Jesus apropriadamente ensinou que “a boca fala daquilo que o coração está cheio”. Não há nada que verbalizamos que não tenha antes tenha passado pelo coração, nem mesmo quando fazemos afirmações perniciosas, agressivas ou rudes, sob o efeito das emoções, da bebida ou das drogas. Podemos e devemos nos desculpar, mas este ato falho revela o que estava dentro de nós. Sob o efeito do álcool apenas encontramos a coragem para falar daquilo que não diríamos com sobriedade. Não há nada que dizemos que não venha do coração.
Com o passar dos anos, aprendemos que outras coisas também demonstram e revelam nossa alma. A decoração, arquitetura e ornamentação de uma casa falam muito sobre o momento que vivemos ou de nossa personalidade.
Ao visitar uma família, facilmente observamos como estão dispostos os móveis, a colocação dos quadros e as plantas que ornamentam a casa, se a casa está limpa e em ordem, ou se suja e mal conservada. Não precisamos de poderes sobrenaturais, místicos ou sensitivos para ver o coração das pessoas refletido na disposição da decoração. Alguns detalhes revelam tristeza, alegria, decepção e até mesmo opressão espiritual ou alegria, celebração e paz de espírito. Plantas morrendo secas, móveis entulhados ou mal posicionados, quadros fora do lugar ou tortos, ausência ou excesso dos mesmos falam por si só. Arquitetura revela a alma.
Visitei uma família cuja quantidade de caixas, restos de tintas, quartos entulhados e apertados, refletiam bem lixos emocionais não descartados, decepções e frustrações vivenciadas e acumuladas em suas almas por uma suposta traição enfrentada. Se jogassem metade daquelas coisas velhas isto não lhes faria mal. Se atirassem pela janela aquelas podres emoções que os atormentavam também seriam muito mais leves. O lixo da casa refletia o lixo do coração.
Ausência de móveis e decorações pode refletir o desprazer e desinteresse das pessoas que não querem investir no estético e no belo, mas pode, ambivalentemente, revelar leveza e despojamento. O que conta não é se são poucos ou muitos móveis, mas o conjunto e a harmonia. Não é apenas uma questão de muita ou pouca mobília, mas de sincronização dos elementos.
Arte é um poderoso elemento de comunicação. Uma decoração não serve apenas para ornamentar a casa, mas serve para denunciar ou exaltar a qualidade de vida emocional que uma determinada família experimenta. Arte reflete personalidade.
quarta-feira, 28 de março de 2012
segunda-feira, 19 de março de 2012
Ciclos da Vida
A casa que compramos era de uma senhora simpática, que havia morado no mesmo endereço por 35 anos. Depois da transferência da escritura, ela nos acompanhou para entregar a chave e mostrar registros de água e detalhes da propriedade. Seu marido falecera 3 meses antes e ela chegara à conclusão de que era hora de mudança. Na saída, visivelmente emocionada, ela pediu à minha esposa que a acompanhasse, porque ela “não sabia” como sair daquela casa repleta de histórias e lembranças familiares. Abraçadas, foram chorando até o carro onde o motorista a esperava.
Fechar ciclos ou “gestalts” não é nada fácil. Mudanças alteram nosso humor e “modus vivendis”, provocam alterações hormonais e psicossomáticas, gerando desequilíbrio em nossas estruturas físicas e psicológicas.
Acompanhei recentemente meus pais fechando um ciclo de sua história. Viveram alternando entre a chácara e a casa da cidade por 44 anos, às vezes fazendo este percurso por mais de uma vez num mesmo dia, mas ultimamente não estavam conseguindo lidar com as exigências que estas tarefas traziam. Idosos, mostravam-se cansados e impacientes com as cobranças legais e administrativas, e com a dificuldade cada vez maior de encontrar alguém para trabalhar na chácara. Finalmente decidiram vender sua propriedade e agora realmente existe uma enorme incógnita sobre este novo ciclo que se inicia.
Eventualmente temos que fechar ciclos da história e recomeçar outros. Alguns destes ciclos são traumáticos, turbulentos e doloridos. Envolvem lutos, divórcios, longas enfermidades, rupturas em relacionamentos doentios, mas mesmo assim é dolorido virar a página para escrever novos capítulos.
