Seria uma noite comum e monótona como era a rotina dos pastores que viviam ao redor de Belém. Ouvia-se apenas os ruídos dos insetos, os sons dos grilos, os barulhos do deserto da Judeia com os quais os pastores já estavam acostumados. Seria mais uma noite como todas outras noites. Longa espera, sono leve e atento a qualquer ameaça de lobos e outros animais selvagens.
Mas esta noite algo inusitado, extraordinário e diferente aconteceu: “Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante a vigília da noite. E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam e a glória do Senhor brilhou ao redor deles, e ficaram tomados de grande temor.” (Lc 2.8-9)
Aquela noite jamais sairia da memória deles. “E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão de milicia celestial louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra aos homens a quem ele quer bem.” (Lc 2.13). Depois desta música que ouviram, jamais outra melodia soaria tão bela e arrebatadora. Nenhuma harmonia poderia se comparar aos sons dos céus, à música dos anjos. Agora os pastores não tinham apenas medo, eles estavam também encantados. O sentimento era misto: temor e admiração.
De repente, a noite volta à sua normalidade. Silêncio! Espanto! A mente tentava reorientar os sentidos e sentimentos. Seria real o que viram? Um sono? Uma visão? Uma alucinação? Era necessário averiguar os fatos: “Isto vos servirá de sinal, encontrarei uma criança envolta em faixas e deitada numa manjedoura.” (Lc 2.12), e havia um endereço: “Hoje vos nasceu na cidade de Davi, o salvador que é Cristo, o Senhor.” (Lc 2.11).
“Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos!” (Lc 2.15). Não se tratava de uma miragem, era possível apurar; não era ficção, era história. Os dados eram concretos, sensíveis, averiguáveis.
Assim como os pastores, precisamos ir a Belém. Estamos gastando tempo demais nos shoppings e nos supermercados, mas só encontraremos o sentido do Natal, se deliberadamente nos dispusermos a caminhar em direção à Belém. Naquela cidade, num ambiente rústico e pobre, encontraremos a criança deitada na manjedoura. Ele é o Rei dos reis, e Senhor dos Senhores. Naquela criança reside toda plenitude Deus!
Rev. Samuel Vieira
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