terça-feira, 29 de novembro de 2022

O Justo viverá pela fé

 




 

Dia 31 de Outubro celebramos os 505 anos da Reforma Protestante, um movimento religioso, com grandes implicações políticas e sociais, que impactou o Ocidente. Esta foi a data em que Martinho Lutero, monge agostiniano, afixou as 95 teses nas portas de Wittemberg, protestando contra os desvios da Igreja.

 

A Reforma Protestante está fundamentada em cinco pilares: Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Sola Scriptura e Soli Deo gloria. Toda base do credo reformado encontra-se nestes cinco pontos cardeais.

 

A Sola Fide foi primeiramente enunciada no livro do profeta Habacuque, e posteriormente citada em três passagens do Novo Testamento. “O justo viverá pela fé.” (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38) Esta frase tem profundas implicações sobre nossas vidas, principalmente nos dias de tantas perplexidades e apreensões no mundo político.

 

No Livro de Habacuque Deus pede ao profeta que a escrevesse em uma tábua para que pudesse ler até aquele que passasse correndo (Hc 2.2). Foi o primeiro out-door da história. A situação política era alarmante. Os caldeus estavam invadindo Jerusalém e o cenário histórico era caótico. Deus então faz o profeta refletir no fato de que não vivemos baseados no nosso humor, que é bastante instável, nem nas emoções que estão em constante desalinho, e nem menos nos fatos históricos.

 

O justo vive não pelo que vê. Ele possui transcendência. Sua esperança não está nos homens, nem nos políticos, nem na história, mas sua esperança está em Deus. “Uns confiam em carros, outros em cavaleiros, mas nós nos gloriamos no Senhor dos Exércitos.” Viver pela fé é ir além das realidades horizontais da nossa existência, é verticalizar o coração, tirar o olhar das circunstâncias. Um ditado diz: “Quando olho para dentro de mim, vejo confusão; quando para fora, desespero e tristeza; mas quando olho para Deus, vejo esperança e paz.”

 

Rev. Samuel Vieira

Impedidos de pregar



 

E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.” (At 16.6-7)

 

Este texto é surpreendente! O Espírito Santo que é o iniciador, fomentador e impulsionador da obra missionária e da pregação do Evangelho, por duas vezes, e não apenas uma, impede os apóstolos de pregarem a mensagem. Primeiramente, quando quiseram para a Ásia, depois, quando tentaram ir para a Bitínia.

 

É fácil entender a expressão de Paulo: “Por isso, quisemos ir até vós, pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas vezes; contudo, Satanás nos barrou o caminho.” (1 Ts 2.18). É coerente imaginar que o diabo se interponha para que a obra de Deus não avance e os gentios não ouçam a mensagem da salvação. Satanás barrou o caminho de Paulo e quando pensamos nisto é natural entender que o diabo quer impedir que a obra avance.

 

Mas em Atos, foi o Espírito Santo quem impediu. Por que ele fez isto?

 

Pelo menos duas razões podem ser dadas:

 

Primeiro, por causa do plano inescrutável de Deus. Deus faz as coisas do jeito que deseja fazer, com a estratégia que deseja, usando os instrumentos que quer, na hora que ele quer fazer. Como, quando, onde e porque deseja usar. Ele age misteriosamente. Não é sem razão que o profeta Isaías se espanta com os métodos de Deus e afirma: “Verdadeiramente, tu és Deus misterioso.” (Is 45.15)

 

Segundo, porque Deus precisava dar uma visão aos seus apóstolos, que só seria possível se eles estivessem parados. No movimento e no barulho, nem sempre é fácil distinguir a voz de Deus. A Bíblia afirma que enquanto procuravam entender a direção de Deus, Paulo recebe uma visão: “Passa a Macedônia e ajuda-nos.” (At 16.9) Quando lemos o livro de Atos, vemos os discípulos em constante movimento, mas agora seus projetos não foram aprovados e eles nada podiam fazer. Parados em Trôade, recebem a visão.

 

Curiosamente, em Trôade não vemos nenhum relato de conversão, de cura, de manifestações sobrenaturais. Nesta cidade, porém, recebem a visão. Às vezes Deus precisa nos parar para dar a visão correta e entendermos seu plano. Não podiam ir para a Ásia, nem para a Bitínia, mas precisavam ir para a Europa. Seus olhos estavam na direção oposta que o Espírito Santo desejava dar.

 

Não se assuste com o silêncio e até mesmo a forma estranha que Deus está agindo em. Procure entender qual a visão que ele deseja colocar em seu coração.

 

Rev. Samuel Vieira

sábado, 5 de novembro de 2022

O Governo de Deus sobre as nações

 


 

Estamos às vésperas do segundo turno da eleição presidencial. Os nervos estão à flor da pele e atitudes radicais tem levado à rispidez e desavenças, famílias e igrejas tem se dividido em torno desta discussão. De certa forma é compreensível a preocupação, porque a bandeira de cada um dos grupos diverge em muitos aspectos, sejam econômicos, morais e religiosos.

 

Nestas horas, porém, precisamos lembrar que nosso Deus é soberano sobre todas as coisas. Não há um centímetro qualquer do universo, que Deus não reivindique sua soberania, como bem afirmou Abraham Kuyper. No livro do profeta Daniel, lemos: “Ele muda os tempos e as estações; ele remove reis e estabelece reis.” (Dn 2.21) Deus removeu Nabucodonosor de seu reino por um período, a fim de que ele pudesse entender que “o céu domina.” (Dn 4.26) Logo em seguida lemos na Palavra de Deus que o “Filho do Homem” recebe o domínio e o reino (Dn 7.13). O livro de Salmos nos diz: “O SENHOR estabeleceu o seu trono nos céus e, como Rei, domina sobre tudo o que existe.” (Sl 103.19). Não há autoridade que não proceda dele. Ele levanta e ele derruba.

 

A igreja não deve temer governos maus e ímpios, nem mesmo o diabo. Ela deve sua própria infidelidade e acima de tudo, temer a Deus. A igreja sobreviveu ao Império Romano, às perseguições de governos ateus e materialistas, tanto na Cortina de Bambu (China), quanto na Cortina de Ferro (URSS). Ultimamente tem sofrido sistemáticos ataques de falsas religiões, templos têm sido queimados e cristãos mortos por sua fé, mas não precisamos temer: Nosso Deus governa! Precisamos continuar servindo fielmente a Deus em qualquer governo, viver para sua glória, com bondade, justiça e misericórdia, pregando sua Palavra.

 

O governo perfeito só será estabelecido quando Jesus retornar em glória, então seremos governados pelas suas leis perfeitas e pela sua justiça. É este rei que aguardamos, este é o nosso rei. Nossa esperança não está em homens, mas no Senhor. “Bendito é o homem cuja confiança está totalmente depositada em Yahweh, cuja fé está no SENHOR.” (Zc 9.12)

 

Rev. Samuel Vieira

 

 

 

Eleições



 

O brasileiro está alvoroçado com as eleições de hoje. Há muita gente com o nervo à flor da pele, tenso, angustiado com o possível desfecho das eleições. Estas eleições foram marcadas pela polarização e embate, e alguns deles dividiram famílias, e até mesmo igrejas foram afetadas pelas discussões em torno dos candidatos. Muitos estão pessimistas e assustados com o que pode acontecer e há um catastrofismo muito forte no ar.

 

O exercício democrático sempre é desafiador. Aprender a dialogar, respeitar opiniões distintas, lutar por direitos, princípios e valores tudo isto faz parte da dinâmica de uma eleição. Muitos países não dão este direito aos seus cidadãos e a perpetuação no poder historicamente sempre desemboca em tirania e despotismo. Então, diante disto, qual deve ser nossa atitude como cristãos?

 

Precisamos exercer o direito de votar com consciência e maturidade, exercendo nossa cidadania. Não se ausente da urna. Vote!

 

Como escolher o candidato? Precisamos pensar em princípios e valores. Votar em pessoas que defendam o direito do pobre, do meio ambiente, da família, da moral e de Deus, e que não estejam aliados à corrupção e a desvios do erário público.  Precisamos orar, para que Deus nos dê governos bons e capazes e íntegros.

 

Acima de tudo saiba que seja qual for o resultado, nossa esperança está em Deus, e não em homens. Por isto devemos defender nosso ponto de vista, mas não precisamos nos distanciar de nossa família, entrar em conflito com amigos e muito menos nos afastarmos da igreja por causa de posições diferentes sobre candidatos e política. O reino de Deus perde muito com isto. Nós perdemos muito com isto. Amanhã as coisas voltam ao normal, e se radicalizarmos hoje ficaremos com uma sensação de vácuo e tolice. Afinal, valeu a pena brigar?

 

Rev Samuel Vieira

 

 

 

 

Em dias de perplexidade




O profeta Habacuque reflete um pouco da angústia moderna, embora o nível de sofrimento e dor dele sejam proporcionalmente incomparáveis às nossas questões, ele não conseguia resolver os dilemas do seu coração. Os caldeus estavam se preparando para invadir Jerusalém, o que de fato aconteceria, e ele orava para que Deus livrasse o povo de Israel de tão grande tragédia. Ele via o escárnio dos invasores, a humilhação que o povo de Deus sofreria, e orava: “Tu és tão puro de olhos que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar; por que, pois, toleras os que procedem perfidamente e te calas quando o perverso devora o justo?” (Hc 1.13)


Suas orações não foram respondidas como ele esperava. Deus demorou a responder: “Até quando, Senhor, clamarei eu e tu não me escutarás?” (Hc 1.2) E quando a resposta veio, Deus fez o contrário do que o profeta pedia. “Eis que suscito os caldeus.” (Hc 1.6). O que fazer quando Deus não responde as orações como esperávamos?


O profeta se sentiu perdido, e ao invés de continuar falando e questionando os movimentos que Deus provocava na história, ele assumiu a atitude do silêncio e da reflexão. “Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa.” (Hc 2.1) Ele entendeu que era necessário silenciar. Sua alma estava agitada demais. Era preciso acalmar o coração na sua torre de vigia. Era necessário confiar e esperar em Deus.


