sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O que mais precisamos em 2018?


Nas reflexões desta semana estava considerando as necessidades da igreja que pastoreio em Anápolis. Sei que alguns irmãos lutam com enfermidades, lutos, problemas de família, sobrevivência financeira, tentações, depressões e angústias. No cenário político, 2017 foi um ano de revelações espalhafatosas, de abusos de poder e de recursos públicos, muitas acusações contra grandes líderes, falta de segurança pública, de recursos para educação e saúde. Precisamos de muita coisa. Temos muitas necessidades.

Apesar de todas estas evidências acredito que o grande desafio não é o que acontece ao nosso redor, mas o que tem acontecido dentro de nós. Quando a Igreja Primitiva começou a ser perseguida em Atos 4, a oração dos irmãos não foi para que a oposição diminuísse, mas para que eles estivessem alinhados com o propósito de Deus para aquele momento. “Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda intrepidez a tua palavra” (At 4.29).

Eles oram por fortalecimento interior. Eles pedem poder de Deus para o enfrentamento e desafios que tinham diante de si. Eles não oram para que a tribulação acabe, nem para que a situação mudasse, mas para que tivessem ousadia para se firmarem na palavra e com intrepidez anunciá-la.


Precisamos de poder. Não poder para mandar e dominar. Mas poder para enfrentar desafios, construir o reino de Deus, permanecer forte no dia mau, enfrentar tribulações e tentações, ser santo e íntegro, ter fidelidade e caráter. Precisamos de poder espiritual para glorificarmos a Deus nestes dias. O que mais precisamos não é de algo humano, nem de mais recursos financeiros, mas de graça e poder de Deus. Coragem e ousadia para permanecer firmes. 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Novamente, Ano Novo


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Chegamos a mais um final de ano.

Conseguimos chegar!

Muitos amigos e bravos guerreiros não conseguiram. A contagem regressiva para eles chegou, o cronômetro apontou o fim da linha e o time do tempo ganhou. Estar vivo já é, em si, um milagre.
Este ano pode ter sido bom ou ruim, mas ele passou. A memória seletiva dos eventos poderá nos encorajar ou deprimir. Um fato novo, alvissareiro, positivo e transformador pode ter se transformado em algo que mudou nossa vida para sempre, nos colocou em um novo patamar. Mas um fato negativo e triste, pode também causar em nós um sentimento destrutivo e desanimador. Knot out! Aprender a filtrar sentimentos e memórias é um grande desafio.

É fácil se tornar amargo, pendurado no passado, remoendo as traições, perdas e lutos, e os  prejuízos financeiros, mas é possível também olhar tais experiências como arquivos mentais e considerar que um novo tempo traz em si, novas possibilidades.

Novo Ano, pode ser não apenas uma mudança de calendário, mas de paradigmas. Não apenas uma mudança para uma nova agenda sem nada escrito, mas um tempo de novas oportunidades. Tudo depende de onde colocamos nossos olhos.

Num dia de chuva, o negativista olha para baixo e só vê lama; a pessoa positiva olha para o céu e vê sua amplidão. Onde estamos colocando nossos olhos? Tudo é questão de perspectiva.
   
Num momento de muita tristeza para o povo de Israel, Deus enviou a seguinte mensagem através do profeta Isaias: “Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo” (Is 43.18-19). No deserto, tudo parece igual. Perdemos a noção de direção, a bússola mental não funciona. No ermo, os rios são sempre um lugar de alivio e descanso. Encontre um rio e você achará vida.


Deus está fazendo coisas novas. “Porventura, não o percebeis?”

domingo, 17 de dezembro de 2017

Pequei, traindo sangue inocente!



A vida de Judas é uma demonstração clara de que podemos ter as melhores oportunidades, frequentar os ambientes mais sagrados, participar dos eventos mais sublimes, e ainda assim, caminhar na direção da auto destruição e morte.

Ele fez parte de um grupo seleto de discípulos de Jesus e chegou a ocupar função proeminente no já seleto grupo dos apóstolos, assumindo a tesouraria, talvez por sua capacidade de administrar melhor os recursos e possuir certo expertise em finanças.

Judas, entretanto, fez escolhas morais e espirituais profundamente danosas. Sendo tesoureiro administrava desonestamente os recursos que não eram dele. Como discípulo, não apenas rejeitou e desprezou tudo o que aprendeu e viu, mas ainda traiu seu amigo e mestre Jesus, por trinta moedas de prata.

Ao perceber seu erro, consumido pela dor e remorso, não procurou aquele que fora diretamente ofendido, mas dirigiu-se aos seus parceiros da iniquidade. Seu lamento foi em vão. Não encontrou solidariedade nem misericórdia da parte deles. Não é assim que se dá na vida real? Quando ouviram sua dor e confissão: “Pequei, traindo sangue inocente!” A resposta dos seus amigos ímpios foi implacável: “Que nos importa, isto é contigo!” em outras palavras: “E dai? Que temos a ver com isto?” Judas sente-se só e sua alma entra no deserto mais profundo associando culpa e rejeição. Joga as moedas no chão e comete suicídio.