Muitas vezes são ciclos abençoados, frutíferos, de grandes colheitas, lucros, benditos dias, mas que ainda assim, por contingências históricas precisam ser fechadas.
Moisés, o grande legislador de Israel, aos 40 anos teve que encerrar o ciclo de burguesia, glamour e vida palaciana e se dirigir ao deserto. Aos 80 anos, quando aparentemente nada diferente surgiria, é chamado para abandonar sua vida de pacato guardador de ovelhas em Padã-Arã e assumir a liderança do povo de Israel. Novos desafios. Novas experiências. Novo ciclo.
Não se apavore com as mudanças. Afinal, iniciar um novo momento, apesar de nos assustar um pouco, pode ser o início de um novo e fascinante tempo na nossa história de vida. O autor de Eclesiastes afirma: “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar!”.
Fechar ciclos ou “gestalts” não é nada fácil. Mudanças alteram nosso humor e “modus vivendis”, provocam alterações hormonais e psicossomáticas, gerando desequilíbrio em nossas estruturas físicas e psicológicas.
Acompanhei recentemente meus pais fechando um ciclo de sua história. Viveram alternando entre a chácara e a casa da cidade por 44 anos, às vezes fazendo este percurso por mais de uma vez num mesmo dia, mas ultimamente não estavam conseguindo lidar com as exigências que estas tarefas traziam. Idosos, mostravam-se cansados e impacientes com as cobranças legais e administrativas, e com a dificuldade cada vez maior de encontrar alguém para trabalhar na chácara. Finalmente decidiram vender sua propriedade e agora realmente existe uma enorme incógnita sobre este novo ciclo que se inicia.
Eventualmente temos que fechar ciclos da história e recomeçar outros. Alguns destes ciclos são traumáticos, turbulentos e doloridos. Envolvem lutos, divórcios, longas enfermidades, rupturas em relacionamentos doentios, mas mesmo assim é dolorido virar a página para escrever novos capítulos.
Muitas vezes são ciclos abençoados, frutíferos, de grandes colheitas, lucros, benditos dias, mas que ainda assim, por contingências históricas precisam ser fechadas.
Moisés, o grande legislador de Israel, aos 40 anos teve que encerrar o ciclo de burguesia, glamour e vida palaciana e se dirigir ao deserto. Aos 80 anos, quando aparentemente nada diferente surgiria, é chamado para abandonar sua vida de pacato guardador de ovelhas em Padã-Arã e assumir a liderança do povo de Israel. Novos desafios. Novas experiências. Novo ciclo.
Não se apavore com as mudanças. Afinal, iniciar um novo momento, apesar de nos assustar um pouco, pode ser o início de um novo e fascinante tempo na nossa história de vida. O autor de Eclesiastes afirma: “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar!”.
segunda-feira, 12 de março de 2012
Ser ignorado
Jean Paul Sartre, um dos ícones do existencialismo, fez muitas afirmações complexas e perigosas, mas uma delas me fascinou: “Se não nos olham, secamos”.
Recentemente um texto extraído da tese de mestrado defendida pelo psicólogo social Fernando Braga da Costa da USP, cujo título é “invisibilidade pública” chamou a atenção da mídia. Para ter a mesma perspectiva do pobre, ele fingiu ser gari por um mês. Durante este tempo varreu as ruas da USP e comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado hierarquicamente, torna-se mera sombra social.
Ele constatou que para a maioria, os trabalhadores braçais são “seres invisíveis, sem nome”. A percepção humana é totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Costa trabalhava apenas meio período como gari e não recebia salário, mas garante que teve uma grande lição de vida: “Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência”. O pesquisador sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como ser humano.
Ele descreve que professores que o abraçavam nos corredores da USP agora passavam por ele e não o reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam nele sem ao menos pedir desculpas, como se tivessem encostado em um poste ou orelhão.
