quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Reputação

Todos temos um “calcanhar de Aquiles”. Um dos pecados de Abraão foi a fraqueza de caráter diante das ameaças. Ao se encontrar com os amalequitas mentiu sobre sua esposa, e não era a primeira vez. Ele simplesmente diz que Sara era sua irmã. Então, abimeleque a tomou levando-a para seu palácio. Contudo, Deus lhe apareceu ao rei em sonho e o repreendeu, "Você vai morrer, porque a mulher que mandou buscar é casada" (Gn 20.3). Isto assustou Abimeque: “Senhor, eu estou inocente! Será que ainda assTim vais destruir a mim e ao meu povo?” (Gn 20.4). Ele estava inocente quanto a isto. Então Deus afirma que sabia disto, e por isto veio lhe advertir para não pecar e se não a devolvesse, morreria (Gn 20.3-7).

Aqui encontramos um homem cometendo um grave pecado, e Deus o parando. Esta é a revelação de como Deus vê o pecado de tomar a mulher de outro homem. Mas o centro do pensamento se volta para Abraão. Abimeleque o confronta: “Que é isto que nos fizeste?” (Gn 20.8-13). Como cristão você já passou por esta constrangedora repreensão de um pagão? Abraão passa uma enorme vergonha. Ele era um homem idoso, e o rei foi duríssimo com ele.
Isto me leva a pensar que Deus não está preocupado com minha reputação, mas com minha restauração. Deus não poupou o constrangimento de Abraão. Reputação é externa, feita para louvor do ego, para as pessoas apreciarem e admirarem, mesmo quando estamos quebrados e desautorizados, se conseguirmos manter as aparências ainda que as coisas estejam podres no nosso mundo interior, ainda conseguimos “manter a reputação”. No entanto, o que Deus deseja é restaurar a vida de Abraão, e usa um homem pagão para confrontá-lo. Abraão tinha um coração regenerado, uma nova natureza. Quando ele se arrepende e é perdoado e se torna um instrumento de Deus para abençoar outros e restaurar Abimeleque. Somente quando Abraão orou o rei foi curado.

Muitos possuem a reputação de piedosos, eficientes, líderes, enfim, qualquer coisa! A reputação, uma vez adquirida pode nos perseguir, nos usar, violentar e até destruir.  Ser escravo de uma reputação pode ser uma forma refinada de escravidão, e uma luta renhida para manter nossa própria retidão ao invés de buscarmos a retidão de Cristo. A luta pela auto-retidão se transforma, conseqüentemente, na batalha pela aparência, e somos tentados a ser aquilo que não somos. Assim, erroneamente acreditamos que é melhor manter as aparências do que admitir certas necessidades.


No entanto, a Bíblia nos ensina que Cristo é o fim da nossa luta. O fim da luta em prol da auto-retidão, uma vez que foi Ele que não apenas cumpriu a lei por nós, mas também foi amaldiçoado em nosso lugar. Ele não só obteve a nossa perfeição, como remiu nossas imperfeições. Não há mais nada por que lutar, posto que ele já fez tudo por nós, e Deus não nos pede mais nada, a não ser nosso arrependimento e nossa fé.


Rev. Samuel Vieira

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Grande expectativa!



O livro do profeta Joel no Antigo Testamento é uma literatura de crise e julgamento. Inicia-se com a chamada de atenção e um pesado diagnóstico: “Escute, povo de Judá! Já aconteceu alguma coisa tão terrível como essa em nossos dias ou no tempo de nossos antepassados?” (Joel 1.2 NTLH)
Se o diagnóstico não era bom, o prognóstico é ainda pior. O profeta prevê grandes calamidades sobre o povo, ele emprega a idéia do gafanhoto, uma das pragas mais assustadoras daqueles dias e figura muito usada na literatura apocalíptica para falar de tragédias de grandes proporções. “O que os primeiros gafanhotos deixaram, foi devorado pelos que vieram depois” (Joel 1.4 NTLH).
A realidade descrita não sinaliza qualquer esperança. O caos, o julgamento, o abandono e a desordem deveriam imperar. Mas no meio de tantas catástrofes possíveis, o profeta fala do grande amor de Deus e anuncia um evento transformador, de uma nova realidade que desceria sobre seu povo: “Depois disso, derramarei o meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e filhas profetizarão, vossos velhos sonharam, e vossos jovens terão visões” (Joel 2.28). Esta é a grande promessa de Deus para a humanidade: O derramamento do seu Espírito.
Nada é tão urgente em nossas vidas que a obra do Espírito. Só ela é capaz de nos fazer habitar em lugares celestiais nos dias maus. Só ele pode nos empoderar, tirar a dúvida e superar a apatia, capacitando-nos para seguir em frente, obter vitórias sobre as tentações. Nada é tão urgente e necessário sobre nós que a obra do Espírito Santo. “Ficai em Jerusalém até que do Alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
João Batista parecia pressentir isto. “Eu vos batizo com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. Nem métodos, nem recursos humanos, nem inteligência ou instituição, mas o fogo de Deus tomando conta de nossa vida. Só desde forma poderemos superar o caos, resistir ao diabo e ficar firme no dia mau.


Futilidade



Como podemos nos tornar fúteis em nossos motivos, propósitos, atos, prioridades e relacionamentos... Vaidade e futilidade são aliadas inseparáveis, sempre de mãos dadas... O coração fútil e vaidoso tem uma obsessão por aparência e grande apego à superficialidade.
Não é muito difícil que o fútil nos absorva. Salomão começou sua história de vida com profundo temor de Deus, mas aos poucos seu coração foi seduzido pela glória pessoal, glamour palaciano e honras reais, e no final da vida se tornou vazio e sua vida sem sentido. Ele mesmo a descreveu como “vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades, tudo é vaidade” (Ec 1.2). A palavra hebhel, que ele emprega no hebraico, literalmente significa “bolha de sabão”. Brilha e atrai muito, mas não possui consistência. É apenas bolha!
O rei Belsazar, da antiga Babilônia, nos dias do profeta Daniel, resolveu dar um banquete convidando burgueses, marajás e autoridades do país para comerem e beberem vinho em taças de ouro e de prata que seu pai trouxera dentre os objetos sagrados retirados do templo de Jerusalém. Nesta festa apareceu a mão de homem escrevendo palavras indecifráveis, que apenas Daniel foi capaz de traduzir. Uma delas era TEQUEL, que em aramaico quer dizer “ser pesado, avaliado”, e o profeta deu a interpretação ao rei: “o senhor foi pesado na balança, e pesou pouco” (Dn 5.26 NTLH). O duro veredicto de Deus era que o rei pesava muito pouco. Não havia consistência na sua vida.
Que avaliação Deus tem feito de nós? Fútil ou consistente? Vazio ou relevante? Sem propósito ou valioso?
Não procure ficar bonito (a) usando penteados exagerados, jóias ou roupas caras, pelo contrário, a beleza de vocês deve estar no coração, pois esta não se perde, já que provem de um espírito calmo e delicado, que tem  muito valor para Deus” (1 Pe 5.2-4 Parafraseado).

Rev. Samuel Vieira