quinta-feira, 1 de março de 2012

Teu falar te condena

Existe um velho ditado que diz: “Peixe morre pela boca!”. Ele é usado para nos advertir quanto aos perigos de falar irrefletidamente ou sem pensar. E como é verdadeiro este dito... Nossa linguagem demonstra o que vai no coração e revela de forma surpreendente o que pensamos, mesmo quando tentamos ocultar a verdade. Em psicanálise chamamos esta atitude de “parapraxia” ou “ato falho”.
Um dos exemplos bíblicos claros se encontra na vida do apóstolo Pedro. Quando Jesus estava sendo julgado, ele não podia estar ao lado do mestre, mas também não conseguia se distanciar dele, por isto se acomodou junto às pessoas que se encontravam no pátio do sumo sacerdote e ali tentou esconder sua identidade. Não fosse a insistência de uma criada, talvez conseguisse ser ignorado, mas por duas vezes ela o denuncia; primeiro, de forma particular, e em seguida, expondo-o aos guardas. Pedro, como sabemos, negou pateticamente seu relacionamento de companheirismo com Jesus.
A terceira investida não veio da criada, mas dos homens que estavam ali ao redor da fogueira, quando disseram: “Nós sabemos que você é um dos discípulos dele, pois o seu modo de falar é Galileu”. Pedro jurou e maldisse, negando seu vínculo com o amigo e mestre Jesus.
O que denunciou Pedro? O seu modo de falar! As palavras, o linguajar, o vocabulário, o sotaque e como os diálogos são construídos revelam a natureza daquilo que somos. Por isto, precisamos prestar muita atenção às palavras e como as proferimos, porque elas revelam nossa identidade.
Jesus afirmou que a “a boca fala daquilo que está cheio o coração”. Linguagem torpe revela o coração sujo; linguagem de amargura revela o coração triste e ferido que precisa de tratamento. Linguagem de gratidão revela o coração que reconhece e aprecia com alegria aquilo que possui.
O seu modo de falar diz quem você é, por isto a recomendação sábia: “Não saia da vossa boca, nenhuma palavra podre, mas só a que for boa para promover a edificação, para que gere graça aos que a ouvem”.
Que tipo de linguagem temos usado e o que ela revela de mim? Linguagem que gera alegria ou traz amargura? Linguagem de edificação ou desencorajamento? De crítica ou apreciação? Linguagem podre e fútil ou abençoadora? Sua palavra revela seu caráter. O seu modo de falar diz que você é.
Antes de falar, faça três perguntas: (1)- É verdadeira? (2)- É necessário que seja dita? (3)- Vai trazer edificação àquele que a ouvirá? Se passar por estes três crivos você já caminhou num processo muito positivo.

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