sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Espelho da alma

É o fim!
Simplesmente não posso e não quero mais
Estou só,
Faz frio,
É o fim!

Cessaram as utopias
Desfizeram-se as esperanças
Enganei-me e enganei os outros
Estou só!

Nem sei como a solidão chegou tão depressa
Tudo estava bem...
Ou pelo menos eu pensava estar
Mas tudo implodiu: a base estava podre.
E eu ficou só, tentando juntar os cacos.
Não se assuste com o meu desespero.
Porque ele é pior do que você imagina.
É o fim!

Primeiro foram os filhos,
Saindo devagar, um a um
Não suportavam mais minha intransigência
Na verdade nem eu me suporto mais
Embruteci, emagreci, enrijeci
Fique só!

Depois saiu minha mulher
Quebrada, moída, um farrapo.
Mas com a impressão de que já ia tarde
Não conseguiu me salvar, resolveu salvar a si mesma.

Estou só!
Preciso reencontrar meu norte
Preciso repensar a vida
Preciso reescrever minha história.

Quem conseguiu produzir enredo tão triste,
Com cuidado, fé e vontade
Pode reescrever sua nova história.
Quem foi tão estúpido em cometer tanta tolice
De forma tão estúpida
Deve ser nobre
Com um mínimo de bom senso,
Para buscar ajuda!
Você precisa se queimar na sua própria chama,
E impossível se renovar sem se tornar cinza.

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