quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Final de ano




Estamos encerrando um ano. Hora de balanço e avaliação.
Somos gratos a Deus por todas as bênçãos que ele nos tem sido concedidas.

Eis algumas delas:
Primeiro, Deus tem preservado de forma maravilhosa a vida do Matheusinho, filho do Aloísio e da Daniela, pelo qual a igreja tem orado sempre. Ele encontra-se em tratamento em São Paulo, pessoas da comunidade e outros amigos tem dado o suporte espiritual e financeiro para que estes irmãos prossigam o tratamento. Esperamos ainda a cura definitiva dele, e por isto temos orado.

Nossa igreja tem passado por um período de grande paz e abundante colheita. Neste ano recebemos cerca de 80 novos membros na igreja, e ultrapassamos a marca de 1000 membros pela qual sonhávamos em Janeiro 2015.

Já estamos chegando à metade das prestações dos lotes que foram financiados próximo à Av. Brasil Sul, para construção de um templo maior e com mais estacionamento para abrigar o crescimento da igreja nos próximos anos. Todos os meses a igreja desembolsa 40 mil reais para este projeto. É um grande desafio.

Os ministérios da igreja estão caminhando em paz. Temos tido paz no conselho, na Junta Diaconal, e em todas as áreas da igreja. Neste ano realizamos encontros memoráveis e acampamentos com jovens, crianças, pré-adolescentes e mulheres da igreja. O Grupo de casais conseguiu o memorável feito de levar 25 pessoas no encontro anual. Só não foram mais porque faltou disponibilidade de quartos, no hotel. O Ministério Infantil da igreja está com mais de 200 crianças. A Associação Bom Samaritano, dirigida por membros de nossa igreja lidera as frentes de duas escolas de periferia: Bom Samaritano e Dayse Fanstone, e um albergue (Av Goiás). O Acampamento El Rancho vem melhorado significativamente suas dependências através do esforço fiel de irmãos que se dedicam de coração a esta obra. As congregações de Pirenópolis e Jaiara, avançam também em direção à maturidade espiritual.

Em tudo podemos dizer: Até aqui nos ajudou o Senhor. Louvado seja o seu nome!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Ande no seu ritmo

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Wayne Cordeiro na palestra “líderes mortos, porém correndo”, conta que estava fazendo jogging, quando começou a sentir estranhas sensações de morte, falta de ar e pânico controlando sua mente de uma forma tão intensa que a única reação possível foi a de assentar-se no meio fio e chorar sem saber exatamente o motivo, até ser levado às pressas para um hospital, onde o médico diagnosticou seu profundo stress, foi medicado e pode voltar à normalidade da vida. Ele aprendeu então, que é necessário discernir o que enche o nosso tanque emocional e o que o esvazia. Fala também da necessidade de respeitarmos ciclos da vida.

No livro de Gênesis temos a história de Jacó. Depois de muitos anos conturbados da juventude, foi morar em outro país e agora decidiu voltar para a terra natal. Esta volta tinha agravantes: ele deveria reencontrar com seu irmão, a quem havia trapaceado muitos anos antes e naquela ocasião Esaú disse que o mataria quando o encontrasse, mas os anos trouxeram maturidade e o irmão parecia ter resolvido seu antigo problema, entretanto Jacó estava com muito medo.

Enfim se encontraram e se reconciliaram, e as Escrituras narram esta comovente cena. Esaú dispõe-se a acompanhar Jacó e protege-lo com um bando de homens que estavam com ele, mas Jacó se recusa afirmando que o ritmo dos homens de Esaú não era o de sua esposa e filhos. Jacó estava com crianças e animais, Esaú com um grupo de homens. Apesar da insistência de Esaú, Jacó conseguiu convencê-lo de que andar juntos não seria possível. Os ritmos eram diferentes. 

Isto me leva a pensar em respeitar o ritmo da vida.

Final de ano é uma época de avaliação. Embora as “resoluções do ano novo” quase nunca sejam cumpridas, a simples mudança da agenda, nos obriga a refletir. Estamos no ritmo certo? Estamos correndo demais, (ou de menos)? Estamos respeitando a saúde, idade, fases da vida e equilibrando as atividades? Estamos no ritmo certo?

Somos uma geração apressada. Temos urgência! Estamos sempre agitados, estressados e correndo... Jesus viu esta mesma atitude na vida de Marta: “Marta, Marta, andas agitada e inquieta com muitas coisas; um só é necessária, Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada” (Lc 10.39).

Precisamos aprender a respeitar o ritmo de nossa mente, saúde, família, filhos e mesmo dos bens que possuímos. A soma destes fatores fará enorme diferença nos resultados.



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Natal, tempo de festa!

Natal é tempo de celebração. Familiares e amigos buscam uma maneira de se encontrarem e tudo se torna pretexto para mesas fartas, e eventualmente, muita bebida. As músicas, o comércio, os presentes e a ornamentação das casas e das ruas, tudo evoca alegria e fantasia.

Não devemos, entretanto, esquecer que a razão desta festa é o nascimento de Jesus. É Deus entrando na história e se tornando gente como a gente, vestindo pele humana e caminhando nas estradas poeirentas da Judéia e da Galileia, tocando nas dores e alegrias humanas.

O primeiro Natal foi anunciado por uma orquestra angelical, acompanhado por um coral celestial. Quão maravilhoso deve ter sido esta música! Fico pensando que os pastores nunca mais se recuperaram e nunca mais ouviram algo tão belo. O anúncio foi feito: “Não temais, eis que vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo povo: é que vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 1.10-11). Natal nos revela o Eterno entrando no tempo, o Deus “misterioso” se revelando, assumindo forma humana; céus e terra se unindo, demonstrando unidade e harmonia.

Hoje, no meio da agitação e festividades, corremos o risco de não refletirmos sobre a grandeza deste evento. Facilmente nos distraímos e deixamos de celebrar o essencial: Deus se fez carne e habitou entre nós.


domingo, 13 de dezembro de 2015

Como será isto?


O anjo Gabriel apareceu para uma jovem na pequena e esquecida cidade de Nazaré, na Galileia dos gentios, nome pejorativo que os judeus davam a esta pobre região, uma espécie de “Baixada Fluminense”, e lhe dá a seguinte mensagem: “Eis que conceberás e dará a luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus” (Lc 1.31).

