sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Dá-me teu coração!

 


Certa vez alguém levantou uma sincera questão para mim. Ela me disse que gostava de ir à igreja, participar dos cânticos, apreciava a esfera espiritual do culto e a maioria dos sermões, mas que não estava indo mais à igreja porque todos os domingos os pastores falavam de dízimos, ofertas e coisas relacionadas ao dinheiro.

Tentando ser simpático e ao mesmo tempo bíblico afirmei que os pastores estavam errados ao ensinar que Deus queria 10% de suas rendas, pois, na verdade, a Bíblia afirma que Deus não está interessado em parte do que você pode lhe dar, mas ele nos quer por inteiro: tudo o que somos e tudo o que temos!

A Palavra de Deus afirma: “Filho meu, dá-me o teu coração” (Pv 23.26). coração, na visão bíblica é o centro da vontade, desejo, planos. É o centro da vida. No livro de provérbios está escrito: “Do coração procedem todas as fontes da vida.” (Pv 4.23). Deus pede o nosso coração o nosso ser por inteiro, e não apenas parte do que somos, não algo fragmentado. Não apenas o dinheiro, mas a santidade do corpo, a consagração da mente e do pensamento, a família, os talentos. Deus não quer fragmentos do que temos, mas tudo o que somos...

Portanto, se você está inseguro e desconfiado em entregar uma parte, deve se assustar ao perceber que Deus quer tudo. Dinheiro não é a questão, mas o coração e os afetos, sim. Doar parte pode ser muito difícil, quando o centro e a essência daquilo que somos se recusa à rendição à Deus. 

Deus não quer apenas parte de sua personalidade e bens, mas ele pede a entrega de todo seu ser. “Amarás ao seu Deus de toda tua força, todo o seu coração, toda sua alma e todo seu entendimento.” 

Filho meu, dá-me o te coração! 

Do Senhor procede toda decisão

 


Decidir não é fácil. Alguém sabiamente ponderou que decisão é uma de-cisão. Isto é, fazer escolha gera ruptura, conflito e eventuais sofrimentos. Não é possível ter tudo. Na decisão sempre haverá perdas e ganhos. Devemos ficar ou devemos ir? Vamos mudar ou não? Aceitamos tal proposta ou não? Se vou para o Sul, me distanciarei do Norte... 

Por esta razão, muitos desistem de decidir, sem entender que a não-decisão, também é uma decisão. Quando decido não decidir, já decidi. Ser passivo em determinados momentos da vida pode ter um preço muito grande. Quando você não decide, pessoas fortes de seu círculo de relacionamento decidirão por você. Você entrega seu destino aos outros.

Por isto, se você precisa tomar decisão, é fundamental orar. Quando oramos estamos admitindo que não temos condições de avaliar todos os riscos envolvidos no processo; reconhecemos que não somos capazes de ter a compreensão do todo, e que dependemos de Deus para saber qual direção devemos seguir.

Em Provérbios lemos: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios, vem do Senhor” (Pv 16.1). Seus lábios podem dar qualquer resposta, mas se você deseja ter a resposta sábia, ela precisa vir de Deus. Deus precisa falar ao seu coração para que seus lábios tomem a correta decisão. Em Provérbios 16.33 ainda lemos: “Do Senhor procede toda decisão.”

Portanto, não decida sem Deus. Somos incapazes de ver as consequências futuras das decisões que tomamos hoje, então, submeta-se a Deus, com humildade e oração, ore para que ele coloque a visão correta no seu coração, para que seus lábios pronunciem apenas aquilo que pode gerar benção para você, para sua história e para sua família.


Faça o bem a si mesmo




Não me entendam mal. O que estou defendendo não é a ideia de que você seja uma pessoa ainda mais narcisista e auto centrada que você já é. Estou apenas querendo enfatizar o pensamento bíblico que diz: “O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel, a si mesmo se fere.” (Pv 11.17) e “Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal, para a sua morte o faz.” (Pv 11.19). 

Se você deseja fazer o bem a si mesmo, a bondade e a justiça devem ser referenciais para sua vida. A pessoa bondosa, generosa, amável, faz bem a si mesmo. Quantas pessoas cruéis você já conheceu? Já observou quais são as consequências deste estilo de vida? O mal tem efeito bumerangue. Ele volta contra aquele que o prática. Portanto, quando fazemos o bem, estamos fazendo bem a nós mesmos. 

Da mesma forma a vida vivida em retidão tem um efeito benéfico. A justiça conduz para a vida... precisamos entender isto. Ser justo faz bem aos outros, é um bem social e comum, exalta as nações e glorifica a Deus. Mas a justiça possui ainda outro componente maravilhoso: Ela conduz para a vida. Quem segue o mal para a sua morte o faz. O mal tem o poder de destruir os outros, agredir a santidade de Deus, destruir o bem comum, enfraquecer a humanidade – mas tem um efeito devastador sobre aquele que o prática. Afinal, “a lei tem pudor, e inspeta seu próprio inspetor.”

Faça o bem a si mesmo. Sendo bondoso e amável no seu modo de viver e praticando a justiça. O mal e a injustiça não farão bem à sua própria vida.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Pra vencer o mal

 



Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21)

Quantas vezes achamos o bem tão frágil e o mal tão poderoso... ao sermos assolados pela injustiça, incompreensão, maldade, violência, sem que sejamos capazes de reagir porque nos sentimos impotentes, quase sempre achamos que as armas do bem são incapazes de vencer o mal.

Imagine a seguinte situação: você está sempre tratando bem uma determinada pessoa, com todo respeito e amabilidade possível, e vê que cada dia ela está mais implacável, dura, desonesta e ferina, qual é seu sentimento? Continuar tratando bem, ou começar a reagir ao mal na mesma altura? Bem... eu sei que você é tentado a dar a resposta “politicamente correta”, ou “espiritualmente correta”, mas antes de responder, considere honestamente: Você acha que vale a pena continuar tratando com bondade alguém que é sempre maligna e tóxica nos relacionamentos? Você não sente vontade de usar as mesmas armas?