Assim como o profeta, estamos agitados e inquietos demais. Não é fácil distinguir a voz de Deus no barulho, no medo e na perturbação. Sabe o que Deus respondeu ao profeta? “O justo viverá pela fé!” (Hc 2.4). É a primeira vez que esta frase aparece na Bíblia, e depois disto, várias vezes seria repetida no Novo Testamento. Não devemos viver à mercê das emoções, nem das situações provocativas, nem das pessoas, nem das circunstâncias. O Deus da Bíblia transcende a história, está acima da história e governa a história. Ele é vitorioso, sobre o mal, sobre sistemas iníquos, sobre todas as coisas. Ele é Deus!!!


Rev. Samuel Vieira

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Proteja sua mente

 


 

Davi foi um homem muito usado por Deus para compor belíssimos Salmos.

 

No Sl 140.7 Davi glorifica a Deus por algo maravilhoso que Deus fizera em sua vida: “Tu me protegeste a cabeça no dia da batalha.”

 

Davi era guerreiro e sabia muito bem o o que significava ser atingido na cabeça num campo de guerra. Uma espada, uma flecha ou qualquer objeto batido na fronte do inimigo era fatal, por isto guerreiros usavam capacetes para proteger esta área sensível do corpo quando iam às batalhas.

 

Precisamos estar com nossa mente protegida. Não podemos nos descuidar. Um pensamento, um sentimento, um comentário maldoso acerca de nós no dia em que se travam as mais duras lutas, pode ser fatal. Muitos caem porque a mente é atingida de forma mortal. Não protegeram seus pensamentos no dia da batalha.

 

Paulo nos ensina a usar “o capacete da salvação” para vencer o inimigo (Ef 6.17). O propósito é claro. A mente é o campo no qual satanás atinge mortalmente os filhos de Deus. Quando passam por tristezas e grandes tribulações, um dos primeiros pensamentos que nos vem é de que não somos realmente filhos de Deus. Afinal, se ele permite que soframos tanto, então não devemos ser amados dEle. Nossa mente pode ser atingida mortalmente quando tais pensamentos dominam nossa mente.

 

Satanás usou esta estratégia com Jesus, questionando seu relacionamento com o Pai. “Se és Filho de Deus...” Ele não obteve sucesso porque a mente de Jesus estava protegida, ele não permitiu que esta suspeita entrasse em seu coração e não duvidou de sua relação de amor com o Pai. A mesma arma foi usada em Adão e Eva, e eles não conseguiram se defender. Tiveram dúvidas e falharam.

 

Se hoje é dia de paz para você – prepara-te para a guerra! Não permita que sua mente fique desprotegida e assim se torne alvo fácil do inimigo no dia da batalha. Nossa mente é um campo de guerra. Dentro de nós é que os pensamentos, emoções, vontade e percepções agem para nossa vitória ou derrota.

 

Nossa mente precisa estar protegida!

Contribuição na visão bíblica



 

Contribuir é uma questão de adoração e coração. Não tem a ver com dinheiro, mas com atitude. O Bispo Paulo Ayres, da Igreja Episcopal do Recife afirma que “bolso é o ultimo a se converter e o primeiro a esfriar”.

 

Adorar a Deus com os recursos é um princípio de adoração claramente definido tanto no AT como no NT. Deus ordenou a seu povo que “ninguém comparecesse diante dele com mãos vazias.” (Ex 23.15) Este princípio é tão importante que é repetido em Deuteronômio (Dt 16.16,17). No Novo Testamento, encontramos no texto de 1 Co 16.1-3 recomendações específicas sobre a forma de contribuir:

 

1.     Todo ofertante precisa entender que contribuição, tem duas dimensões:

a.     É uma forma de adorar a Deus. A glória de Deus deve estar no centro de toda oferta. Fazemos isto para o Senhor.

b.     Possui uma dimensão comunitária: “Quanto à coleta para os santos.” (1 Co 16.1). Quem não possui compreensão do papel da igreja e a benção de cooperar para o sustento do corpo de Cristo, jamais contribuirá. O senso de que fazemos parte de um povo e somos responsáveis pelo sustento desta comunidade nos ajuda a ser liberal com os recursos.

 

2.     Toda contribuição deve ser regular: “No primeiro dia da semana.” (1 Co 16.2). Por que este princípio de contribuição semanal? Porque as pessoas daquele tempo tinham remuneração semanal ou diária. Este é o princípio da regularidade. Não podemos dar de forma eventual e esporádica, mas de forma constante.

 

3.     Toda contribuição bíblica deve adotar o princípio da proporcionalidade. “No primeiro dia da semana, conforme a sua prosperidade.” (1 Co 16.2). Quem ganha mais, doa mais. É assim no reino de Deus. Certa pessoa disse que não doava porque seu dízimo era muito alto, e o pastor respondeu: “Meu irmão, gostaria muito que meu dízimo fosse o seu ganho.”

 

Estes três princípios aplicados: Louvor a Deus e senso comunitário, regularidade e proporcionalidade, são princípios simples, efetivos, práticos e bíblicos que Deus deixou para cada um de nós. Você tem contribuído assim?

