J. I. Packer afirma que “Salmos nos ensinam como adorar; Provérbios como nos comportar; Jó como sofrer; Cânticos de Salomão, como amar; Eclesiastes, como viver.” Discordando do pensamento de Packer, Philipe Yancey afirma que o grande desafio do Livro de Jó não está relacionado ao sofrimento, mas à fé. Como filosoficamente podemos encarar a realidade de um Deus amoroso e Todo-poderoso, com o sofrimento do justo, de inocentes, de crianças e de pessoas que amamos?
Sofrimento sempre é um grande desafio à nossa fé. Podemos discutir este assunto com uma fé poderosa e grande convicção das verdades de Deus em tempos de paz, mas quando a dor bate à nossa porta, ou o infortúnio nos acomete, e as más notícias nos assustam, nos tornamos fragilizados e respondemos como aquele homem que veio até Jesus por causa da situação dolorida de seu filho, possesso de um espírito maligno, e ao ser indagado por Jesus se ele cria, respondeu dialeticamente: “Eu creio, Senhor; ajuda-me na minha falta de fé.”
Além da grande dor física com sua doença grave, e emocional, com a perda de seus filhos a quem Jó demonstrava tanta afeição e cuidado; e das perdas materiais, advindas por causas naturais como vendavais e tempestades e fogo do céu que devorou seu rebanho e consumiu todos seus filhos de uma só vez, e causas humanas, como o saque dos sabeus e caldeus, Jó teve que lidar com sua culpa, amargura e perplexidade diante do Deus a quem ele servia com integridade. Como equacionar a dor, o luto e a enfermidade, com a realidade de um Deus amoroso e Todo-Poderoso?
A um Pedro perplexo, Jesus afirmou: “O que eu faço, tu não o sabes agora; mas depois o entenderás.” (Jo 13.7) Talvez nunca sejamos capazes de entender o mistério em torno de Deus, seus decretos e propósitos. Acolher a dor, com silêncio, adoração, humildade, é um grande desafio quando atravessamos os dias maus. Não seja rigoroso com você, que passa pela dor; nem com o outro, que atravessa o vale da sombra da morte. Empatia, oração, sensibilidade, acolhimento e abraço podem nos ajudar a atravessar estes sombrios vales que surgem em nossa vida.
Deus nos abençoe!
Rev. Samuel Vieira
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