terça-feira, 5 de dezembro de 2023

O que você pediria a Deus?

 


Jó e o problema da Fé

 


Vamos até Belém!

 


sábado, 28 de outubro de 2023

O lugar da habitação de Deus

 



Quando Salomão estava construindo o templo de Jerusalém, foi necessário reafirmar o lugar do templo na teologia bíblica. Onde Deus habita? Este é um problema recorrente em todas as religiões ao redor do mundo: Existem lugares sagrados?

Milhares de pessoas fazem suas peregrinações para pagarem promessas, algumas destas viagens são longas e dispendiosas. Os religiosos agem assim porque pressupõem que existe um lugar sagrado, palco especial da manifestação de Deus, e que estando nestes lugares estarão mais perto de Deus. Não apenas os judeus, hindus, muçulmanos, católicos, mas mesmo protestantes, tendem a transformar as estruturas físicas em lugares especiais, sacralizando os templos. No Brasil, a Universal do Reino de Deus leva seus seguidores a acreditarem que nos locais sagrados a benção será conquistada.

De forma mais sutil, os evangélicos conservadores podem também ser tentados a acreditar que o “templo”, é o lugar sagrado, e que nestes espaços é onde Deus pode ser encontrado. Na verdade, o templo é apenas um espaço reservado para o culto, mas Deus pode ser encontrado por todos, em qualquer lugar, desde que o busquemos “em espírito e em verdade.” (Jo 4.23,24) Não é questão de espaço, é questão de coração.

Estevão, foi o primeiro mártir cristão, apedrejado por questionar a sacralização do templo. Ele foi acusado de profanação. O que ele disse? “Não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas, como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso?” (At 7.48) Ele está citando a oração de Salomão: “Mas, de fato, habitaria Deus com os homens na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei.” (2 Cr 6.18)

O que importa é a atitude do que adora, e não o lugar onde se adora. Templos servem para nos dar comodidade no culto que prestamos a Deus, mas não garantem a manifestação de Deus em nossas vidas. O que faz isto é um coração disposto a buscar a Deus e adorá-lo. Seja qual for o lugar, onde o invocarmos de coração, ele nos ouvirá.

Não te apresses em sair da presença do rei

 



Na Biblia há um conjunto de livros chamados de sapienciais (sabedoria): Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Na literatura deutero canônica ainda existem dois outros livros: Eclesiástico e o livro de Sabedoria, não reconhecidos como canônicos pela igreja reformada. Os livros sapienciais são assim chamados porque ensinam princípios, valores e normas sociais. Princípios não nos levam para o céu, se os praticamos; mas podem nos trazer o inferno se os quebramos.


O título deste artigo é extraído de Eclesiastes 8.3. Ele ensina como os súditos deveriam se comportar diante do rei. Algumas atitudes poderiam ser consideradas desrespeitosas e deveriam ser evitadas. Dentre estas se encontra a recomendação: “não te apresses em sair da presença do rei.” Quero aplicar este princípio à nossa relação com Deus, o único e verdadeiro Rei. 


Infelizmente nossas orações são cada vez mais superficiais e autocentradas e infelizmente são feitas cada vez mais apressadamente. As demandas diárias e compromissos exigem uma agenda cada vez mais cheia e isto nos impede de uma maior comunhão com Deus. Falta-nos a meditação e o silêncio na nossa espiritualidade. Somos seres de ação, não de contemplação. 


É preciso uma atitude contraintuitiva. Ao invés da urgência, procurar fazer as coisas sem pressa. Reserve “ilhas “na sua agenda diária, semanal e mensal para uma imersão e para não sair apressadamente da presença do Rei. Faça aquilo que Billy Graham recomenda: “Ore até que você ore!”


Um antigo hino dizia: “Para seres santos, tempo hás de tomar; a sós com seu Mestre, mui frequente estar. Teu olhar bem fito, nele sempre ter; teus atos provando, seu grande poder.”


Portanto, não te apresses a sair da presença do Rei.

Espera no Senhor, tem bom ânimo.

 



Somos por natureza impacientes. Queremos as coisas para já, queremos recompensas imediatas. Mínimo esforço, máxima efetividade. Queremos emagrecer sem dieta e sem ginástica, por isto, propagandas como “emagreça sem esforço”, são tão atraentes e fascinam tanto as pessoas desesperadas por resultados rápidos.

Queremos sucesso sem esforço, ser aprovados em concursos sem estudo, dedicação e esforço. Sonhamos com um remédio que aguce nossas faculdades mentais, do tipo sugerido no filme “sem limites”, uma droga capaz de potencializar as pessoas a aprenderem uma nova língua em pouco tempo, ler um livro em menos de 5 minutos, desenvolver equações e pensamentos lógicos rapidamente.

Não gostamos de esperar. Preferimos rejeitar a ideia de que a vida possui processos. Muitas vezes para avançar é necessário recuar; para ir adiante é necessário refletir; Na maioria das vezes, são três passos para a frente, e dois para trás.  