A resposta de Maria foi instantânea: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” (Lc 1.34). Seu questionamento é o mesmo que ainda hoje surge no coração inquieto do homem do Século XXI. Queremos saber os métodos e estratégias que serão usados para nos sentirmos seguros, que equação poderá ser aplicada à necessidade que temos de racionalidade.

Como será isto?” é uma pergunta metodológica. Que mecanismo Deus usará para que tal promessa se torne realidade? Como Deus lidará com situações aparentemente insolúveis? Queremos saber o “como” de Deus. A resposta do anjo, porém, não focaliza nos processos, mas em Quem. Porque, para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lc 1.37). A questão fundamental não é o método, mas o agente. Não o “como”, mas “Quem”.

Como isto se resolverá? Como lidar com a perda, a dor, a falência. Todas estas perguntas se referem aos meios. Se olhássemos para Deus, ficaríamos mais serenos.

Foi o que aconteceu a Maria. Quando o Anjo disse que isto era obra de Deus. “Descerá sobre ti o Espirito Santo, e conceberás”, ela se submeteu obedientemente. “Aqui está a tua serva, que se cumpra a Sua vontade”. Quando ela sabe que é Deus que está por detrás do anúncio, seu coração encontra paz e esperança.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Os Pilares da Gratidão

Um clássico relato bíblico sobre gratidão encontra-se no Evangelho de Lucas, na narrativa da cura de dez leprosos. Um deles, ao se perceber curado, volta glorificando a Deus em alta voz, e Jesus se impressiona que apenas um retornasse para demonstrar sua alegria e reconhecimento. Os demais, talvez tomados pela euforia e desejo de rever seus familiares, estão felizes pela cura, mas se esquecem daquele que os curou.

O texto nos mostra que gratidão possui três pilares básicos: 

Perceber
Lembrar
Declarar

Só é grato o coração que percebe. Eventualmente menosprezamos, minimizamos ou consideramos de pouco valor o que recebemos. Se é que percebemos alguma coisa. É muito fácil murmurar, lamuriar, maldizer, porque não percebemos a intervenção de Deus na vida. Quando estamos atentos aos movimentos de Deus, surge uma natural expressão de louvor em nós.

O outro pilar da gratidão é a lembrança. Aliás, os franceses definem gratidão como “a memória do coração”. Podemos perceber, mas ainda assim, esquecer. É fácil colocar no arquivo morto da memória eventos de amor e cuidado dos outros por nós. Infelizmente não temos a mesma capacidade com mágoas e ressentimentos. Eventualmente sofremos toda uma vida por causa de um ato desamoroso de alguém.

O último pilar é a declaração. Se estamos gratos por algum gesto de amor, naturalmente demonstramos e declaramos. A falta de apreciação decorre da ausência dos dois primeiros pilares. Não percebemos e não lembramos. Em relação a Deus também é assim: quando percebemos e nos lembramos, surge adoração e louvor espontâneos. Por isto o salmista diz: “Todos os dias te bendirei” e “para sempre te bendirei”. Uma pessoa grata, declara isto a Deus. Cultuar a servir a Deus, é algo espontâneo no coração da pessoa redimida. Trazer ofertas e dízimos à casa do Senhor é uma alegria para aquele que sabe que todas as coisas são resultantes da graça amorosa de Deus.


E você? Tem percebido e se lembrado das bençãos de Deus? E como você tem declarado isto ao Pai celestial?

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Ele é ele! (Jo 23.13)


No livro de Jó temos o grande desafio de decifrar a enigmática realidade da vida, quando ela não parece ter coerência, sentido ou propósito. Jó se debate em vão, indaga, questiona, perscruta. No entanto, Deus se mantem aparentemente silencioso e distante. Os golpes são duros e Jó tenta decifrar os acontecimentos, inutilmente.
No capitulo 23 ele se depara com a realidade de que Deus é Deus. Ele então afirma resignadamente: “mas, se ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará” (Jó 23.23). Uma tradução livre afirma o seguinte: “Ele é ele!”
Esta é a grande verdade! Deus é Deus!
Ser Deus é ter o poder de exercer a liberdade de conduzir o universo da forma como deseja fazer. Apenas Deus é livre. Ele pode fazer o que bem quiser, e não tem que prestar contas disto a ninguém, porque ele, e apenas ele, é Deus! Se ele prometeu ele há de cumprir; se ele planejou, executará. “Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11.29). Ou como nos ensina a Palavra: “Se ele prometeu, ele há de cumprir, e se ele falou, é certo que fará”. Se ele não pudesse exercer sua liberdade e soberania plena, ele não seria Deus.
Nossos sentimentos em relação a este conceito podem variar do sublime encantamento e alegria: “É bom ter um deus providente e sabe que governa a história, e não a deixa ao acaso”, ou pode ser de  revolta, medo e angústia, afinal, “Quem Ele pensa que é?” No primeiro caso, isto é possível quando temos uma percepção de sua santidade, bondade e amor, e é maravilhoso saber que estamos nas mãos de um Deus, e não do humor das circunstâncias. No segundo, se a relação com Deus é de suspeita e desconfiança ficamos assustados imaginando o que alguém, com tamanho poder, pode fazer conosco.
A concepção que temos de Deus não muda quem ele é, mas nos muda radicalmente. Paz ou angústia, encantamento ou medo, alegria ou perplexidade, dependendo da concepção que temos de Deus.


Rev. Samuel Vieira

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Não vos lembrais?

Trata-se de grande sabedoria aprender a lidar com os obstáculos de hoje, recordando as bençãos de ontem. Portanto, use a experiência anterior, quando você viu a intervenção sobrenatural de Deus, para vencer os problemas atuais.

Foi isto que fez Davi ao enfrentar o gigante Golias: “O Senhor me livrou das garras do leão e do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu” (1 Sm 17.37). É possível enfrentar gigantes quando o fundamento da vida é a compreensão de que o mesmo Deus que agiu no passado está conosco hoje. Davi se recordou de que o Senhor já o havia livrado de duas grandes ameaças, provendo libertação, e iria livrá-lo novamente. Transformou sua experiência e memória em aliada.

