sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Programa ou Presença?


Wayne Cordeiro é pastor no Hawaí. Apesar de sua igreja não ter sede própria eles fazem quatro cultos dominicais com 2.500 pessoas presentes em cada culto, num auditório alugado.

Um dia tiveram o problema com o espaço e resolveram tiveram que fazer uma programação ao ar livre. Alugaram tendas, montaram sistemas de som, orando para que não chovesse naquele dia. No entanto, choveu todo o sábado, e as coisas começaram a sair muito errado com perigo de choques, aparelhagem coberta, e as pessoas tendo dificuldade em participar do culto. Resolveram orar com mais intensidade para que o Senhor tivesse misericórdia deles e mandasse um domingo ensolarado. No outro dia, o tempo não melhorou. Triste e irritado com a situação, ele foi para o local designado dizendo para Deus. “Por favor, Senhor, o que estou pedindo não é algo difícil. Não deixe que a chuva caia no horário planejado pois isto vai arruinar todo programa”. Apesar de suas orações, a chuva continuou a cair. Ele ficou muito frustrado no seu coração, afinal, gastaram muito dinheiro e o efeito foi praticamente nulo.

Na sua oração da noite, estava desencorajado e perguntou a Deus porque ele não havia interrompido a chuva, apesar do clamor de sua liderança, e Deus lhe disse o seguinte: “Wayne, em todas as suas orações você pediu pelo programa, mas em nenhum momento orou pela minha presença. Se não tivesse chuva, e o programa fosse executado, você não estaria triste, mesmo que minha presença não estivesse ali. Você estava preocupado com o programa e não com a minha presença”.

Depois de ter ouvido esta palavra, tenho pensado muito sobre este assunto. Minha sensação é que esta é a preocupação que normalmente ocupa meu coração. Quero saber se as coisas estão andando bem, se o culto está fluindo, se as músicas estão sendo bem apresentadas, se o som não apresenta nenhum ruído, se a recepção está acontecendo. Poucas vezes estou realmente preocupado com a manifestação da glória e da presença de Deus no culto que lhe prestamos. Minha preocupação não é com Deus, mas com as pessoas.
Alguns anos atrás um colega meu me perguntou algo que me causou susto. “Quanto tempo faz que você vai pregar na sua igreja, sem estar preocupado se as coisas estão saindo bem? Com o funcionamento e as atividades cúlticas? Obviamente me preocupo muito com a excelência da liturgia, dos cânticos e da palavra que será pregada, mas quanta preocupação tenho com a presença de Deus no meio do povo que se chama pelo seu nome?

Como lideres queremos programas bem organizados, esteticamente irretocáveis, culturalmente relevantes, mas estamos mais interessados em impressionar o auditório que a Deus. E se tudo desse errado, mas Deus estiver presente? E se tudo der certo, mas Deus não está no nosso meio?


Isaque perguntou a seu Pai Abraão: “Aqui está a lenha e o fogo, mas onde está o cordeiro?”. Sua preocupação de menino, fé pura e autentica era com o fato de que não havia cordeiro para o sacrifício, embora os demais elementos componentes do altar e do holocausto ali estivessem. Mas sacrifício sem o cordeiro não tem valor. Pode existir lenha, e até mesmo fogo – mas sem o Cordeiro, é ato se torna irrelevante e inútil.

A Agenda Divina


Paulo afirma que o nascimento de Jesus fazia parte de uma agenda divina: “Vindo, porém, a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4.4). O termo “plenitude dos tempos” é bem específico. É o “kairós” divino, tempo intencional, tempo de Deus; que se contrapõe ao “kronos”, tempo cotidiano e rotineiro, horas, dias, anos.
Quando os circuitos da eternidade colidem com o calendário, quando o kairós (tempo de Deus), se cumprem, a história e o tempo cronológicos são substancialmente alterados. Cumpre-se a agenda divina. Foi num tempo como este que Deus enviou seu Filho. Foi assim que o natal aconteceu.
Por isto, Natal deve causar espanto e gratidão.
Nada do que acontece é desproposital, mero fruto da coincidência, do caos, do acaso. Em todo sistema que possui fluidez e dinâmica, neste complexo que é a vida, existe intencionalidade e propósito. Não é o acaso que nos protege enquanto andamos distraídos, mas a soberana ação de um Deus amoroso e Todo-Poderoso.
Os movimentos de Deus repercutem na história, suas mãos dirigem o destino. Para alguns isto pode ser assustador... Para quem sente medo ou desconfia de Deus tal idéia pode ser e angustiante. Cazuza, num desabafo existencial, afirmou que era “cobaia de Deus”. Esta declaração demonstra que não lhe faltou fé, mas sua fé era carregada de ira: Ele é meu inimigo e por isto conduz a história na direção que ele não concordava. Contudo, para aqueles que estão sob as asas do Onipotente, se sentem protegidos e amados por Deus, a afirmação de sua soberania é motivo de muita alegria, pois debaixo desta direção ele pode descansar.
Certamente a agenda de Deus é misteriosa. Isaias, o profeta afirma: “Verdadeiramente, tu és Deus misterioso!” (Is 45.15). Não se equaciona Deus, nem pode ser ele limitado por uma teologia que supõe deter todo o conhecimento sobre sua natureza. Os amigos de Jó tentaram dissecar Deus com uma teologia clássica e equivocaram.
Paulo afirma que “Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11.29). Sua agenda está se cumprindo. Seu kairós se move entre nós no atribulado e ambíguo movimento cronológico. Sua agenda se cumprirá. Tudo está sob controle!

Rev. Samuel Vieira


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Que é isso?