 


Igreja Presbiteriana de Anápolis – 69 ANOS


 

No último final de semana estivemos profundamente imersos na celebração do aniversário de nossa igreja. Na verdade, nunca gastamos tanta energia, tempo envolvimento e dinheiro como fizemos até agora em uma única programação. Tem sido impressionante ver toda igreja mobilizada, recursos pessoais investidos e trabalho voluntariado. O meu pequeno grupo, como muitos outros estão engajados com tempo, habilidades, dons e recursos. De fato, precisamos celebrar.

 

Nossa igreja está com 69 anos, mas a média de idade da comunidade não passa de 38 anos. Como declarou o Dr. Joe Wilding: “Nossa igreja hoje é mais jovem em termos de média de idade que era quando foi organizada.” É uma igreja velha, com uma nova membresia. Ter uma nova geração sendo atraída a Jesus, com disposição em tornar o Evangelho conhecido neste tempo é uma das maiores bençãos. O Evangelho precisa avançar.

 

Atualmente somos cerca de 1400 membros, incluindo congregações de Pirenópolis, Cocalzinho e Mosaico,  e os não comungantes (crianças que ainda não professaram a fé). Somos parceiros missionários em mais de 20 instituições e missionários no Brasil e fora do Brasil. Somos parceiros em cinco projetos de plantação de igrejas: Edeia, Itapaci, Goiás Velho e São Luiz-MA. Nos últimos anos, plantamos 4 novas igrejas: Cururupu-MA, Humberto de Campos-MA, Jaiara e Jundiaí e temos três congregações: Pirenópolis, Mosaico e Cocalzinho.

 

Somos 8 pastores, um licenciado, um seminarista, uma líder das crianças, um administrador, um auxiliar no ministério de música, 4 funcionários na sede, 4 funcionários no Espaço Presbiteriano, 4 funcionários no El Rancho. Todos remunerados o que requer uma considerável folha de pagamento. Ainda pagamos uma empresa na área de mídia social e um técnico de som da igreja.

 

Somos 16 presbíteros em atividade e 42 diáconos, entre eleitos e em treinamento. Um abençoado colegiado de oficiais envolvidos. A Igreja tem caminhado em harmonia e sob a graça de Deus. lançamos o projeto do novo templo, que certamente será um marco na vida da igreja e esperamos que seja um lugar de salvação de muitas vidas.

 

O que podemos dizer até agora? EBENÉZER! Até aqui o SENHOR tem nos abençoado.

 

Rev. Samuel Vieira

A Beleza da Paternidade

 


 

Steve Farrar, escreveu o livro “Point Man”, que trata de masculinidade e paternidade no qual afirma que o homem, na estrutura familiar, é o personagem central, exercendo um papel de fundamental nesta dinâmica. O termo “point man” em inglês tem várias traduções. Ele é o homem que assume a liderança e a função de relações comerciais na empresa a quem as pessoas se dirigem para negociar. Na linguagem militar é aquele que está no comando da patrulha, e deve alertar o grupo sobre possíveis riscos e perigos, dando direção ao grupo quando necessário. Uma falha na liderança deste homem pode trazer grandes prejuízos financeiros para a empresa e perdas de preciosas vidas, quando é militar.

 

Para Farrar, o grande problema da sociedade é que estamos perdendo o papel da figura do pai na função de homem de referência, e isto está trazendo graves malefícios nos lares. Quando a Bíblia afirma que o homem é o cabeça, a ideia central não é que ele deve ser autoritário, mas que ele deve ser o ponto de equilíbrio. A liderança na Bíblia é sempre moral e espiritual.

 

Um congressista americano negro usou a tribuna para fazer um discurso sobre a necessidade da figura masculina. Ele diz: “Se existe uma tarefa urgente em nossa sociedade é: Salvem os garotos, porque eles são a única matéria prima com a qual Deus pode forjar um homem.”

 

Mas o papel do Pai não é apenas de ser referência moral, ele precisa também ser referência de afeto e cuidado. Assim como os garotos, as meninas precisam também de referência masculina. Meninas que aprendem o respeito da figura masculina em casa, no trato com a mãe e na afetividade, proteção e cuidado com os filhos, assimilam o valor, a dignidade, riqueza e encanto da mulher. Elas se sentem seguros em serem femininas, porque são amadas e cuidadas.

 

“O mundo precisa de pais!” É um ministério cristão internacional, que tem procurado ajudar os pais, as famílias e a sociedade, na urgente tarefa de valorizar a figura paterna e trazer o conceito e valor do pai para o centro das discussões. Esta é a beleza da paternidade, que precisa urgente ser resgatada.

 

 

 

 

A surpreendente resposta de Cristo



 

Joao Batista, o precursor do ministério de Cristo, e que o anunciou com grande convicção, entusiasmo e paixão, foi preso por Herodes e ali na cadeia, começou a experimentar um tempo de solidão, depressão, tentações e dúvidas. Não é assim que acontece conosco quando passamos por tribulações, oposição e sofrimento? Não nos sentimos igualmente fragilizados? Maior que a masmorra de Herodes, João Batista foi a masmorra de dúvidas que o acometeu.