Você tem alguma experiência com Deus? Ela faz sentido hoje? Traga-a à sua memória para ser conduzido por esperança e não consumido por medo e ansiedade. Como diz o antigo hino: “Temos por lutas passado, muitas terríveis e cruéis, mas o Senhor tem livrado, delas seus servos fiéis”.

Quando Jesus veio andando sobre as águas para se encontrar com os discípulos no meio da tempestade, eles ficaram aterrados achando que era um fantasma. Isto aconteceu “porque não haviam compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido” (Mc 6.53). A experiência anterior com o poder de Deus, não lhes serviu de nada no momento de angústia, porque seus corações endurecidos, não eram capazes de evocar o poder de Deus do qual já haviam provado.


Não deixe que a experiência com Deus se perca no arquivo de sua memória. A Bíblia, didaticamente, sempre usa este recurso, fazendo o povo se lembrar das intervenções do passado, para superar as lutas do presente. Você se lembra de como Deus agiu na sua vida? Como interviu de forma soberana e especial? Lembre-se disto para fortalecer o seu coração no presente. Ou “porventura não vos lembrais”? (Mc 8.18)

Vai para tua casa!




Um dos episódios mais bizarros nas narrativas do Evangelho é a do endemoninhado geraseno. O texto diz que este homem era possesso de espírito imundo, vivia nos sepulcros, andava nu, e nem mesmo com correntes conseguiam prendê-lo. Andava sempre, de dia e de noite, atormentado, clamando entre os sepulcros e num processo constante de auto destruição, feria-se com pedras. O quadro de vida deste homem era realmente muito triste.

Jesus atravessa o Mar da Galileia em direção a Decápolis, fora da geografia de Israel, e o único ato naquela região, foi a libertação deste homem, porque Jesus mexeu no chiqueiro deles, e os homens os expulsaram. Preferiam ter demônios agindo na região, que terem prejuízos financeiros.

Depois de sua libertação, este homem com sua alma acalmada,  já conseguia se assentar, vestir-se e em perfeito juízo. A normalidade de vida lhe foi restaurada, e o equilíbrio espiritual restabelecido.
Quando jesus estava entrando no barco de volta à Galileia, aquele homem lhe suplicou para que o deixasse acompanhá-lo, mas Jesus não o permitiu, ordenando-lhe que voltasse para sua casa, para os seus “anunciando-lhes tudo o que o Senhor te fez, e como teve compaixão de ti” (Mc 5.19).

Que coisa maravilhosa Deus pode fazer à humanidade: De possesso de espírito imundo a evangelista e missionário; de pária social a pregador das boas novas; de alguém subjugado por espíritos malignos, a alguém dirigido pelo Espirito Santo. Quanto contraste!

Volta para tua casa, para os teus”, disse jesus (Mc 10.19). Jesus o restitui à sua família. É na sua casa que as mudanças serão sentidas de forma mais perceptível. Deixava de ser uma preocupação e um peso, para ser uma benção. Não mais uma ameaça, mas uma alegria; não mais um ser disfuncional, mas alguém em perfeito juízo. A obra de Deus restitui normalidade e ele volta não para destruir, mas para demonstrar o que o Senhor lhe fez, e como teve compaixão de sua vida.

Volta para tua casa para ser uma benção! Volta aos teus para demonstrar a realidade de um Deus de amor. Famílias precisam desesperadamente de pessoas transformadas que voltem para abençoar. Quantos lares ainda hoje precisam esperam por filhos, pais e mães voltando, não mais adoecidos, mas restaurados, redimidos e curados. Não mais como loucos desvairados, nem alguém dominado por vícios demônios, mas encharcados pela maravilhosa visitação de Deus.


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Insaciabilidade



Nesta semana assisti a uma provocativa reportagem sobre a implacável seca numa região ao Norte do Ceará. O foco era um agricultor, homem simples da região e sua luta com a falta de chuva. O nível de alegria daquele homem era “irritante”. Ele tinha alguns alqueires de terra, morava numa casa simples, criava algumas cabras e não parecia inquieto nem ansioso. Sua alma estava bem.

Em contrapartida, somos uma geração consumista, voraz por melhores salários, melhores roupas, melhores carros. Temos eletrodomésticos que facilitam a vida, meios de transporte e comunicação cada vez mais eficientes, mas a alma está insatisfeita.

No livro de Miquéias,  Deus diz ao seu povo: “comerás, e não te fartarás, a fome estará nas tuas entranhas” (Mq 6.14). Como é possível comer e ainda estar com fome? Seria natural comer uma prato de arroz e feijão e depois disto dizer: “Estou com fome”? Obviamente não! Trata-se de uma anomalia espiritual. Deus afirma que isto acontecia porque o seu povo havia se afastado dele, e agora, apesar de ter comida, não tinha satisfação; buscavam maior adrenalina, mas a fome estava nas entranhas, nas vísceras, na alma.

Este é o grande problema: Comer e não se saciar, ter e não se satisfazer, possuir mas com senso de incompletude. Temos uma fome maior, de significado e valor, temos fome de Deus e tentamos, em vão, saciar este vazio com mais aventuras, viagens, bens de consumo, prestigio, posição social, status – mas a alma ainda insatisfeita. A fome mais profunda ainda invade as entranhas.


O pecado nos torna insaciáveis, seres vazios, coração seco. A abundância de dinheiro não resolve, porque a fome é maior. Quando Jesus afirma: “Aquele que tem sede venha a mim e beba”, e “Eu sou pão da vida”, ele estava percebendo este desejo mais profundo da alma. Adoecemos, definhamos, apesar de consumirmos em demasia – mas ainda estamos com fome e sede. 