Nestas horas tropeçamos na ordem divina que diz: Vença o mal com o bem! Até quando? Será que o bem prevalecerá? Será que podemos confiar na eficiência do bem que parece tão frágil diante do mal que é sempre tão soberano e eficiente? Será que vale a pena lutar com as armas do bem?

A única opção que temos é continuar seguindo a ordem que recebemos de Jesus, nosso General. Ele diz: Vença com as armas do bem! Quando usamos as armas do mal, entramos na geografia do ódio, da indiferença, na qual Satanás governa. Mas quando entramos na geografia do amor, nós batalhamos num espaço no qual Satanás não pode caminhar: Afetividade, ternura, perdão, bondade e simpatia. Isto não é próprio do maligno. As trevas não podem vencer a luz. É uma simples regra da física – e da fé cristã!


Dá-me entendimento!




O Salmo 119 é o mais longo de toda Bíblia. Ao todo, são 176 versículos. Nele, o salmista faz uma oração profundamente contemporânea, que deveria estar presente no coração de todo homem e mulher tementes a Deus: “Dá-me entendimento segundo a tua palavra.” 

Como precisamos de entendimento! Não o entendimento humano, fruto do pensamento da sociedade, mas do entendimento espiritual, que vem dos céus. Nossa compreensão muitas vezes pode estar comprometida pela influência  do secularismo, obnubilada pelos nossos desejos pecaminosos, pelos cuidados do mundo e interesses humanos e assim, interpretamos a vida, não segundo Deus, mas de acordo com impulsos e desejos da carne.

Por isto a oração que o salmista faz é tão urgente e necessária: ““Dá-me entendimento segundo a tua palavra.” Ele não pede apenas para ter bom senso e prudência, mas ele clama por um entendimento especial: “...segundo a tua palavra.” 

A Palavra de Deus precisa ser o referencial de nossas escolhas e decisões, deve ser a base de nossos juízos e análises. Precisamos de um entendimento não contaminado, mas que venha de uma fonte pura, sem contaminações, direto do coração de Deus e que nos dá uma compreensão extra humana.

Ore para que Deus lhe dá sabedoria. Ore para que ele lhe dê maturidade e discernimento. Ore para que o Senhor lhe “entendimento segundo a sua palavra.” 


quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Prá viver melhor!

 


 

Muitos tem uma visão equivocada de Deus e dos seus mandamentos. Acham Deus um “estraga prazer”, e consideram os princípios bíblicos autoritários, restritivos e punitivos. Ariano Suassuna, capturou de forma lamentável o sentimento de muitos ao afirmar desastrosamente: “Não é que não creio em Deus, é que não gosto de Deus.”

 

Quando abrimos as primeiras páginas do livro de Provérbios, um dos livros de sabedoria judaica, lemos o seguinte: “Filho meu, não te esqueças dos meus mandamentos, porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz.” (Pv 3.1,2) Será isto saúde para o teu corpo e refrigério para os teus ossos. Porque serão vida para a tua alma e adorno ao teu pescoço (Pv 3.8,22).

 

Então, considere o seguinte: Os mandamentos de Deus não são, essencialmente por causa de Deus. Eles foram dados por causa de você. Os princípios de Deus são para sua saúde, refrigério, alegria. Eles foram feitos para lhe proteger e dar alegria. Quando você peca, transgride e se rebela contra Deus, ele se entristece por causa do amor que ele tem por você, mas isto não muda sua essência e natureza. Ele continua sendo Deus. Mas sua desobediência traz graves consequências para sua vida. Pecado tem um efeito bumerangue.

 

Portanto, obedecer a Deus, traz glória a quem Deus é! Obedecê-lo, também, traz vida para que você é! Os preceitos de Deus nos foram dados para que vivamos melhor e mais plenamente.

 

Rev. Samuel Vieira

 

 

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Olhe para a vida com transcendência

 



O cristão é um cidadão de dois mundos: Um pé na terra e outro na eternidade. Assim viveu Jesus, assim devemos viver. Uma vida de imanência e transcendência. Plenamente consciente de nosso papel na história, mas absolutamente certos da transitoriedade.

Jesus foi encarnado sem perder a dimensão do mistério. Soube viver intensamente sua humanidade, chorar, amar, partilhar, viver e soube morrer. No meio de toda esta experiência profundamente humana afirmou e  ensinou os homens a vivenciarem uma sacralidade encarnada. Recusou as tentações do conforto, as ofertas do poder, experimentou o sentido da saudade, do luto e do amor. Descobriu o sentido da afetividade e da traição. Penetrou nos temores dos seres humanos e experimentou fome e sede. Aprendeu o segredo da oração, soube vivenciar Deus no encontro com homens carregados de sensibilidade para com Deus, e na oposição e confronto tantas vezes de homens que eram incapazes de experimentar Deus apesar de serem supostamente representantes de Deus. Soube experimentar a Deus no silêncio das montanhas e nas noites que passou na presença de Deus. Conseguiu manter uma relação de integração-inclusão de coisas tão distintas como oração e ação. 

Como poucos, Jesus articulou o natural e o espiritual, o humano e o divino. Na espiritualidade cristã, Deus não é alguém longe e distante, mas um ser pessoal; nem é um poder frio e silencioso, mas se relaciona com o ser humano. 

Por isto somos chamados a olhar a vida com transcendência. Quando olhamos a vida, tantas vezes injusta e contraditória, sem olhar para os céus, somos incapazes de manter a esperança. Quando olhamos para a eternidade, somos capazes de ter esperança na história. Quando olhamos para a transcendência, vemos como tudo que vivemos encontra enorme sentido.

Olhe para sua vida com transcendência. 

O cristão e a ecologia

 



Mais do que nunca devemos refletir sobre a questão do meio ambiente. Não por causa de uma exigência histórica, mas por causa da importância deste tema nas Escrituras Sagradas. Quando Deus criou o homem e a mulher, ele os colocou no Éden para o “cultivar e o guardar” (Gn 2.15). Isto dá uma exata compreensão da nossa tarefa enquanto cristãos. 

Antes de mais nada, a raça humana recebeu autorização de Deus para cultivar a terra. Ela existe para produzir sementes, dar pão, alimentar a humanidade e suprir a necessidade dos animais. A natureza é fértil: em se plantando, tudo dá!

Por outro lado, não deveríamos jamais tratar a terra com exploração indevida ou subjugação. Deus também nos deu a tarefa do cuidado. Isto implica em proteção dos rios, florestas, uso sensato dos recursos naturais. A ambição, a exploração, podem se tornar antagônicas a este sublime mandato de Deus. 

Conforme aponta John Stott, dois erros devem ser evitados aos nos relacionarmos com a terra: primeiro, a deificação da natureza. “Este é o erro dos panteístas, que unifica o Criador e a criação, dos animistas, que povoam o mundo natural com espíritos, e do movimento Gaia da Nova Era, que atribui os processos de adaptação, ordem e perpetuação da natureza a ela própria. Porém, todas estas confusões são insultos ao criador.

O segundo erro, é a exploração exaustiva da terra. “A culpa pela irresponsabilidade ambiental tem sido injustamente posta em Genesis 1... é um absurdo imaginar que aquele que criou a terra, entregou-a a nós para ser destruída. Não, o domínio que Deus nos deu deve ser visto como uma mordomia responsável, não como um domínio destrutivo”. 

Vale a pena lembra de duas afirmações bíblicas, a fim de encontrar este equilíbrio: primeira, “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém” (Sl 24.1). Segunda, “os céus são os céus do Senhor, mas a terra deu-a ele aos filhos dos homens” (Sl 115.16). Estando atento a estes dois versículos, poderemos encontrar o equilíbrio necessário para uma abordagem teologicamente correta e bíblica sobre o assunto.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

O Deus de toda consolação

 


Uma das coisas mais fascinantes nas Escrituras é a forma como Jesus descreve o Espírito Santo, chamando-o de Consolador. “Mas eu vos digo a verdade: Convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.”(Jo 16.7) Nas horas de crise e angústias, duas coisas são essenciais para nossa vida. A primeira é significado; a segunda, consolo.

No significado, somos visitados com a compreensão de que o valor da vida transcende as tragédias humanas. Diante dos absurdos, da ilogicidade, dos desencontros que nos esmurram existencialmente, conseguimos encontrar algo Superior, que nos faz ver a vida além dos fatos. É assim que o profeta Jeremias lida com seus questionamentos diante da invasão inimiga sobre Jerusalém e o massacre desumano que ele presenciou: “Quero trazer “a memória, o que me pode dar esperança...”  O profeta precisava de algo a-temporalultracircunstancial, que desse sentido ‘a vida.

Mas mesmo tendo razões, que a própria razão desconhece, precisamos do conforto e da assistência de Deus. Precisamos ser visitados por uma graça confortadora e transcendental. É isto que o Espírito Santo faz. Ele é o Consolador “...que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia”. (2 Co 1.4). Na dor, na solidão, nos temores, na temida hora do luto, o Espírito de Deus suavemente nos visita trazendo serenidade e paz no meio do pavor e da ameaça.

O Deus das Escrituras Sagradas traz conforto. O Espírito Santo é o nosso consolador. Que maravilhosa benção.


 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Não se afaste da igreja!

 



Vivemos um tempo no qual muitas pessoas afirmam: “creio na igreja invisível, universal”, mas não creio na igreja local, tangível e presencial, por isto não me envolvo com nenhuma comunidade”. Embora este argumento pareça intelectualmente interessante, ele é biblicamente inconsistente.

Seguem ai sete razões para você não se distanciar da igreja:

1. Este pensamento é contrário à Palavra de Deus. “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia.” (Hb 10.25). Não fazer parte de uma comunidade, é a negação de um princípio essencial da fé cristã. 

2. Quando nos convertemos, somos inseridos no corpo místico de Cristo e numa comunidade visível.Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito.” (1 Co 12.12-13)

3. Nunca vi uma pessoa cheia do



Espírito Santo, comprometida com o reino de Deus, fora da igreja, desvinculado de uma comunidade.

4. Todos os grandes movimentos missionários e sociais da igreja cristã, que surgiram na história, influenciaram gerações e abençoaram vidas, vieram de pessoas envolvidas com sus igrejas e foram sustentadas por aqueles que tinham compromisso com sua igreja local.

5. A Bíblia afirma que “somos família de Deus”, “povo de Deus” e não “indivíduos” de Deus. O chamado é para o envolvimento comunitário. 

6. Porque quem idealizou igreja e a criou foi o próprio Senhor Jesus. “Eu edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Jesus a edifica, e Jesus a protege. Ele tem compromisso com o seu povo.

7. Você não pode participar dos sacramentos: batismo e Santa Ceia, se não entender a dimensão de um povo histórico, local e concreto, pois “quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si” (1 Co 11.29).


sábado, 28 de agosto de 2021

Ainda não chegou o tempo

 



"Assim diz o Senhor dos Exércitos: Este povo afirma: ‘Ainda não chegou o tempo de reconstruir a casa do Senhor’ ".(Ag 1.2)


A falta de fé e esperança são fatores comuns para a restauração de áreas de nossa vida que precisam ser reparadas. Estes dois elementos estavam impedindo o povo de começar imediatamente a reconstrução do templo.


Provavelmente olhassem para os monturos e escombros e ficassem perguntando: Será que temos condições de reerguer muros e portas? Temos os recursos necessários? A obra parecia tão grande e eles tão poucos em número, se sentiam tão pequenos. Isto retirava de seus corações qualquer possibilidade de esperança de que algo pudesse ser feito.


Não é exatamente assim que fazemos? Muitas vezes há tanta coisa para reconstruir: memórias, afetos, relacionamentos, negócios, casamento, retorno à comunhão com a igreja, mas vamos olhando as dificuldades e continuamos dizendo: “‘Ainda não chegou o tempo”. A Bíblia diz que “Quem observa o vento não plantará; e quem olha para as nuvens não colherá.” (Ec 11.4). 


O tempo já chegou. Na verdade, naqueles dias em Jerusalém, as pessoas tinham recursos. Estavam construindo casas luxuosas para si e se esquecendo das coisas de Deus, daquilo que era essencial. Muitas vezes investimos demais em nossos sonhos, entretenimentos, mas pouco na obra e no reino de Deus. 


O que você precisa fazer para restaurar sua história? Por que você tem procrastinado? Não continue dizendo, “ainda não chegou o tempo”. O tempo chegou. Não deixe para começar a fazer aquilo que é necessário, por insegurança, medo ou apatia. Esta é a hora.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

68 ANOS Igreja Presbiteriana de Anápolis

 



 

O grande desafio de toda igreja estabilizada e solidificada é manter sua identidade e missão em perspectiva. 80% das igrejas históricas no Brasil encontram-se no plateau ou no declínio, isto porque com o passar do tempo, com as estruturas solidificadas, é fácil sofrer certa acomodação e perder a agressividade evangelística e missionária. O peso da história e da tradição também podem ser fatores negativos, quando a igreja olha mais para seu passado que para o futuro. Tende a tornar-se um monumento ao invés de um movimento.

 

Estamos completando 68 anos com alguns elementos importantes da renovação contínua que uma igreja precisa:


A.     Uma liderança renovada. Deus tem sempre nos dado novos líderes, que atualizam a dinâmica da igreja e desafiam os novos desafios históricos que sempre temos que enfrentar.


B.     Novas conversões. Temos visto o evangelho chegando à vida de muitas pessoas que ouvem o evangelho através das pregações, ações ministeriais e pequenos grupos da igreja. Desde 2003, excetuando o ano de 2020 que sofreu os graves efeitos da pandemia, nunca tivemos menos de 60 novos membros sendo recebidos na comunidade.


C.     Ações missionárias. Atualmente apoiamos 23 projetos missionários (sendo que a grande maioria ligados à APMT, Agência Presbiteriana), ao redor do mundo.


D.    Novas Igrejas. Estamos plantando duas novas igrejas diretamente, e ainda apoiamos quatro diferentes projetos, três deles em Goiás, e 1 deles em São Luiz-MA.


E.     Uma liderança comprometida. Nenhuma igreja vai além de sua liderança. Se os presbíteros, diáconos, líderes de pequenos grupos e professores da EBD não possuem compromisso com seu tempo, talento e dinheiro para o projeto local, não podemos esperar isto da comunidade.


Apesar de todos estes fatores que podemos chamar de objetivos, entendemos que nada disto é possível sem a graça de Jesus sobre nós, e o mover do Espírito Santo. Afinal, “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”. A obra é do Senhor. É Ele quem faz. Somos apenas instrumentos.

 


 

sábado, 3 de julho de 2021

Sem vida por dentro



 

Ganhamos uma linda violenta roxa de presente. Ela chegou em casa viçosa e exuberante. Aos poucos, perdeu naturalmente sua beleza e as flores caíram, mas com os cuidados necessários retomou seu ciclo de folhagens e novas flores foram surgindo. Mas ela é exigente! Ela precisa ser regada constantemente, porque se faltar água, murcha rapidamente.

 

Ao ler o Sl 35.12 vi uma declaração do salmista que me levou imediatamente a fazer um paralelo. Ao ser ameaçado e acusado pelos inimigos, ele afirma que ficou “sem vida por dentro” (tradução A Mensagem. Eugene Peterson). A outra versão bíblica afirma: “Isto é desolação para a minha alma” (RA). Não só a planta pode perder seu vigor, mas nossa alma facilmente perde a vida e a alegria.

 

Quantas pessoas encontram-se “sem vida por dentro”?  Falta o necessário para dar sentido e propósito. Falta “entusiasmo”. Palavra sugestiva, já que vem de dois termos gregos: (en + Theos), isto é “em Deus”.

 

O próprio salmista, porém, sabe onde encontrar este vigor. No mesmo texto ele diz: “...E minha alma se regozijará no Senhor, e se deleitará na sua salvação” (Sl 35.9). Ele sabe que Deus pode trazer deleite e regozijo para sua alma. Deus é a fonte restauradora. Assim como o salmista, mesmo aprisionado Paulo afirmou: “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo, alegrai-vos!” É necessário celebrar, mas a fonte da vida e vigor devem ser encontradas em Deus. Principalmente quando não conseguimos encontrar alegria externamente, e ainda por cima, quando entendemos que não temos capacidade em nós mesmos de nos revigorarmos. Precisamos da vida que vem de Deus. Só ele pode nos renovar de dentro para fora!

 

Rev. Samuel Vieira

domingo, 20 de junho de 2021

Meu tempo é curto!

 


 

Esta é a declaração de Jó ao enfrentar os seus dias de dor e desesperança. Outra versão Bíblica do mesmo texto afirma: “Os meus dias foram maus velozes do que um corredor; fugiram e não viram a felicidade” (Jó 9.25).

 

A Bíblia usa várias metáforas sobre a brevidade da vida.

§  A vida é como um breve pensamento...

§  A vida é como um conto ligeiro...