Acima de tudo, infelizmente não gostamos de esperar em Deus. Oramos e queremos respostas imediatas mesmo quando Deus está querendo nos ensinar paciência e resignação. A espera é fundamental na vida: Esperar o tempo de Deus, a hora de Deus, a direção de Deus. Nossa impulsividade pode ser letal: Ela destruiu Esaú por causa do seu imediatismo; foi a “impaciência de matar”, que atingiu Sansão, e foi a razão de Saul ter perdido o seu reinado. Davi soube esperar a hora de Deus para assumir o trono, e isto o capacitou a ser um homem que dependia de Deus. Esperar nos ajuda a ponderar, orar, acalmar, entender que não somos nós quem fazemos, mas Deus faz.

Descansa no Senhor e espera nele!

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Salmo 1: O justo e o ímpio




O Salmo 1 é um dos mais conhecidos entre todos os livros da Bíblia, ele faz uma distinção clara entre o justo e o ímpio para com a Lei de Deus. 


O justo ama e medita constantemente na Lei do Senhor, enquanto o ímpio se orienta por outros princípios humanos. O justo não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores e não se assenta no círculo dos zombadores. 


Existe ainda um contraste em relação ao destino. Os ímpios são como a palha que o vento lança para longe, levados pelo vento e perecerão no juízo. O justo recebe a proteção do Senhor. Fugir do mal dá firmeza e saúde do justo: Mesmo em regiões áridas, as árvores perto de rios são fortes e verdes. 


O estilo de vida de temor a Deus, ou de uma vida longe de Deus, tem implicações na vida atual e na vida eterna. A verdadeira felicidade se encontra em Deus. 


Ao descrever a felicidade dos justos e a destruição dos ímpios, este salmo traz uma advertência para seguirmos o caminho correto: Os ímpios não terão lugar na congregação dos justos, e serão destruídos no dia do juízo. Este texto nos incentiva a tomar a decisão de seguir o caminho de Deus. Se o escolhermos teremos uma vida abençoada e frutífera.

Cansaço

 



Byung-Chul Han é um renomado filósofo contemporâneo, e uma das vozes mais inovadoras da atualidade. Nascido na Coreia do Sul ele afirma que atualmente a sociedade sofre uma “violência neuronal”. Segundo ele, cada época possuiu suas enfermidades fundamentais. Houve uma época bacteriológica, que chegou ao seu fim com a descoberta dos antibióticos. Graças à técnica imunológica, esta época ficou no passado. Mas isto não nos livrou de uma outra grande doença.


Para ele, o começo do século XXI não enfrenta o desafio bacteriológico nem viral das outras gerações, mas o grande desafio é neuronal: doenças como a depressão, transtorno de déficit de atenção, de personalidade limítrofe ou a Síndrome de burnout marcam esta geração. O sujeito do desempenho se destrói na luta pela vitória e pelo sucesso. A depressão e o burnout possuem traços agressivos contra nós mesmos. A gente faz violência a si mesmo e explora a si mesmo. 


Como proposta ele sugere que o caminho para a ruptura com este cansaço existencial encontra-se num princípio divino revelado ao Profeta Isaias:


“Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes. Antes, dizeis: Não, sobre cavalos fugiremos; portanto, fugireis; e: Sobre cavalos ligeiros cavalgaremos; sim, ligeiros serão os vossos perseguidores.” (Is 30.15,16)


A resposta está no silêncio, na oração e na contemplação. Orar é uma forma ativa de fazer. “A perda da capacidade contemplativa... é corresponsável pela histeria e nervosismo da sociedade ativa moderna.”


Orar, e não fazer. Este é o santo remédio para a cura do stress e vazio. A alma precisa de descanso. Este remédio é eficaz para a violência neuronal que temos sofrido. 

Pecado traz perturbação


 


Pecado não é apenas um escorregão descuidado, uma fraqueza inconsequente, um deslize banal. Pecado é algo sério. Ele fere a santidade de Deus.


Quando o povo de Deus guerreou contra Jericó, a ordem era de não tomar para si nenhum dos despojos de guerra. Numa guerra invasiva, despojos eram a recompensa dos guerreiros, que podiam trazer para casa presentes, joias e souvenirs para sua família. Mas Deus ordenou que nada fosse tomado. Apesar da ordem clara de Deus, Acã tomou para si uma belíssima capa babilônica que encontrou entre os destroços, duzentos ciclos de prata, e uma barra de ouro de 3 kgs. Era muita coisa para desconsiderar... Acã foi atraído e seduzido por despojos tão preciosos, os levou para casa e os escondeu.


Por causa de seu pecado ele sofreu perturbações graves:


Primeira, castigo e julgamento para si. Acã foi apedrejado no Vale de Acor, por causa do seu pecado. O pecado sempre traz tristeza e sofrimento para o coração. 


Segundo, trouxe juízo para sua família. Não apenas ele foi julgado, mas sua família também. Pecado fere os lares, desestabiliza a família, fragmenta a ordem do lar.


Terceiro, para o povo de Israel. Seu pecado trouxe consequências comunitárias. O povo de Israel é julgado pela desobediência de Acã, e o povo de Deus foi derrotado na guerra por causa do seu pecado. 


Que o temor a Deus nos leve sempre a nos desviar do mal, a ter tristeza pelo pecado, e ao desejo de viver uma vida santa, que agrade a Deus.