Esta é uma pergunta corriqueira que fazemos em forma de brincadeira com amigos, ou reação irritada quando nos deparamos com uma situação anômala que nos pega  surpresos e despreparados. Diante destas situações, podemos perguntar: “Que é isso?”

No entanto, em Jr 7.9 esta pergunta é feita por Deus através do profeta. O que levou Deus esta indagação e o surpreendeu tanto?

Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, queimais incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis e depois vindes, e vos ponde diante de mim nesta casa que se chama pelo meu nome, e dizeis: Estamos salvos. Sim, só para continuardes a praticar estas abominações”.

Deus está surpreso!

Com a reação de um povo cuja espiritualidade é vazia e dissociada da vida e da ética. As pessoas agiam de forma pecaminosa e depois se apoiavam numa falsa segurança: “Estamos salvos!” Diante disto, Deus indaga: “Que é isso?”

O texto nos dá a impressão de que, para o povo, esta vida contraditória de pecado e espiritualidade de aparência, parecia normal, e Deus intervém para denunciar a fragilidade e inconsistência deste estilo de vida.
Em Malaquias, Deus rejeita a oferta do povo por estar contaminada pelo pecado. Afirma ainda que não ouviria suas orações por estarem manchadas de iniqüidade; em Amós, Deus pede ao povo para não mais continuar cantando louvores. “Afasta de mim o estrépito de teus cantos e a melodia de tuas liras”. Estrépito é barulho, som agressivo. Aos ouvidos de Deus, era assim que chegava os louvores mesclados de impiedade.

A Bíblia diz: “Não vos enganeis, de Deus não se zomba. Aquilo que o homem semear, isto também ceifará”. Culto dissociado da vida afronta ao Deus que servimos, e o leva a nos indagar: “Que é isso?”

Rev. Samuel Vieira

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Espanto!


Um texto de Natal parece destoar de toda festividade que o evento sugere. “Foram tomados de grande temor!” (Lc 2.9). Ele relata o impacto do anúncio dos anjos aos pastores, na região de Belém.

Imagine a cena.

Pastores de rebanhos vivem, pela natureza de seus ofícios, uma vida monótona e rotineira. Todos os dias tirar as ovelhas do aprisco e levá-las para pastar e beber água e à noite, trazê-las segura de volta para o curral. Durante o dia, solidão e calor: raramente surge alguém para conversar; à noite, frio e perigo. Hora propícia para a ação dos predadores.
Os imprevistos são eventos indesejados, porque na sua maioria são negativos: Uma ovelha machucada, algum lobo ou leão rondando o rebanho... alerta! E a vida segue...

Mas nesta noite, surge algo inusitado: “Um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor” (Lc 2.9).

Através da Bíblia, encontros com Deus são sempre acompanhados de temor. Isaias: “Ai de mim, estou perdido!” (Is 6.5); Gideão: “Ai de mim, Senhor Deus! Pois vi o Anjo do Senhor face a face” (Jz 6.22); Moisés no Monte Sinai: “Sinto-me aterrado e trêmulo! (Hb 12.21).

Infelizmente nos acostumamos ao Sagrado e não somos tomados pela noção de grandeza. Perdemos a capacidade de assombro, que estava presente na Igreja Primitiva: “Em cada alma havia espanto” (At 2.43). Ignoramos ou perdemos a percepção deste “algo espiritual”. Perdemos o temor e a reverência, e o sacral se torna banal.

Jacó também não tinha percepção da presença de Deus. Para ele, os eventos eram corriqueiros e comuns, até que um dia percebeu grandeza e sobrenaturalidade na sua sua história. Deus deixou de ser abstrato e se tornou concreto. “Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia!” (Gn 28.16).

Que neste Natal Deus restaure em nós a capacidade de Assombro! Esta maravilhosa graça de nos espantar com a realidade de um Deus presente, que se tornou humano e habitou entre nós através de seu filho Jesus.


Rev Samuel Vieira

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Não se acostume com o mal


É muito perigoso se acostumar com o mal, com o pecado, a morte e o diabo, mas é muito mais fácil do que imaginamos.

Acostumamo-nos com a injustiça, a corrupção, a mentira, a ira, o mau humor, a grosseria, palavrões, pornografia, sujeira e promiscuidade, deixamos o mal e o pecado se tornarem banais e normais, aceitamos a indiferença. Pessoas em ambientes de guerra e violência tornam-se apáticas em relação à miséria e mesmo à morte.

Um sociólogo em São Paulo, na sua tese de doutorado na USP, “O homem invisível”, resolveu estudar o dia a dia dos mendigos, convivendo meses nas ruas, becos e vielas de São Paulo, não tendo dinheiro nem identidade. Passado o choque inicial, diz ele, passou a se acostumar com o mau cheiro, a violência e o descaso.
O profeta Jeremias afirma: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então, podereis fazer o bem estando acostumados a fazer o mal?” Deus adverte seu povo sobre o perigo de banalizar a impiedade e a perversão. Um ato maligno, praticado reiteradas vezes, torna-se corriqueiro e eventualmente parte inerente daquilo que somos, do caráter. O etíope, cuja cor é negra, assim como o caucasiano, com sua pele branca, o leopardo cheio de manchas, não podem mudar sua essência. Assim também, pessoas que se acostumam a fazer o mal, pela continua repetição do ato, se tornam deformadas e passam a fazer do mal, a sua essência.
Na infância tive um amigo que mentia demais. Com o tempo, ninguém mais acreditava nele, e todas as suas declarações eram recebidas com suspeita. Apesar de sermos crianças, um dia alguém afirmou que o Zé Luis não falava mentiras, ele era a mentira.

