quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O grande legado





O próximo domingo é o dia dos pais, e nada mais oportuno que falar de legado. Muitas pessoas confundem legado com herança. Legado são marcas de caráter e integridade que passam aos filhos e netos; princípios que são transmitidos na vivência familiar, muitas vezes de forma silenciosa, mas perceptível. Herança se relaciona a bens, posses e recursos. Qual tem sido o nosso legado?

William James declara que “o melhor uso que se pode dar à vida, é empregá-la em algo que sobreviva a ela”. Estamos deixando aos filhos um legado ou uma herança? O que dou aos meus filhos ou o que faço por eles não é tão importante quanto as marcas que deixo em suas vidas.

Legado é tudo o que você transmite hoje. “Tudo o que você é e possui hoje, de bom ou ruim, é o seu legado” (Paul Meyers). Os rastros silenciosos e sulcos da alma de nossos filhos e filhas é que realmente interessa, afinal, “nada que valha a pena fazer se completa durante nossa vida” (Reinhold Niebuhr).

Um bom legado possui algumas características: Primeiro deve se basear em princípios divinos. A referência de valor, ética e moral, se fundamenta em princípios eternos. Apesar de sermos uma sociedade que deseja negar absolutos, e que relativiza princípios essenciais, virtudes como amor, justiça, misericórdia, integridade, honestidade, nunca perdem sua validade. Não existe uma corte que juridicamente possa conspirar contra estes eternos princípios. Eles se firmam em Deus.

Segundo, deve produzir resultados duradouros. Quando nosso legado é superficial ou sujeito a questionamentos, ele se perde no julgamento da história e é ridicularizado com o passar do tempo. Governos injustos podem criar leis de injustiça e perversidade, mas serão implacavelmente julgados pelas futuras gerações. Gestos e comportamentos paternos de hoje serão submetidos ao crivo de filhos e netos que virão. Que resultados o meu legado produzirá na minha posteridade?

Um legado precisa ainda ser aplicável a todos. Ele é universal, e apesar das culturas e divergências das gerações ultrapassa a história e o tempo. Valores não perdem sua validade com o passar do tempo, o que é transitório não pode ser considerado um princípio. A verdade não está no novo nem no velho, mas no eterno.

Por isto é muito importante pensarmos sobre o legado que estamos deixando. A Bíblia afirma que “o homem de bem deixa legado aos filhos de seus filhos” (Pv 13.22). Paternidade se relaciona exatamente a este legado. Precisamos de pais, que formem identidade de valor, de cidadania e referência ética nas próximas gerações. Um grande país começa com grandes pais.



Sorvete é bom para a alma

O pai levou o filho de apenas seis anos ao restaurante, e ele perguntou se poderia agradecer a Deus o alimento. Quando curvaram a cabeça ele orou: “Deus é bom! Deus é grande! Obrigado Senhor pela comida, e eu vou lhe agradecer ainda mais se a mamãe me der sorvete para a sobremesa. Que todos possam ter liberdade e justiça. Amém!”

Algumas pessoas que estavam próximas e ouviram a oração, começaram a rir, mas uma mulher o criticou dizendo: “É isto que está errado com as crianças de hoje, elas banalizam a Deus. Crianças de hoje não sabem nem como orar. Como é possível pedir a Deus que lhe dê sorvete?”.

Ao ouvir isto, o garoto começou a chorar e perguntou: “Será que fiz alguma coisa errada? Deus está zangado comigo?”. O pai o pegou no colo e lhe assegurou que o que ele tinha feito fora maravilhoso e que certamente Deus não estava zangado, e um senhor idoso aproximou-se da mesa, fez uma brincadeira e disse: “Eu estou certo que Deus achou sua oração uma grande oração”. E o garoto perguntou: “Tem certeza?”. E ele respondeu: “Realmente você tocou meu coração”, e cochichando com ele disse de forma teatral. “Fico com pena dela, porque nunca pediu sorvete a Deus. Um pouco de sorvete é muito bom para a alma”.

Naturalmente os pais compraram o sorvete para o filho depois da refeição. Ele então olhou atentamente para o sorvete por alguns instantes, e depois fez algo que a gente jamais vai esquecer. Pegou o mesmo, e sem uma palavra, caminhou em direção àquela mulher e colocou o sorvete diante dela e com um grande sorriso disse: “Tome, é para você. Sorvete é muito bom para a alma, e minha alma já está bem”.

Não raramente fico surpreso com a forma amorosa como Deus nos trata. Deus tem enorme prazer em atender seus filhos, mesmo em coisas que são simples. Dois textos da Bíblia me fazem pensar desta forma: O primeiro, quando Jesus afirma: “Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará coisas boas àqueles que lho pedirem”. Como um Pai, ele tem prazer em nos alegrar. O segundo texto diz o seguinte: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará aos desejos do seu coração”. Ele não está falando de necessidades, mas de desejos. A Bíblia afirma que Deus, através de Jesus, vai satisfazer cada uma de nossas necessidades, mas desejos nem sempre são necessários. Desejos são os “supérfluos necessários”, entre eles eu coloco o sorvete e o chocolate. Não precisamos deles para viver, mas dão enorme satisfação quando podemos desfrutá-los. Nesta categoria talvez você pense em outras coisas, igualmente agradáveis.

Lembre-se, porém, Deus ama você! Sorvete ainda continua sendo muito bom para a alma!