§  A vida é como a erva: de madrugada viceja e floresce, à tarde murcha e seca.

 

Uma música brasileira faz o seguinte comentário: “A vida é tão rara!”

 

A perda de tantas pessoas queridas durante esta pandemia nos tornou inseguros e angustiados. A morte se tornou uma ameaça muito real. Podíamos contrair o vírus na segunda e ser sepultado no sábado. Assustador.

 

Compreender a brevidade da vida nos assusta mas pode nos tornar sábios. A transitoriedade nos ajuda a não ficarmos apegados às coisas terrenas, a estabelecer prioridades e valores. Nos leva a ponderar sobre “o que conta no final das contas”. Considerar aquilo que realmente importa.

 

Jesus foi muito direto ao falar da nossa tolice em se preocupar tanto com esta vida: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?

Os barulhos da alma

 


 

Um dos grandes desafios da vida de oração é a dificuldade de concentração. Quando começamos a orar, nossa mente facilmente traz à tona uma quantidade imensa de coisas para fazer, contas para pagar, agendas, preocupações diárias, inquietações, e entre todas estas, Jesus falou dos “cuidados da vida e a fascinação da riqueza”. Isto tudo nos priva de foco e concentração. São os barulhos da alma...

 

O Salmista declara:

“Senhor, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar;

não ando a procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim.

Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma;

Como a criança desmamada se aquieta nos bracos de sua mãe,

Como essa criança é a minha alma para comigo” (Sl 131.-12)

 

Eis o grande desafio: fazer calar e sossegar a inquieta alma, criar filtros que impeçam que os barulhos externos ou internos, nos prive da alegria, do descanso, dos preciosos momentos que precisamos ter na presença de Jesus. Infelizmente a sensação que tenho não é de que minha alma consegue sossegar como a criança no colo da mãe, pelo contrário, parece que esta criança está com seus dois anos, inquieta, com seu olhar curioso, movendo-se e querendo ver e tocar todas as coisas, correndo incansavelmente de um lado para o outro.

 

Aquieta minha alma! Sossega! Descansa! Deixe os barulhos longe e silencie-se diante do mistério e da beleza do Eterno.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Como devemos adorar?



 

Em dias de pós-verdade, não-verdade, meias-verdades, relativização da verdade, podemos erroneamente acreditar que a verdade não é objetiva, isto é, ela depende da interpretação de cada um; que ela é relativa: depende da narrativa que se constrói; e que ela é plural, cada um adota a verdade que quer.

 

Isto tem profunda implicação na nossa adoração.

De repente, podemos erroneamente acreditar que devemos adorar a Deus do jeito que acharmos certo. É o discipulado no qual o discípulo estabelece as condições. Não é Jesus quem determina! É o suposto adorador. Desta forma, podemos adorar a Deus do jeito que quisermos, do jeito que for mais conveniente, e do jeito que acharmos que é correto.

 

Mas as regras da adoração na Bíblia são bem claras. Deus é quem estabelece a forma como ele quer ser adorado. Caim ofereceu sua oferta ao Senhor, mas Deus não a recebeu. Nadabe e Abiú levaram uma adoração e Deus os rejeitou. Uzá morreu ao tocar na arca, pois o fez de uma forma que desagradou ao Senhor. Saul trouxe oferendas da forma que entendeu que era certo, mas Deus não as aceitou.

 

Amós, afirma: “Aborreço, desprezo as vossas festas e com as vossas assembleias solenes não tenho nenhum prazer.” (Am 5.21). Isaias: “Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios?” (Is 1.12). Deus não aceita nossa adoração da maneira que quisermos ou do jeito que acharmos mais correto. Devemos adorar a Deus, como Deus exige que o adoremos. Moisés entendeu bem esta questão: “ofereceremos sacrifícios ao Senhor, nosso Deus, como ele nos disser.” (Ex 8.27)

 

Não determinamos como Deus deve ser adorado. Ele determina. Adoração, portanto, não deve ser de qualquer jeito, mas do jeito que o Deus santo determina.

Bíblias esquecidas no templo



 

É sempre um desafio fazer retornar bíblias que as pessoas esquecem no templo. Muitas delas não possuem uma identificação, algumas são de visitantes com nomes desconhecidos, e costumeiramente temos uma caixa de bíblias para serem devolvidas e que nunca retornam às mãos dos seus donos.

 

Entretanto, nos dias do Rei Josias, um rei piedoso e temente a Deus, quando foram fazer reforma no Templo de Jerusalém, encontraram em meio aos escombros, um pergaminho que continha toda a Lei de Moisés. Aparentemente estas cópias feitas à mão eram muito raras, de maneira que quando o rei teve acesso a ela, pediu para que alguém a lesse, e o impacto em sua vida e no seu reinado foi estrondoso, desencadeando uma das maiores reformar espirituais registradas na Bíblia.

 

Como aquele material tão valioso e sagrado foi esquecido, perdido e abandonado no templo, nós não sabemos, mas é bom lembrar que há outras formas de se esquecer a Bíblia. Uma delas, é não considerando a sua relevância.

 

Muitos dos que esquecem a Bíblia na igreja atualmente, possuem outras cópias em casa. Mas o fato de termos o Livro Sagrado em nossas casas, não significa que temos acesso a ele. Quantos passam dias, talvez anos, sem abrir a Bíblia devocionalmente em sua casa, para saber a vontade de Deus para suas vidas?

 

Por outro lado, a Bíblia pode ser esquecida também, quando os pregadores que deveriam anunciar “todo o desígnio de Deus”, revelado nas Escrituras, anunciam apenas os textos preferenciais. Ao agir assim, se esquecem da Bíblia. Uma das marcas dos avivamentos genuínos na história tem sido a redescoberta das doutrinas fundamentais do Evangelho. Portanto, não deixem sua bíblia no templo, não esqueçam sua bíblia num canto de sua casa, nem deixem de anunciar suas verdades essenciais. Não esqueça a Bíblia!

