Steve Jobs nunca teve qualquer relacionamento com seu pai biológico. Ao nascer, seus pais resolveram encaminhá-lo para o departamento público dos Estados Unidos que cuida do processo de adoção. Ele conheceu sua mãe biológica, mas nunca quis sequer se aproximar do pai, e referia-se a eles, sarcasticamente: “Eles foram meu banco de esperma e óvulo – e isso não é grosseria, é apenas o modo como as coisas aconteceram, um banco de esperma, nada mais”.
Mesmo depois de se aproximar de sua irmã, Mona Simpson, nunca quis conhecer o pai, apesar dos apelos da irmã. Além do mais, nunca permitiu que sua irmã falasse dele ao pai, que ignorava completamente seu paradeiro.
Um dos relatos mais dramáticos na sua biografia narrada por Walter Isaacson, se dá quando seu pai, numa conversa com sua irmã, lhe mencionou que como cozinheiro havia trabalhado num restaurante de comida mediterrânea ao norte de San José, Califórnia: “Era um belo lugar, todo pessoal bem sucedido da área de tecnologia costumava freqüentá-lo. Até Steve Jobs”. Ao ouvir tal relato, sua irmã afirma que espantou-se mas resistiu à tentação de deixar escapar: “Steve Jobs é seu filho!”
Lendo tais relatos, fico pensando em quanto empobrecemos quando relacionamentos são quebrados. Este é um sentimento quando perco algum amigo: “Fiquei mais pobre!”. Senti-me assim com a perda de amigos como Dr. Altanir, Dr. Illion Fleury e Sérgio Campos. Eu estava mais pobre!
Não penso que o pai de Jobs tivesse empobrecido porque seu filho era um dos homens mais populares, ricos e ovacionados em nossa geração, mas porque deve ser dolorido saber que o filho que não pude criar, é um homem que hoje admiro e não posso chegar perto dele e lhe dar um abraço de pai.
Relacionamentos quebrados empobrecem a alma; perdemos ao nos afastar de pais, irmãos, esposa, filhos e amigos, independentemente de encontrarmos ou não razões plausíveis para justificar o distanciamento.
A boa notícia é que relacionamentos estragados podem ser reparados. Deus fez assim conosco por meio de Jesus. A Bíblia afirma que “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo mesmo o mundo”. Mostra também Jacó reconciliando com Esaú depois de ter enfiado os pés pelas mãos; mostra o Pai recebendo o filho pródigo. Sempre é possível, e salutar, restaurar relacionamentos, perdoar, reconciliar, refazer. O efeito e impacto é sempre muito salutar, tanto naqueles que estão diretamente envolvidos nestas rupturas, quanto nas gerações que os seguem.
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