No livro de Salmos há muitos monólogos. Os salmistas muitas vezes não estão falando para outras pessoas, nem mesmo para Deus, mas conversando consigo mesmos. É uma forma de expressar temores e dores. Reflexos da alma.
Uma das perguntas constantes é: “Por que estás abatida, oh minha alma! Por que te perturbas dentro em mim?” Um desejo de encontrar respostas às inquietações e dores. Não é assim que nos sentimos tantas vezes? Precisamos responder às questões que nos perturbam. Onde encontrar respostas aos dilemas mais profundos?
Muitas vezes somos dominados pela ansiedade, consumidos pelas preocupações quanto ao futuro. Todos sabemos que ansiedade não ajuda em nada, e que o futuro pertence a Deus, mas então, qual é a razão de tanta insegurança? Por que temos que viver assim tão angustiados sobre o amanhã?
Outras vezes somos marcados pelos abusos e dores do passado. Remoer mágoas e alimentar ressentimentos é uma péssima forma de tentar resolver a dor. Amargura não é apenas emocionalmente destrutiva mas fisicamente debilitadora. Então, sabendo disto, por que ainda vivemos tão escravizados a experiências traumáticas e dominadas pelas lembranças doloridas?
O Salmista indaga: “Por que estás abatida, oh minha alma! Por que te perturbas dentro em mim?” A única resposta plausível e capaz de trazer alívio à sua alma, curiosamente, não está dentro dele, mas fora: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei; a Ele, meu auxílio, e Deus meu.” A resposta é encontrada fora dele, e não dentro dele.
A alma inquieta não encontra resposta na reflexão, nem no monólogo; mas na oração e no diálogo: com aquele que de fato é capaz de nos socorrer.
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