No primeiro dia de trabalho, na hora do café, colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto, só que não havia caneca. Houve então um clima estranho no ar, já que ele era um sujeito vindo de outra classe, varrendo a rua com eles. Um deles então, foi ao latão de lixo, pegou duas latinhas de refrigerante, cortou-as pela metade e serviu o café. E como estavam num grupo grande, ele esperou que se servissem primeiro. No momento em que empunhou a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: “Será que ele vai se sujeitar a beber nessa caneca?” Tão logo ele bebeu,
a ansiedade parece ter evaporado, e eles passaram a conversar, a contar piada e brincar.
Certa vez, ele entrou no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passou pelo andar térreo, subiu a escada, foi ao segundo andar, à biblioteca, em frente ao centro acadêmico onde tinha muita gente conhecida, no entanto, fez todo esse trajeto sem que alguém, em absoluto o tivesse notado.
A solidão, o anonimato e a despersonalização, são características da sociedade moderna. A forte ênfase no individualismo nos faz perder a dimensão social que culturas primitivas e pessoas de zona rural sempre tiveram. Esta é uma das maiores causas de angústia do homem moderno. A dificuldade em se conectar, dialogar, reconhecer e estar com o outro. Lutar para romper com esta perigosa zona que vivemos, é um dos grandes desafios atuais.
Recentemente um texto extraído da tese de mestrado defendida pelo psicólogo social Fernando Braga da Costa da USP, cujo título é “invisibilidade pública” chamou a atenção da mídia. Para ter a mesma perspectiva do pobre, ele fingiu ser gari por um mês. Durante este tempo varreu as ruas da USP e comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado hierarquicamente, torna-se mera sombra social.
Ele constatou que para a maioria, os trabalhadores braçais são “seres invisíveis, sem nome”. A percepção humana é totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Costa trabalhava apenas meio período como gari e não recebia salário, mas garante que teve uma grande lição de vida: “Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência”. O pesquisador sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como ser humano.
Ele descreve que professores que o abraçavam nos corredores da USP agora passavam por ele e não o reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam nele sem ao menos pedir desculpas, como se tivessem encostado em um poste ou orelhão.
No primeiro dia de trabalho, na hora do café, colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto, só que não havia caneca. Houve então um clima estranho no ar, já que ele era um sujeito vindo de outra classe, varrendo a rua com eles. Um deles então, foi ao latão de lixo, pegou duas latinhas de refrigerante, cortou-as pela metade e serviu o café. E como estavam num grupo grande, ele esperou que se servissem primeiro. No momento em que empunhou a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: “Será que ele vai se sujeitar a beber nessa caneca?” Tão logo ele bebeu,
a ansiedade parece ter evaporado, e eles passaram a conversar, a contar piada e brincar.
Certa vez, ele entrou no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passou pelo andar térreo, subiu a escada, foi ao segundo andar, à biblioteca, em frente ao centro acadêmico onde tinha muita gente conhecida, no entanto, fez todo esse trajeto sem que alguém, em absoluto o tivesse notado.
A solidão, o anonimato e a despersonalização, são características da sociedade moderna. A forte ênfase no individualismo nos faz perder a dimensão social que culturas primitivas e pessoas de zona rural sempre tiveram. Esta é uma das maiores causas de angústia do homem moderno. A dificuldade em se conectar, dialogar, reconhecer e estar com o outro. Lutar para romper com esta perigosa zona que vivemos, é um dos grandes desafios atuais.
Restaurando relacionamentos
Steve Jobs nunca teve qualquer relacionamento com seu pai biológico. Ao nascer, seus pais resolveram encaminhá-lo para o departamento público dos Estados Unidos que cuida do processo de adoção. Ele conheceu sua mãe biológica, mas nunca quis sequer se aproximar do pai, e referia-se a eles, sarcasticamente: “Eles foram meu banco de esperma e óvulo – e isso não é grosseria, é apenas o modo como as coisas aconteceram, um banco de esperma, nada mais”.
Mesmo depois de se aproximar de sua irmã, Mona Simpson, nunca quis conhecer o pai, apesar dos apelos da irmã. Além do mais, nunca permitiu que sua irmã falasse dele ao pai, que ignorava completamente seu paradeiro.
Um dos relatos mais dramáticos na sua biografia narrada por Walter Isaacson, se dá quando seu pai, numa conversa com sua irmã, lhe mencionou que como cozinheiro havia trabalhado num restaurante de comida mediterrânea ao norte de San José, Califórnia: “Era um belo lugar, todo pessoal bem sucedido da área de tecnologia costumava freqüentá-lo. Até Steve Jobs”. Ao ouvir tal relato, sua irmã afirma que espantou-se mas resistiu à tentação de deixar escapar: “Steve Jobs é seu filho!”
Lendo tais relatos, fico pensando em quanto empobrecemos quando relacionamentos são quebrados. Este é um sentimento quando perco algum amigo: “Fiquei mais pobre!”. Senti-me assim com a perda de amigos como Dr. Altanir, Dr. Illion Fleury e Sérgio Campos. Eu estava mais pobre!
Não penso que o pai de Jobs tivesse empobrecido porque seu filho era um dos homens mais populares, ricos e ovacionados em nossa geração, mas porque deve ser dolorido saber que o filho que não pude criar, é um homem que hoje admiro e não posso chegar perto dele e lhe dar um abraço de pai.
Relacionamentos quebrados empobrecem a alma; perdemos ao nos afastar de pais, irmãos, esposa, filhos e amigos, independentemente de encontrarmos ou não razões plausíveis para justificar o distanciamento.
A boa notícia é que relacionamentos estragados podem ser reparados. Deus fez assim conosco por meio de Jesus. A Bíblia afirma que “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo mesmo o mundo”. Mostra também Jacó reconciliando com Esaú depois de ter enfiado os pés pelas mãos; mostra o Pai recebendo o filho pródigo. Sempre é possível, e salutar, restaurar relacionamentos, perdoar, reconciliar, refazer. O efeito e impacto é sempre muito salutar, tanto naqueles que estão diretamente envolvidos nestas rupturas, quanto nas gerações que os seguem.
Mesmo depois de se aproximar de sua irmã, Mona Simpson, nunca quis conhecer o pai, apesar dos apelos da irmã. Além do mais, nunca permitiu que sua irmã falasse dele ao pai, que ignorava completamente seu paradeiro.
Um dos relatos mais dramáticos na sua biografia narrada por Walter Isaacson, se dá quando seu pai, numa conversa com sua irmã, lhe mencionou que como cozinheiro havia trabalhado num restaurante de comida mediterrânea ao norte de San José, Califórnia: “Era um belo lugar, todo pessoal bem sucedido da área de tecnologia costumava freqüentá-lo. Até Steve Jobs”. Ao ouvir tal relato, sua irmã afirma que espantou-se mas resistiu à tentação de deixar escapar: “Steve Jobs é seu filho!”
Lendo tais relatos, fico pensando em quanto empobrecemos quando relacionamentos são quebrados. Este é um sentimento quando perco algum amigo: “Fiquei mais pobre!”. Senti-me assim com a perda de amigos como Dr. Altanir, Dr. Illion Fleury e Sérgio Campos. Eu estava mais pobre!
Não penso que o pai de Jobs tivesse empobrecido porque seu filho era um dos homens mais populares, ricos e ovacionados em nossa geração, mas porque deve ser dolorido saber que o filho que não pude criar, é um homem que hoje admiro e não posso chegar perto dele e lhe dar um abraço de pai.
Relacionamentos quebrados empobrecem a alma; perdemos ao nos afastar de pais, irmãos, esposa, filhos e amigos, independentemente de encontrarmos ou não razões plausíveis para justificar o distanciamento.
A boa notícia é que relacionamentos estragados podem ser reparados. Deus fez assim conosco por meio de Jesus. A Bíblia afirma que “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo mesmo o mundo”. Mostra também Jacó reconciliando com Esaú depois de ter enfiado os pés pelas mãos; mostra o Pai recebendo o filho pródigo. Sempre é possível, e salutar, restaurar relacionamentos, perdoar, reconciliar, refazer. O efeito e impacto é sempre muito salutar, tanto naqueles que estão diretamente envolvidos nestas rupturas, quanto nas gerações que os seguem.
PIB ou IDH?