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O homem interior


Na oração de Paulo, ele pede a Deus que fortaleça o homem interior dos irmãos de Éfeso. Não é esta uma oração estranha? Certamente não se parece com as orações que costumeiramente fazemos. Você já orou alguma vez neste sentido por seu coração ou pelo coração de alguém?  
Apesar de não orarmos por este motivo, não é certo que precisamos de um coração forte, de alma não pusilânime, fragmentada, ou esquizofrenizada? Quanta necessidade temos de um espírito estável e inabalável, uma vez que somos tão suscetíveis às tempestades e facilmente sucumbimos ante aos ventos contrários. As situações da vida parecem se divertir com nossa fragilidade. Na verdade, “os homens são o passatempo das circunstâncias”.
Quando algo ruim nos acontece, culpamos as pessoas, as variações cambiais ou o mercado, acusamos os outros e murmuramos contra Deus. Na verdade não entendemos que não são as pessoas nem as circunstâncias os nossos maiores adversários, nem mesmo provações e tentações, o problema é que o interior é frágil demais e desaba diante das críticas, crises e condições adversas, mesmo quando são pequenas. Transformamos pequenos problemas em tsunamis.
Pois bem, em última instância, o que importa não é o que nos acontece, nem o que fazem conosco, mas como lidamos com o que acontece. O mesmo sol que endurece o barro, derrete a cera. Alguns saem fortalecidos nas provações, outros desabam.
Victor Frankl, fundador da logoterapia desenvolveu uma fórmula simples que fez toda diferença para as pessoas que estavam com ele no campo de concentração: “Nós não podemos determinar o que nos farão, mas podemos decidir o que faremos com aquilo que nos farão”.

Quando o homem interior é frágil, os problemas externos parecem grandes demais. Por sabermos que não podemos controlar as pessoas nem o que nos acontecerá, precisamos ter o interior fortalecido em Deus, para ter serenidade e andar em paz mesmo quando os dias são maus. Portanto, peça a Deus que fortaleça o seu interior. Talvez esta seja uma oração urgente também para amigos e familiares, afinal, é do coração que procedem todas as fontes da vida. 

Fazendo festa na hora errada


No livro do profeta Daniel, capitulo 5, temos o registro de uma grande festa promovida por Belsazar, herdeiro do trono do poderoso Nacudonozor, da Babilônia. O banquete foi preparado para 1000 pessoas que faziam parte do primeiro e segundo escalão do seu império. A festa tinha todo glamour e opulência naturais aos grandes conquistadores: vinhos de excelente qualidade, caravanas provenientes de terras longínquas, em viagens que levavam semanas. Tudo estava no clima perfeito para ser lembrada nos anais da história daquele povo, a não ser por um detalhe: durante a festa, os medos e persas invadiram a Babilônia e decretaram o fim de um dos maiores e longos impérios ja registrados na história humana.
Belsazar resolveu fazer festa na hora da crise.
Ele ignorou os rumores ao redor, bem como o grandioso exército de Dario, que avançava em colunas de guerra contra a Babilônia, e apesar de todas as ameaças, resolveu fazer uma festa ao invés de se preparar para a batalha.
Belsazar desenvolveu um certo pensamento mágico a despeito de todos situação. Será que não ouviu os rumores de uma premente batalha? Será que seus conselheiros e informantes nada sabiam sobre os inimigos? Ou será que ele simplesmente ignorou todas as advertências e pensou que seu trono era imbatível?
A verdade é que Belsazar resolveu farrear quando deveria estar se preparando para a batalha. Que analogia da vida...
Milhões de pessoas estão sendo destruídas por vícios, ações malignas, rupturas familiares, desintegração da psique e das emoções, ignorando todos os sinais e avisos, para continuar na farra, talvez para esquecer a iminente catástrofe. Não se preparam para as batalhas. Vivem vidas despreocupas, esquecendo-se dos riscos de uma vida eterna sem Deus, ignorando a necessidade de se preparar para o encontro com o Eterno.
No entanto, não dá para ir para o carnaval em dias de tragédia; não dá para fingir que tudo está bem quando o caos predomina, não dá para marchar para o inferno tocando cuíca e pandeiro.  

Belsazar caiu! O império babilônico, indestrutível e assustador, desabou. Enquanto Belsazar fazia festa, Dario, o persa, invadiu a Babilônia e aquele império nunca mais se ergueu. 

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Saberão que eu sou o Senhor

Esta é uma das afirmações mais recorrentes em todo livro do Profeta Ezequiel. Ela aparece numerosas vezes, eventualmente no singular, outras no plural, mas sempre se referindo ao futuro: “sabereis, saberão”, muitas vezes acrescida por razões adicionais como “Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o Senhor, disse isto e o fiz, diz o Senhor” (Ez 37.14).

Desde que pecou, o homem sempre procurou se ocultar do Criador, e uma das formas para se evadir de sua realidade é ignorando-o, ou negando-o. Cria-se assim o pensamento mágico: Se eu não pensar, ele não existe. Como uma pessoa doente, que tendo uma enfermidade, ignora para não sofrer. Acredita, magicamente, que se não se lembrar, desaparecerá. O apóstolo Paulo fala de homens que negam intencional e deliberadamente a Deus. “A ira de Deus se revela dos céus contra toda impiedade e perversão dos homens que detém a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou” (Rm 1.18-19). “Deter a verdade”, na língua original, traz a ideia de um homem que coloca a boia para baixo da água, empurrando-a com as mãos, dizendo que não tem boia. Durante todo o tempo que estiver negando, ela vai estar pressionando para vir à tona, assim como a verdade sobre Deus está sempre se manifestando.

Ao afirmar que todos “saberão que ele é o Senhor”, ele deseja demonstrar que não deixa de existir porque alguém o nega. Crer ou não crer em Deus não faz diferença sobre a sua existência; ele não deixa de ser o que é, e sua natureza não pode se ocultar porque alguém não acredita na sua existência.

O livro do Profeta Habacuque faz uma revelação surpreendente sobre a existência e manifestação de Deus na história: “Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hac 2.14). É uma imagem magnífica. As nações não apenas saberão da sua existência, mas conhecerão também a sua glória. Glória é uma palavra traduzida do hebraico que fala de brilho e clarão. 

Todos verão, todos conhecerão, todos saberão.
Sua glória será manifesta. 