Devorado pela culpa e fracasso depois de termos feito decisões morais e espirituais equivocadas, ainda existe outro caminho mais devastador: Esperarmos misericórdia dos amigos da iniquidade.

A Bíblia recomenda outro caminho: “Vinde, pois, e arrazoemos. Pois ainda que nossos pecados estejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão brancos como a neve” (Is 1.18). O apóstolo João também afirma: “O sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 2.1).

Corramos para Aquele que pela sua infinita graça e misericórdia, pode socorrer aos que perderam a razão e a noção da sua própria história. Corramos para Deus em quem encontramos perdão e cura.

O que nossos filhos ouvem dentro de nossa casa?



No livro de Deuteronômio, há uma curiosa exortação ao povo de Deus: “Porém, não quisestes subir, mas fostes rebeldes à ordem do Senhor nosso Deus. Murmurastes nas vossas tendas” (Dt 1.26-27).

A murmuração do povo não se deu publicamente, mas no ambiente doméstico e íntimo da casa. Neste ambiente de privacidade, longe do julgamento social, é que estava o problema. Não era o que acontecia fora, mas o que acontecia dentro. Ali, ao redor da mesa, filhos estavam formando opiniões e estabelecendo valores em relação a deus, e as maquiavélicas murmurações estavam sendo ouvidas por Deus.

Este é um grande problema familiar. Existe o discurso social e político que é a roupagem externa da família, mas qual é o conteúdo da conversa, os comentários e o tom de voz que se emprega dentro de casa? Nossos filhos não se impressionam com as maquiagens que apresentamos externamente, mas formam seu caráter e estabelecem princípios de fé e moral nos diálogos casuais e comentários em família que são feitos dentro do carro, muitas vezes ao sair da igreja ou indo para a igreja.

As conversas em família, não só afetam a forma de pensar e viver dos filhos, mas chegam também aos ouvidos do próprio Deus. O que o povo estava dizendo dentro das tendas nos dias de Moisés? “Tem o Senhor ódio contra nós” (Dt 1.27). Dentro das tendas o que se via não era adoração e gratidão, mas rebeldia, revolta e conspiração contra deus. Os pais construíam uma grave e suspeita contra Deus e sua santidade, e sabemos que nenhum relacionamento se sustenta num ambiente de suspeição. Deus estava sendo acusado e quando desconfiamos de deus, perdemos naturalmente a capacidade de confiar nele.

O termo “fé”, tão empregado na Bíblia, não é apenas uma concordância intelectual sobre a existência de um ser supremo, mas tem o pressuposto de colocar a confiança nele. Fé, portanto, deve ser entendida como confiança. Mas como confiar em Deus se estamos sobrecarregados de suspeita contra ele?

O que conta, não é o que se diz do lado de fora, para que os outros apreciem, ou para causar boa impressão. O que conta é o que se diz e vive dentro das casas, sem nenhuma maquiagem, sem censura externa.

O que nossos filhos estão ouvindo de nós?

O que Deus acha dos comentários que tem sido feitos dentro da nossa “tenda”?

O caminho do Senhor não é reto



Há muitos que dizem: não é reto o que Deus faz!  Se eu fosse Deus faria diferente!
Esta ideia não é resultado da modernidade. O profeta Ezequiel, que viveu cerca de 600 anos a.C., afirma: “os filhos do teu povo dizem: Não é reto o caminho do Senhor; mas o próprio caminho deles é que não é reto” (Ez 33.17). O livro de Provérbios, escrito numa data anterior faz declaração semelhante: “A estultícia do homem perverte o seu caminho, mas é contra o Senhor que seu coração se ira” (Pv 19.3).

Um conhecido e equivocado provérbio popular afirma: “Deus escreve certo por linhas tortas”. Na verdade, Deus escreve certo com roteiro, linhas e propósitos absolutamente inequívocos. Tragédias, lutos, percalços e conflitos não são equívocos de Deus. O profeta Naum afirma que que Deus caminha no meio da tempestade e da tormenta. A grande questão diante do incompreensível e do caos, não deveria ser “porquê”. Esta questão é filosófica e meramente epistemológica, mas deveria ser “para que”. Esta é a pergunta teológica que direciona o coração do homem a render-se ao mistério de um Deus que dirige a história da humanidade com sabedoria e equilíbrio.

Por mais dolorido que seja o momento de nossa história, Deus a está dirigindo para seu propósito supremo, e no final, veremos o todo, não apenas partes, desta complexa realidade que hoje vivemos, onde habita o pecado, na natureza caída por causa da rebeldia humana. Deus está conduzindo sabiamente a história até que se estabeleça novos céus e nova terra.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Chamado simples, resposta complexa



O chamado de Jesus a Tiago e João é simples e direto: “vinde a mim e eu vos farei pescadores de homens”, mas a resposta a este convite não é algo tão fácil, antes é complexa e com grandes implicações.

Estes irmãos precisam considerar duas grandes perdas: Possuíam uma família e precisavam deixar o ambiente caseiro para se aventurar com aquele que até então era uma espécie de “profeta em análise”, eles não tinham pleno conhecimento de quem ele era, de sua identidade e missão. Em segundo lugar, precisavam abandonar a empresa. Não seria possível exercer a profissão já que precisavam de uma base onde deixar o barco, não seria possível fazer “home office”.