Dá-me fontes de água

 



O povo de Deus estava ainda se estabelecendo na terra prometida e havia muitos desafios. Estava em andamento a divisão das áreas que seriam dadas a cada família e às tribos de Israel, muitas terras ainda deveriam ser conquistadas. Todo dia era uma nova batalha e os desafios eram imensos.


Acsa, filha de Calebe, recebeu na partilha das terras uma área do seu pai, mas infelizmente a terra era seca, e era difícil desenvolver qualquer projeto, e ela então foi ao seu pai reivindicar melhores terras: “Dá-me um presente; deste-me terra seca, dá-me também fontes de água. Então, Calebe lhe deu as fontes superiores e as fontes inferiores.” (Jz 1.13-15)


Acho o pedido desta mulher, sensato, oportuno e necessário. Não deveria ser esta a nossa atitude diante do Pai Celeste? Temos recebido de Deus muitas coisas, mas devemos pedir que ele nos dê fontes de água, que brotem da terra, gerem abundância, onde lançamos a semente e elas brotam, de onde flui a vida e a colheita. 


Muitas vezes o terreno em que pisamos é árido, estéril, seco. Plantamos, mas faltam fontes de água. Seria demais pedir ao Senhor que nos desse terras com fontes de água? O nosso coração pode também se tornar estéril, ressecado, não seria oportuno pedir para que ele nos envie seu Espírito, pois ele mesmo prometeu que aqueles que cressem nele “do seu interior fluirão rios de água viva?”


Precisamos sair de terras secas, sem esperança e encontrar fontes de água viva, onde a vida flui naturalmente, onde a colheita é certa, onde a vida jorra e produz abundância. É duro viver sem água, lidando com torrões secos da terra. Não foi o Senhor que prometeu que o homem que teme ao Senhor e anda no seu caminho “É como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido”? (Sl 1.3). Ore ao Senhor para que lhe dê “fontes de água.” Que sua alma experimente tempos de beleza, vida, flores e traga frutos abundantes.

Educação de Filhos: Questões essenciais

 


Deus anuncia o nascimento de Sansão primeiramente à mulher de Manoá. Ao ouvir a notícia tão esperada e ao mesmo tempo tão desafiadora, eles oram a Deus para que os educasse em como seria sua formação. Eles pedem duas coisas: “Quando se cumprirem as tuas palavras, qual será o modo de viver do menino e o seu serviço?”


Creio que estas são as questões essenciais na educação dos filhos.

Em geral temos muitas preocupações quanto ao futuro dos filhos. Onde estudarão, formação acadêmica, com quem se casarão, onde morarão. Nos preparamos para dar aos filhos o melhor que podemos, tanto em termos de educação quanto em termos de valores e caráter. Mas estas duas questões devem ser centrais na preocupação com nossos filhos: qual será o modo de viver, e qual será o seu serviço.


A primeira tem a ver com seu caráter. 

A segunda tem a ver com sua missão.


Caráter é aquilo que somos no escuro. O modo de viver revela quem somos. Cosmovisão antecede Ética. Nós reproduzimos aquilo que cremos e pensamos. O homem faz aquilo que julga ser reto. Atitudes revelam caráter. Então esta pergunta é essencial: Que estilo de vida adotarão, como deve ser o comportamento e como devem viver. Numa sociedade plural, há muitas alternativas. Como pais cristãos precisamos ensinar nossos filhos a viverem como discípulos de Cristo, reproduzindo a visão de Deus em suas vidas.


Missão. O que nossos filhos farão? Isto é muito mais que profissão. Tem a ver com vocação. Profissão é o que fazemos para nos manter e pagar os boletos. Vocação tem a ver com o sentido maior daquilo que fazemos. Podemos ter profissões diferentes, mas a vocação deve ser uma só: Exaltar o nome de Deus. “O fim principal do homem é glorificar a Deus e desfrutar dele para sempre.” Portanto, tudo o que fazemos precisa ter uma dimensão maior, deve estar conectado ao propósito maior. Deus precisa nos dar sua graça para que saibamos conduzir nossos filhos àquilo que eles devem fazer. O serviço deve ser mais que trabalhar para pagar as contas e ajuntar dinheiro. O grande proposito é glorificar a Deus. Isto é missão!

Circunstâncias versus princípios

 



Nossas decisões são baseadas em circunstâncias ou princípios. Os que se baseiam nas circunstâncias podem mudar de opinião facilmente, vivem preocupados com o aplauso público, as conveniências e vantagens de suas decisões. Aqueles que agem por princípios possuem referência de valores inegociáveis e tomarão suas decisões baseados nestes valores, mesmo diante das críticas ou prejuízos financeiros. Não dependem das pessoas nem de condições favoráveis para agir. Seus atos são fundamentadas naquilo que creem.


Princípios são verdades ou juízos fundamentais, são adotados, em relação a determinados assuntos ou opiniões. Saul, o primeiro rei de Israel, não passou no primeiro teste que enfrentou. Ele afirma que “forçado pelas circunstâncias” (1 Sm 13.12) havia desobedecido a Deus. Sua impaciência e ansiedade o traiu. Fez o que não devia fazer, assumiu uma função que não era dele, para a angústia que enfrentava. A confiança de Saul na palavra de Deus foi testada e ele foi reprovado.