Assim é o nosso Deus!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Independência

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A Independência do Brasil foi certamente um passo decisivo para a autonomia do Brasil, e para as tomadas de posição como uma nação livre. Em virtude do grito da Independência ter sido forjado com base em acordos políticos e econômicos, o Brasil que já havia transferido boa parte de sua riqueza para Portugal, ainda teve que assumir a dívida imensa que a Corte Portuguesa tinha com a Inglaterra. Já começamos a independência com saldo devedor. Se a declaração da Independência não fosse “no grito”, e dada por aquele que representava Portugal (e que posteriormente abandonaria o Brasil), se fosse a conquista de um povo, certamente haveria na cultura desta nação um paradigma diferente de luta e liberdade.
A situação foi tão patética, que os países vizinhos se recusaram por muitos anos, a reconhecer a Independência do Brasil. Como é que um país se torna independente e o rei da corte invasora e dominadora continua no comando?
Estas e outras questões são boas para a nossa reflexão teológica.
Muitos querem dar o brado da liberdade, deixando ainda o governo na mão do tirano. Quando Moisés falou para Faraó que povo de Deus precisava ir para o deserto, ouviu a seguinte resposta: “Celebrem a Deus no Egito”, e, “Celebrem a Deus, mas não se distanciem demais”. Em outras palavras: Sejam livres mas no meu território, ou, sejam livres mas não saiam do meu controle. Que risco negociar com Faraó. Suas cláusulas são sempre escravizantes.
Moisés não negocia com Faraó. Nossa liberdade não pode ser condicionada a nada, porque assim diz o Senhor: “Deixa meu povo ir!” Não podemos continuar escravizados por ideias, conceitos, valores, vícios, nem à nossa vontade pervertida e emoções desestruturadas. Ao nos transferirmos para o reino do Filho de Deus, saindo do império das trevas, o diabo, o mundo, nem a carne podem mais ter o controle de nossa história. Nos tornamos livres. Servos, agora, pela vontade, apenas do Deus de amor, para servir no seu reino de amor, como súditos fieis. Inclusive trazendo os filhos e os bens para glorificar a Deus, como fez Moisés.


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Sara a minha Alma


Muitos salmos são uma espécie de psicoterapia espiritual, porque os salmistas estão se dirigindo a Deus, algumas vezes em louvor, outras em adoração, clamor, súplicas e confissões. No Sl 41.4 Davi ora assim: “Disse eu: compadece-te de mim, Senhor; sara a minha alma, porque pequei contra ti”.
A alma humana pode adoecer. 

Já vi muitas pessoas adoecidas por mágoas, tristezas, amarguras, desejo de vingança. Outras entristecem por perdas, lutos, tragédias. Algumas jamais recuperam a vitalidade e a saúde e se perdem na dor. Tornam-se cativas da traição, dos infortúnios, da maldade. Em alguns casos, os incidentes foram extremamente graves, e o mal vai se perpetuando numa retroalimentação da ira sepultada viva e do gosto do absinto na boca.

Davi afirma que sua alma estava enferma. No seu caso, não pelo que os outros fizeram contra si, mas pelo que ele havia feito contra Deus. “Sara a minha alma, porque pequei contra ti”. Ele percebia que havia quebrado os mandamentos, desonrado a santidade do Senhor, negado sua fé, traído amigos e ferido sua família. Ele precisava ser curado, porque o seu pecado e suas iniquidades se tornaram a causa do seu desatino.

A cura para a alma adoecida encontra-se em Jesus. “O sangue de seu Filho nos purifica de todo pecado”. A obra de Cristo na cruz tem um efeito terapêutico. Por meio de seu sangue Ele restaura a dignidade, coloca em nós um novo anel, sandálias nos pés, roupagem nova, como o pai fez ao filho pródigo, desviado e perdido.


Jesus tem o poder de curar a alma. Ele nos faz um doce convite: “Vinde a mim todos vós, cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para vossas almas”.  Seu coração não precisa ficar para sempre doente. Em Jesus temos a cura das emoções e perdão para as transgressões.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

A voz de comando



As forças armadas fazem questão do conceito de hierarquia e obediência. Os subordinados precisam aprender a voz de comando que diz o que fazer, que atitude tomar, que direção seguir. É preciso obediência. Este princípio é fundamental em tempos de conflito, os soldados aguardam as instruções para saber o que devem fazer, e isto é essencial para a disciplina e estratégia de ação.

Rick Warren afirma que existem muitas vozes no nosso interior, que direcionam a vida. Alguns são movidos por culpa, outros por raiva, medo, ansiedade, reputação. O que nos guia? Qual é a voz de comando que nos impulsiona a ação. O que nos move?

O Sl 36.1 afirma: “Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos”. O que está no comando do coração de um homem sem Deus? A voz de comando dele é a transgressão. Ele é impulsionado a desobedecer a Deus, a não considerá-lo. Ele não é movido por temor, submissão, ou obediência a Deus, o que o leva a agir é o pecado. A ordem de dentro dele é para quebrar os mandamentos, transgredir.

Martinho Lutero falava da “escravidão da vontade humana”, quando não orientada pelo Espírito de Deus. A teologia evangélica atual fala muito em livre arbítrio, mas como fazer para optar pelo bem, se a voz de comando do coração é a voz da transgressão? Paulo se vê nesta armadilha existencial no dramático relato da alma humana em Romanos 7, desta árdua luta da vontade humana contra Deus. “Miserável homem que sou, quem me livrará o corpo desta morte?”. Quero fazer o bem, mas se a voz de comando do meu coração é o pecado, eu sempre o obedecerei. Não é exatamente assim que acontece conosco?

Precisamos de outra voz de comando. 
Ela vem do nosso general, que é Jesus. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz e me seguem”. 

Quando esta voz de comando é conectada a Cristo, agiremos baseados na sua orientação e direção. Quando a voz de comando é a transgressão, somos orientados ao pecado. Quando a voz de comando é do bom pastor, somos orientados à santidade.

Qual tem sido a voz de comando de sua vida?

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Não há Deus




Rev. Júlio Andrade Ferreira afirmou que “A Bíblia é a mãe das heresias”. Isto, dizia ele, era resultado de uma leitura superficial e tendenciosa, de corações depravados, ou de pessoas mal intencionadas, que liam a Bíblia, não para serem orientadas por ela, mas para descobrirem nuances que justificassem seus pontos de vista.

Por exemplo, a frase acima “Não há Deus”, está na Bíblia. Mas ela deve ser lida em todo o seu contexto. O que diz todo o texto?

O Sl 14.1 afirma: “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem”. Veja o que a frase toda está dizendo. O homem tolo afirma em seu coração a inexistência de Deus. E por que o faz? Para justificar seus comportamentos e atitudes pecaminosos e depravados.

