quinta-feira, 1 de março de 2012

Para a Glória da Arte

A França não apenas perdeu a posição de 6ª economia do mundo para o Brasil em 2011, mas tem perdido sistematicamente seu senso ético e espiritual. Desde o surgimento do existencialismo no final do Século XIX, nos glamorosos cafés parisienses, com Jean Paul Sartre, desprezando Deus e o ceticismo clássico desta corrente filosófica, passando por Albert Camus (que apesar de ser nigeriano teve toda sua formação na França), com a incapacidade de encontrar sentido na existência e Simone de Beauvoir (companheira de Sartre por toda a vida e que se recusou a casar apenas para ser contracultura), a França tem perdido o senso do Sagrado.
Uma amiga de nossa família, que freqüentou prestigiada universidade em Paris, nos relatou que ficava absolutamente estupefata com a depravação de suas colegas. Orgias e cenas que acontecem em nossos meios, mas que ainda geram uma atitude de recato, são praticadas publicamente sem nenhuma preocupação. Fossem tais comportamentos relacionados aos costumes, à fé, à Moral ou à família. A ordem era zombar, desconstruir e depreciar tudo que é considerado valor numa sociedade tradicional. Em vésperas de provas ou final de semestre, os alunos compravam cocaína para realizarem seus testes. E isto não era algo feito às escuras...
Num dos mais apreciados museus da cidade, existe na entrada majestosa os seguintes dizeres: “Para a glória da arte”. Ao contemplar esta frase veio à minha mente a atitude de um dos maiores compositores clássicos que já tivemos, Juan Sebastian Bach, que ao final de suas composições escrevia seu nome e colocava a frase: “Soli Deo Glori” (Só a Deus, a glória). A grandiosidade de sua arte era dedicada a Deus. A arte era o meio e não o fim. Ele nunca quis glorificar a arte, mas a Deus, que dava o talento, e era, em última instância, o autor de toda arte.
John Harvard, fundador da prestigiada universidade que leva o seu nome, era um homem dedicado ao estudo da Palavra de Deus e professor de Escola Dominical de sua igreja. No principal portão de entrada, podemos ainda ver inscritas frases em caracteres do tipo romano, a visão daquela universidade. Ela foi criada para glorificar a Deus, embora saibamos que sua visão esteja hoje tão distorcida.
Fico pensando nas graves conseqüências desta inversão pós moderna. A França foi um dos berços do humanismo e iluminismo (que teve sua expressão maior na Inglaterra), tornou-se vanguarda no mundo da arte, da filosofia e da moda, mas me angústia pensar numa sociedade que por causa de suas conquistas históricas, passa a desprezar Deus.
Em Paris Deus é o grande ausente. Os templos, todos antigos, possuem referência apenas mitológicas, confundindo-se com gárgulas, que na arquitetura, são desaguadouros que se destinam a escoar águas pluviais, duendes, e imagens de santos, de Maria e de Jesus. Deus não parece ser real, os edifícios religiosos se transformaram em museus (lugar de relíquias e altares para nos lembrar um tempo, retrógado, em que os homens ainda criam em Deus), e cemitérios para enterrar seus mortos e não para celebrar o Deus da vida.
Quando Deus perde o direito de ser glorificado, e a arte, a ciência e o materialismo, ocupam este lugar central, passa-se a adorar a criatura em lugar do criador. Esta é a melhor definição do idolatria que encontramos na Bíblia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário