sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O que mais precisamos em 2018?


Nas reflexões desta semana estava considerando as necessidades da igreja que pastoreio em Anápolis. Sei que alguns irmãos lutam com enfermidades, lutos, problemas de família, sobrevivência financeira, tentações, depressões e angústias. No cenário político, 2017 foi um ano de revelações espalhafatosas, de abusos de poder e de recursos públicos, muitas acusações contra grandes líderes, falta de segurança pública, de recursos para educação e saúde. Precisamos de muita coisa. Temos muitas necessidades.

Apesar de todas estas evidências acredito que o grande desafio não é o que acontece ao nosso redor, mas o que tem acontecido dentro de nós. Quando a Igreja Primitiva começou a ser perseguida em Atos 4, a oração dos irmãos não foi para que a oposição diminuísse, mas para que eles estivessem alinhados com o propósito de Deus para aquele momento. “Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda intrepidez a tua palavra” (At 4.29).

Eles oram por fortalecimento interior. Eles pedem poder de Deus para o enfrentamento e desafios que tinham diante de si. Eles não oram para que a tribulação acabe, nem para que a situação mudasse, mas para que tivessem ousadia para se firmarem na palavra e com intrepidez anunciá-la.


Precisamos de poder. Não poder para mandar e dominar. Mas poder para enfrentar desafios, construir o reino de Deus, permanecer forte no dia mau, enfrentar tribulações e tentações, ser santo e íntegro, ter fidelidade e caráter. Precisamos de poder espiritual para glorificarmos a Deus nestes dias. O que mais precisamos não é de algo humano, nem de mais recursos financeiros, mas de graça e poder de Deus. Coragem e ousadia para permanecer firmes. 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Novamente, Ano Novo


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Chegamos a mais um final de ano.

Conseguimos chegar!

Muitos amigos e bravos guerreiros não conseguiram. A contagem regressiva para eles chegou, o cronômetro apontou o fim da linha e o time do tempo ganhou. Estar vivo já é, em si, um milagre.
Este ano pode ter sido bom ou ruim, mas ele passou. A memória seletiva dos eventos poderá nos encorajar ou deprimir. Um fato novo, alvissareiro, positivo e transformador pode ter se transformado em algo que mudou nossa vida para sempre, nos colocou em um novo patamar. Mas um fato negativo e triste, pode também causar em nós um sentimento destrutivo e desanimador. Knot out! Aprender a filtrar sentimentos e memórias é um grande desafio.

É fácil se tornar amargo, pendurado no passado, remoendo as traições, perdas e lutos, e os  prejuízos financeiros, mas é possível também olhar tais experiências como arquivos mentais e considerar que um novo tempo traz em si, novas possibilidades.

Novo Ano, pode ser não apenas uma mudança de calendário, mas de paradigmas. Não apenas uma mudança para uma nova agenda sem nada escrito, mas um tempo de novas oportunidades. Tudo depende de onde colocamos nossos olhos.

Num dia de chuva, o negativista olha para baixo e só vê lama; a pessoa positiva olha para o céu e vê sua amplidão. Onde estamos colocando nossos olhos? Tudo é questão de perspectiva.
   
Num momento de muita tristeza para o povo de Israel, Deus enviou a seguinte mensagem através do profeta Isaias: “Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo” (Is 43.18-19). No deserto, tudo parece igual. Perdemos a noção de direção, a bússola mental não funciona. No ermo, os rios são sempre um lugar de alivio e descanso. Encontre um rio e você achará vida.


Deus está fazendo coisas novas. “Porventura, não o percebeis?”

domingo, 17 de dezembro de 2017

Pequei, traindo sangue inocente!



A vida de Judas é uma demonstração clara de que podemos ter as melhores oportunidades, frequentar os ambientes mais sagrados, participar dos eventos mais sublimes, e ainda assim, caminhar na direção da auto destruição e morte.

Ele fez parte de um grupo seleto de discípulos de Jesus e chegou a ocupar função proeminente no já seleto grupo dos apóstolos, assumindo a tesouraria, talvez por sua capacidade de administrar melhor os recursos e possuir certo expertise em finanças.

Judas, entretanto, fez escolhas morais e espirituais profundamente danosas. Sendo tesoureiro administrava desonestamente os recursos que não eram dele. Como discípulo, não apenas rejeitou e desprezou tudo o que aprendeu e viu, mas ainda traiu seu amigo e mestre Jesus, por trinta moedas de prata.

Ao perceber seu erro, consumido pela dor e remorso, não procurou aquele que fora diretamente ofendido, mas dirigiu-se aos seus parceiros da iniquidade. Seu lamento foi em vão. Não encontrou solidariedade nem misericórdia da parte deles. Não é assim que se dá na vida real? Quando ouviram sua dor e confissão: “Pequei, traindo sangue inocente!” A resposta dos seus amigos ímpios foi implacável: “Que nos importa, isto é contigo!” em outras palavras: “E dai? Que temos a ver com isto?” Judas sente-se só e sua alma entra no deserto mais profundo associando culpa e rejeição. Joga as moedas no chão e comete suicídio.

Devorado pela culpa e fracasso depois de termos feito decisões morais e espirituais equivocadas, ainda existe outro caminho mais devastador: Esperarmos misericórdia dos amigos da iniquidade.

A Bíblia recomenda outro caminho: “Vinde, pois, e arrazoemos. Pois ainda que nossos pecados estejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão brancos como a neve” (Is 1.18). O apóstolo João também afirma: “O sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 2.1).