Muitas pessoas não cometem delitos, são a farsa; não mentem, são a mentira; não roubam, são ladrões, não praticam imoralidade, são imorais. Não é questão de fazer algo errado, mas se tornam errado. Esta é a tendência da natureza pecaminosa. Não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Assim como o leopardo não pode mudar a mancha de sua pele, assim também, pessoas acostumadas a fazer o mal, tornam-se impotentes para fazer o bem. O mal torna-se parte da natureza – Que tragédia!


Talvez seja isto que Jesus estava querendo nos ensinar ao falar de novo nascimento. O termo originalmente foi traduzido por “regeneração”, que tanto em grego quanto em português, traz na raiz a idéia do gene (genética). Só o Espírito Santo pode fazer alguém acostumado a fazer o mal, a voltar ao seu senso, e fazer o bem. 

Como você reage ao sofrimento?



O sofrimento pode enlouquecer.

Pessoas expostas a situações de grande stress e dores intensas podem perder o equilíbrio mental. O sofrimento pode levar o homem a xingar, exasperar, blasfemar, maldizer a Deus e a vida. O conhecido humorista Millor Fernandes, filho de um espanhol e uma descendente de italianos, perdeu os pais quando tinha 10 anos, ficando ele e os 4 irmãos órfãos vivendo com parentes. Diante da solidão e do luto, anotou na sua autobiografia: “Sozinho no mundo, tive a sensação da injustiça da vida e conclui que Deus, em absoluto, não existia”.

No livro de Jó encontramos pelo menos três modelos de pessoas diante de Deus: Sua mulher, seus amigos e o próprio Jó. Todos interpretando Deus de um jeito ou de outro.

Os amigos de Jó querem teologizar.
Eles fazem a “hermenêutica de Deus” e com isto passam também a fazer teologia com a dor do outro, redundando em aberrações teológicas e trazendo sobre eles juízo (Jó 42.7-9). Suas orações deixam de ter valor aos olhos de Deus. A falsa teologia pode acrescentar dor à dor...

 A mulher de Jó blasfema e apostata da fé.
A dor lhe descompensou. Ela entra numa linha de ceticismo e cinismo e sugere a Jó que amaldiçoe a Deus e morra, afinal de contas, que benefícios temos em sermos fieis? Que sugestão maligna...

O terceiro personagem é Jó. O que ele faz diante da dor? Ele a transforma em adoração.
Quando o caos transtornou sua história e toda sua segurança foi abalada e seu universo simbólico desorganizado: bens, amigos, reputação, família, saúde ele ainda conseguiu olhar para Deus e glorificá-lo. 

Ele transformou sua dor em ato de louvor:
Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e
lançou-se em terra e adorou”(Jó 1.20).

Ele correu para o único lugar do mundo onde algum sentido poderia ser encontrado – em Deus.
E disse: Nú sai do centre de minha mae, e nu voltarei;
o Senhor o deu, o Senhor o tomou, bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21)

E você, como reage à dor? Quando as coisas não vão bem na sua vida, quando surgem os problemas. Você teologiza, você abandona a fé e amaldiçoa a Deus ou você transforma sua dor em adoração?

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Sussurros de Deus



Muitas pessoas encontram dificuldades com um linguajar comum entre os evangélicos que afirmam que ouviram a voz de Deus ou que Deus lhes falou. Pessoalmente nunca ouvi a voz de Deus, mas Jesus afirmou: “Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.26-27). Em outras palavras, se eu não ouvi a voz de Deus, eu não sou sua ovelha. Como é, então, que posso me considerar parte do rebanho de Cristo?

Algumas pessoas preferem usar a ideia de “impressões divinas”. Afirmam que Deus se comunica com elas através de marcas em seus corações. Insights. Isto é algo também muito complicado, porque a Bíblia fala daqueles que se auto intitularam profetas no Antigo Testamento, mas que proclamavam mentiras e “enganos do próprio coração” (Jr 23.26) e falavam “as visões dos seus corações, não o que vem da boca de Deus” (Jr 23.16), ou que “presumiam de falar alguma palavra em nome de Deus” (Dt 18.20). Presumir é partir do pressuposto de algo falso é verdadeiro.

Bill Hybels prefere usar o termo “sussurros de Deus”. São pensamentos colocados por Deus em nossa mente para nos orientar, dirigir, nortear e conduzir a nossa vida dentro do propósito de seu reino na terra. Esta é uma forma de Deus falar, conduzindo a vida para a direção que ele mesmo deseja, dando o script que ele tem para nossa vida.

Gosto de pensar nesta ideia de que Deus conduz nossa mente para uma determinada direção. A verdade é que Deus ainda fala em nossos dias. Precisamos manter nossa antena espiritual limpa para ter acesso a estas verdades. Deus pode comunicar grandes verdades através de eventos simples que se tornam transformadores em nossa história. Discernir estes sussurros de Deus faz a diferença entre seguirmos uma vida sem propósito, sem direção de Deus, ou orientado pela voz do Bom Pastor, cujas ovelhas ouvem a sua voz, e o seguem.



quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Eleições e Cidadania


Muitas pessoas desconsideram a importância do voto atualmente. O número de indecisos e votos brancos e nulos chega a impressionantes 16%. Para vocês terem idéia do que isto significa, este é quase o mesmo número de pessoas que declaram ter intenção de votar em Aécio Neves para presidente do Brasil. Este grupo pode mudar a regra de qualquer campanha política no Brasil. A taxa para Senadores, Deputados Estaduais e Federais ainda é maior.

Eu sei que muitos se encontram desiludidos com política, afinal, “todos são iguais”, “nada vai mudar” e “políticos são todos corruptos”, justificam e corroboram com esta indiferença, mas temos que lembrar que voto é um direito inalienável de um estado democrático e uma conquista de um país livre. Muitos que lerão este artigo desejaram e lutaram pelo direito de eleger seus próprios representantes em tempos de ditadura e não podiam.