 

A Generosa Bondade de Deus



 

Você já parou para refletir quão grande é a bondade de Deus para com sua vida? Este atributo de Deus é maravilhoso. Como ele tem sido generoso e abundante no seu cuidado para conosco... Deus é bom. Em todo tempo ele é bom!


Olhe ao seu redor: quanta riqueza de flores, frutos, a exuberância da natureza, a diversidade dos animais e insetos. Como Deus é criativo! Olhe para sua vida: Deus tem sempre cuidado de você, mesmo quando você não estava consciente disto e mesmo quando você mesmo não crê que alguma solução pode ser encontrada.


Deus nunca deixa de nos dar o necessário afinal, “Deus há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma das nossas necessidades”. E Deus vai além, dando-nos até mesmo aquilo que transcende o que é básico: “Agrada-te do Senhor e ele satisfará os desejos do seu coração”. Deus é abundante na sua generosidade.


A Bíblia não cansa de exaltar a bondade de Deus.


“Nunca deixaste de enviar o maná, e deste a eles água em abundância.

Sustentaste o povo quarenta anos no deserto, e eles tinham tudo que precisavam.

Suas vestes não envelheceram, e seus pés nunca ficaram inchados” (Ne 9.20,21).

...Eles conquistaram fortalezas e lavouras produtivas.

Possuíam casas cheias de bens, cisternas, vinhas, olivais, pomares com muitas árvores. Comeram e se fartaram do melhor da terra. Deleitaram-se em sua grande bondade...desfrutaram da tua generosa bondade vivendo na terra fértil e espaçosa, que estendeste diante deles” (Ne 9.29-30)


Perceber a generosa bondade de Deus torna nossa vida mais leve, com menos preocupação e insegurança. Nos faz também ter mais disposição em adorá-lo e servi-lo voluntariamente. Desperta em nós gratidão, gera contentamento e alegria.


Nunca deixe de refletir e considerar, continuamente, sua bondade. Esta é a inspiração e motivação do coração para adorar a Deus.

Construindo história



 

Na cultura judaico-cristã, Deus é o Senhor da história. Ele não apenas age na história, em eventos isolados e casuais, mas conduz a história para um propósito e direção previamente determinados por Ele, como Paulo afirmou: “Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”. Portanto, tudo o que existe, tem a ver com a sabedoria e projeto de um Deus Todo-poderoso, que faz todas as coisas segundo a sua soberana vontade.

 

Apesar de tudo isto, Deus nos chama para sermos agentes da história. Ele é Senhor, mas usa seus instrumentos para que a história possa se tornar concreta. Desta forma Deus inclina o coração dos homens para que sua vontade possa ser executada, e, tendo consciência ou não desta realidade, os homens fazem aquilo que Deus lhes ordena fazer.

 

Hoje estamos vivendo um daqueles momentos singulares na história da Igreja Central de Anápolis. Pela primeira vez nos reuniremos nas dependências definitivas do templo da Mosaico, uma de nossas extensões que podemos chamar de “campus”. Nesta propriedade que nos foi doada graciosamente, um novo templo foi erguido nesta cidade, onde muitas vidas, no decorrer da história, ouvirão a Palavra de Deus, louvores serão tributados ao Deus Trino, crianças aprenderão de Deus, e orações serão feitas ao Deus de toda glória.

 

Hoje, portanto, estamos construindo história. Ou parafraseando Frei Carlos Mesters, “a história de Deus se insere na história dos homens”. Certamente nos sentimos muito felizes em estar fazendo algo, que temos convicção que glorifica nosso grande e soberano Deus, Senhor da história.

Interpretando a história com os olhos de Cristo



 

O apóstolo João foi enviado como prisioneiro político para Patmos, onde fazia  trabalho escravo e a esperança parecia ter chegado ao fim. Idoso, distanciado das pessoas que amava, enfrentando seu isolamento social, ele precisava discernir alguma coisa que estivesse na “meta-história”, isto é, para além dos eventos políticos e humanos, algo que pudesse lhe trazer esperança.

 

Sua primeira visão em Apocalipse 1 foi a de Jesus que assim se apresenta: “Não temas: eu sou o primeiro e o último e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno”. “Não temas!”. Jesus lhe encoraja para que não se tornasse refém do medo das circunstâncias. Em seguida, Jesus fala de suas credenciais. Quem é Jesus?

 

No capítulo 4 está escrito: “Depois destas coisas, olhei e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado.” (Ap 4.1,2). Qual a visão de João? Alguém está assentado no trono. O trono não está vazio. Não está vago, esperando alguém para se assentar nele. O trono tem dono, tem quem o governe. As coisas não estão fora do controle de Deus.

 

O trono é o verdadeiro centro do universo. Não é um centro geográfico, geocêntrico ou, mas espiritual. Aqui vemos também a verdadeira filosofia da história. Os jornais, a mídia e as revistas, nos relatam os fatos, mas tais fatos tratam apenas de realidades secundárias. A causa suprema de todas as coisas, a verdadeira mente, o porque procede do trono pode dizer. Nada está excluído de sua vontade. O trono é o centro de tudo! 

 

Desta forma – e apenas assim – somos capazes de interpretar a história com os olhos de Cristo. Você tem conseguido ver a história na perspectiva do governo de Deus, ou ainda a contempla como uma mera sucessão de desencontros, acasos ou coincidências?

Falsos deuses

 


 

Tim Keller afirma que “o coração do homem é uma fábrica de ídolos.” Se quisermos saber se estamos colocando nossa confiança e esperança em falsos deuses, faça quatro perguntas essenciais ao seu coração.

 

ü  Em quem confio mais que a Deus?

ü  O que eu amo mais que a Deus?

ü  O que eu temo mais que a Deus?

