sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Não vos lembrais?

Trata-se de grande sabedoria aprender a lidar com os obstáculos de hoje, recordando as bençãos de ontem. Portanto, use a experiência anterior, quando você viu a intervenção sobrenatural de Deus, para vencer os problemas atuais.

Foi isto que fez Davi ao enfrentar o gigante Golias: “O Senhor me livrou das garras do leão e do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu” (1 Sm 17.37). É possível enfrentar gigantes quando o fundamento da vida é a compreensão de que o mesmo Deus que agiu no passado está conosco hoje. Davi se recordou de que o Senhor já o havia livrado de duas grandes ameaças, provendo libertação, e iria livrá-lo novamente. Transformou sua experiência e memória em aliada.

Você tem alguma experiência com Deus? Ela faz sentido hoje? Traga-a à sua memória para ser conduzido por esperança e não consumido por medo e ansiedade. Como diz o antigo hino: “Temos por lutas passado, muitas terríveis e cruéis, mas o Senhor tem livrado, delas seus servos fiéis”.

Quando Jesus veio andando sobre as águas para se encontrar com os discípulos no meio da tempestade, eles ficaram aterrados achando que era um fantasma. Isto aconteceu “porque não haviam compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido” (Mc 6.53). A experiência anterior com o poder de Deus, não lhes serviu de nada no momento de angústia, porque seus corações endurecidos, não eram capazes de evocar o poder de Deus do qual já haviam provado.


Não deixe que a experiência com Deus se perca no arquivo de sua memória. A Bíblia, didaticamente, sempre usa este recurso, fazendo o povo se lembrar das intervenções do passado, para superar as lutas do presente. Você se lembra de como Deus agiu na sua vida? Como interviu de forma soberana e especial? Lembre-se disto para fortalecer o seu coração no presente. Ou “porventura não vos lembrais”? (Mc 8.18)

Vai para tua casa!




Um dos episódios mais bizarros nas narrativas do Evangelho é a do endemoninhado geraseno. O texto diz que este homem era possesso de espírito imundo, vivia nos sepulcros, andava nu, e nem mesmo com correntes conseguiam prendê-lo. Andava sempre, de dia e de noite, atormentado, clamando entre os sepulcros e num processo constante de auto destruição, feria-se com pedras. O quadro de vida deste homem era realmente muito triste.

Jesus atravessa o Mar da Galileia em direção a Decápolis, fora da geografia de Israel, e o único ato naquela região, foi a libertação deste homem, porque Jesus mexeu no chiqueiro deles, e os homens os expulsaram. Preferiam ter demônios agindo na região, que terem prejuízos financeiros.

Depois de sua libertação, este homem com sua alma acalmada,  já conseguia se assentar, vestir-se e em perfeito juízo. A normalidade de vida lhe foi restaurada, e o equilíbrio espiritual restabelecido.
Quando jesus estava entrando no barco de volta à Galileia, aquele homem lhe suplicou para que o deixasse acompanhá-lo, mas Jesus não o permitiu, ordenando-lhe que voltasse para sua casa, para os seus “anunciando-lhes tudo o que o Senhor te fez, e como teve compaixão de ti” (Mc 5.19).

Que coisa maravilhosa Deus pode fazer à humanidade: De possesso de espírito imundo a evangelista e missionário; de pária social a pregador das boas novas; de alguém subjugado por espíritos malignos, a alguém dirigido pelo Espirito Santo. Quanto contraste!

Volta para tua casa, para os teus”, disse jesus (Mc 10.19). Jesus o restitui à sua família. É na sua casa que as mudanças serão sentidas de forma mais perceptível. Deixava de ser uma preocupação e um peso, para ser uma benção. Não mais uma ameaça, mas uma alegria; não mais um ser disfuncional, mas alguém em perfeito juízo. A obra de Deus restitui normalidade e ele volta não para destruir, mas para demonstrar o que o Senhor lhe fez, e como teve compaixão de sua vida.

Volta para tua casa para ser uma benção! Volta aos teus para demonstrar a realidade de um Deus de amor. Famílias precisam desesperadamente de pessoas transformadas que voltem para abençoar. Quantos lares ainda hoje precisam esperam por filhos, pais e mães voltando, não mais adoecidos, mas restaurados, redimidos e curados. Não mais como loucos desvairados, nem alguém dominado por vícios demônios, mas encharcados pela maravilhosa visitação de Deus.


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Insaciabilidade



Nesta semana assisti a uma provocativa reportagem sobre a implacável seca numa região ao Norte do Ceará. O foco era um agricultor, homem simples da região e sua luta com a falta de chuva. O nível de alegria daquele homem era “irritante”. Ele tinha alguns alqueires de terra, morava numa casa simples, criava algumas cabras e não parecia inquieto nem ansioso. Sua alma estava bem.

Em contrapartida, somos uma geração consumista, voraz por melhores salários, melhores roupas, melhores carros. Temos eletrodomésticos que facilitam a vida, meios de transporte e comunicação cada vez mais eficientes, mas a alma está insatisfeita.

No livro de Miquéias,  Deus diz ao seu povo: “comerás, e não te fartarás, a fome estará nas tuas entranhas” (Mq 6.14). Como é possível comer e ainda estar com fome? Seria natural comer uma prato de arroz e feijão e depois disto dizer: “Estou com fome”? Obviamente não! Trata-se de uma anomalia espiritual. Deus afirma que isto acontecia porque o seu povo havia se afastado dele, e agora, apesar de ter comida, não tinha satisfação; buscavam maior adrenalina, mas a fome estava nas entranhas, nas vísceras, na alma.

Este é o grande problema: Comer e não se saciar, ter e não se satisfazer, possuir mas com senso de incompletude. Temos uma fome maior, de significado e valor, temos fome de Deus e tentamos, em vão, saciar este vazio com mais aventuras, viagens, bens de consumo, prestigio, posição social, status – mas a alma ainda insatisfeita. A fome mais profunda ainda invade as entranhas.


O pecado nos torna insaciáveis, seres vazios, coração seco. A abundância de dinheiro não resolve, porque a fome é maior. Quando Jesus afirma: “Aquele que tem sede venha a mim e beba”, e “Eu sou pão da vida”, ele estava percebendo este desejo mais profundo da alma. Adoecemos, definhamos, apesar de consumirmos em demasia – mas ainda estamos com fome e sede.