Corramos para Aquele que pela sua infinita graça e misericórdia, pode socorrer aos que perderam a razão e a noção da sua própria história. Corramos para Deus em quem encontramos perdão e cura.

O que nossos filhos ouvem dentro de nossa casa?



No livro de Deuteronômio, há uma curiosa exortação ao povo de Deus: “Porém, não quisestes subir, mas fostes rebeldes à ordem do Senhor nosso Deus. Murmurastes nas vossas tendas” (Dt 1.26-27).

A murmuração do povo não se deu publicamente, mas no ambiente doméstico e íntimo da casa. Neste ambiente de privacidade, longe do julgamento social, é que estava o problema. Não era o que acontecia fora, mas o que acontecia dentro. Ali, ao redor da mesa, filhos estavam formando opiniões e estabelecendo valores em relação a deus, e as maquiavélicas murmurações estavam sendo ouvidas por Deus.

Este é um grande problema familiar. Existe o discurso social e político que é a roupagem externa da família, mas qual é o conteúdo da conversa, os comentários e o tom de voz que se emprega dentro de casa? Nossos filhos não se impressionam com as maquiagens que apresentamos externamente, mas formam seu caráter e estabelecem princípios de fé e moral nos diálogos casuais e comentários em família que são feitos dentro do carro, muitas vezes ao sair da igreja ou indo para a igreja.

As conversas em família, não só afetam a forma de pensar e viver dos filhos, mas chegam também aos ouvidos do próprio Deus. O que o povo estava dizendo dentro das tendas nos dias de Moisés? “Tem o Senhor ódio contra nós” (Dt 1.27). Dentro das tendas o que se via não era adoração e gratidão, mas rebeldia, revolta e conspiração contra deus. Os pais construíam uma grave e suspeita contra Deus e sua santidade, e sabemos que nenhum relacionamento se sustenta num ambiente de suspeição. Deus estava sendo acusado e quando desconfiamos de deus, perdemos naturalmente a capacidade de confiar nele.

O termo “fé”, tão empregado na Bíblia, não é apenas uma concordância intelectual sobre a existência de um ser supremo, mas tem o pressuposto de colocar a confiança nele. Fé, portanto, deve ser entendida como confiança. Mas como confiar em Deus se estamos sobrecarregados de suspeita contra ele?

O que conta, não é o que se diz do lado de fora, para que os outros apreciem, ou para causar boa impressão. O que conta é o que se diz e vive dentro das casas, sem nenhuma maquiagem, sem censura externa.

O que nossos filhos estão ouvindo de nós?

O que Deus acha dos comentários que tem sido feitos dentro da nossa “tenda”?

O caminho do Senhor não é reto



Há muitos que dizem: não é reto o que Deus faz!  Se eu fosse Deus faria diferente!
Esta ideia não é resultado da modernidade. O profeta Ezequiel, que viveu cerca de 600 anos a.C., afirma: “os filhos do teu povo dizem: Não é reto o caminho do Senhor; mas o próprio caminho deles é que não é reto” (Ez 33.17). O livro de Provérbios, escrito numa data anterior faz declaração semelhante: “A estultícia do homem perverte o seu caminho, mas é contra o Senhor que seu coração se ira” (Pv 19.3).

Um conhecido e equivocado provérbio popular afirma: “Deus escreve certo por linhas tortas”. Na verdade, Deus escreve certo com roteiro, linhas e propósitos absolutamente inequívocos. Tragédias, lutos, percalços e conflitos não são equívocos de Deus. O profeta Naum afirma que que Deus caminha no meio da tempestade e da tormenta. A grande questão diante do incompreensível e do caos, não deveria ser “porquê”. Esta questão é filosófica e meramente epistemológica, mas deveria ser “para que”. Esta é a pergunta teológica que direciona o coração do homem a render-se ao mistério de um Deus que dirige a história da humanidade com sabedoria e equilíbrio.

Por mais dolorido que seja o momento de nossa história, Deus a está dirigindo para seu propósito supremo, e no final, veremos o todo, não apenas partes, desta complexa realidade que hoje vivemos, onde habita o pecado, na natureza caída por causa da rebeldia humana. Deus está conduzindo sabiamente a história até que se estabeleça novos céus e nova terra.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Chamado simples, resposta complexa



O chamado de Jesus a Tiago e João é simples e direto: “vinde a mim e eu vos farei pescadores de homens”, mas a resposta a este convite não é algo tão fácil, antes é complexa e com grandes implicações.

Estes irmãos precisam considerar duas grandes perdas: Possuíam uma família e precisavam deixar o ambiente caseiro para se aventurar com aquele que até então era uma espécie de “profeta em análise”, eles não tinham pleno conhecimento de quem ele era, de sua identidade e missão. Em segundo lugar, precisavam abandonar a empresa. Não seria possível exercer a profissão já que precisavam de uma base onde deixar o barco, não seria possível fazer “home office”.

O chamado era simples, a resposta complexa.


Não é assim ainda hoje? O chamado de Jesus continua sendo o mesmo nas suas consequências. Um chamado para segui-lo: “vinde após mim”, e para uma missão: “pescadores de homens”. Precisamos avaliar o custo. Abandonar nossa segurança sempre relacionada a pessoas e trabalho, sustento e auto manutenção e descansar na sua provisão. Este ainda é o grande desafio do homem moderno, em busca de conforto e de uma zona segura.