Certo filósofo chegou a afirmar: “Se Deus não existe, tudo é permitido!” E isto é verdade. Paulo afirma na Carta aos Romanos que os homens, “tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (Rm 1.21). Qual foi o resultado desta forma de pensar e deste tipo de raciocínio?

E por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1.28). Sabe qual foi a reação de Deus a esta indisposição humana da raça humana? Aparentemente nenhuma. O juízo de Deus foi deixar que os homens seguissem seus próprios impulsos pecaminosos e sua mente reprovável. O homem, sem a direção e a graça de Deus está perdido. O homem entregue a si mesmo cairá no mal. Sem a direção do Eterno, entramos num processo irreversível de auto destruição. 

Não sem razão, uma das orações dos cristãos da Idade Média era sempre: “Senhor, livra-me de mim mesmo!”

Rev. Samuel Vieira


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Igreja e família de mãos dadas

Para que tenhamos êxito na formação espiritual dos filhos, igreja e família precisam fazer um pacto de trabalharem juntos nesta desafiadora tarefa.

Estatísticas mostram que de 18 a 29 temos o buraco negro na vida espiritual. Estima-se que apenas nos EUA, 8 milhões de jovens de 20-30 anos deixam a igreja no início da vida adulta. 11% dos jovens adultos que cresceram dentro da igreja migram para outras religiões místicas ou esotéricas, e são inúmeros os que se afastam da igreja. Os filhos destes, por sua vez, não terão vínculo algum com a igreja e se tornarão difusos quanto à sua fé, e muitos serão adeptos do religiões como a macumba e espiritismo.

O que fazer para que esta lamentável situação seja mudada? A resposta é: Família e igreja precisam andar de mãos dadas. Apesar da igreja exercer um papel fundamental nesta caminhada, sua grande função é fornecer ferramentas para que os pais a utilizem e apliquem na vida dos filhos.

Quais estratégias e cuidados são necessários para conectar esta geração a Jesus?

Famílias precisam estar atentas e cuidarem espiritualmente dos filhos. Igrejas precisam repensar e adequar seus programas na forma e metodologia para que o conteúdo essencial da Palavra de Deus não seja alterado, mas relevante.


Encorajamos os pais a se aproximarem mais da igreja, a se envolverem mais, a conhecerem as propostas de atividades que tem sido criadas para seus filhos, a ajudarem neste processo, abrindo suas casas, dispondo-se com tempo e recursos para que todos sejam salvos.

Geração Futura


O grande desafio da igreja é proteger espiritualmente sua comunidade, para que nenhum dos seus se afaste do caminho do Deus vivo.

Pensando nisto, na última reunião do conselho, tivemos a presença dos líderes dos ministérios Infantil, Pré-adolescentes, Adolescentes e jovens, para construirmos um projeto que englobe e contemple cada um dos grupos, e que faça as transições entre as diferentes fases de forma tranquila – Estamos pensando em como dar ferramentas, instrução e proteção para que nossos filhos continuem amando a Deus.

Atualmente temos cerca de 212 crianças em nosso Departamento Infantil (0-10 anos), cerca de 20 pré adolescentes (10-11 anos) e no último acampamento de adolescentes inscreveram-se 140 adolescentes (nem todos da igreja), e isto demonstra o potencial evangelístico deste grupo e muitos jovens estão se envolvendo nas atividades da igreja.

O desafio é fazer a transição entre os diferentes ministérios, de forma que “nenhum deles se perca”. É comum vermos jovens se afastando da igreja entre a adolescência e juventude, alguns retornam alguns anos depois, feridos e superficiais em sua fé, outros dispersam e nunca mais retornam. O que fazer para que a futura geração assuma a igreja dentro de 10-20 anos, com profundidade bíblica e amor às verdades eternas?


Nos próximos meses, vocês ouvirão cada vez mais a liderança da igreja falando deste assunto. Nosso sonho é realmente não perder os filhos para o secularismo ou misticismo. Mas vermos surgir uma geração que ame a Palavra do Senhor e o Senhor da Palavra.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Não temas!




Medo é um dos elementos primários do ser humano. Existe um medo natural e saudável que desenvolvemos e protege a nossa vida, mas existem também os medos culturais e tabus. Todos os povos desenvolvem seus mitos e assombrações. O medo está presente em várias situações: tememos a velhice, a doença, a falência, o fracasso, a morte, nossos instintos e reações, o escuro, insetos, o desconhecido, animais, e alguns tem medo de ter medo. Não parece estranho?

Por esta razão, desenvolvemos uma multiplicidade de fobias: Agorafobia, aracnofobia, claustrofobia e inúmeras fobias de nomes complicados que não seriamos capazes de colocar neste artigo.
Certamente Deus sabe da nossa condição de seres amedrontados, porque a Bíblia fala 365 vezes para não termos medo. Não é significativo que exista para cada dia do ano uma exortação e promessa para não ficarmos escravizados ao tormento do medo?

O que você teme?

A ansiedade, que também gera medo e insegurança, “é o resultado natural de centralizarmos nossas esperanças em qualquer coisa menos do que deus e sua vontade para nós” (Billy Graham).
Toda vez que o medo nos cerca e tende a nos dominar, deveríamos declarar ousadamente:

“O Senhor é a minha luz, e a minha salvação. De quem terei medo?
O Senhor é a fortaleza da minha vida. A quem temerei?” (Sl 27.1)


Rev. Samuel Vieira

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Ciclo da Vida




Nesta semana acompanhei de perto o funeral de um colega.

Salomão, no seu pessimismo afirma que “é melhor estar na casa de luto, que onde há banquetes, porque ali se considera o fim dos homens; e que os vivos o tomem em consideração”. É óbvio que estar na casa de festas é melhor que num funeral, no entanto, a lógica do autor é clara. Na brutalidade e realidade da morte percebemos a fragilidade da vida e somos convidados a repensar nosso estilo de vida, prioridades, valores, amizades e nossa vida com Deus. A morte é uma realidade democrática: atinge a todos. É melhor considerar isto e se preparar para a eternidade.

