sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Olhe para a vida com transcendência

 



O cristão é um cidadão de dois mundos: Um pé na terra e outro na eternidade. Assim viveu Jesus, assim devemos viver. Uma vida de imanência e transcendência. Plenamente consciente de nosso papel na história, mas absolutamente certos da transitoriedade.

Jesus foi encarnado sem perder a dimensão do mistério. Soube viver intensamente sua humanidade, chorar, amar, partilhar, viver e soube morrer. No meio de toda esta experiência profundamente humana afirmou e  ensinou os homens a vivenciarem uma sacralidade encarnada. Recusou as tentações do conforto, as ofertas do poder, experimentou o sentido da saudade, do luto e do amor. Descobriu o sentido da afetividade e da traição. Penetrou nos temores dos seres humanos e experimentou fome e sede. Aprendeu o segredo da oração, soube vivenciar Deus no encontro com homens carregados de sensibilidade para com Deus, e na oposição e confronto tantas vezes de homens que eram incapazes de experimentar Deus apesar de serem supostamente representantes de Deus. Soube experimentar a Deus no silêncio das montanhas e nas noites que passou na presença de Deus. Conseguiu manter uma relação de integração-inclusão de coisas tão distintas como oração e ação. 

Como poucos, Jesus articulou o natural e o espiritual, o humano e o divino. Na espiritualidade cristã, Deus não é alguém longe e distante, mas um ser pessoal; nem é um poder frio e silencioso, mas se relaciona com o ser humano. 

Por isto somos chamados a olhar a vida com transcendência. Quando olhamos a vida, tantas vezes injusta e contraditória, sem olhar para os céus, somos incapazes de manter a esperança. Quando olhamos para a eternidade, somos capazes de ter esperança na história. Quando olhamos para a transcendência, vemos como tudo que vivemos encontra enorme sentido.

Olhe para sua vida com transcendência. 

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