Ao votar devemos levar em consideração a história política de cada um. Infelizmente os partidos do Brasil não possuem uma clara ideologia, mas apesar disto, candidatos revelam um pouco de sua tendência política e isto pode nos ajudar a definir o voto pessoal. Se não temos condições de escolher alguém perfeito, escolhamos alguém que, pelo menos, possua uma história de atos com os quais nos identificamos. Contudo, não deixem de votar. Seu voto é valioso.

Não deixe também de orar.

Desiludidos e desapontados, corremos o risco de nos tornarmos céticos e cínicos inclusive em relação à possibilidade de Deus nos ouvir. Na bíblia, principados e potestades são duas forças que andam juntas. É importante notar que “principados” são uma referência a poderes espirituais, seres angelicais, mas “potestades” alude a poderes históricos e temporais, refere-se aos reis e imperadores da terra, que podem desenvolver uma devastadora relação simbiótica nas realidades espirituais (Ap 17.12-14).


Antes de mais nada não deixe de votar, e em segundo lugar, o faça com temor e oração.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Hospital Evangélico de Goiás



Grandes sonhos nascem de coração de homens que se percebem como agentes de Deus na história e para um tempo específico.
Em 1927 chegou a Anápolis o Dr. James Fanstone. Ele era filho de um pastor e missionário, que plantou a 1ª Igreja Congregacional do Recife, cujo nome era também Rev. James Fanstone.
Dr. Fanstone veio de Londres, depois de ter servido como médico na I Guerra Mundial, era um estudante excepcional, pois entre quase 2000 formandos pela Universidade de Londres em 1914, ficou em 2º lugar nas notas. Posteriormente fez também seu doutorado em Medicina, na área de doenças tropicais e seu reconhecimento pelo trabalho e serviços prestados no Brasil foi tão grande que chegou a ser entrevistado pela BBC de Londres e em 1951 recebeu de Sua Majestade, o Rei Jorge VI, o título de oficial de Divisão Civil do Império Britânico.
Você consegue imaginar Anápolis em 1927? A cidade tinha apenas 2000 habitantes. Não existia Goiânia nem Brasília, a Belém-Brasília não era sequer um sonho ou projeto. Nos seus relatos, Dr. Fanstone registra que ele foi a primeira pessoa a fazer cirurgia no Estado de Goiás. Uma pessoa com uma apendicite morreria por não existir ninguém capaz de fazer uma pequena cirurgia como esta.
Em 1934 fundou a Escola de Enfermagem, que existe até hoje, e contribuiu para a criação da Associação Educativa Evangélica, donde surgiu a Universidade Evangélica.
O que pode dar senso de missão a uma pessoa para tão grandes desafios?
1. Compreensão da dor humana – São pessoas que tem uma visão do sofrimento humano e possuem profunda compaixão. Sabe que a dor fere, humilha e destrói a glória de Deus nos seres humanos;
2. Compreensão da grandeza da vida – Pessoas assim entendem que só tem uma vida para viver e que não podem desperdiçá-la vivendo apenas para si mesmo;
3. Compreensão da grandeza de Deus – Por se sentirem tão amadas por Jesus, são capazes de se entregar para continuar o ministério que Cristo começou entre nós.


Que Deus abençoe esta instituição, e continue também a gerar em nós encorajamento para compreender o significado destas três verdades transformadoras. 

Eleições e Cidadania



Muitas pessoas desconsideram a importância do voto atualmente. O número de indecisos e votos brancos e nulos chega a impressionantes 16%. Para vocês terem idéia do que isto significa, este é quase o mesmo número de pessoas que declaram ter intenção de votar em Aécio Neves para presidente do Brasil. Este grupo pode mudar a regra de qualquer campanha política no Brasil. A taxa para Senadores, Deputados Estaduais e Federais ainda é maior.

Eu sei que muitos se encontram desiludidos com política, afinal, “todos são iguais”, “nada vai mudar” e “políticos são todos corruptos”, justificam e corroboram com esta indiferença, mas temos que lembrar que voto é um direito inalienável de um estado democrático e uma conquista de um país livre. Muitos que lerão este artigo desejaram e lutaram pelo direito de eleger seus próprios representantes em tempos de ditadura e não podiam.

Ao votar devemos levar em consideração a história política de cada um. Infelizmente os partidos do Brasil não possuem uma clara ideologia, mas apesar disto, candidatos revelam um pouco de sua tendência política e isto pode nos ajudar a definir o voto pessoal. Se não temos condições de escolher alguém perfeito, escolhamos alguém que, pelo menos, possua uma história de atos com os quais nos identificamos. Contudo, não deixem de votar. Seu voto é valioso.

Não deixe também de orar.

Desiludidos e desapontados, corremos o risco de nos tornarmos céticos e cínicos inclusive em relação à possibilidade de Deus nos ouvir. Na bíblia, principados e potestades são duas forças que andam juntas. É importante notar que “principados” são uma referência a poderes espirituais, seres angelicais, mas “potestades” alude a poderes históricos e temporais, refere-se aos reis e imperadores da terra, que podem desenvolver uma devastadora relação simbiótica nas realidades espirituais (Ap 17.12-14).