O chamado era simples, a resposta complexa.


Não é assim ainda hoje? O chamado de Jesus continua sendo o mesmo nas suas consequências. Um chamado para segui-lo: “vinde após mim”, e para uma missão: “pescadores de homens”. Precisamos avaliar o custo. Abandonar nossa segurança sempre relacionada a pessoas e trabalho, sustento e auto manutenção e descansar na sua provisão. Este ainda é o grande desafio do homem moderno, em busca de conforto e de uma zona segura.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Talvez!

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Na experiência diária, procuramos certezas que nem sempre são encontradas. Em determinadas situações, muitas vezes o vocábulo “talvez” poderia ser mais adequado, ainda que nem sempre desejado. Nem sempre ele é sinal de falta de fé e dependência de Deus. Mesmo na Bíblia ele é usado em alguns casos e pode significar humildade, submissão e dependência de Deus.

Veja alguns exemplos de “talvez”, empregados na Bíblia:

Daniel afirmou a Nabucodonozor, o arrogante rei da Babilônia: “Renuncia a teus pecados... e à tua maldade. Talvez, continues a viver a viver em paz” (Dn 4.27); Amós interpelou o povo de Israel: “Odeiem o mal e amem o bem e ponham isso em prática, à vista de todos. Talvez o Eterno, o Senhor dos Exércitos, olhe para esse remanescente e tenha misericórdia” (Am 5.15); Sofonias advertiu: “Busquem as estradas retas do Eterno. Busquem uma vida pacífica e disciplinada. Talvez assim sejam poupados no dia da ira do Eterno” (Sf 2.3); o assustado capitão do navio em que Jonas estava afirmou: “Levante-se e clame ao seu deus! Talvez ele veja que estamos em apuros e nos salve! (A mensagem – Jn 1.6); Pedro advertiu Simão, o mágico: “Arrependa-se de sua maldade e ore ao Senhor. Talvez ele lhe perdoe tal pensamento do seu coração”.


O talvez não deve ser empregado, quando se trata da santidade e temor a Deus. Em matéria de eternidade, não podemos ser dúbios e incertos. Não dá para ficarmos oscilando entre dois pensamentos, se seguiremos a Deus ou a Baal, ou se postergaremos a nossa decisão de sermos servos e discípulos de Cristo. Nestes casos, o talvez faz diferença para pior. A não decisão é a decisão de não decidir. O talvez se torna mortal, quando isto se dá!

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Eu decidi!!!


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Todo processo de decisão é angustiante porque envolve riscos. Ao decidir por um caminho, você deliberadamente descarta o outro, estando consciente ou não deste fato. Algumas decisões apesar de doloridas e com grandes perdas são profundamente necessárias. A decisão de hoje determina o amanhã, como Jean P. Sartre afirmou: “Eu sou a minha decisão”. Podemos escolher a rota que vamos caminhar, mas ao fazer isto, estamos assumindo todos os percalços desta estrada. As consequências das decisões determinam onde estaremos, com quem estaremos, e o que seremos no futuro.

Por causa disto, muitos preferem fazer a opção aparentemente mais simples que é a de não decidir, esquecendo-se que não decisão é também uma decisão: a decisão da não decisão. Neste caso, a situação pode ficar ainda mais obscura e complexa, porque deixamos pessoas e circunstâncias determinarem para onde iremos. Abrimos mão de sermos senhores do nosso destino.

De todas as decisões, a maior, porém, é espiritual. Por isto Josué diz ao povo de Israel: “Escolhei hoje a quem sirvais. Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. O profeta Elias, vendo a dubiedade do povo de Israel exorta nestes termos: “Até quando oscilareis entre dois pensamentos? Se Deus é Senhor, servi-o; se Baal é Deus, servi-o”. A primeira mensagem de Jesus foi “Arrependei-vos e crede no Evangelho”. Arrepender é mudar de vida, é tomar outra direção, andar por um caminho diferente. Crer no Evangelho é depositar sua confiança na obra de Cristo para sua salvação.

A decisão espiritual é a maior, por causa de suas eternas implicações. Jesus afirmou: “Quem crê não é condenado, quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Unigênito Filho de Deus”.


Você já chegou a um momento de sua história em que você pode afirmar: “Eu decidi!!!”

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

REFORMA PROTESTANTE: 500 ANOS


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O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica e o obscurantismo medieval que marcou a Igreja da Idade Média. No dia 31 de Outubro de 1517, de forma ousada, afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam pontos da doutrina, condenava a venda de indulgências, acentuava a Soberania de Deus, preconizava um retorno às Escrituras mostrando que a regra de conduta do cristão está na suficiente revelação de Deus em Cristo e nas Escrituras sagradas do Antigo e do Novo Testamento, condenou o culto à imagens e revogou o celibato. 

No dia 31 de Outubro deste ano, celebramos os 500 anos da Reforma. Por que precisamos celebrar a Reforma Protestante?

