradas que vocês pegarão. Algumas não tem retorno, outras cobram pedágios muito caros, outras causam muitos acidentes de percurso. A Bíblia nos exorta a alegrar-se nos dias da juventude, mas nunca esquecendo que Deus nos pedirá conta. Decisão funciona da seguinte forma: “Você pode tomar a decisão que quiser, mas não pode optar por consequências diferentes do pacote pelo qual você optou”.
  2. Muitos experimentam grandes vazios nesta época da vida. Um senso de vacuidade, de vazio, de falta de sentido, de solidão e de rejeição. Não é sem razão que muito suicídio acontece durante esta fase da vida. Não se assustem com isto. Amanhã, a maioria destes sentimentos de hoje já terão passado. A vida tem uma capacidade impressionante de nos surpreender. Não radicalizem no vício, sexo, bebida, ou mesmo no suicídio. Ande com cuidado!
  3. Seja qual for a realidade de sua vida, nunca se esqueça que em Deus, há sempre uma porta de esperança. A melhor decisão, portanto, tem a ver com seu relacionamento com Cristo. Hoje, depois desta festa, muitos voltam desta festa mais vazio que entraram. Somente Jesus pode dar sentido a esta dor que você experimenta. Jesus disse certa vez: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim. Porque o meu jugo é suave e meu fardo é leve.      

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ovelha fora do aprisco é petisco de lobo



Não existe espiritualidade bíblica fora de uma comunidade local, tangível e histórica. Deus nos chamou para vivermos unidos a outros irmãos. A Palavra de Deus afirma que “em um Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo” (1 Co 12.13). Quando assumimos nossa vida cristã, precisamos estar inseridos num corpo, que é a igreja local. Cristianismo isolado é, em tese, uma contradição. Não existem evangélicos não praticantes, só existem “evangélicos”.
Naturalmente existem muitos modelos e estilos de igreja. Devemos procurar aquela com a qual mais nos identificamos, desde que seja uma igreja cristocêntrica, bíblica,  neo-testamentária.  Igrejas possuem personalidades: umas são barulhentas, outras silenciosas; umas dão ênfase em milagres e curas, outras na exposição da Palavra; umas são centradas em profecias, outras nas Escrituras; algumas valorizam cura e libertação, outras, a liturgia e o discipulado; umas gostam de grandes eventos públicos, outras de pequenos grupos; umas valorizam grandes períodos de louvor, outras pregação profunda da Bíblia; umas valorizam educação cristã, Escola Dominical, ensino das crianças, outras fazem apenas cultos; umas são  emotivas, outras mais racionais. Apesar de todos estes elementos serem bíblicos, nenhuma igreja vai conseguir fazer bem todas as coisas. Se você encontrar uma igreja perfeita, não se aproxime dela – Você poderá estragá-la!

Para uma vivência comunitária, crescimento mútuo e evangelização, nossa igreja recomenda a todos os membros que se vinculem a um pequeno grupo. Pessoas fora destes núcleos, historicamente tendem a se dispersar, a ficarem isoladas e esfriarem na fé. Deus nos fez para viver em comunhão, participando da vida de um rebanho, cuidar e ser cuidado, proteger e ser protegido. Ovelha fora do curral, se expõe facilmente a riscos e pode virar comida de lobo. Certamente existe um grupo com o qual você se identificará, portanto, vincule-se a ele, e participe!