Cláudio Ptolomeu (85-165) foi um extraordinário astrônomo egípcio de Alexandria (120-145), e o último dos grandes sábios gregos. Procurou sintetizar o trabalho de seus predecessores e sua tese, foi adotada durante toda Idade Média. Seu mapa-mundi era composto de um conjunto de 26 mapas regionais e sua obra foi fundamental para a evolução da cartografia, vigorando até a Revolução de Copérnico (1543). Desenvolveu o conceito de que a terra possuía um centro fixo, com o sol e todas as estrelas girando ao seu redor.
No século 16, porém, Copérnico, um astrônomo polonês, mudou esta concepção ao afirmar que não era o sol que girava em torno da terra, e sim o contrário. A passagem de Ptolomeu para Copérnico foi uma mudança básica de paradigma e causou muita discussão entre a igreja e a ciência.
Copérnico escreveu ODE REVOLUTIONIBUS, que deixou de ser publicado por 20 anos, por medo da perseguição religiosa. Até então, acreditava-se que o planeta terra fosse o centro do universo (Geocêntrico), e agora outra tese ensina que a terra gravita em torno do sol (Heliocêntrico). Desde Aristóteles, era dado como certo que o céu nunca muda. Agora muda-se a noção de quem somos e de como o cosmo funciona, assim como a noção de tempo. Isso subvertia radicalmente a visão da realidade que se confiava à experiência dos sentidos.
Mas o que mudou? Copérnico mudou a terra de lugar? Mudou o sol? Mudou o universo? Claro que não! O que se deu foi uma revolução mental: o que mudou foi nada menos do que o lugar do homem no mundo e o lugar do mundo no universo. Tudo continua no mesmo lugar, acontecendo como antes. Ainda usamos a linguagem antiga: “O sol nasceu” ou “o sol se pôs”, quando, na verdade, o sol não fez nada disso. Plantamos e colhemos, amamos e deixamos de amar, rimos e choramos, não acordamos assustados nos perguntando: “E agora que Ptolomeu está errado, o que vai acontecer conosco?”. O mundo do homem primitivo é o mesmo mundo do sofisticado homem do Século XXI – o sal tem o mesmo gosto, as abelhas fazem o mesmo trabalho, sentimos o mesmo cheiro de uma flor que nossos antepassados, o floco de neve tem o mesmo número de pontas. Então, se tudo se parece igual, o que mudou? Mudaram os paradigmas, isto é, a maneira de vermos as coisas.
Mudar paradigmas, porém, muda tudo. Eles determinam a forma como vemos as coisas. Quando muda nossa percepção, muda-se a forma de enxergar a vida.
A mudança de paradigmas não muda sua esposa, nem seu filho, mas muda a forma como você vai tratá-los. Não muda seu universo, mas muda toda sua história. Muda sua forma de lidar com dinheiro, trabalho, vocação e espiritualidade. Nada muda – mas tudo muda!
Este é o convite de Jesus de Nazaré, quando nos afirma: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Uma mudança de paradigmas muda toda compreensão do chamado de Deus e da razão de sua existência.
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