Primeiramente, para resgatar a história – O povo que não tem memória é um povo ignorante. A história cria o link com uma identidade e uma causa. Quando falamos da reforma protestante do sec. XVI, estamos nos lembrando de um mover de Deus que mudou para sempre a cultura ocidental.
Em segundo lugar, resgatar a memória também nos ajuda a articular gestos futuros, desenhar novos projetos. A visão da Reforma pode ser sintetizada na clássica expressão: “Eclesia reformata, semper reformanda”. Quando se fala da história, cria-se o fundamento para novas projeções sobre o futuro. O maior erro que uma igreja pode cometer é o de não entender que necessita de reforma” (Jorge César Mota).

Em terceiro lugar, resgatar a memória nos ajuda a responder à questão: O que a Reforma nos ensina? Existem verdades que foram resgatadas nos dias de Lutero e Calvino, que nunca mais podem ser esquecidas, sob pena de novas corrupções surgirem. Os princípios da Sola Gratia, Sola fide, Sola Scriptura, Sola Christus e Soli Deo Glori são os fundamentos dos herdeiros da Reforma no Século XXI e assim devem ser mantidos.

Não de Obras!

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A ideia de que o homem precisa fazer alguma coisa para ser salvo, está arraigada no coração do homem. Por esta razão todas as religiões do mundo concentram suas vidas em torno de obras sociais, morais, espirituais para alcançar o favor de Deus e “ganhar a salvação”. Alguns acreditam que se fizerem sacrifícios para Deus, ele será favorável; outros acham que se forem honestos e íntegros, Deus ficará impressionado com o seu currículo e lhes dará meritoriamente a salvação. Uns acham que se salvam através da boas obras; outros, por meio de peregrinações espirituais; outros ainda, se forem religiosos o bastante, seguindo todos os rituais.

Como este pensamento engana! Se lermos atentamente as Escrituras Sagradas, veremos que a vida eterna é uma dádiva. Jesus ensinou isto, os apóstolos ensinaram isto. O homem nada por fazer para salvar-se. Nas religiões feitas pelos homens, descreve-se sempre o homem buscando a Deus; na Bíblia, vemos um Deus amoroso em busca do homem perdido e distante. Desde o Éden, o homem nada pode fazer para merecer a salvação.

Como bem afirmou Oswald Smith: “Se a moralidade e a justiça humana é suficiente, então Cristo não tinha necessidade de morrer. Pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão (Gal 2.21). Se o homem tem poder de salvar-se, então a morte de Cristo foi a maior atrocidade na história do mundo. Deus deu o seu Filho porque sabia que o homem absolutamente não podia fazer coisa alguma, e necessitava de um salvador”.


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Fidelidade condicionada?


Dois episódios da Bíblia nos mostram homens de Deus tendo atitudes completamente distintas quando se trata da fidelidade.
O primeiro episódio encontra-se em Gênesis e nos mostra a relação de Jacó com Deus.  Ela é condicional e perigosa.
Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus; e a pedra que erigi por coluna, será a casa de Deus; e de tudo quanto me concederes, certamente eu darei o meu dízimo” (Gn 28.20-22).   
Percebem a formula “se”, presente na relação dele com Deus. Jacó condiciona sua fidelidade ao tratamento que Deus lhe dará. Várias vezes ele coloca a sua fidelidade condicionalmente. Farei isto, se... Ele será o meu Deus, se ele me guardar... se me der pão para comer e roupa para vestir... eu o seguirei, se ele me proteger na estrada... e eu darei meu dízimo, se tudo der certo na vida... Esta é uma adoração condicionada ou barganhada. Isto é muito comum principalmente quando se trata de dízimos e ofertas. Eu darei o meu dízimo se Deus...
O segundo episódio envolve a vida de Misael, Azarias e Hananias. Três rapazes, judeus exilados, que ao chegarem a Babilônia e foram obrigados a se ajoelhar diante da estátua de Nabucodonozor, mas intrepidamente recusam, mesmo quando ameaçados. O rei os provoca, mas eles não condicionam sua fidelidade ao que Deus, ou se Deus os livrará. Eles não condicionam nem mesmo à sua sobrevivência. “Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus Deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste” (Dn 3.17-18). Eles relativizam a vida.
A fórmula “se”, “se não”, deixa claro que aqueles rapazes não eram fieis porque Deus ia dar livramento. A expressão “quanto a isto” (Dn 3.16), foi a maneira que encontraram para afirmar que qualquer decisão não os faria mudar de postura em relação ao que criam, e daí para frente, o que lhes acontecesse, não era problema deles, mas de Deus.
A verdadeira fidelidade a Deus age desta forma. Fidelidade é deixar Deus ser Deus, sem ser preciso dizer o que, como, e quando algo deve ser feito. É deixar o Soberano exercer seu domínio como quiser, até mesmo quando o seu desejo inclui o nosso martírio.
Ananias, Misael e Azarias, não condicionavam fidelidade ao que Deus faria nem faziam as coisas para Deus por causa da recompensa, mas faziam o que faziam por serem fieis, e isto era algo inerente à sua natureza. Fidelidade não condicionada. Se Deus quiser livrar, ele livrará; se ele nos quer como holocausto, seremos oferecidos como libação. Deus é livre para fazer o que quer com a vida deles, porque, eles são do Senhor.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ser Generoso

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Vivemos num tempo e numa cultura que não valoriza a questão da generosidade. Este ano tem sido recessivo, com muitas dificuldades de setores empresariais, que afetam diretamente empregos e salários. Por outro lado, os cristãos brasileiros são estatisticamente um povo com dificuldade de contribuir com a igreja local, obras sociais e beneficentes.