Muitos justificam sua atitude pecaminosa por causa da tribulação, pressão e crise. Chegam a afirmar que sua atitude pecaminosa era inevitável, pois não teve condições de dizer não. A verdade, porém, é que não é certo transgredir por causa da tentação, de circunstâncias desfavoráveis ou pressão das pessoas. Nada pode nos forçar a desobedecer a Deus. Saul tentou se justificar por sua impulsividade, mas por ter agido pela pressão das circunstâncias, e não por princípios, ele perdeu o trono.


Podemos perder muitas bençãos por desprezar princípios: A paz de espírito, a comunhão com Deus, a alegria interior. Cuidado com as circunstâncias: Muitas vezes estamos no lugar errado, na hora errada, com pessoas erradas. Nestas horas as circunstâncias se tornam adversárias poderosas.

70 Anos: uma igreja nova!

 



Intencionalmente coloquei este paradoxo no título da mensagem deste domingo. Afinal, pensamos que alguém com 70 anos já não é assim tão jovem...


Mas o fato é que nossa igreja é jovem. A média de idade da nossa igreja gira em torno de 40 anos. Basta olhar nosso Departamento Infantil para termos ideia do que estamos falando: temos cerca de 300 crianças matriculadas no IPC-Kids. São famílias jovens, com crianças, envolvidas com nossa comunidade. Ter uma igreja jovem traz alento, sonhos, esperança e perspectiva. Não somos um museu, nem um monumento. Somos um movimento. Uma igreja viva, saudável, com grandes sonhos pela frente.


Na verdade, aos 70 anos, estamos sonhando. Isto faz parte das promessas dadas pelo Senhor para o Pentecoste: “vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos.” (At 2.17). É fácil imaginar os jovens carregados de idealismo, energia e visões, mas apenas uma igreja que experimenta o Pentecoste, pode ter velhos sonhando. Porque o Senhor tem restaurado nossa sorte, estamos “como quem sonha.”


Devemos iniciar em breve a construção do nosso futuro templo com capacidade para acolher 1820 pessoas. Será uma belíssima construção, um marco de arquitetura para a cidade, mas em nenhum momento estamos encantados apenas com o prédio. A grande expectativa que temos é de ver vidas sendo alcançadas pelo poder do Evangelho, famílias sendo restauradas, pecadores rendidos aos pés de Jesus, uma geração, crianças, jovens e adolescentes vivendo em santidade para louvor do Senhor da Igreja.


Uma igreja nova, de apenas 70 anos. É assim que nos vemos. Cheios de sonhos, impregnados pela expectativa do que Deus ainda fará. Louvado seja o nome do Senhor.

E agora?

 



Que grande festa tivemos nestes dias, celebrando os 70 anos da Igreja Presbiteriana de Anápolis. Apesar de não estar presente, fui vendo os posts, as mensagens, a alegria de podermos experimentar alguma coisa tão sublime, de celebração, louvor e comunhão. Na avaliação que fizemos na reunião dos pastores nesta quarta feira, perguntei a cada um o que havia sido mais marcante. E, apesar de todos darem respostas diferentes, ficou claro que o envolvimento, engajamento e voluntariado, foi um dos grandes diferenciais deste encontro.


Outro aspecto que marcou foi a percepção clara de que somos uma igreja multigeracional. Não eram apenas os jovens que estavam envolvidos, mas toda liderança assumiu sua responsabilidade, líderes, crianças cantavam as músicas das bandas, os idosos estavam presentes. Não era um programa para um segmento, mas para toda a igreja. Que grande benção ter esta visão de quem somos e onde estamos no momento de nossa história. 


Os desafios continuam: O envolvimento e engajamento daqueles que estão chegando a nossa igreja é um deles. No ano passado tivemos 208 novos membros e este ano, já são mais de 130 pessoas que chegaram. Como estes irmãos, poderão encontrar seu lugar no corpo de Cristo e saírem da condição de quem recebe, para a condição de participação efetiva? Isto leva algum tempo, mas não pode ser esquecido.


Outro aspecto: E a construção do templo? Quando começaremos as obras. Algumas pessoas já estão impacientes com o processo, mas estamos construindo projetos. São muitos, precisam ser aprovados. Os recursos precisam ser levantados. Estamos caminhando nesta direção. Gostaríamos de estar bem adiante, mas não estamos construindo apenas um galpão de cultos, mas um templo de grandes proporções. 


Portanto orem. Não se ausentem dos cultos. Não deixem de contribuir. Quando a igreja está mobilizada, entusiasmada, tudo pode acontecer. “Assim, edificamos o muro, e todo o muro se fechou até a metade de sua altura; porque o povo tinha ânimo para trabalhar.” (Ne 4.6)

A Escolha de Oficiais na igreja

 



Neste domingo, teremos eleições para presbíteros e diáconos. O Conselho da igreja está indicando sete candidatos ao presbiterato e sete ao diaconato. Que grande benção ver Deus despertando pessoas com disposição para servir. Afinal de contas, liderança cristã é serviço voluntário. Ao escolher seus líderes ore, reflita e vote.


Um dos sinais de igrejas em decadência é a dificuldade em despertar novos líderes. Elas ignoram e eventualmente conspiram contra novos líderes. Igrejas saudáveis estão sempre descobrindo novos talentos. Eles têm capacidade de trazer novas ideias, potencializar os recursos e gerar mudanças. 


