No livro de Jó
temos o grande desafio de decifrar a enigmática realidade da vida, quando ela
não parece ter coerência, sentido ou propósito. Jó se debate em vão, indaga,
questiona, perscruta. No entanto, Deus se mantem aparentemente silencioso e
distante. Os golpes são duros e Jó tenta decifrar os acontecimentos,
inutilmente.
No capitulo 23
ele se depara com a realidade de que Deus é Deus. Ele então afirma
resignadamente: “mas, se ele resolveu
alguma coisa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará” (Jó
23.23). Uma tradução livre afirma o seguinte: “Ele é ele!”
Esta é a grande
verdade! Deus é Deus!
Ser Deus é ter o
poder de exercer a liberdade de conduzir o universo da forma como deseja fazer.
Apenas Deus é livre. Ele pode fazer o que bem quiser, e não tem que prestar
contas disto a ninguém, porque ele, e apenas ele, é Deus! Se ele prometeu ele
há de cumprir; se ele planejou, executará. “Os
dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11.29). Ou como nos ensina a Palavra: “Se ele prometeu, ele há de cumprir, e se ele falou, é certo que fará”. Se
ele não pudesse exercer sua liberdade e soberania plena, ele não seria Deus.
Nossos
sentimentos em relação a este conceito podem variar do sublime encantamento e
alegria: “É bom ter um deus providente e
sabe que governa a história, e não a deixa ao acaso”, ou pode ser de revolta, medo e angústia, afinal, “Quem Ele pensa que é?” No primeiro caso,
isto é possível quando temos uma percepção de sua santidade, bondade e amor, e
é maravilhoso saber que estamos nas mãos de um Deus, e não do humor das
circunstâncias. No segundo, se a relação com Deus é de suspeita e desconfiança ficamos
assustados imaginando o que alguém, com tamanho poder, pode fazer conosco.
A concepção que
temos de Deus não muda quem ele é, mas nos muda radicalmente. Paz ou angústia,
encantamento ou medo, alegria ou perplexidade, dependendo da concepção que temos
de Deus.
Rev. Samuel
Vieira
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