Muitos perguntam: Qual é o valor correto para doar?  Alguns determinam porcentagens, levando em conta o princípio bíblico da proporcionalidade “No primeiro dia da semana, cada um ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade (1 Co 16.2), mas a maioria tem perdido a alegria de dar espontânea e generosamente.   É bom recordar que a melhor medida da fidelidade não é o que você dá, mas o que você retém.

Na hora de dar, não pense sobre o que você “não” tem, mas sobre o que você “já” tem. Quando sua mente está centrada em suas necessidades, há uma tendência em seu coração de diminuir o valor da oferta que você deseja dar para o Senhor.  Coloque sua mente nas coisas boas que Deus tem dado para você.  Assim fazendo, você será inclinado a dar. Isto se transforma em adoração, louvor e gratidão. Estas são atitudes que glorificam a Deus. 

Dê com alegria. Deus não tem prazer numa oferta dada com a atitude errada. “Deus ama a quem dá com alegria” (2 Co 9.7). Espere a recompensa de Deus. Jesus disse: “Dai e dar-se-vos-á…”(Lc 6.38). Aprenda a doar. Se você tem dificuldade de contribuir, ore por este assunto. Ser generoso está muito ligado ao pensamento bíblico, e faz parte de nosso discipulado, depender de Deus, e não de nós mesmos. 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

“No bem estar dos justos, exulta a cidade” (Pv 11.10).

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Temos assistido atônitos o desenrolar dos fatos políticos entre nós. São cifras tão estratosféricas, números tão impressionantes, relatos tão surreais, que quando pensamos já ter visto de tudo, fatos novos e chocantes brotam para revelar o requinte e desdobramento da desonestidade, propina e luxúria da liderança política. Diante disto, a tendência natural é o cansaço, cinismo e descrédito que nos agride frontalmente.

Há alguma esperança para a nação? Seria possível sonhar novamente, ter orgulho da pátria? Compreendemos que o problema do Brasil não é exatamente falta de recursos, mas a malversação dos recursos públicos e inescrupulosidade de lideranças, que como abutres, desprezam e ridicularizam da justiça, zombam do bom senso e da capacidade crítica e aposta no populismo e conchavos políticos de líderes igualmente atados pelo sistema opressivo e destrutivo que os enlaça.
Vale a pena a reflexão de Pv 11.10 “No bem estar dos justos, exulta a cidade”. Governos sábios e justos trazem bem estar e equilíbrio, governos corruptos desestabilizam a economia e comprometem a saúde, segurança, educação.


Tentando olhar o aspecto positivo disto tudo podemos afirmar que o mal é como o fungo e mofo, cresce melhor nas penumbras e na escuridão. Ficamos tristes com a revelação de tanta podridão, mas se tudo isto estivesse debaixo do tapete, como tem permanecido durante anos, os efeitos deletérios destes atos continuariam a solapar a paz e o bem estar social. Será que podemos identificar os relatos que tem vindo à tona como resposta às orações que o povo de Deus tem feito pelo Brasil? Seria esta a forma divina de iniciar um processo de desconstrução/reconstrução? Esperamos que sim. 

sábado, 26 de agosto de 2017

Como Deus pode ser encontrado?


Você nunca teve a sensação desagradável de achar que Deus está distante, suas orações parecem destituídas de significado, são vazias, e simplesmente caem no esquecimento? Quando este sentimento sobrevém geralmente achamos que Deus é tão grande, complexo, misterioso e “ocupado”, que dificilmente seremos vistos por ele. Muitos desistem de orar, e vivem sob esta impressão. Deixam de buscar a Deus.

Um texto das Escrituras Sagradas faz uma promessa desafiadora: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13). É impossível ter uma promessa mais clara que esta.

Precisamos buscar a Deus. Temos feito isto?

Se formos honestos veremos que buscamos com muito mais intensidade e desejo os entretenimentos, lazer, bem estar, riqueza, status, dinheiro, aplauso que a Deus. Todos estes objetos de nossa busca são ídolos do coração do homem moderno.

Mas o texto traz uma ênfase interessante: “Buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes de todo coração”. Preste atenção: Deus é encontrado quando o buscamos diligentemente. Infelizmente nossas orações são auto centradas, superficiais e rasas. Não é de se estranhar que Deus não seja encontrado...

A Bíblia ainda faz a seguinte afirmação em outro texto: “Invoca-me e te responderei. Anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes” (Jr 33.3).

Quando realmente quisermos encontrar a Deus – Ele será encontrado...

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Igreja? Tô fora!