Antes de mais nada não deixe de votar, e em segundo lugar, o faça com temor e oração.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O Templo de Salomão



Dia 31 de Agosto de 2014. A Igreja Universal do Reino de Deus, com a presença da Presidente da República e autoridades brasileiras inaugurou o monumental “Templo de Jerusalém”, numa área de 100 mil metros quadrados. O templo chama a atenção pelo gigantismo, custo e beleza arquitetônica. Ele é quatro vezes maior que O Santuário de Aparecida do Norte que pertence à Igreja Católica e é o maior templo do Brasil. Seu custo total foi de 680 milhões de reais e foi construído numa área absolutamente decadente hoje em São Paulo, onde ficam grandes galpões abandonados e mal cuidados – o que deve inflacionar imóveis na região. Muitas pedras talhadas que foram utilizadas na sua construção vieram de Jerusalém. O evento teve ampla cobertura da CNN e de outras emissoras e, obviamente, a Rede Globo, em constante intriga com o Bispo Edir Macedo, não fez qualquer menção à construção.

Apesar do seu valor como monumento e que eventualmente vai se tornar num pólo turístico, seu valor espiritual é zero. Construções nunca foram o alvo de Deus. Templos e monumentos, pelo contrário, geralmente tornam-se uma agressão a Deus, porque passam a ter um valor maior que pessoas, e inevitavelmente se transformam em relações idolátricas e as pessoas passam a “adorar” e acreditar que tais lugares são santos. Já vemos isto em grandes peregrinações que são feitas por religiões ao redor do mundo em busca de lugares sagrados, e frequentemente vemos isto no Brasil, mas a Bíblia é categórica em afirma que “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas” (At 17.24).

Quando Davi resolveu edificar um tempo para Yahweh, Deus afirma que nunca desejou ter um local onde ficasse “aprisionado” por homens. Afinal, “Deus habita no meio da tempestade e da tormenta, e as nuvens são o pó de seus pés”  (Hb 1.3). O perigo do templo estava na possibilidade de identificarem a presença de Deus com o lugar edificado, como se Deus estivesse circunscrito a um local.

Deus é grandioso demais para habitar em templos feitos por homens. Deus escolheu habitar em cada um de nós pelo seu Espírito. “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?” (1 Co 3.16. Ler ainda 1 Co 6.15-20). “O Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens (At 7.47-50).


Templos são espaços de convivência e adoração. Na verdade servem muito mais para o nosso conforto do que para Deus. Estes espaços podem ser adequados e convenientes, ajudar na adoração e no silêncio, mas quando assumem a prerrogativa de que Deus se encontra ali, isto faz com que as pessoas não apenas criem uma relação idolátrica com o local, como quebram frontalmente os princípios básicos de Deus sobre a adoração que ele mesmo requer.

Tempo e modo



O sábio Salomão afirma que “para todo propósito há tempo e modo”, e que a pessoa sensata deve procurar discernir estas coisas nas escolhas que faz e atitudes que toma.

Por não sermos capazes de perceber bem o tempo certo e o modo adequado de fazer as coisas é que muitas vezes cometemos graves equívocos. Fazemos as coisas do modo certo na hora errada ou do modo errado, ainda que no tempo certo.

Por exemplo, discutir o relacionamento familiar é algo necessário, fazer ajustes de disciplina de filhos, alinhar a visão financeira de uma casa, tudo isto eventualmente precisa ser feito, mas se fazemos na hora errada, transforma-se em conflito. Muitas vezes o momento não é propicio. conversamos quando estamos cansados ou irritados ou num ambiente não adequado. Aquele assunto precisa ser tratado, mas será que a hora é certa?
Podemos ainda, fazer a coisa na hora certa, mas de modo errado. Fechamos a porta do quarto de casa, vamos tratar do assunto num momento em que as condições estão favoráveis, a hora é certa – este é o momento. No entanto, fazemos com altercação, acusação, ira e cólera, que, ainda que o momento seja adequado, sendo o modo é inadequado, somos incapazes de criar linhas de comunicação e diálogo.

A inadequação com o tempo, gera profundo desgaste e traz muita dor de cabeça. A bíblia diz que “a palavra boa, dita a seu tempo, quão boa é”. Mas precisa ser boa e dita no tempo certo. Um comentário na hora errada pode trazer muito desentendimento. Já viram pessoas contando piadas em meio ao sofrimento? Fazendo cantigas na hora do luto? Zombando, menosprezando ou sendo cínico com outro na hora de uma conversa séria? Isto é fazer na hora certa do modo errado. As duas situações geram desconforto e mal estar.


O segredo da vida tem a ver com o uso correto do tempo certo na hora certa: tempo e modo. Saber se aproveitar de ambos é apropriado às pessoas sensatas. Os tolos falham na inadequação de um ou outro deste ponto, ou em ambos. 

A Prática do bem



Sempre existiu na história da igreja cristã um grupo hábil para distorcer o conceito da graça de Deus. Judas, discípulo de Cristo, advertiu contra certos indivíduos que se introduziram com dissimulação no meio da igreja e que “transformavam a graça de Deus em libertinagem, negando o único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Jd 4). Paulo exortou um grupo da igreja de Roma que, entendendo mal o conceito da graça, disse ironicamente: “Permaneceremos no pecado para que seja a graça mais abundante?” (Rm 6.1). Este tipo de comportamento transforma a graça de Deus em “graça barata”, como afirmou Bonhoeffer, perdendo a perspectiva do grande e maravilhoso projeto de Deus para nossa vida, que não foi barato para Deus. Seu filho teve que pagar o preço de nosso pecado na cruz.

O apóstolo João afirma: “Todo aquele que permanece nele, não vive (deliberadamente) pecando, todo aquele que vive pecando, não o viu, nem o conheceu” (1 Jo 3.6). Podemos, portanto afirmar, que todo aquele que transforma seu pecado num hábito e estilo de vida, não teve a noção do valor da graça de Cristo, e não conhece a Deus. “Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que prática a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que (deliberadamente) prática o pecado, procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio (...) todo aquele que é nascido de Deus, não vive na prática do pecado, pois o que nele permanece é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.7-9).