A quantidade de índices e nomenclaturas usadas no Brasil gera muita confusão e muitas pessoas encontram dificuldades para identificar o significado de cada uma delas. Fico imaginando um gringo tentando entender o que significa INSS, IPVA, DETRAN, DNIT, IPTU, PIB, IDH, etc...
IDH, Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano”. Leva em conta o acesso à Educação, saúde, condições sanitárias, lazer, salário, etc. O PIB refere-se ao Produto Interno Bruto, isto é, a soma de todas as riquezas de uma nação.
No final do ano passado, o Brasil celebrou o fato de que nosso PIB se tornou o 6º do mundo, superando a França. Não é coisa do somenos importância, mas ao considerar o IDH, percebemos que ainda não temos muita coisa a celebrar, afinal, o relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O grande desafio está em transformar a riqueza do Brasil em uma melhor qualidade de vida.
Este mesmo desafio pode ser aplicado também à nossa própria vida. Temos tido mais acesso a bens de consumo, educação, vestiário, temos roupas mais caras, acesso a viagens mais dispendiosas, mas será que nosso índice pessoal de qualidade de vida tem melhorado? Temos realmente vivido melhor com os recursos que temos?
A verdade é que temos aumentado nossos portfólios, nossa poupança, compramos bens de consumo mais sofisticados, carros mais luxuosos e casas mais amplas, mas que não tem se traduzido num melhor estilo de vida. As pessoas ganham mais, mas estão se tornando existencialmente mais pobres quanto ao seu bem estar psicológico, seu mundo emocional e seus relacionamentos, valores estes indispensáveis a um estilo de vida saudável. Rivotril, remédio usado contra a ansiedade, é o segundo mais consumido em nosso país. Temos mais, mas estamos mais solitários em nossa vida, e espiritualmente mais vazios.
É bom lembrar que o que importa não é o quanto recebemos de pagamento durante o ano, nem quanto acumulamos ou ganhamos em nossos negócios, mas se nossa experiência de vida tem nos levado a viver de forma mais profunda, mais realizada e plena. O que importa não é se temos mais, mas se vivemos melhor. No final das contas, o PIB pode ajudar o nosso IDH, mas isto não significa que por termos mais riquezas, teremos um estilo de vida melhor.
IDH, Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano”. Leva em conta o acesso à Educação, saúde, condições sanitárias, lazer, salário, etc. O PIB refere-se ao Produto Interno Bruto, isto é, a soma de todas as riquezas de uma nação.
No final do ano passado, o Brasil celebrou o fato de que nosso PIB se tornou o 6º do mundo, superando a França. Não é coisa do somenos importância, mas ao considerar o IDH, percebemos que ainda não temos muita coisa a celebrar, afinal, o relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O grande desafio está em transformar a riqueza do Brasil em uma melhor qualidade de vida.
Este mesmo desafio pode ser aplicado também à nossa própria vida. Temos tido mais acesso a bens de consumo, educação, vestiário, temos roupas mais caras, acesso a viagens mais dispendiosas, mas será que nosso índice pessoal de qualidade de vida tem melhorado? Temos realmente vivido melhor com os recursos que temos?
A verdade é que temos aumentado nossos portfólios, nossa poupança, compramos bens de consumo mais sofisticados, carros mais luxuosos e casas mais amplas, mas que não tem se traduzido num melhor estilo de vida. As pessoas ganham mais, mas estão se tornando existencialmente mais pobres quanto ao seu bem estar psicológico, seu mundo emocional e seus relacionamentos, valores estes indispensáveis a um estilo de vida saudável. Rivotril, remédio usado contra a ansiedade, é o segundo mais consumido em nosso país. Temos mais, mas estamos mais solitários em nossa vida, e espiritualmente mais vazios.