ü  O que eu desejo mais que a Deus?

 

Então, o que é um ídolo? Um ídolo é qualquer coisa que cremos ser necessário, além de Jesus, para nos fazer feliz, satisfeitos ou plenos. Um ídolo surge quando desejamos alguma coisa além de Jesus. Quando tememos coisas mais que a Deus, quando adoramos a nós mesmos ao invés de Cristo, quando colocamos a nossa confiança em alguma coisa além de Jesus; quando servimos alguma outra coisa além de Jesus.

 

A diferença entre confiar em ídolos e confiar em Jesus, é a mesma entre beber água salgada e água fresca. Duas coisas acontecem quando você bebe água do mar: você fica com mais sede e começa a enlouquecer. Idolatria é como beber água do mar. Sua visão da realidade torna-se embotada. Coisas que pareciam tão erradas no passado tornam-se aceitáveis agora, mas mesmo assim, você não está satisfeito. Um deus falso é apenas um deus falso. Ele mente. Promete vida mas traz morte (1 Sm 12.20-21; Jonas 2.8). Somente o Deus vivo pode nos abençoar e nos encher com vida. Somente Jesus é a água da vida, água fresca que sacia a nossa sede.

Não dê a sua honra a outro



 

John E. Haggai afirma que: “Se você perder tudo, mas mantiver sua integridade, tudo por ser novamente recuperado”.  A Bíblia afirma que “mais vale o bom nome que as muitas riquezas”.

 

O Livro de Provérbios ensina que não podemos dar nossa honra a outros. Reputação leva anos para ser construído, mas pode ser jogado na lama por um único incidente. Muitos homens se tornaram censuráveis por causa de seus delitos. Deram sua honra aos outros. Deram motivos para que seu nome virasse um lixo. Tornaram-se vítimas de si mesmos e os outros passaram a ter o controle de suas vidas, porque se comprometeram com seus atos e palavras.

 

Dar a honra aos outros significa não ter mais controle da sua própria história. Você está na boca dos outros. O outro tem informações a seu respeito que podem te afrontar e até mesmo te destruir, através de chantagens e ameaças.

 

É desastroso ficar na mão de outros. Muitas pessoas já se tornaram reféns, sofreram extorsões e ameaças. O titulo deste artigo foi extraído de Provérbios 5.9, no contexto de adultério. Refere-se ao homem que comete adultério e perde publicamente sua moral. Talvez Salomão estivesse se lembrando de seu pai e sua mãe, que foram o pivô de um grande escândalo moral em Israel. Por isto o texto afirma: “Não dês a outrem a tua honra, nem os teus anos a cruéis”.

 

Sem autoridade moral, ou com medo de ser surpreendido a qualquer hora, a vida se torna uma constante ameaça e sobressalto. A culpa, o segredo, o risco tornam-se um peso. Sua vida e seu direito não mais lhe pertencem, mas estão nas mãos dos outros.

 

A resposta bíblica para tal situação é a confissão. Para não ficarmos nãos mãos de alguém, precisamos ir para o Senhor. “O que confessa e deixa alcança misericórdia”. A confissão retira o poder maligno do pecado oculto que adoece e se torna instrumento do diabo para nos acusar. A confissão é dolorida, pesada, mas libertadora diante dos homens, mas o mais importante, ela nos torna libertos diante de Deus.   

Um dia...o rei orou ao Senhor









 

O povo de Deus já se estava escravizado por muitos anos pelo exército inimigo. Foram longos e árduos dias de opressão, impotência, humilhação e pesados impostos. Até que, “o rei Jeoacaz se lembrou do Senhor e fez súplicas diante de Deus, e o Senhor o ouviu.” (2 Rs 13.4)

 

Ao ler este texto fiquei refletindo sobre a oração. Duas ideias vieram à minha mente:

 

Primeira, durante todos estes anos de opressão o rei não orou? Será que ele não considerou a “possibilidade” de que Deus o pudesse ouvir? Será que não tinha fé suficiente para orar, ou sua atitude de independência espiritual era assim tão autossuficiente que ele era capaz de viver de modo independente e autônomo, sem depender de Deus?

 

Neste caso, fiquei considerando se não fazemos a mesma coisa diante da vida e da tribulação. Enfrentamos o medo, a angústia, o desemparo e a doença, mas ainda assim não nos aproximamos de Senhor. Por que demoramos tanto em buscar, nos aproximar de Deus, mesmo quando as coisas estão tão difíceis?

 

A segunda, é que ele orava, mas sua oração não era com a intensidade necessária.  Neste relato, a Bíblia diz que ele “fez súplicas diante de Deus, e o Senhor o ouviu”. Súplica é diferente de oração. Súplica é a oração que sai com lágrimas, vem do íntimo, é profunda e dramática. Quando Tiago relata a oração de Elias, ele afirma que Elias era um homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e “orou com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu”. (Tg 5.17). A NVI afirma que “Ele orou fervorosamente”.

 

Esta é a diferença, muitas vezes não oramos com a intensidade necessária, com o fervor necessário. E muitas vezes, sequer oramos... mesmo diante de grandes aflições...

Só conversa fiada!

 


 

Esta foi a tradução de Eugene Peterson sobre o encontro de Jeú, que se tornaria rei em Israel, com o jovem profeta enviado por Deus, para ungi-lo rei. Jeú era um comandante, e seus companheiros homens treinados para serem durões e guerreiros, e coisas espirituais não faziam muito sentido no ambiente de violência e morte com o qual se deparavam constantemente.

 

Quando aquele jovem profeta chegou para trazer a notícia, seus companheiros se entreolharam fazendo piadas em forma de desprezo e ironia, e disseram: “O que aquele maluco queria com você?”. E Jeú respondeu: “Vocês conhecem bem este tipo de gente. Só conversa fiada!” (2 Rs 9.11)

 

Não. Neste caso não era! Tratava-se de uma mensagem dada por Deus e que se cumpriu na sua totalidade. Era o próprio Deus se pronunciando. Não era conversa fiada.

