quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Menino do farol

Estava sempre na mesma área,
Vendendo chicletes,
Aprendiz de artes,
Malabarista de plantão,
Pedindo dinheiro,
Cheirando cola.

Cadê aquele menino que estava sempre aqui?
Vendendo chicletes, implorando vida?

Vitima de sua história, interagindo com ela,
Explicando-a,
Justificando-a,
Denunciando-a,
Defendendo-a.

Desapareceu...
Assim como chegou se foi,
Não faltarão substitutos: sem nome, sem história, sem documentos.
Delimitando um novo território.

Cadê o menino daqui?
Nesta manhã ele se foi e eu fiquei,
Mistério, enigma, semente, denúncia.
Seus sonhos, desejos, projetos ainda existirão?
Este menino ainda existe?
Terá ainda algum sonho consigo?

Que sonhos pode ter um menino que vende chicletes e implora vida?
Teria morrido o menino sem sonho,
Existirão ainda os sonhos do menino?

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