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Não é raro encontrarmos pessoas bem intencionadas afirmando que creem em cristo mas que não sentem necessidade de se envolver com uma igreja local. Elas se declaram “crentes”, mas não estão ligados a uma comunidade. Creem na igreja universal, mas não em uma igreja local; reconhecem a igreja invisível, redimida pelo sangue de Cristo, mas não acham importante a vida de comunhão, os ritos, o batismo, a Santa Ceia. Não legitimam a igreja local, tangível e histórica e são até mesmo críticos acirrados. Não sentem necessidade de ter seus filhos e netos identificados com a igreja, e obviamente não contribuem para suas obras locais, para o sustento da comunidade e envio de missionários.

A Bíblia, entretanto, demonstra que a igreja local é muito mais importante do que muitos imaginam, e que um crente saudável é membro de uma igreja saudável, na qual se prega fielmente Palavra de Deus, há uma correta ministração dos sacramentos e da disciplina de seus membros.

Somente na igreja local podemos entender a dimensão da comunhão, discernimos o corpo de Cristo e participamos da ceia. É na igreja local que somos encorajados à vida cristã e à adoração, “ovelha fora do aprisco é petisco de lobo”, na igreja exercitamos os dons, servimos, e são as igrejas locais que preservam e transmitem a fé às novas gerações, investindo recursos em obras sociais e missionárias. Membros fora do corpo estão amputados e são fantasmagóricos.

Por isto é importante a exortação bíblica: “Não deixemos de congregarmos, como é costume de alguns, antes, façamos admoestações, tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima” (Hb 10.25).

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Fundamentos destruídos

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O Salmista indaga: “Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Sl 11.3). Nesta semana assistimos mais uma vez, passiva e apaticamente irados, o desenrolar das notícias no Congresso Nacional em Brasília. Velhos maneirismos e “rapozices” de sagazes e inescrupulosos políticos que com artimanha vendem votos para obterem favores e recursos com fins políticos e pessoais. O fisiologismo vai assumindo um descaramento cada vez mais ousado, embora saibamos que isto não é recente, já que em governos anteriores atitudes semelhantes haviam sido tomadas, como no caso do “Mensalão”.

Mais que descaramento, o que vemos é a destruição paulatina dos fundamentos. Moral e ética assumem ares de cinismo, a descompostura é imensa e o grande problema é que tais atitudes criam raízes mais profundas: os fundamentos estão estremecidos e frágeis.

Nada é mais importante num prédio que a fundação. Uma estrutura sólida é fundamental para segurança de um edifício. Rachaduras nas estruturas antecipam grandes catástrofes. Uma construção pode facilmente alterar a disposição das paredes, divisórias, decoração, mas a mudança dos fundamentos é algo profundo e muito complexo.

Corre-se grande perigo quando se perde fundamentos, valores, princípios, caráter, honestidade e integridade. O homem sem caráter despreza seus fundamentos, e a casa construída sobre a areia ruirá. Temos vivido em um país que perdeu a noção da honra e vergonha. O efeito bumerangue é implacável.

Fica o alerta para a nossa vida pessoal. Cuidado com a fundação. Paulo disse: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor...porque ninguém pode lançar outro fundamento além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Co 3.10,11)


sexta-feira, 21 de julho de 2017

O caminho de todos os mortais

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Quando Davi viu que a hora de sua morte estava chegando, chamou seu filho Salomão e lhe disse: “Eu vou pelo caminho de todos os mortais. Coragem, pois, e sê homem!” (1 Rs 2.2).

A morte é o caminho de todos os homens. Não gostamos de falar sobre ela, fazemos de conta que não acontecerá conosco, entretanto, ela possui este caráter de inevitabilidade. A única certeza que realmente temos na vida é a de que morreremos. Apesar de nossas frágeis projeções e ousados planejamento, não há, de fato, garantia de que viveremos amanhã. As pessoas nos vendem seguro de vida, mas na verdade, o que compramos é um “seguro de morte”.

A morte é democrática: despreza camadas sociais, ridiculariza dos poderosos, age de forma incontida, desconsidera os prognósticos, ri da ciência, zomba dos reis. No seu furor, outra de suas estratégias está presente:  Ela não leva em conta a idade. Não existe garantia alguma de que viveremos muito. Ela age indiscriminadamente, atingindo crianças ainda no início de sua história, jovens repletos de vida, e para nos contrariar, recusando-se a levar aqueles que julgamos ter passado do horário de partirem, tanto pela condição de saúde quanto a idade.


O Rei Davi compreende claramente isto. “Este é o caminho de todos os mortais”. Não há privilegiados nem exceções. Por isto, ele recomenda ao seu filho na hora da sua partida: “Guarda os preceitos do Senhor, teu Deus, para andares nos seus caminhos”. Precisamos estar nos caminhos de Deus para enfrentar de forma segura e serena, a inevitável rota da morte.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

É confusão!