O conselho de nossa igreja local resolveu adotar o sabático para os oficiais quando seus mandatos expiram. As eleições são feitas anualmente e há sempre um revezamento saudável e equilibrado. Esta decisão nos tem obrigado a descobrir e investir em seleção, recrutamento e treinamento de líderes potenciais. 


MacNair afirma que “Igrejas vivas estão renovando a si mesmas, começando por seus líderes (...) quando a renovação acontece, primeiramente das pessoas em direção aos seus líderes, podemos esperar certas consequências. Na medida em que as mudanças tocam os líderes da igreja, eles podem se achar incapazes de se identificar com o crescimento e a maturidade da congregação e eventualmente até resignar seus ofícios. Alguns podem reagir resistindo ou opor-se à renovação que começa a surgir, e quando isto acontece, a unidade do corpo pode enfrentar sérios distúrbios (...) Contudo, quando os líderes começam a participar da renovação, eles podem comunicar à congregação os benefícios e poder das mudanças que estão sendo feitas (...) tendo eles mesmos tal compromisso, podem conduzir a congregação em direção a estes alvos (...) Uma vez que líderes e congregação estão comprometidos em alcançar objetivos comuns para renovação e revitalização da igreja, as mudanças começam a acontecer num compasso exequível para a igreja local”.

Ainda não chegou o tempo

 Ainda não chegou o tempo





"Assim diz o Senhor dos Exércitos: Este povo afirma: ‘Ainda não chegou o tempo de reconstruir a casa do Senhor’. " (Ag 1.2)

 

Fé e esperança são fatores essenciais para a vida humana. Muitas vezes somos derrotados, não porque nos faltam condições de realizar as mudanças necessárias, mas porque perdemos a capacidade de crer e esperar que algo novo aconteça. O problema não é, na maioria das vezes, o que nos acontece, mas a forma como reagimos àquilo que nos acontece. O problema não é externo, é interno. 


Quando o profeta Ageu disse estas palavras às pessoas que estavam voltando do exilio, provavelmente elas estivessem olhando para os monturos e escombros e perguntando: Será que temos condições de reerguer os muros e as portas? Temos os recursos necessários? A obra parecia tão grande e eles tão poucos em número, e isto gerava  senso de impotência e retirava a capacidade de crer que algo pudesse ser feito. 


Não é exatamente assim conosco? Muitas vezes há tanta coisa para reconstruir: memórias, afetos, relacionamentos, negócios, casamento, retorno à comunhão com a igreja, mas vamos olhando as dificuldades e continuamos dizendo: “‘Ainda não chegou o tempo”. A Bíblia diz que “Quem observa o vento não plantará; e quem olha para as nuvens não colherá.” (Ec 11.4). 


O tempo já chegou. Na verdade, o povo de Israel que recebeu esta mensagem de Deus através do profeta Ageu, já tinha recursos. Eles já estavam construindo casas luxuosas para si e se esquecendo das coisas de Deus, que era essencial. O que você precisa fazer para restaurar sua história? Por que você tem procrastinado? Não continue dizendo, “ainda não chegou o tempo”. O tempo chegou. Esta é a hora!

Conversões horizontais

 


"Vejam, eu enviarei a vocês o profeta Elias antes do grande e terrível dia do Senhor.
Ele fará com que os corações dos pais se voltem para seus filhos, e os corações dos filhos para seus pais; do contrário eu virei e castigarei a terra com maldição.
" (Ml 4.5-6)

Estes são os últimos versículos do Antigo Testamento que encerram com uma grave advertência e uma maravilhosa promessa. Ao encerrar a primeira parte da Bíblia, Deus deixou ao povo uma nota de rodapé, um post-scriptum”. Com estas palavras vira-se a página para outro momento, para a vinda do Messias. E entramos nos Evangelhos, na nova aliança que nos é revelada no Novo Testamento.

Qual é a advertência? “Para que eu não venha e fira a terra com maldição.” Conversões horizontais e pais a filhos e filhos a pais são fundamentais para que a terra não seja amaldiçoada. Que maldição pode ser maior que a hostilidade e indiferença de filhos com os pais? Ou o distanciamento afetivo? O desprezo e descaso dentro do lar? O abuso? A falta de afetos certamente é uma das maiores causas de neuroses e doenças mentais. A ausência de amor gera amargura, agressividade, depressão, raiva e ódio. Já viram como é triste uma família na qual os pais não conseguem conversar com os filhos?

Qual é a promessa? Deus enviaria seu profeta para converter o coração dos pais aos filhos e filhos aos pais. Curiosamente, o primeiro milagre de Cristo foi numa festa de casamento, transformando água em vinho. A obra de Jesus tem efeito direto e imediato nos casamentos e nas famílias. O primeiro milagre nos parece apontar uma intenção clara de Jesus ao fazer este milagre. Temos assim a impressão de que ele queria demonstrar que através de sua vida, milagres aconteceriam dentro dos lares.

Esta é uma maravilhosa promessa. Pais e filhos que amam o Senhor, deveriam pedir para que esta promessa se cumpra em suas casas. Nada revela mais a conversão a Deus, (vertical), que a conversão de nossos corações uns aos outros (horizontal).