Ali, naquele ambiente de dor, vi uma criança belíssima, sendo levada no colo. Sua beleza, radiante; sua vitalidade, atraente; seu sorriso e bom humor cativantes. No meio da dor, estava eu ali a contemplar a beleza angelical daquela criança, brincando com ela e admirando-a intensamente. Logo percebi que era neta do meu amigo cujo corpo estava ao lado de pessoas que o amavam e companheiros de jornada que vieram se despedir. Fiquei impactado com o realismo da vida: Um ciclo de uma vida se completara, e outro iniciava agora.

No Salmo 78 lemos: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não encobriremos aos nossos filhos; contaremos à vindoura geração, os louvores do Senhor, o seu poder, e a maravilha que fez”. Precisamos continuar neste continuo processo de revitalização e comunicação das verdades do Evangelho aos filhos e netos. Ninguém ficará para semente. “A vida sobe a setenta anos, e, em havendo vigor, a oitenta anos. O que passar disto é canseira e enfado”.


Viva como se fosse o seu último dia de vida – um dia certamente será!

Dinheiro e Reino de Deus



Howard Dayton, Fundador do Crown Ministries, afirma que encontrou cerca de 500 versículos na Bíblia a respeito de oração, porém 2.350 sobre como tratar do dinheiro e bens materiais. Chama a atenção ainda para o fato de que o tema “dinheiro” ocupou uma agenda central no ministério de Jesus. Depois do Reino de Deus, o segundo tema mais mencionado por Ele foi dinheiro e a forma de lidar com os bens. Ele falou mais sobre finanças do que sobre oração, inferno, céu, etc. Afirmou que dinheiro tem vida própria, que não é um poder neutro, e por isto o chamou de Mamom (Mt 6.24), uma entidade com personalidade, com desejos e motivações. Dinheiro pode gerar vida ou morte, por isto, a raiz de todos os males, é o amor ao dinheiro (1 Tm 6.10).

Charles Stanley fala de quatro princípios de administração do dinheiro encontrados na Bíblia:


  1. Ganhe honestamente- Isto implica em não sacrificar a consciência e integridade. Precisamos do trabalho, dos recursos que ganhamos, mas precisamos acima de tudo de Deus. Vive-se sem dinheiro e sem bens, mas não se vive sem Deus. Ganhe honestamente (Ef 4.28).
  2. Aplique sabiamente – O mal dos recursos ou a ausência de critério, pode trazer pobreza e falência. Quando os dias difíceis chegarem, não teremos porque não fizemos provisões. É fácil gastar os bens sem ponderarmos sobre o futuro e sem inteligência e competência (Pv 21.5; 10.4).
  3. Doe generosamente – Sendo o dinheiro um ídolo, uma entidade que exige adoração, doar é uma forma de minimizar seu efeito sobre nossas vidas. Dar é uma forma de usar os recursos para promover a obra de Deus, cuidar do pobre e glorificar a Deus. Dar é um exercício espiritual, muitas vezes complicado. Temos facilidade de gastar com coisas que nem sabemos o que fazer com elas, que vão entulhar guardas roupas e armários, mas não temos a mesma facilidade de usá-lo como culto a Deus (1 Co 16.1,2; 2 Co 9.6-11; Ml 3.10).
  4. Desfrute abundantemente – Não desenvolva uma relação de afeto com o dinheiro. Ele existe para ser usado! Tolo é o homem que acumula sempre, mas nunca desfruta daquilo que Deus tem colocado em suas mãos. Use-o para seu deleite, para alegria de seu lar, para celebrar a vida que Deus lhe tem dado (Ec 5.8-20)

Crises na Igreja Primitiva


Sempre que lemos o livro de Atos, somos tentados a ver a igreja com uma visão idílica, perfeita, sem problemas. Mas basta uma leitura mais atenta para perceber quantos problemas aquela igreja enfrentou:

1. A crise da integridade – At 5.1 - Quando Ananias e Safira tentaram “enrolar” os irmãos, com mentiras. O resultado foi muito pesado e com graves implicações;

2. A crise da discriminação e preconceito – At 6.1-6 – As viúvas da igreja, o grupo mais desprivilegiado socialmente, reclamava de ser tratada com forma preconceituosa. Por esta causa foram eleitos os diáconos da igreja; 

3. A crise missionária – At 8.1 – O primeiro agente missionário foi Herodes. Enquanto a igreja não foi perseguida, o mandato missionário de Cristo em Mt 28.18-20 e At 1.8 não foram cumpridos. A perseguição desencadeia a missão.

4. A Crise dos falsos convertidos – At 8.26 – Simão se agrega à igreja, parece ser um crente, mas era um ilusionista esotérico, chegou a ser batizado na igreja, mas não havia entendido as coisas básicas do Reino de Deus; 

5. A crise da assimilação de novos na igreja – At 9.26-31 – Paulo, por causa do seu background, não conseguia se envolver na igreja. Foi necessário alguém tão especial como Barnabé chegar e integrá-lo à comunidade; 

6. A crise institucional – At 11.1 e At 15 – Os judeus que eram basicamente os líderes da igreja, não conseguiam entender, mesmo depois do que Cristo havia dito, que os gentios deveriam fazer parte da comunidade. Isto desencadeia o Concílio de Jerusalém, o primeiro da história da igreja para definir as bases do que seria “a face da igreja” nascente.

Como os apóstolos lideram com a crise?
1. Aprenderam que igreja vitoriosa não é igreja sem crise
2. Entenderam que a igreja deve ser vitoriosa, a despeito da crise
3. Conseguiram fazer a igreja avançar, no meio da crise
4. Viram cada crise como oportunidade para avançar e glorificar a Deus.

E sua igreja como lida com a crise?
E você, pessoalmente, como lida com sua crise?




Sonho de Liberdade




Certa inquietação pairava nos Brasileiros nos dias de Tiradentes. O país, subjugado por Portugal, devia pagar impostos à coroa e ter todas suas decisões políticas e econômicas vindas de Portugal. No dia 21 de Abril celebramos a data em que Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, morreu enforcado, em 1792, por sua luta por esta liberdade.