 

Diante disto, ele enviou dois de seus discípulos para perguntar a Jesus: “És tu aquele que estava para vir ou devemos esperar outro?” (Lc 7.20) Sua pergunta tinha a ver com a esperança messiânica que todo judeu piedoso abrigava em seu coração. Que resposta Jesus deveria dar? Ele poderia explicar todo o processo teológico, dar razões hermenêuticas e históricas, citar as 600 passagens do Antigo Testamento que se cumpriram em sua vida, lançar mão da apologética, mas ele não deu nenhuma destas respostas.

 

O evangelista Lucas narra que “naquela hora, curou Jesus muitos de moléstias, e de flagelos, e os de espíritos malignos, e deu vista a muitos cegos.” Sua resposta não foi lógica nem argumentativa, mas experimental. Depois de realizar milagres, respondeu: “Ide e anunciai a João, o que vistes e ouvistes.” (Lc 7.22)

 

Muitas pessoas estão repletas de dúvidas sobre a validade do Evangelho e da mensagem da Bíblia. Marcadas por questionamentos existenciais e tentando entender a fé cristã racionalmente. A resposta de Jesus deve ser um referencial para nossas vidas também. Não seremos convencidos por argumentos, mas pela vivência com Jesus. A experiencia pessoal com ele é intransferível e inquestionável. Só ela pode verdadeiramente nos convencer.

 

Você tem dúvidas sobre sua fé? Insegurança quanto ao Evangelho?  Ore para que Deus lhe dê a graça de ter esta percepção espiritual e experimentar seu poder e amor. A resposta de Cristo precisa ser visceral, atingir nossos sentidos, destravar nossos ouvidos e ampliar nossa visão. Só esta resposta pode nos convencer.

 

Rev. Samuel Vieira

 

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Adoração Integral



 

Quando o povo de Israel estava se preparando para guerrear contra os filisteus, Samuel estava na liderança da nação judaica e sabia que o segredo da vitória do povo estava na fidelidade ao Senhor, não na capacidade bélica e militar que possuíam, nem ainda na estratégia de guerra. Então, antes de sair para a batalha, fez a seguinte exortação: 

Se é de todo o vosso coração que voltais ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes e preparai o coração ao Senhor, e servi a ele só, e ele vos livrará das mãos dos filisteus” (1 Sm 7.3).

Samuel lembra ao povo como deveriam adorar ao Senhor, e por isto fez três observações:

 

Primeiro, louvor só a Deus – A adoração não poderia ser dividida ou fragmentada. Outros deuses não poderiam receber glória, mas deveriam ser retirados dentre eles. O coração só poderia ter um dono. A glória deveria ser só de Deus. O Senhor, e apenas o Senhor, deveria ser cultuado. Nenhuma imagem deveria receber as preces, este era, afinal, o primeiro mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim” e esta era a frase que deveria ser repetida diariamente pelo povo de Deus: “Ouve, oh Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Só a ele adorarás, e só a ele darás culto”. 

 

Segundo, o coração deveria estar inclinado só a Deus – Preparai o coração ao Senhor”. Nada deveria estar ocupando o objetivo central de suas vidas. Seus corações deveriam se preparar para que não se distraíssem, indo em outras direções. 

 

Terceiro, deveriam servir só a Deus – “...e servi a ele só, e ele vos livrará das mãos dos filisteus”. É fácil colocar nossas mãos e talentos em atividades que não redundam em louvor ao Senhor, por isto a exortação. Deus queria que o seu povo colocasse todo o tempo de serviço, todo talento, todo dom, toda arte, tudo que poderiam produzir, a serviço dele. Como é possível fazer isto? “Portanto, quer comais ou bebais, ou façais qualquer coisa, fazei-o para a glória de Deus” (1 Co 10.31). 

 

Isto é o que podemos chamar de “adoração integral”.

Monólogo



 

No livro de Salmos há muitos monólogos. Os salmistas muitas vezes não estão falando para outras pessoas, nem mesmo para Deus, mas conversando consigo mesmos. É uma forma de expressar temores e dores. Reflexos da alma.

 

Uma das perguntas constantes é: “Por que estás abatida, oh minha alma! Por que te perturbas dentro em mim?” Um desejo de encontrar respostas às inquietações e dores. Não é assim que nos sentimos tantas vezes? Precisamos responder às questões que nos perturbam. Onde encontrar respostas aos dilemas mais profundos?

 

Muitas vezes somos dominados pela ansiedade, consumidos pelas preocupações quanto ao futuro. Todos sabemos que ansiedade não ajuda em nada, e que o futuro pertence a Deus, mas então, qual é a razão de tanta insegurança? Por que temos que viver assim tão angustiados sobre o amanhã?

 

Outras vezes somos marcados pelos abusos e dores do passado. Remoer mágoas e alimentar ressentimentos é uma péssima forma de tentar resolver a dor. Amargura não é apenas emocionalmente destrutiva mas fisicamente debilitadora. Então, sabendo disto, por que ainda vivemos tão escravizados a experiências traumáticas e dominadas pelas lembranças doloridas?

