quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Pé-do-porco

Zona final.

Ponto de contacto entre bêbados e desencontrados.

Ali, nada acontecia – tudo acontecia.
Zezão morreu de valentia,
O cemitério está cheio de gente assim.
Carrinho de um tiro de garrucha,
Ao tentar forçar uma menina a beijá-lo.
Chico bana-rabo, de malandragem,
Estes normalmente partem cedo...
Queiroz de acidente,
Deixou muitas saudades.
Eulin de acidente,
Menino bom... outra dor no peito.

Só não morreu quem não ficou,

Para o restante, mera sobrevivência...
Porque nunca foi valente,
Porque nunca foi namorador,
Porque nunca foi ambicioso,

E se encontrou perdido nesta terra de ninguém.
Ficou ali no anonimato,
Na indiferença,
No silêncio dos anônimos.

Quanta história nesta terra de ninguém.

Quanta narrativa os esquecidos têm...

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