O levante da Inconfidência Mineira foi o primeiro grito para a mudança que se pretendia no Brasil. A proclamação da independência só ocorreria em 07 de setembro de 1822, e não ocorreu da noite para o dia. Foi fruto de um longo processo. Sentindo-se ameaçados em sua autonomia, indivíduos favoráveis à independência e contrários às medidas de Portugal, formaram o Partido Brasileiro, que representava os interesses de aristocratas rurais, burocratas e comerciantes que possuíam vínculos econômicos com o Brasil. 

A Inconfidência foi o início. É conhecida a frase de Tiradentes: “Liberdade ainda que tardia”, mas existe ainda outra menos divulgada: "Esta terra há de ser um dia maior que a Nova Inglaterra!" Bem... a auto proclamada profecia de ser maior que a Nova Inglaterra, infelizmente, não aconteceu. O sonho pela grandeza ainda continua. Ainda convivemos com os abusos e absurdos políticos, de uma burguesia burra e inconsequente, desde os tempos imemoriais. Lamentavelmente a cultura ibérica da corrupção marcou indelevelmente a nação. Ainda precisamos continuar buscando e sonhando por esta liberdade. A democracia é um árduo processo, mas é o caminho da maturidade de uma nação.

Maior, porém, que a ditadura colonial e os absurdos políticos, é a ditadura das amarras da consciência, da culpa, do pecado que nos paralisa, do diabo que escraviza, de vícios e condicionamentos que subjugam. 

Jesus percebia uma escravidão moral e espiritual sobre os homens, por isto anuncia. "...Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. A grande liberdade que um homem pode ter é da culpa do pecado (passado), a presença do pecado (presente), e da condenação do pecado (futuro, morte eterna). Esta é a grande obra que o Filho de Deus deseja fazer em cada um de nós.





sexta-feira, 10 de abril de 2015

Deus se move na história


O Segundo Livro das Crônicas dos Reis, relata os últimos dias da nação de Israel antes do Cativeiro Babilônico. Deus havia dado uma profecia específica ao profeta Jeremias de que seu  povo seria levado cativo e seria exilado 70 anos. Muitas mudanças políticas aconteceram nestes anos. A geopolítica foi alterada substancialmente. Nabucodonor invade Israel e leva os judeus para a Babilônia (atual Iraque), depois dele Belsazar seu filho assume o reinado, mas é derrotado por Dario, o Persa (Atual Irã), e depois vem Ciro.

Ciro assume um lugar estranho na Bíblia. Deus o chama de “meu pastor” (Is 44.28) e “meu ungido” (Is 45.1), um homem designado para executar seus planos eternos mesmo sem conhecer a Deus (Is 45.5). É assim mesmo... Fazemos a vontade de Deus estando conscientes ou não, em obediência ou rebeldia. Paul Washer afirma que não faz apelo para as pessoas aceitarem o Senhorio de Jesus sobre suas vidas, porque Jesus é Senhor, quer saibamos disto, ou não; quer queiramos ou não.

No primeiro ano de Ciro, “para que se cumprisse a palavra do Senhor por boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia” (2 Cr 36.22), e ele fez um decreto dizendo: “Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o Senhor, seu Deus, seja com ele” (2 Cr 36.23). Lá estava Ciro, o rei poderoso, sem saber de nada das profecias dadas por Deus, cumprindo sua vontade e executando o seu plano.

Deus se move na história. Deus age na história. E talvez, estas duas afirmações sejam incompletas na sua essência. Na verdade Deus faz a história, porque é Senhor dela. Antes de qualquer decreto de Ciro ainda ter sido dado, Deus havia dito a Isaias que ele faria isto, porque era seu servo e ungido, e para que se soubesse que “além de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro” (Is 45.6). 


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Novo ano, novos ideais?



Na maioria das pessoas sempre existe a expectativa de que, com a chegada do Novo Ano determinadas resoluções engavetadas tornem-se finalmente uma realidade.

Alguns pensam em voltar para a academia, outros estabelecem o alvo de ler a Bíblia em um ano, ou de estabelecer algum projeto pessoal, viagem, troca de carro, ferias, etc. ou de serem pais mais amorosos, cônjuges menos desatentos - e a lista é quase infindável de possibilidades.

Resoluções novas ajudam? Sim e não. Na verdade, a maioria não consegue mudar, mas psicologicamente, o estabelecimento de metas, objetivos e alvos é sempre estimulador. Portanto, comece a fazer aquilo que propôs, esforce-se por atingir este alvo, vá atrás dos projetos. A Bíblia afirma que o coração do homem pode fazer planos. Se você estabeleceu um novo (ou antigo) alvo para sua vida, lute para alcançá-lo.



Que Deus o abençoe neste novo ano!

As boas noticias do Natal



Eu não sei como você tem se sentido ao ouvir o noticiário em nossos dias, mas eu confesso que ele me tem deprimido um bocado, são tantos escândalos e tragédias, tanta dor, tanta corrupção eu me sinto desanimado.

A um dos membros de nossa igreja que é da Polícia Federal fiz recentemente um comentário em tom de brincadeira: ‘‘Para de prender gente senão Brasília vai parar...´´

O problema com as notícias que temos é que elas são sempre ruins. Há um ditado que diz: ‘‘notícia ruim anda rápido’’. O que dá notícia são as calamidades, o sinistro, o feio. Jornais e revistas deveriam decidir não publicar fotos de bandidos, mas de pessoas que servem à sociedade; mas o que dá ibope é o trágico.

Além disto, as notícias são velhas, não são novas. O Petrolão e o Mensalão é um repeteco do Watergate, dos talibãs corruptos dos tiranos de Uganda e Biafra, da máfia italiana, de El Capone em Chicago.

O mal se reproduz, se copia, repete...

Os anjos, ao anunciarem o nascimento de Cristo falam de ‘‘Boas Novas de grande alegria’’. São boas e são novas. Não são ruins nem velhas. Que esperança, que consolo, que alegria podemos ter ao ouvir isto. Afinal, Jesus nasceu entre nós, este Deus-menino se fez gente na história humana, e, ‘‘para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros
tempos, tornou desprezivel a terra de Zebulom e as terras de Naftali (Regiões historicamente abandonadas pelos poderosos daqueles dias), mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios (a quem os judeus menosprezavam por achar que Deus não se importava com eles), (Is 9.1). Estas são as Boas Novas do Natal.


Samuel Vieira