É bom lembrar que o que importa não é o quanto recebemos de pagamento durante o ano, nem quanto acumulamos ou ganhamos em nossos negócios, mas se nossa experiência de vida tem nos levado a viver de forma mais profunda, mais realizada e plena. O que importa não é se temos mais, mas se vivemos melhor. No final das contas, o PIB pode ajudar o nosso IDH, mas isto não significa que por termos mais riquezas, teremos um estilo de vida melhor.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Para a Glória da Arte
A França não apenas perdeu a posição de 6ª economia do mundo para o Brasil em 2011, mas tem perdido sistematicamente seu senso ético e espiritual. Desde o surgimento do existencialismo no final do Século XIX, nos glamorosos cafés parisienses, com Jean Paul Sartre, desprezando Deus e o ceticismo clássico desta corrente filosófica, passando por Albert Camus (que apesar de ser nigeriano teve toda sua formação na França), com a incapacidade de encontrar sentido na existência e Simone de Beauvoir (companheira de Sartre por toda a vida e que se recusou a casar apenas para ser contracultura), a França tem perdido o senso do Sagrado.
Uma amiga de nossa família, que freqüentou prestigiada universidade em Paris, nos relatou que ficava absolutamente estupefata com a depravação de suas colegas. Orgias e cenas que acontecem em nossos meios, mas que ainda geram uma atitude de recato, são praticadas publicamente sem nenhuma preocupação. Fossem tais comportamentos relacionados aos costumes, à fé, à Moral ou à família. A ordem era zombar, desconstruir e depreciar tudo que é considerado valor numa sociedade tradicional. Em vésperas de provas ou final de semestre, os alunos compravam cocaína para realizarem seus testes. E isto não era algo feito às escuras...
Num dos mais apreciados museus da cidade, existe na entrada majestosa os seguintes dizeres: “Para a glória da arte”. Ao contemplar esta frase veio à minha mente a atitude de um dos maiores compositores clássicos que já tivemos, Juan Sebastian Bach, que ao final de suas composições escrevia seu nome e colocava a frase: “Soli Deo Glori” (Só a Deus, a glória). A grandiosidade de sua arte era dedicada a Deus. A arte era o meio e não o fim. Ele nunca quis glorificar a arte, mas a Deus, que dava o talento, e era, em última instância, o autor de toda arte.
John Harvard, fundador da prestigiada universidade que leva o seu nome, era um homem dedicado ao estudo da Palavra de Deus e professor de Escola Dominical de sua igreja. No principal portão de entrada, podemos ainda ver inscritas frases em caracteres do tipo romano, a visão daquela universidade. Ela foi criada para glorificar a Deus, embora saibamos que sua visão esteja hoje tão distorcida.
Fico pensando nas graves conseqüências desta inversão pós moderna. A França foi um dos berços do humanismo e iluminismo (que teve sua expressão maior na Inglaterra), tornou-se vanguarda no mundo da arte, da filosofia e da moda, mas me angústia pensar numa sociedade que por causa de suas conquistas históricas, passa a desprezar Deus.
Em Paris Deus é o grande ausente. Os templos, todos antigos, possuem referência apenas mitológicas, confundindo-se com gárgulas, que na arquitetura, são desaguadouros que se destinam a escoar águas pluviais, duendes, e imagens de santos, de Maria e de Jesus. Deus não parece ser real, os edifícios religiosos se transformaram em museus (lugar de relíquias e altares para nos lembrar um tempo, retrógado, em que os homens ainda criam em Deus), e cemitérios para enterrar seus mortos e não para celebrar o Deus da vida.
Quando Deus perde o direito de ser glorificado, e a arte, a ciência e o materialismo, ocupam este lugar central, passa-se a adorar a criatura em lugar do criador. Esta é a melhor definição do idolatria que encontramos na Bíblia.
Uma amiga de nossa família, que freqüentou prestigiada universidade em Paris, nos relatou que ficava absolutamente estupefata com a depravação de suas colegas. Orgias e cenas que acontecem em nossos meios, mas que ainda geram uma atitude de recato, são praticadas publicamente sem nenhuma preocupação. Fossem tais comportamentos relacionados aos costumes, à fé, à Moral ou à família. A ordem era zombar, desconstruir e depreciar tudo que é considerado valor numa sociedade tradicional. Em vésperas de provas ou final de semestre, os alunos compravam cocaína para realizarem seus testes. E isto não era algo feito às escuras...