Portanto, vivamos na prática do bem. “Como filhos da luz, andai na luz”. 

domingo, 10 de agosto de 2014

Deus vai suprir?


Recentemente participei de um diálogo interessante de dois jovens recém casados e profissionais liberais. Um do ramo do comércio, que depende do mercado e de vendas, outro, à mercê do humor da justiça e dos tribunais brasileiros, porque é advogado. Ambos estavam preocupados com a instabilidade e fizeram pedidos de oração por sua vida financeira. Estavam temerosos quanto ao futuro.

A pergunta implícita é a questão que incomoda a todos: Terei recursos suficientes para manter minha casa? Serei capaz de honrar meus compromissos? Minhas necessidades serão supridas? Depois de alguns momentos de ansiedade chegamos à conclusão de que deveríamos orar, não apenas pelos recursos, mas acima de tudo, para que tivéssemos fé suficiente para crer e descansar nas abundantes promessas de Deus de que nada vai nos faltar.

A Bíblia está repleta de recomendações sobre este assunto. Uma das mais conhecidas encontra-se na carta aos Filipenses: “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma de nossas necessidades” (Fp 4.11). Então, devemos orar, antes de tudo, para confiar que ele há de cumprir o que prometeu, e que não vai faltar para nossas necessidades, e então, agradecer tão grande promessa.

Deus prometeu cuidar de nós e nos desafia a confiar: “Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haves de comer ou beber, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes? Portanto, não vos inquieteis quando ao dia de amanhã, porque o vosso Pai celestial sabe que necessitais de cada uma destas coisas” (Mt 6.25-26). Ele é Jeová-Jireh (Deus da provisão), e certamente vai nos suprir em todo. Ele é o nosso pastor, e nada nos faltará (Sl 23.1).


Portanto, nossa oração deveria ser de gratidão. Se temos que pedir algo, certamente é a fé necessária para confiar nas suas promessas. Ele cumprirá sua palavra. A questão não é se teremos o bastante, mas se seremos suficientemente capazes de confiar na sua palavra que nunca falha, e no caráter do Deus que cumpre o que prometeu. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Não temas!




Encontramos na Bíblia inacreditáveis 365 exortações sobre o medo. Sempre de forma similar, sempre encorajando: “Não temas!”. É uma para cada dia do ano, como se Deus quisesse nos lembrar diariamente a não deixar que nosso coração seja consumido pelo medo por coisa alguma.
Todos somos susceptíveis ao medo, embora nossos temores sejam diferentes. Alguns tem medo de insetos: grilos, baratas, lacraias; outros de animais: fobia a cachorro ou gato; ou medo de borboletas, de ratos. Muitos tem um medo inconsciente de envelhecer, outros de ficarem pobres, morrer, adoecer, ficar só, não ter recursos necessários, não casar, ou de que algo ruim aconteça aos filhos – a lista de medos e fobias é quase interminável.
A ansiedade é subproduto do medo. Ela demonstra que tememos algo que pode vir a acontecer no futuro, e nosso coração passa a viver obcecado pelo trágico ou pelo infortúnio.
Por isto o Senhor, diariamente nos exorta: “Não temas!” O contrário do temor é a confiança, a segurança e a estabilidade. A bíblia afirma que “o amor lança fora o medo”. Circunstâncias podem até conspirar contra nossa vida, certamente passaremos por aflições, mas nestas horas nos lembramos que temos um pastor que cuida de nós e que anda conosco. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo, a tua vara e teu cajado me consolam”.

A fé se opõe ao medo; ri das condições desfavoráveis, porque em última instância, o Deus da história bíblica, está conduzindo o seu projeto de acordo com o seu plano, e Ele deixa muito claro o que deseja para nós. “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito. Pensamentos de bem, e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jr 29.11);

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Luz nas trevas


Como é confortante a luz! Basta que uma pequena lâmpada se acenda num ambiente escuro para que a sensação de conforto retorne. Minha mãe estava na fazenda de um dos filhos no Pará na beira de um riacho e não percebeu que a noite estava chegando. Quando a escuridão chegou, sem lanterna decidiu voltar para casa e pegou um caminho diferente, ainda que não estivesse longe da sede. Isto foi o bastante para desorientá-la e gerar muita preocupação e angústia na família e amigos. Uma pequena luz, num rancho de um vizinho, foi suficiente para ela se orientar e voltar para casa.

A luz aquece, traz sensação de bem estar, orienta. Num blecaute, procuramos imediatamente uma lanterna ou vela que nos tire daquele cenário. As trevas assustam, nos deixam confusos.

As maiores trevas, contudo, são de nossa alma. São das emoções obnubiladas, leituras reais ou equivocadas que fazemos da vida e que nos desorientam por completo. Quando isto acontece somos capazes de perceber a concretude das trevas, que por sua natureza é abstrata. Estas trevas podem ser causadas por muita angústia, medo, transtornos psiquiátricos, emoções desorganizadas ou dores profundas.

Maiores ainda são as trevas espirituais, geradas por espíritos enganadores, conceitos religiosos, paganismo travestido de espiritualidade, misticismo, esoterismo, que mantém muitas pessoas, e eventualmente culturas inteiras, debaixo do domínio de entidades. No Brasil é muito comum tribos inteiras subjugadas por uma cultura animista ou por um feiticeiro dominado por um espírito de opressão. Certo indígena convertido a Cristo nos falou quão angustiante era para todo seu povo esta dependência das forças espirituais de um xamã que dizia ser possuidor espiritual. Deuses falsos, ídolos geram obscurantismo, nos afastam da agradável luz que vem de Cristo. Estas trevas tem nos afastam do Deus vivo e nos levam para o inferno.

