sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

O Inesperado

Você já se sentiu numa situação sobre a qual não tem controle?
Uma viagem planejada, com todos os bilhetes comprados,
Malas prontas, roteiro preparado,
Que infelizmente você não conseguiu realizar?
Uma noticia inesperada,
Um fato novo,
Uma tragédia,
Uma ameaça?
E você não conseguiu realizar seu sonho.
Imagine ainda,
A tentativa de ir para um determinado lugar
Com todas as conexões acertadas,
E você perde a primeira conexão,
E todas as demais tornam-se impossíveis?
Os planos são frustrados,
Os projetos nem sempre se realizam.
Você está se dirigindo ao aeroporto,
Um rush o pega no meio do caminho
O pneu do carro fura,
O carro para inexplicavelmente no meio da pista.
É... a vida tem destas coisas.
Não temos poder sobre o tempo,
Nem sobre o trânsito,
Sobre nossa saúde,
Ou sobre nós mesmos.
Quem dentre os homens tem pode sobre eventos sobrenaturais?
Sobre a morte, sobre o destino.
Quem é senhor dos seus próprios impulsos e paixões?
Quem pode antecipar sua própria biografia?
Para o tempo,
Defender-se do inesperado,
Controlar a fúria da natureza,
A violência do fogo,
A agressão inesperada?
Eventualmente nos sentimos à mercê do destino,
Escravos do acaso,
Cobaias de Deus.
Mas o inesperado também pode fazer sentido,
Quando se relativiza o controle,
Quando se abre mão da onipotência,
Quando se confia o inesperado àquele que nunca é pego de surpresa.
Quando se olha para o inesperado como oportunidade do novo, do sobrenatural,
De que algo não previsto se torne belo.
De que, não necessariamente, o inesperado é ruim,
Que seu acontecimento pode estar engravidado de sentido.
Quando se percebe que o inusitado tem seus desenhos, cores, propósitos.
Nas variações e musicalidade,
Dos eventos inesperados.

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