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Considerai a grandeza do Senhor

 



O Livro de Deuteronômio é uma repetição da Lei de Deus no Antigo Testamento. Ele faz uma revisão dos pontos mais importantes para fixar a mensagem no coração do povo que saíra do Egito e da escravidão e agora estava adentrando a Terra Prometida. É como se Deus estivesse colocando ênfase em alguns pontos que mais uma vez precisavam ser lembrados.

Os mandamentos precisavam ser relembrados, as promessas reaquecidas em seus corações, as exortações não poderiam se perder. O Livro de Deuteronômio, portanto, tenta realçar alguns aspectos. Por isto há sempre uma ênfase em “guardar a lei de Deus”, em “amar a Deus”, em “servir a Deus.”

Uma das exortações presentes apela profundamente aos nossos sentidos, desperta nossa memória e imaginação. Deus diz ao povo: “Considerai a grandeza do Senhor.” (Dt 11.2). O povo de Deus precisava evocar o poder de sua poderosa mão e seu braço estendido. Eles jamais poderiam se esquecer de quem Deus era e o que ele havia feito. “Porquanto os vossos olhos são os que viram todas as grandes obras que fez o Senhor.” (Dt 11.7)

Esta recomendação bíblica é muito atual. Muitas preocupações, angústias e medos que hoje sustentamos em nosso coração se dão porque não somos capazes de evocar e considerar quão grande é o nosso Deus. As tribulações e enormes obstáculos que enfrentamos, podem nos fazer pensar que Deus é menor que os problemas. Assim se deu com Pedro. “Reparando na força do vento, teve medo, e afundou.” Se você fixar seus olhos na tempestade e na fúria do mar, você não conseguirá andar sobre as águas. Mas se você colocar seus olhos em Cristo e considerar a grandeza do Senhor, certamente terá condições de atravessar o mar revolto.

Que Deus nos abençoe!

domingo, 14 de maio de 2023

A bencão do Crescimento



 

Nossa igreja tem sido grandemente abençoada pela chegada de novos membros. No ano passado recebemos mais de 200 pessoas batizadas ou transferidas. São pessoas valiosas, cada uma delas com históricos interessantes, famílias queridas, experiencias profundas com Deus. Louvado seja o nome do Senhor!

 

Diante disto, surgem grandes e belos desafios: Como ajudá-las a integrarem à igreja e se sentirem verdadeiramente parte dela? Como ajudá-las a encontrar seu ministério, de acordo com seus dons e talentos? Como encorajá-las ao crescimento espiritual, envolver seus filhos nos grupos de acordo com suas idades? Como gerar espaço para acolher bem? Como integrá-las aos pequenos grupos já existentes e ampliar com a criação de outros grupos?

 

Diante disto, o conselho decidiu que começaremos um novo culto, em 16 de Abril 2023. A Escola Dominical começará no mesmo horário e teremos o culto das 11 hs, com o mesmo padrão. Com isto precisamos de maior envolvimento de voluntários e a inserção de outros nos ministérios existentes: Recepção, música, junta diaconal, ministério infantil. Você não consideraria se envolver em uma destas áreas?

 

Crescimento gera desafios. Há um texto na Bíblia que diz: “Não havendo bois, o celeiro fica limpo, mas pelo mexer dos bois, há abundância de colheita.” (Pv 14.4) Toda vez que avançamos, somos desafiados a sairmos da zona de conforto. Cemitério é um local sem crise, tudo em ordem, nenhum movimento, “paz” plena... mas ninguém quer morar em um lugar onde não haja vida.

 

Que o Senhor gere este e muitos outros desafios nos próximos anos, para que experimentemos a alegria e a abundância de uma grande colheita de vidas que o Senhor deseja nos dar.

 

Rev. Samuel Vieira

Tristeza segundo Deus

 


Em 2 Co 7.9 lemos: “A tristeza segundo Deus produz um arrependimento que leva à salvação e não remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte. “Portanto, existem duas fontes da tristeza: Uma brota do mundo, outra pelo Espírito Santo. Desta forma entendemos que existem duas formas de sofrimento: Uma positiva e outra negativa.

 

A tristeza segundo o mundo é gerada por causa dos pecados. Fazemos coisas erradas, tomamos escolhas atabalhoadas, erramos nos nossos propósitos, e trazemos sofrimento sobre nossas vidas. Sofremos por causa de nós mesmos, por causa de nossa ira, ressentimento, amargura, culpa e medo. Esta tristeza tem um fim terrível: ela produz morte e não nos ajuda em nada, pelo contrário, nos faz afundar cada vez mais nas trevas e na dor.

 

Mas existe uma santa tristeza. Esta é gerada pelo Espírito de Deus. Ela acontece quando pecamos, e nos sentimos tão devastados que corremos para Deus. Não podemos esquecer que muito da nossa tristeza está associada ao nosso pecado. O salmista fala abertamente: “Suporto tristeza por causa do meu pecado” (Sl 38.18). O pecado rouba a alegria, gera culpa, fracasso, retira a autoridade moral e espiritual de nossa vida, como fez com Davi. Pecado gera tristeza.