Num dos mais apreciados museus da cidade, existe na entrada majestosa os seguintes dizeres: “Para a glória da arte”. Ao contemplar esta frase veio à minha mente a atitude de um dos maiores compositores clássicos que já tivemos, Juan Sebastian Bach, que ao final de suas composições escrevia seu nome e colocava a frase: “Soli Deo Glori” (Só a Deus, a glória). A grandiosidade de sua arte era dedicada a Deus. A arte era o meio e não o fim. Ele nunca quis glorificar a arte, mas a Deus, que dava o talento, e era, em última instância, o autor de toda arte.
John Harvard, fundador da prestigiada universidade que leva o seu nome, era um homem dedicado ao estudo da Palavra de Deus e professor de Escola Dominical de sua igreja. No principal portão de entrada, podemos ainda ver inscritas frases em caracteres do tipo romano, a visão daquela universidade. Ela foi criada para glorificar a Deus, embora saibamos que sua visão esteja hoje tão distorcida.
Fico pensando nas graves conseqüências desta inversão pós moderna. A França foi um dos berços do humanismo e iluminismo (que teve sua expressão maior na Inglaterra), tornou-se vanguarda no mundo da arte, da filosofia e da moda, mas me angústia pensar numa sociedade que por causa de suas conquistas históricas, passa a desprezar Deus.
Em Paris Deus é o grande ausente. Os templos, todos antigos, possuem referência apenas mitológicas, confundindo-se com gárgulas, que na arquitetura, são desaguadouros que se destinam a escoar águas pluviais, duendes, e imagens de santos, de Maria e de Jesus. Deus não parece ser real, os edifícios religiosos se transformaram em museus (lugar de relíquias e altares para nos lembrar um tempo, retrógado, em que os homens ainda criam em Deus), e cemitérios para enterrar seus mortos e não para celebrar o Deus da vida.
Quando Deus perde o direito de ser glorificado, e a arte, a ciência e o materialismo, ocupam este lugar central, passa-se a adorar a criatura em lugar do criador. Esta é a melhor definição do idolatria que encontramos na Bíblia.
Teu falar te condena
Existe um velho ditado que diz: “Peixe morre pela boca!”. Ele é usado para nos advertir quanto aos perigos de falar irrefletidamente ou sem pensar. E como é verdadeiro este dito... Nossa linguagem demonstra o que vai no coração e revela de forma surpreendente o que pensamos, mesmo quando tentamos ocultar a verdade. Em psicanálise chamamos esta atitude de “parapraxia” ou “ato falho”.
Um dos exemplos bíblicos claros se encontra na vida do apóstolo Pedro. Quando Jesus estava sendo julgado, ele não podia estar ao lado do mestre, mas também não conseguia se distanciar dele, por isto se acomodou junto às pessoas que se encontravam no pátio do sumo sacerdote e ali tentou esconder sua identidade. Não fosse a insistência de uma criada, talvez conseguisse ser ignorado, mas por duas vezes ela o denuncia; primeiro, de forma particular, e em seguida, expondo-o aos guardas. Pedro, como sabemos, negou pateticamente seu relacionamento de companheirismo com Jesus.
A terceira investida não veio da criada, mas dos homens que estavam ali ao redor da fogueira, quando disseram: “Nós sabemos que você é um dos discípulos dele, pois o seu modo de falar é Galileu”. Pedro jurou e maldisse, negando seu vínculo com o amigo e mestre Jesus.
O que denunciou Pedro? O seu modo de falar! As palavras, o linguajar, o vocabulário, o sotaque e como os diálogos são construídos revelam a natureza daquilo que somos. Por isto, precisamos prestar muita atenção às palavras e como as proferimos, porque elas revelam nossa identidade.
Jesus afirmou que a “a boca fala daquilo que está cheio o coração”. Linguagem torpe revela o coração sujo; linguagem de amargura revela o coração triste e ferido que precisa de tratamento. Linguagem de gratidão revela o coração que reconhece e aprecia com alegria aquilo que possui.
O seu modo de falar diz quem você é, por isto a recomendação sábia: “Não saia da vossa boca, nenhuma palavra podre, mas só a que for boa para promover a edificação, para que gere graça aos que a ouvem”.