 

Muitas vezes damos ouvidos a conversa fiada. Nos preocupamos e ficamos ansiosos com comentários que ouvimos, mas que são palavras de vento, falatórios inúteis, fábulas de velhinhas malucas, mas que ainda assim parecem fazer sentido. Outras vezes, entretanto, quando ouvimos a Palavra de Deus, nossa reação se parece a de Jeú. Achamos que se trata de conversa fiada!

 

Aquilo que sai da boca de Deus não é conversa fiada. Os homens fazem julgamentos errados e ponderações equivocadas. Mas a palavra de Deus é viva e eficaz. “Assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.” (Is 55.11)

 

sábado, 8 de maio de 2021

Discipulado Barato



Quem cunhou a expressão “Discipulado Barato”, foi um dos mártires mais conhecidos do cristianismo no Séc. XX: Dietrich Bonhoeffer. Sendo um pastor, discordou veemente da política nazista da supremacia ariana e da perseguição cruel movida contra os judeus e grupos de oposição. Foi preso e condenado à morte sendo executado a tiros uma semana antes da queda do Terceiro Reich. 

Para ele, “discipulado barato” é a fé sem compromisso. A fé que considera a graça de Deus uma graça barata, que não valoriza as coisas espirituais e não se compromete com o reino de Deus. 

Por vaidade, Davi ordenou um recenseamento em Israel. A Versão contemporânea “A mensagem” (Eugene Peterson), dá a entender que o problema de Davi foi colocar sua confiança nos números, e não em Deus (2 Sm 24.10). Isto trouxe graves consequências para Israel, e o profeta ordena a Davi que faça um sacrifício numa região fora de Jerusalém. Quando ele chega àquele lugar e diz ao proprietário que precisava fazer um sacrifício, este ofereceu seus animais para a oferta do rei, mas Davi respondeu: “Não oferecerei ao Senhor, sacrifício que não me custe nada” (2 Sm 24.24).

Esta é uma questão essencial na fé cristã. Quanto você sacrifica por suas convicções? Você entende que seguir a Cristo tem um custo apesar da salvação ser através da graça? Você tem disponibilizado sacrificialmente seus bens e seu tempo para adoração? 

Não há adoração que não tenha um preço. Fé que não exige nada não vale nada! É “discipulado barato”. O descompromisso com o reino de Deus exige doação, entrega, compromisso. Compromisso com Deus exige muitas vezes até mesmo o martírio. Você entende isto?

O Século da Ansiedade



Na década de 70, um conhecido e popular psicólogo, Rollo May, fez a afirmação de que o Século XX era o século da Ansiedade. Certamente foi o que ele diagnosticou ao observar tantos pacientes com grandes dificuldades para lidar com as questões da insegurança quanto ao futuro: O que acontecerá comigo? Com meus filhos? Com as finanças, com o futuro, com a velhice... e a morte? 

Na verdade, ansiedade é uma pré-ocupação. Ela nos leva a ser consumido por algo que ainda não aconteceu, e eventualmente pode nem acontecer. 80% dos temores que hoje nos afligem, não terão nenhuma consequência. Gostei de uma recente afirmação que ouvi: “Depressão é excesso de passado. Estresse, excesso de presente e ansiedade, excesso de futuro”.   

A Bíblia nos dá uma receita simples para vencer a ansiedade: “Não andeis ansiosos por coisa alguma, em tudo, porém, sejam conhecidas de Deus as vossas petições e súplicas”. A fórmula é: transforme sua ansiedade em oração! Quando fazemos assim, deixamos de ter os problemas nas nossas mãos e os colocamos nas mãos de Deus. Afinal, só ele tem o controle da história.

Paul Meyer, faz três perguntas que nos ajuda quando lidamos com ansiedade:

1. Todos os dados estão sobre a mesa? Isto é, eu tenho todas as informações que preciso para lidar com este assunto?

2. Eu realmente quero me preocupar com isto? Este é o tema que deixarei dominar minha mente?

3. A minha ansiedade é bíblica e aceitável? Deus me autoriza a ficar ansioso?


Ele afirma que, mesmo quando passamos pelas duas perguntas essenciais, não conseguimos passar na terceira.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Nova esperança



Um dos textos mais curiosos e surpreendentes das Escrituras Sagradas encontra-se em 1 Sm 2.8: “Deus anima os esgotados com nova esperança” (Versão A Mensagem- Eugene Peterson). A versão Revista e Atualizada traduz assim: “Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado”. 


Parei para refletir sobre a expressão “nova esperança”. Muitas vezes a esperança que carregamos é uma esperança velha, desgastada com o tempo, que perdeu sua capacidade de se renovar e atualizar em nosso coração. Alimentamos velhas esperanças que não correspondem aos novos desafios que enfrentamos. 


Há uma esperança que é sempre renovada. A esperança da glória eterna prometida por Cristo Jesus. Esta velha esperança sustentou gerações, animou mártires, encorajou a igreja perseguida, se revelou eficaz na luta contra o cinismo, a descrença e a dúvida. O apóstolo Pedro chama esta esperança de “viva esperança”, que contrasta com uma esperança morta, sem relevância. Precisamos de uma viva esperança. 


A nova esperança é aquela que é capaz de se atualizar. Não é baseada num Deus de segunda mão, nem se fundamenta na fé de nossos pais e de outras pessoas de fé, mas que é vivida por nós mesmos e se torna nova, porque é resultado de nossa experiência, não do ano passado, mas que se renova hoje, na caminhada de fé, de oração, de vida com Deus. Esta esperança anima os esgotados. Nos dá força para enfrentar as lutas de hoje, nos faz crer num novo amanhã.