 

O Salmista indaga: “Por que estás abatida, oh minha alma! Por que te perturbas dentro em mim?” A única resposta plausível e capaz de trazer alívio à sua alma, curiosamente, não está dentro dele, mas fora: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei; a Ele, meu auxílio, e Deus meu.” A resposta é encontrada fora dele, e não dentro dele.

 

A alma inquieta não encontra resposta na reflexão, nem no monólogo; mas na oração e no diálogo: com aquele que de fato é capaz de nos socorrer.

 


 


 

Que queres que eu te faça?

 



 

Várias vezes Jesus faz esta pergunta às pessoas que se aproximam dele procurando ajuda. Algumas vezes a pergunta de Jesus parece até lacônica, e óbvia que ficamos nos indagando porque Jesus fez tal pergunta. O cego de Jericó chegou ao ponto de ser repreendido pela multidão de tanto que gritava pedindo misericórdia, e quando ele se encontra diante de Jesus ele lhe pergunta: “Que queres que eu te faça?” Sua resposta foi direta: “Que eu torne a ver.” (Mc 10.51)

 

Por que jesus faz uma pergunta assim tão evidente? Creio que uma das razões centrais é que podemos até saber quão profunda é a dor, mas nem sempre queremos ser curados. Muitos enfermos retroalimentam sua dor fazendo com que todos lhe prestem atenção e ele se torne o centro dos cuidados. A dor se torna um meio de vida.

 

Alguns não querem ser curados de sua avareza, que tem sido a razão de sua angústia, que o faz escravo do dinheiro, que o atormenta e rouba sua vida. Precisam ser curados, mas não querem ser curados. Muitos são dominados pela arrogância e dureza, que “lhes dá o direito” de magoar e ferir, de continuarem rudes e insensíveis. Muitos não querem ser curados de sua vaidade, que os torna auto enamorados e narcisistas. Vaidade é o pecado predileto do diabo, porque a pessoa é levada a uma auto absorção e há um movimento egóico da alma fazendo com que a pessoa viva perguntando: “Espelho meu, espelho meu: Existe alguém no mundo mais belo do que eu.”

 

Se Jesus perguntasse a você hoje: “Que queres que eu te faça?” que resposta você daria? Você é capaz de autodenunciar-se e reconhecer a razão de sua melancolia, depressão, ansiedade e angústia? Você deseja que Jesus toque na sua doença? Você quer ser curado da vaidade, mau humor, egocentrismo, amor ao dinheiro e irritabilidade? Você gostaria de pedir a Jesus para que sua cura aconteça?

 



A necessidade da sabedoria

 



Disse o homem: Fatiguei-me, ó Deus; fatiguei-me, ó Deus, e estou exausto porque sou demasiadamente estúpido para ser homem; não tenho inteligência de homem, não aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.” (Pv 30.1-3)  

A sabedoria ocupa lugar especial nas Escrituras Sagradas. Não é sem razão que vários livros bíblicos são sapienciais ou de sabedoria. Ao contrário do que pensamos, sabedoria não é conhecimento, nem acúmulo de informações, mas é a capacidade de escolher entre o certo e o errado, entre o bom e o melhor, entre o mal e o bem. Muitos eruditos estão cheios de conhecimento, mas não sabem lidar com as coisas mais simples da vida. Falta-lhes sabedoria!  

A sabedoria é importante, porque sem ela, perdemos a compreensão de quem é, de fato, o Senhor da história, controla e dirige os eventos. 

No texto inicial de Provérbios 30, depois que o autor declara sua falta de sabedoria, ele continua: “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?” (Pv 30.4). Ou seja, sem sabedoria, o homem perde a capacidade de entender quem está acima dele, e perde a noção do Sagrado e do Sobrenatural.  

A Bíblia afirma: “Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento.” (Jó 28.28) O ponto de partida da sabedoria é o temor a Deus. Sem temor não há entendimento, compreensão real da vida, nem a capacidade de fazer escolhas corretas.   Por isto precisamos de sabedoria. 

O apóstolo Tiago diz: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” (Tg 1.5). Precisamos de sabedoria para viver, mas sem a graça de Deus, certamente continuaremos a esbarrar na nossa falta de entendimento.   

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Se quiseres, podes!



 

A questão da cura divina se interpõe de forma natural e é um dos temas centrais e recorrentes nos Evangelhos. O Evangelista Mateus, sintetiza o ministério de Cristo afirmando: “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de enfermidades entre o povo.” (Mt 4.23) A missão que ele deu aos seus discípulos, incluía o ministério de cura. Jesus disse que em toda cidade que chegassem, deveria pregar o reino de Deus e “curar os enfermos” que nela houvesse. (Lc 10.9).

 

Um dos diálogos mais lúcidos que encontramos no Novo Testamento é o encontro de Jesus com um homem, logo após seu conhecido Sermão da Montanha, que leproso se aproxima de Jesus, o adora dizendo: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me.” (Mt 8.2). A questão não era se Jesus podia ou não, mas se ele queria ou não. No caso do leproso Jesus afirmou: “Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo de sua lepra.” Deus tem poder e isto o capacita a curar, imediatamente. Se ele quiser, ele pode.