 

Mas quando ficamos tristes porque entendemos que ferimos o coração amoroso de Deus, isto gera em nós vida. Traz arrependimento. Deus precisa gerar em nós tristeza pelo pecado. Arrependimento é obra do Espírito Santo. Feliz é o homem que fica triste ao perceber como seus atos foram contrários a Deus, e se volta para receber cura e ser restaurado. A tristeza segundo Deus pode ser muito dura, mas é restauradora. Gera transformações e nos leva para perto de Deus.

 


 

O amor maternal de Deus

 



 

Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei.”     

 

Quando Deus quis exemplificar o amor de Deus pelo seu povo, ele se referiu ao amor de uma mãe. A pergunta retórica do texto é: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama?”

 

Deus faz o seu povo associar o amor dele a uma mãe que traz o filho no peito para ser amamentado. Que mãe seria capaz de esquecer deste filho? Faz parte do instinto da raça humana, proteger sua prole isto é também percebido em todo reino animal.

 

Existem determinados pássaros que possuem comportamentos muito interessantes. Quando algo ameaçador se aproxima do ninho com seus filhotes, a ave se finge de doente ou vulnerável, para que o predador venha atrás dele e seus filhotes sejam protegidos. No reino animal, determinadas mães enfrentam animais muito mais perigosos para defender seus filhos. Há um ditado que afirma: “nunca mexa com filhotes de ursas”. É um grande risco se aproximar de animais com filhotes quando estes ainda estão na fase da amamentação.

 

Deus compara seu amor, ao de uma mãe. Certo teólogo afirmou: “Não sei se é o amor de Deus que se assemelha ao amor de uma mãe ou se é o amor das mães que se compara ao amor de Deus.”

 

Deus ama. Assim como o amor de mãe traz segurança. A relação dos pais com os filhos, principalmente na idade mais tenra é fundamental para gerar confiança e autoestima. Isto se torna o pano de fundo essencial para se construir o senso de ser amado. Filhos amados crescem confiantes e seguros.

 

Da mesma forma, é maravilhoso quando entendemos o amor de Deus por nós. Seu amor traz segurança.

 

Que coisa pode trazer mais segurança para nossa alma incerta que o amor de Deus?

 

Nossa segurança deve se basear no amor de Deus infalível e inabalável por você. O amor de mãe nos ajuda a entender a beleza e a grandeza do amor de Deus.

 

Feliz Dia das Mães!


domingo, 26 de março de 2023

2023: O que podemos esperar?

 



 

A ansiedade faz parte da natureza humana e é considerada o mal deste século. Em geral é caracterizada pela preocupação sobre o amanhã, uma emoção vaga, desagradável, medo e tensão, e quando em excesso, pode se transformar em doença, com sintomas de angústia e medo extremo diante de situações simples da rotina, trazendo aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza.

 

Diante do atual quadro político, a ansiedade assume proporções ainda maiores. O que será do amanhã? Como serão as relações econômicas? O que vai acontecer com o Brasil? Apesar de todas estas questões estarem pulsando em nossos dias, a verdade é que a ansiedade é inerente à humanidade e Jesus percebeu a preocupação na vida de seus discípulos há muitos anos: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?” (Mt 6.25) Diz ainda: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (Mt 6.27 - NVI)

 
A ansiedade é uma reação normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa, mas a Bíblia nos ensina a colocar os olhos na perspectiva correta: “Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas como neblina que aparece por um instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo." (Tg 5.15-16)

 

Saber que há um Deus que controla todas as coisas nos dá descanso e serenidade. Nem sempre a história tem o desfecho que gostaríamos, mas ainda assim podemos afirmar: “Eu sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.” (Jó 42.2) O Senhor tem o controle de todas as coisas, e fará tudo como ele mesmo deseja.

 

Rev. Samuel Vieira

 


Esperando contra a esperança!

 


 

Abraão é conhecido como o Pai da fé. É impressionante notar que as três grandes religiões monoteístas do mundo, o chamam de patriarca: O Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Uma das frases mais fantásticas sobre sua vida de fé se encontra em Rm 4.18: “Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: assim será a tua descendência.”

 

Crer contra a esperança é conspirar contra o diagnóstico do trágico e da derrota. É não considerar apenas o que os fatos afirmam, mas confiar em um Deus que pode intervir na ordem natural das coisas e fazer aquilo que a ciência e o ordinário consideram impossível. Crer contra a esperança é estar certo de que, não importa o que digam, Jesus de Nazaré sempre tem a última palavra e um milagre sempre é possível.

 

Abraão tinha 100 anos, Sara 90 quando Isaque, que fora prometido por Deus, nasceu. “Abraão e Sara eram já velhos, avançados em idade; e a Sara já lhe havia cessado o costume das mulheres.” (Gn 18.11). Quando Deus anunciou que Sara daria à luz um filho, sua reação espontânea e natural foi de incredulidade diante do absurdo dos fatos. “Riu-se, pois, Sara no seu íntimo, dizendo consigo mesma: Depois de velha, e velho também o meu senhor, terei ainda prazer?” (Gn 18.12). Antes de criticar a incredulidade de Sara, pense no seu coração: você seria capaz de crer numa promessa destas?

 

Abraão creu!