Num contexto de muita luta e tristeza, o rei Davi pode dizer com alegria: “O Senhor derrama luz nas minhas trevas” (2 Sm 22.29). Como é maravilhoso não precisar andar tateando, porque as trevas foram embora, andar seguros porque estamos na luz de Deus. A luz retira o poder e o impacto das trevas. Numa sala escura, uma pequena lâmpada tem o grande poder de iluminar, orientar e aquecer. Jesus afirmou: “Eu sou a luz do mundo, aquele que me segue não andará em trevas”.

Você tem andado na luz de Cristo? Não gostaria de pedir para que ele lançasse luz nas suas trevas?


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Presta contas da tua administração



A parábola do mordomo infiel foi contada por Jesus e nela aprendemos que O Senhor da obra descobre que determinado homem agia de forma infiel em relação aos bens que lhe foram confiados e pede contas da sua administração. Esta parábola e muitas outras narradas por Jesus nos ajudam a colocar o dinheiro no lugar certo e aprender a lidar com os recursos materiais. Pitowiski afirma: “O Senhor Jesus, durante o seu ministério, falou 11 vezes sobre o inferno, 17 sobre o batismo, 21 vezes sobre a igreja (três vezes no Evangelho e 18 em Apocalipse), 47 vezes sobre a vida eterna, 72 vezes sobre o pecado e 90 vezes sobre dinheiro e administração do mesmo”.

Eis alguns princípios que podemos extrair dos seus ensinamentos:
  1. O que conservamos para nosso uso, e não o que damos, é a melhor medida de nossa liberalidade para com o Reino de Deus;
  2. Circunstâncias desfavoráveis são a melhor prova de fidelidade. A adversidade revela em que ou quem colocamos nossa confiança;
  3. O dízimo não é questão de bolso, mas de coração. Muitos afirmam que Deus precisa converter o bolso. Não! O que Deus converte sua as mentes e corações;
  4. Deus não precisa de nossos recursos. Ele é o dono do ouro e da prata (Sl 24.1; Ag. 2.8)
  5. O dinheiro não é um fim em si mesmo. Seu propósito é glorificar a Deus (Ef 4.29).
  6. Deus condena a utilização da riqueza apenas com o propósito de amontoá-la (Is 5.8).

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Transferindo os direitos a Deus



A Bíblia é repleta de textos que insistem para que confiemos a Deus nossos cuidados e desejos, recursos e sonhos, medos e anseios:

ü       “Lançando sobre ele toda vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5.7)

ü       “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito. Pensamentos de bem e não de mal para vos dar o fim que desejais” (Jr 29.11);

ü       “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro para que haja mantimentos em minha casa, e provai-me nisto, se eu não vos abrir as janelas dos céus e derramar sobre vós bençãos sem medida” (Ml 3.10);

ü       “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque assim está escrito: A mim me pertence a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).

Em todas estas passagens, Deus está pedindo ao seu povo que descanse na sua provisão e direção transferindo planos e direitos à sua provisão, confiando na sua santidade e na soberania sábia e amorosa.

Quando confiamos em Deus, não ficamos sobressaltados quanto ao futuro. Não sabemos o que nos espera, mas sabemos quem nos espera lá na frente, e seus planos são de bem, e não de mal. Quando trazemos nossos dízimos e o entregamos em adoração ao Senhor, estamos colocando nossa confiança na sua provisão e não no nosso dinheiro. Quando não vingamos as ofensas com nossas mãos, o fazemos porque sabemos que tratar com os ofensores é coisa de Deus, não nossa.

Você tem transferido seus direitos a Deus? Você de fato reconhece que ao fazer isto você pode estar tranqüilo, descansado, sem temor do mal, porque é ele quem está no controle?


O profeta Isaías declara: 
Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel : 
Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; 
na tranqüilidade e na confiança, a vossa força, 
mas não o quisestes” (Is 30.15)

domingo, 1 de junho de 2014

De bem com a vida...



Você já esteve numa situação de aperto ou num ambiente onde você se sentia constrangido e numa “camisa justa”? Bem, mesmo não sendo claustrófobo, não é muito difícil passar por experiências deste tipo, basta entrar num ônibus ou no metrô de São Paulo na hora do rush¸ e você saberá muito bem o que estou dizendo. Muitas vezes, porém, nossos apertos são emocionais, familiares, saúde, crises, que nos dão a sensação de muita adstringência.
Davi se refere auma situação semelhante. Ele afirma que ondas de morte o haviam cercado, que cadeias infernais o envolveram e tramas de morte o surpreenderam. Todas estas declarações são pesadas, fortes e angustiantes. No entanto ele afirma que na sua angústia invocou o Senhor que o libertou e o colocou “num lugar espaçoso” (2 Sm 22.20).
Não é fácil viver em situação de aperto. Todo ser vivo reage com violência e agressão quando isto acontece. Ratos experimentais de laboratório já foram testados em gaiolas confortáveis e não apresentavam nenhuma atitude de agressividade, até que as gaiolas foram enchendo e o ambiente tornou-se pequeno. Daí em diante eles começaram a matar filhotes e se tornaram agressivos.
Davi celebra a benção de ter sido tirado do aperto e colocado num lugar espaçoso.
Como você tem vivido? Pressionado por culpas, pecados, acusações, desavença, doença? Ou pelo dinheiro curto e saúde frágil? Pelas constantes crises em relacionamentos? Por uma situação emocional que o deprime? Tem sentido constante aperto no peito ou tem sido corroído pela angústia?
Davi experimentou a graça de ter sido colocado num lugar com bastante espaço para se mover. Eventualmente este lugar não é grande, nem há muito dinheiro, ou mesmo a saúde é frágil, mas é espaçoso o suficiente para você se sentir descansado.