 

A questão teológica nos desafia. Deus quer? E se não quer, por que não? Recentemente orava pela cura de uma pessoa querida, evocando todas as suas qualidades, sua vida de serviço, e de repente fiquei chocado com as bases da minha oração. Primeiro, porque nenhuma cura está fundamentada naquilo que somos ou fazemos. Pessoas com uma profunda fé, passaram por grandes aflições, foram torturadas e algumas até mesmo martirizadas. Segundo, porque a questão da dor e da morte é um mistério sagrado. O fato de vivermos para Deus não nos isenta de provação e luto. Será que Deus quer curar sempre? Não deveríamos entender que ele tem planos que transcendem nossa capacidade de compreensão?

 

A oração por cura é fundamental, bíblica e necessária. Jesus nos ordena a orar neste sentido e a Bíblia mostra os discípulos envolvidos no ministério de cura. A igreja precisa e pode orar. A fé é fundamental. Para alguns Jesus disse: “Faça-se conforme a tua fé!” (Mt 9.2; 15.28); para outros: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Co 12.9). Não sabemos qual é o propósito de Deus, mas sabemos o essencial: “Se quiseres, podes!”

 

Rev. Samuel Vieira

 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Crescimento Espiritual 1 Pe 2.1-5

 




Introdução


Depois de ter compartilhado a base da fé com aqueles irmãos em grande tribulação, o apóstolo Pedro lhes chama a atenção sobre a necessidade de crescerem na fé. Crentes precisam reconhecer a necessidade de serem fortes para confrontar situações difíceis. Pedro chama isto de “Crescimento para salvação” (1 Pe 2.2).  No texto ele estabelece os passos que devem ser dados, os privilégios e pressões advindas desta condição espiritual. 


O início da vida cristã


A Bíblia fala de quatro realidades que fazem brotar nossa vida com Jesus.


1. O contacto com a Palavra de DeusFostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a Palavra de Deus.” (1 Pe 1.23)

Pedro usa a metáfora da semente. Esta figura é significativa, porque podemos refletir sobre o poder da semente no ciclo da natureza. Jesus afirma que ““O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra, e dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente (…) crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa.” (Mc 4.26–29). Uma vez feito o plantio, o lavrador simplesmente acorda um dia e descobre que suas sementes cresceram e amadureceram. a semente brota, cresce o caule, forma-se a espiga e depois está pronta para a colheita. É o milagre da semente.

A Natureza da semente

Santificadora – (1 Pe 1.22)

Não corruptível – (1 Pe 1.23)

Permanente e eterna – (1 Pe 1.23,25) Contraste com a erva que facilmente se seca e morre. A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente.


2. O Encontro com Jesus – “Nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição.” (1 Pe 1.3; Jo 3.3-5)

Não precisamos de reforma, mas de uma nova genética

A obra do Espírito Santo


3. A participação da natureza divina – "Pelas quais vos tem sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupçã das paixões que há no mundo."(2 Pe 1.4)


A transmissão da vida de Deus

A vida de Deus em nós: Morremos e ressuscitamos com Cristo (Rm 6.4-6) 


4. O Reconhecimento do povo de Deus -  "Tendo em vista o amor fraternal, não fingido, amai-vos de coração, uns aos outros, ardentemente."(1 Pe1.22)


Chamados para viver em família

Chamados para viver em amor. A família como lugar que se torna visível o amor de Deus 


Tomando os passos certos para o crescimento espiritual


1. Rejeitar o velho padrão moral. "Despojando-vos, portanto, de toda malícia..." (1 Pe 2.1)


A. Rejeição da maldade Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo.”(grego kakia: malícia)


Diagnosticar e se arrepender do desejo de prejudicar

Desenvolver a atitude de ajudar (bondade)


B. Rejeição do dolo – Enganar conscientemente para alcançar fins próprios. Os motivos são sempre adulterados, nunca puros.


Identificar o desejo de enganar, fraudar

Começar o caminho da honestidade – Zaqueu: "Resolvo dar…restituir “( Lc 19.8)


C. Rejeição da hipocrisia – Alguém que está sempre simulando, ocultando os verdadeiros motivos, expressando sentimentos muito distantes do que ocorre no interior. Aquele que está sempre encenando.


Admitir o desejo de esconder – (Ex. Moisés- 2 Co 3.13-14)

Aprender a confrontar o mal que sempre se esconde em nós


D. Rejeição da inveja 


A disputa dos discípulos: Proeminência  (Mc 10.41) 


Reconhecer que nossos desejos não são sempre puros – queremos prioridade.


Concentrar-se no desenvolvimento de seus próprios recursos


E. Rejeição da maledicência – Pecado da língua, expressão do coração


Recusar afirmações sem saber se são verdadeiras

Recusar comentários sobre outros, mesmo verdadeiros, se não servem para edificação.