 

Você pode chamar isto de fé tola, ingênua, absurda. Eu prefiro chamar de fé simples. Esta é a fé do Evangelho. Simples... Acaso há alguma coisa demasiadamente difícil para Deus? Há alguma notícia ou fato capaz de impedir que Deus intervenha sobrenaturalmente e inverta os vereditos humanos?

 

Abraão não creu porque as evidências apontavam para possibilidades. Ele creu ainda que os fatos apontassem para outra direção. Ele não esperou a favor da esperança, mas esperou contra a esperança! Sua fé não estava nas evidências, mas estava em Deus que quando deseja realizar um milagre, zomba dos diagnósticos e despreza os prognósticos.

 

Rev. Samuel Vieira

 

Aroma agradável ao Senhor

 


 

Uma das expressões mais frequentes em Levítico, o terceiro livro a Lei do Antigo Testamento é que os sacrifícios deveriam ser de “aroma agradável ao Senhor.” Alguns exemplos: Lv 1.17; 2.3; 2.9; 2.12; 3.5; 3.16. Esta forma antropomórfica (dar forma a Deus), como se ele aspirasse pelas suas narinas o cheiro que exalava das ofertas, é muito simbólico e significativo.

 

Na verdade, esta expressão capta o sentido exato da adoração. Deus deseja que tudo o que fazemos, tudo o que ofertamos, tudo o que somos, chegue a ele como algo agradável. Quando Noé saiu da arca e fez um sacrifício a Deus, “O SENHOR sentiu o aroma agradável da adoração.” (Gn 8.21). Se o odor for desagradável, como mau cheiro ou cheiro de peixe podre, o Senhor não se agradará de nós, nem da adoração que lhe prestamos.

 

Os perfumes deixam rastro. Misturam-se com outros odores. Algumas vezes são difusos, outras vezes, intensos, inesquecíveis, grudam na nossa memória olfativa, despertam memórias sensoriais. Precisamos nos perguntar qual é a fragrância que exalamos para Deus.

 

Paulo afirma que somos para com Deus o bom perfume de Cristo. (2 Co 2.14) infelizmente podemos também exalar cheiro de morte, de podridão, de pecado, ou, talvez, não ter cheiro de nada.

 

O sacrifício pelos pecados do Antigo Testamento, eram agradáveis a Deus pois apontavam para o arrependimento e contrição. Os sacrifícios suaves, chegavam a Deus como oferta daqueles que faziam suas doações por amor. Os holocaustos deveriam também se tornar cheiro suave, pois apontavam para o sacrifício de Cristo, que exalou um aroma agradável ao Pai, como oferta que subiu aos céus pelos pecados do mundo.

 

Qual é a fragrância que exalamos em nossa vida? Como o Deus Santo tem recebido o que lhe temos dado?

 

Rev. Samuel Vieira

Nos bastidores da história

  


 

Muitas pessoas se assustam quando leem o livro de Apocalipse. Muitos o veem como "um livro fechado", impossível de ser entendido. Entretanto, o próprio livro afirma que se trata de uma revelação (Ap 1.1) Revelar é trazer à luz o que está escondido, não ocultar o enigma. Obviamente estamos lidando com um livro simbólico, cuja linguagem é peculiar ao seu estilo literário, mas isto não deveria nos impedir de estudarmos o livro.

 

O título do livro nos revela seu conteúdo. É o livro da revelação de Jesus Cristo. O termo apocalipse vem do grego apukalupsis (“revelação”, “tirar o véu”). Obviamente trata-se de um livro simbólico e deve ser lido assim. A sua forma literária determina a base de sua interpretação. Ninguém lê um romance como lê um livro de história, ninguém lê uma narrativa como poesia, nem uma parábola como um texto profético. O literalismo apocalíptico não somente é perigoso, mas impossível.

 

O livro está inserido dentro de um contexto histórico, e como tal deve ser interpretado. Foi escrito às sete igrejas da Ásia para que elas pudessem ser orientadas teologicamente, consoladas e encorajadas diante da perseguição que assolava a igreja naqueles dias. Trata-se de uma "Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as cousas que em breve devem acontecer” (Ap 1.1)

 

Apesar de ter sido escrito numa linguagem enigmática e simbólica, o livro revela um código inerente à mensagem, que torna o texto compreensível. Tais símbolos eram lógicos e coerentes para aqueles irmãos que recebiam as mensagens. Ao invés de fazermos uma leitura preterista ou futurista, o mais desafiador é ler este livro a partir de nosso tempo e da nossa história, integrando seu conteúdo à pulsante realidade do dia a dia. Devemos imaginar o texto (imaginação é uma palavra-chave em Apocalipse), como um filme, uma película, que se move dinamicamente, ou uma “arquitetura em movimento”, como prefere Jacques Ellul. Isto é, em qualquer tempo que lermos Apocalipse ele será atual, porque mais do que se referir a eventos isolados, ele descreve a dinâmica da história e das forças que interagem no desenrolar da humanidade.

 

Estamos começando uma exposição do livro de Apocalipse. Serão 28 mensagens, todas as quartas feiras às 19.30 hs (mas você pode assistir no horário que lhe for mais conveniente) e serão baseadas no livro “Tudo Sob Controle.” Venha estudar a Palavra de Deus conosco.

 

Rev. Samuel Vieira