quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Negritude

Ele era alto e magro,
Excelente candidato a jogador de basquete.
Pobre, de hábitos simples,
Pele negra, África Zulú, quilombo.
Ética calvinista.
Alma pronta para o serviço e para servir,
Admirado por muitos, tornou-se político, vereador da cidade.
De repente estava ali, no meio de negociatas, arranjos, acordos, pactos.
Todos aqueles termos e atitudes não eram claramente entendidos por ele.
Tudo aquilo não fazia sentido para sua alma simples.
Estava ali para servir, era candidato do povo...
Procurado por seus correligionários recebeu a proposta irrecusável:
“Precisamos de seu apoio...”
“Seu voto é importante...”
“Podemos negociar...”
“Você ainda não tem uma casa para morar...”
Quando entendeu que avaliavam seu preço,
Quando entendeu os motivos de tantos mimos e promessas,
Ficou inquieto, indignado, irado.
De forma simples, firme, segura e direta.
Deu a resposta de seu preço,
Pediu o preço se seu passe.
Expulsando os proponentes infames,
Com voz forte,
olhar firme:
“Já foi o tempo em que preto se vendia, passar bem senhores...”

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