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As normas éticas da Lei do Antigo Testamento, são quase sempre acompanhadas de uma razão: “não vos voltareis para os médiuns, nem para os adivinhos; não os procurareis para serdes contaminados por eles” (Lv 19.31); “Com homem não te deitarás como se fosse mulher; é abominação” (Lv 18.22) “Se um homem tomar uma mulher e sua mãe, maldade é” (Lv 20.14), mas uma razão diferente me chamou a atenção em Lv 18.23 e 20.14: “Se um homem se deitar com a nora, ambos serão mortos, fizeram confusão”.

Determinadas atitudes devem ser evitadas, não apenas por causa de seu desvio ético, nem apenas porque agride a Deus, ou por seu caráter maligno, mas porque geram confusão.

Muitos trazem confusão para sua vida ao quebrarem os princípios de Deus. Tomam decisões controvertidas, assumem compromissos equivocados, enveredam por um estilo de vida questionável trazendo “confusão” para si mesmos.

Em Eclesiastes lemos: “Eis o que tão somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astucias” (Ec 7.29). Larry Coy parafraseou este texto da seguinte forma: “A vida é essencialmente simples, mas nós a complicamos com nossos pecados”.


Quando violamos os princípios de Deus, nos metemos em confusão, afinal, “O caminho dos perversos é como a escuridão. Nem sabem eles em que tropeçam” (Pv 4.19). Cuidado com seu relativismo moral que te leva a fazer as coisas do seu jeito sem considerar as consequências. Isto traz confusão!

domingo, 9 de julho de 2017

Discernimento

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Nem sempre é fácil fazer escolhas corretas e julgar as informações recebidas de forma sábia quando estamos diante de uma decisão. Por isto a Bíblia afirma que “o prudente vê o mal e se esquiva; mas os simples, passam adiante e sofrem a pena”. Precisamos decidir entre o bom e ruim, certo e errado, destrutivo e construtivo, mas para isto precisamos de discernimento.

Por que é tão difícil e não raramente erramos tanto?

Em primeiro lugar, nossas decisões são carregadas de emoções. Não decidimos apenas pelas informações que recebemos, mas pelas emoções que sentimos. A Bíblia afirma que o coração do homem é enganoso e desesperadamente corrupto, e indaga: “Quem o conhecerá?” (Jr 17.9).

Segundo, não decidimos de forma neutra. Não somos uma “tábua rasa”, como afirmam os filósofos. Ao julgarmos a vida, a fazemos com pressuposições, valores introjetados, experiências acumuladas de gratificação ou frustração que nos levam facilmente a uma direção ou outra.

Terceiro, nem sempre temos todos os dados sobre a mesa. As informações que nos chegam são parciais, fragmentadas, dependendo do ângulo que ouvimos a história ela pode nos parecer atraente ou pavorosa. Sempre há dois lados para cada interpretação.

Em quarto lugar, não somos capazes de prever o que virá. Se soubéssemos antecipadamente quais as consequências que determinadas decisões trariam sobre nossa vida, certamente seriamos mais cautelosos e prudentes. Decisões de hoje afetarão para sempre nossa vida.

Por tudo isto, precisamos discernimento.

Veja como Salomão orou no início do seu reinado: “Dá, pois, ao teu servo, coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo?” (1 Rs 3.9).


Talvez seja esta a oração mais urgente e necessária da vida. Ela envolve coração compreensivo, julgamento, prudência – e tudo isto tem a ver com o discernimento que só o nosso Grande Conselheiro, poderá fornecer. 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

“Ainda que”

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O profeta Habacuque enfrentou problemas sérios e dramáticos em seus dias. Sua cidade foi destruída, ele viu pessoas mortas na rua sem sepultura, jovens sendo levados cativos, e sabia que muitas daquelas meninas seriam transformadas em escravas sexuais e os rapazes, escravos, seus símbolos religiosos destruídos e sua família destroçada.

No meio deste caos, ele precisa conciliar a bondade de Deus com a vitória da violência e da impiedade. Aflito, ele levanta questões perturbadoras: Como entender a aparente inação de Deus? (Hab 1.13); Sua demora em responder as orações? (Hab 1.2); Sua resposta inesperada: Ele ora por restauração da cidade e Deus envia os inimigos?

Habacuque fica perplexo com tudo. As notícias não eram boas.

No meio de sua dor, ele faz uma declaração impressionante: “Ainda que a figueira não floresça... eu todavia me alegrarei no Senhor”.

Ainda que” todas as coisas pareçam conspirar, ele decide colocar seus olhos em Deus. Viver pela fé é a Teologia do “ainda que”.  Todas as perspectivas eram péssimas: ainda que a figueira não floresça, a videira não produza, a azeitona não nasça, os campos não produzam grãos, e o gado tenha sido arrebatado dos currais. Ainda assim, esperarei no Senhor...

Só uma teologia que não dependa das circunstâncias, pode se alegrar no Senhor. Deus é o refúgio e fortaleza, pode não acontecer nada de bom, todavia, a alegria está colocada no Senhor.

Viver pela fé, é viver no ainda que…É ter certeza das coisas que ainda não são visíveis - É crer a despeito de…É ser capaz de dizer em meio ao caos: “Eu sei que o meu redentor vive!” (Jó 19:25).