Ore hoje ao Senhor pedindo para que ele o coloque neste lugar de sossego e paz.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Consumidores ou Participantes?


Um dos grandes problemas da igreja de Cristo sempre foi o fato de que ela tem um grande número de consumidores e um pequeno número de participantes.

Deixe-me definir o perfil de cada um destes:

O Consumidor é um expectador que se aproxima da igreja como quem vai ao estádio, torce pelo seu time, eventualmente paga o bilhete de entrada, mas não faz parte do time, já que ele não se envolve. Se o show é bom ele aplaude e recompensa os atores, mas se é ruim, vaia e busca um espetáculo melhor. Ele apenas consome. A Igreja é como se fosse um grande supermercado que corresponde ao seu perfil de cliente. Ele avalia e analisa as mercadorias, mas não se entrega. Ele não sente que faz parte daquele grupo.

O Participante não vê a igreja como um programa, mas como uma comunidade da qual faz parte. Ele se sente chamado para o envolvimento com o grupo já que faz parte dele. Ele se envolve, disponibiliza seus recursos, seu tempo, talentos, energia e criatividade. A vitória do grupo é a sua vitória, é um dos voluntários daquela comunidade. Ele não é alguém que “paga” o salário dos “atores”, mas faz parte do time e se sente responsabilizado por sua vitória.


Qual é o seu envolvimento com a sua comunidade? 
Consumidor ou participante?

domingo, 11 de maio de 2014

No fogo cruzado



Em 1 Sm 31 temos um dos relatos mais dramáticos da vida de Davi. Aquis, rei dos filisteus, acolheu Davi que estava se escondendo do rei Saul. Os filisteus designaram-lhe a cidade de Ziclague, onde viveram 18 meses. Um dia os filisteus resolveram guerrear contra Israel, mas recusaram a companhia dos homens de Davi porque desconfiavam deles e lhes ordenaram que voltassem para casa. Quando estavam chegando, perceberam que a cidade fora saqueada, os filhos e esposas foram levados cativos dos amalequitas. Davi não tinha para onde ir. A situação se tornou tão desesperadora que até mesmo seus companheiros lhe fizeram graves acusações e ameaçaram matá-lo, acusando-o de ser o responsável por aquela tragédia.
Naquela hora, porém, diz a Bíblia que “Davi se reanimou no Senhor”.
Para onde Davi poderia ir, senão para o Senhor? Quando nos sentimos massacrados e desesperados, para onde iremos? Em dias de tribulação, penso naqueles que não conseguem encontrar em Deus, refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Para onde correr, quando, por todos os lados, nos sentimos acuados e ameaçados? O que fazer quando não sei mais o que fazer?
Davi perdeu o apoio político, sofreu abandono dos companheiros, era objeto da desconfiança dos filisteus, seus bens e família foram saqueados, estava sobre ele a acusação dos amigos, mas ele se voltou para o Senhor, fonte de animo e encorajamento.
Diante de Deus a confusão, o medo, a ameaça e a insegurança são tratados de forma apropriada. Ali nossa alma encontra descanso. Ele nos reanima. Depois de tudo isto, Deus dá força a Davi para restaurar o que havia perdido. Seus bens, família, confiança dos companheiros. Deus o reanimou e o restaurou.

É isto que podemos esperar quando corremos para o Senhor. Restauração da esperança, novo ânimo, disposição e capacidade para reconstruir os escombros que se encontram diante de nós. No fogo cruzado podemos confiar no seu poder para restaurar emoções e construir uma nova história. 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Bendize oh minha alma ao Senhor!



Bendizer, louvar, adorar e agradecer, são palavras correlatas. Faz parte da liturgia judaico-cristã, tanto individual como coletiva, os louvores e ações de graças. Bendizer é uma forma de apreciar. O fim principal do homem é glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre. Apreciar, louvar e desfrutar Deus é a forma mais direta de adorá-lo. Se o nosso coração está descontente e cheio de reclamações, isto denota que não temos nos agradado do que Deus é e daquilo que ele faz, e deixamos de adorá-lo. Agindo assim, supomos que somos merecedores de um tratamento melhor e que Deus não está nos satisfazendo. A insatisfação é o contrário do louvor e da apreciação e frequentemente se transforma em murmuração.

O salmista declara: “Bendize oh minha alma ao Senhor!”. Com quem o salmista está falando? Com ele mesmo. O que temos aqui é um solilóquio, uma conversa do salmista para si mesmo. Ele  percebe que sua alma facilmente perde o foco do louvor e tenta lembrá-la, num movimento introspectivo, que precisa glorificar a Deus.

Se continuarmos a leitura do Salmo 103, observaremos que o salmista afirma: “Bendize oh minha alma ao Senhor, e não se esqueça de nem um só de seus benefícios”. É fácil esquecer do bem que Deus tem dado. Por esta razão o texto revela o esforço de Davi, o salmista, em descrever as bençãos recebidas: “Ele é quem perdoa as tuas iniqüidades” (Sl 103.3;8-11); “Quem sara todas as tuas enfermidades. Quem da cova redime a tua alma”, e finalmente agradece pela segurança que tem em relação ao seu futuro: “Quem farta de bens a tua velhice” (Sl 103.5).

Você já tentou analisar se de fato, tem prazer em Deus e naquilo que Ele tem feito? Só é possível louvar, quando há gratidão. Se você tem cultivado uma vida de ressentimento, amargura e murmuração contra Deus, talvez seja uma boa iniciativa, começar a dizer para sua alma, esta é uma conversa que você tem que ter contigo mesmo: “Bendize oh minha alma ao Senhor!