A quantidade de índices e nomenclaturas usadas no Brasil gera muita confusão e muitas pessoas encontram dificuldades para identificar o significado de cada uma delas. Fico imaginando um gringo tentando entender o que significa INSS, IPVA, DETRAN, DNIT, IPTU, PIB, IDH, etc...
IDH, Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano”. Leva em conta o acesso à Educação, saúde, condições sanitárias, lazer, salário, etc. O PIB refere-se ao Produto Interno Bruto, isto é, a soma de todas as riquezas de uma nação.
No final do ano passado, o Brasil celebrou o fato de que nosso PIB se tornou o 6º do mundo, superando a França. Não é coisa do somenos importância, mas ao considerar o IDH, percebemos que ainda não temos muita coisa a celebrar, afinal, o relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O grande desafio está em transformar a riqueza do Brasil em uma melhor qualidade de vida.
Este mesmo desafio pode ser aplicado também à nossa própria vida. Temos tido mais acesso a bens de consumo, educação, vestiário, temos roupas mais caras, acesso a viagens mais dispendiosas, mas será que nosso índice pessoal de qualidade de vida tem melhorado? Temos realmente vivido melhor com os recursos que temos?
A verdade é que temos aumentado nossos portfólios, nossa poupança, compramos bens de consumo mais sofisticados, carros mais luxuosos e casas mais amplas, mas que não tem se traduzido num melhor estilo de vida. As pessoas ganham mais, mas estão se tornando existencialmente mais pobres quanto ao seu bem estar psicológico, seu mundo emocional e seus relacionamentos, valores estes indispensáveis a um estilo de vida saudável. Rivotril, remédio usado contra a ansiedade, é o segundo mais consumido em nosso país. Temos mais, mas estamos mais solitários em nossa vida, e espiritualmente mais vazios.
É bom lembrar que o que importa não é o quanto recebemos de pagamento durante o ano, nem quanto acumulamos ou ganhamos em nossos negócios, mas se nossa experiência de vida tem nos levado a viver de forma mais profunda, mais realizada e plena. O que importa não é se temos mais, mas se vivemos melhor. No final das contas, o PIB pode ajudar o nosso IDH, mas isto não significa que por termos mais riquezas, teremos um estilo de vida melhor.
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