Não é resignação, comodismo ou escapismo, mas alegria positiva no meio da dor e da ameaça. Porque há um Deus que rege a história, age na história e é Senhor da história.




sexta-feira, 5 de maio de 2017

Uma nova perspectiva

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A caminhada dos discípulos no estrada de Emaús desafia o coração e a imaginação do leitor da Bíblia. Estes dois homens andavam desolados, cansados, desanimados, sem perspectiva, de volta para suas casas. Eles se entregaram a um projeto de vida e de repente veem seus investimentos: tempo, energia, dinheiro, talento aparentemente fragmentados, largaram seus projetos pessoais para seguir Jesus de Nazaré, uma pessoa que os inspirava e que criam ser o Messias, prometido de Israel, anunciado pelos profetas. Investiram suas vidas, colocaram seus sonhos, desejos, que redundaram em nada.

O Messias acabou numa cruz, morto de forma cruel. O sonho acabou...

Eles estão retornando para a vida ordinária e comum.

Foi ai que o milagre aconteceu. Jesus se aproximou deles. “Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles” (Lc 24.15).

As coisas mudam quando Jesus anda conosco.

Esta é a melhor definição de discipulado.

Jesus chega e caminha com estes desolados discípulos.

Esta doce presença reacende a esperança, coloca fogo no peito destes discípulos. “Porventura, não nos ardia o coração?” (Lc 24.32).

Sem Jesus somos consumidos pelo desalento e pela dor, mas com ele, uma nova realidade de vida brota como fogo em nossa alma.

É preciso caminhar com Jesus.

Isto não é institucional, mas algo pessoal e íntimo. Não estamos falando de outra coisa senão, andar com Cristo, comer com ele, ouvi-lo, deixar que sua companhia invada todo o nosso ser.


Sua presença traz nova perspectiva de vida.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Andem de modo digno




O filme "O rei Leão", fala de um pequeno rei que precisa fugir de sua terra depois da morte de seu pai. Ele foi injustamente acusado, e para não ser condenado, sentindo-se acuado, foge para longe de sua terra. No novo habitat encontrou dois hilários personagens: Pumba (um javali, atabalhoado), e Timão (um suricata bagunceiro). Eles se tornam seus amigos, e os três começam a se meter em confusões e a comer insetos. Passam o dia inteiro sem propósito, cantando "Hakuna matata", mas um dia um fato novo acontece. Rafiki (o macaco místico) se apresenta ao pequeno rei Leão, para lembrar-lhe quem ele era e de suas responsabilidades.

No primeiro diálogo, espantado, o leãozinho lhe pergunta: "Quem é você", e Rafiki responde: "A questão não é quem eu sou, mas quem você é". Retomada a consciência de sua identidade, o pequeno rei leão volta para sua terra para reassumir sua identidade e livrar o povo da opressão e das trevas.

Muitas vezes perdemos a noção de nossa identidade como filhos amados de Deus, herdeiros com Cristo, e da vocação que temos. Paulo afirma em Ef 4.1: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro do Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados”.

Quando estamos conscientes da verdadeira identidade e vocação que recebemos de Deus, passamos a nos comportar como povo santo, propriedade valiosa e exclusiva de Deus. A identidade empresta sentido, valor e propósito à vida.

Paulo tenta lembrar à Igreja de Eféso sua vocação/identidade. O que eram em Cristo, como Deus os amou, enviando Cristo para pagar um alto preço pela sua redenção. Certamente a perda da identidade como povo de Deus seja um dos problemas centrais da espiritualidade cristã.

Você sabe sua identidade?
Como Deus o vê?
Como ele deseja que você viva?








Rev. Samuel Vieira

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Crente carnal?



Já ouviram a expressão “crente carnal”? 

Ela é usada para se referir a pessoas que são de igreja, eventualmente líderes, mas cujo procedimento é dúbio, que possuem um comportamento cristão questionável. Esta expressão é extraída de 1 Co 3.1: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo” . Lamentavelmente alguns até justificam sua vida de pecado, usando equivocadamente este texto.

É possível realmente ser um “crente carnal”, que oscila entre a vida do Espírito e a transitando na prática do pecado?  Haveria, de fato, esta classe intermediária, que nem é incrédula, porque crê; e nem é realmente crente, porque é dominada pelos desejos da carne? Pessoas que receberam o Espírito Santo, mas cujas vidas são dominadas pelo pecado?

Mark Dever afirma: “Penso que uma maneira mais natural de interpretar este versículo é que Paulo está envergonhando seus leitores, chamando esses cristãos egoístas de mundanos, e para isto usa um oximoro, que é a junção de duas palavras que não deveriam ser usadas juntas. Nesse sentido, um crente carnal seria como um gelo quente. Seu propósito é não fazer qualquer sentido. Paulo está dizendo: “Saiam de cima do muro! Vocês estão vivendo de modo diferente do que professam ser. Não podem fazer isso. Esses cavalos seguem direções opostas – então, montem um ou ao outro”.

Como bem afirmou o Rev. Walmir Soares: “Não existem crentes vagabundos. Existem alguns vagabundos que se dizem crentes!”