Byung-Chul Han é um renomado filósofo contemporâneo, e uma das vozes mais inovadoras da atualidade. Nascido na Coreia do Sul ele afirma que atualmente a sociedade sofre uma “violência neuronal”. Segundo ele, cada época possuiu suas enfermidades fundamentais. Houve uma época bacteriológica, que chegou ao seu fim com a descoberta dos antibióticos. Graças à técnica imunológica, esta época ficou no passado. Mas isto não nos livrou de uma outra grande doença.
Para ele, o começo do século XXI não enfrenta o desafio bacteriológico nem viral das outras gerações, mas o grande desafio é neuronal: doenças como a depressão, transtorno de déficit de atenção, de personalidade limítrofe ou a Síndrome de burnout marcam esta geração. O sujeito do desempenho se destrói na luta pela vitória e pelo sucesso. A depressão e o burnout possuem traços agressivos contra nós mesmos. A gente faz violência a si mesmo e explora a si mesmo.
Como proposta ele sugere que o caminho para a ruptura com este cansaço existencial encontra-se num princípio divino revelado ao Profeta Isaias:
“Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes. Antes, dizeis: Não, sobre cavalos fugiremos; portanto, fugireis; e: Sobre cavalos ligeiros cavalgaremos; sim, ligeiros serão os vossos perseguidores.” (Is 30.15,16)
A resposta está no silêncio, na oração e na contemplação. Orar é uma forma ativa de fazer. “A perda da capacidade contemplativa... é corresponsável pela histeria e nervosismo da sociedade ativa moderna.”
Orar, e não fazer. Este é o santo remédio para a cura do stress e vazio. A alma precisa de descanso. Este remédio é eficaz para a violência neuronal que temos sofrido.
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