Recusar comentários sobre o outro quando ele não pode se defender.

Perguntar a si mesmo se é necessário fazer qualquer comentário sobre a situação. 

Ter a preocupação de construir e não destruir.


2. Desejar alimento para o crescimento.Desejai ardentemente, com crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual. Para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação.” (1 Pe 2.2) 

Disposição interior para ir em direção as coisas de Deus. Existe sempre o risco da igreja de querer firmar o novo convertido em lazer e festa na igreja, ao invés de firmá-lo na Palavra. “O grande erro da igreja é descansar na conversão e não buscar esse revestimento do poder do alto”. 


A. O Poder da Palavra para santificar – Leite espiritual, não adulterado. O primeiro reflexo da criança é o da sucção. Este deve ser o impulso natural daquele que nasceu de novo.


Ou a palavra te afasta do pecado ou o pecado te afasta da Palavra

“Santifica-os na Palavra, a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17)


2. A Palavra e seu poder para crescimento (1 Pe 2.2)

O que gera apetite? 

a. A experiência com Deus  (1 Pe 2.3) “Se é que já tendes experiência”. É impossível fazer o morto reagir, assim como existe uma incapacidade biológica de fazer andar quem ainda não nasceu. A maior motivação para o crescimento é a experiência pessoal com Deus. Quem não teve a experiência da salvação, não sente impulso para se aproximar de Deus, porque a sua natureza ainda é entregue aos impulsos e às paixões (1 Pe 1.14)

b. A Bondade do Senhor –Se é que já tendes experiencia de que o Senhor é bondoso.” (1 Pe 2.3) ver ainda Rm 2.4: “A bondade de Deus é quem te conduz ao arrependimento.”

c. A intimidade de Jesus Chegando-vos para ele, a pedra que vive” vs. 4

d. O relacionamento com o povo de Deus – “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual.” (1 Pe 2.4-5) Nós fazemos parte de um edifício, do qual Cristo é a principal pedra.



 


Samuel  Vieira

CTK- Boston, Fev. 2002

Anapolis, Maio 2022





O Senhor não fará mal nem bem

 



Nessa época vasculharei Jerusalém com lamparinas e castigarei os que são complacentes, que são como vinho envelhecido, deixado com os seus resíduos, que pensam: ‘O Senhor nada fará, nem bem nem mal’.” Sf 1.12

O livro de Sofonias é chamado de “O livro do Dia da Ira do Senhor”, por causa de sua forte ênfase no julgamento. As pessoas andavam despreocupadas e desatentas, e muitos até mesmo diziam que não precisavam ter medo, porque Deus estava alheio a tudo que acontecia na terra. Deus era indiferente e apático. 

Deus então alerta o povo. A idolatria e o luxo estavam controlando seus corações, e uma nova oportunidade lhes é dada, um tempo de arrependimento, um tempo de renovo. O povo se tornou muito orgulhoso e se esqueceu do Senhor, e ele alerta contra a cidade que exultava, dizendo para si mesma: "Eu, e mais ninguém” (Sf 2.15). Deus afirma que o seu juízo estava próximo.

A mesma mensagem do profeta é atualizada hoje. Temos uma coração predisposto à independência de Deus, de construir uma vida sem considerar seus caminhos. Precisamos lembrar do desejo de Deus em nos trazer para perto, para reconstruir nossa história. Deus sempre procura nos atrair para ele, para nos renovar, nos perdoar. Mas isto não acontecerá sem que entendamos a realidade de nosso pecado, e voltemos. Queremos transformação sem arrependimento, benção sem o abençoador, e isto não acontecerá. A vitória virá com arrependimento e obediência,

Andando com Cristo

 



Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus,  o Senhor, assim continuem a viver nele” (Col 2.6)

A vida cristã não é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona. Portanto, ela não acaba rápido, não é questão de velocidade, é questão de ritmo. É necessário estabilidade, perseverança, resiliência. Muitas vezes achamos que a jornada é longa demais, e que não teremos a resistência, mas encontramos forças e a terminamos. Para vencer a maratona, é importante começar bem, mas não podemos esmorecer no meio do caminho, afinal, só “aquele que perseverar até o fim, este será salvo”. 

Então, como recebemos a Cristo, é necessário continuar nele. São muitos os que desanimam, se frustram, se escandalizam e param no meio do caminho. A jornada fica incompleta. Não podemos parar. Jesus advertiu que “os cuidados do mundo e a fascinação da riqueza”, seriam dois inimigos perigosos, porque nos distraímos com eles, começamos a olhar para os lados e não para o fim, esquecemo-nos do chamado cristão e das promessas gloriosas da eternidade. Nos distraímos e nos esquecemos da carreira proposta por Deus e tropeçamos.

O primeiro passo é receber a Cristo. Ponto de partida. A largada inicial. A carreira não pode acontecer sem que recebamos a Cristo. Mas é necessário continuar a viver nele, até o fim. Nosso alvo é Cristo! A coroa de glória que ele dá a todos os vencedores. Portanto, não podemos desanimar!

Portanto, sede firmes e inabaláveis, e sempre constantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58)