Que tipo de linguagem temos usado e o que ela revela de mim? Linguagem que gera alegria ou traz amargura? Linguagem de edificação ou desencorajamento? De crítica ou apreciação? Linguagem podre e fútil ou abençoadora? Sua palavra revela seu caráter. O seu modo de falar diz que você é.
Antes de falar, faça três perguntas: (1)- É verdadeira? (2)- É necessário que seja dita? (3)- Vai trazer edificação àquele que a ouvirá? Se passar por estes três crivos você já caminhou num processo muito positivo.
Um dos exemplos bíblicos claros se encontra na vida do apóstolo Pedro. Quando Jesus estava sendo julgado, ele não podia estar ao lado do mestre, mas também não conseguia se distanciar dele, por isto se acomodou junto às pessoas que se encontravam no pátio do sumo sacerdote e ali tentou esconder sua identidade. Não fosse a insistência de uma criada, talvez conseguisse ser ignorado, mas por duas vezes ela o denuncia; primeiro, de forma particular, e em seguida, expondo-o aos guardas. Pedro, como sabemos, negou pateticamente seu relacionamento de companheirismo com Jesus.
A terceira investida não veio da criada, mas dos homens que estavam ali ao redor da fogueira, quando disseram: “Nós sabemos que você é um dos discípulos dele, pois o seu modo de falar é Galileu”. Pedro jurou e maldisse, negando seu vínculo com o amigo e mestre Jesus.
O que denunciou Pedro? O seu modo de falar! As palavras, o linguajar, o vocabulário, o sotaque e como os diálogos são construídos revelam a natureza daquilo que somos. Por isto, precisamos prestar muita atenção às palavras e como as proferimos, porque elas revelam nossa identidade.
Jesus afirmou que a “a boca fala daquilo que está cheio o coração”. Linguagem torpe revela o coração sujo; linguagem de amargura revela o coração triste e ferido que precisa de tratamento. Linguagem de gratidão revela o coração que reconhece e aprecia com alegria aquilo que possui.
O seu modo de falar diz quem você é, por isto a recomendação sábia: “Não saia da vossa boca, nenhuma palavra podre, mas só a que for boa para promover a edificação, para que gere graça aos que a ouvem”.
Que tipo de linguagem temos usado e o que ela revela de mim? Linguagem que gera alegria ou traz amargura? Linguagem de edificação ou desencorajamento? De crítica ou apreciação? Linguagem podre e fútil ou abençoadora? Sua palavra revela seu caráter. O seu modo de falar diz que você é.
Antes de falar, faça três perguntas: (1)- É verdadeira? (2)- É necessário que seja dita? (3)- Vai trazer edificação àquele que a ouvirá? Se passar por estes três crivos você já caminhou num processo muito positivo.
O Grande Deboche
O Senador Jáder Barbalho venceu com grande vantagem a eleição para representar seu estado junto ao Senado Federal, mesmo depois de todas as denúncias de escândalos administrativos, desvio de dinheiro e acusações criminais. Isto mostra o quanto é possível manipular, comprar e influenciar as massas populares. A patética cena da multidão delirando e chorando por causa da morte do ditador da Coréia do Norte é outro exemplo bizarro destas coisas.
Apesar dos votos, Barbalho não pode assumir o cargo, porque seu nome estava tão comprometido que ele foi barrado pela lei da ficha limpa, que impede que pessoas com problemas na justiça assumam cargos públicos.
Depois de muita pendenga judicial, conseguiu assumir o cargo, não porque não houvesse cometido os crimes sobre os quais fora acusado, mas usando o mesmo argumento que liberou Denise Roriz, deputada distrital de Brasília, de ser cassada: Quando os crimes foram praticados, ainda não existia a lei da ficha limpa, portanto, nada poderia ser feito contra ele.
A posse de Jáder Barbalho foi um chiste, realizada num ambiente de constrangimento público para o Senado e para a nação brasileira. Decidiram fazer a cerimônia com a casa vazia, para que os senadores que ainda possuem brio moral, não se submetessem à vexatória cena.
O Senador, porém, cometeu apenas um erro estratégico, não previsto pelos seus advogados. Ele resolveu levar seu filho, com apenas 7 anos de idade, para o evento, e este menino roubou a cena. Durante todo o tempo, ele mostrava a língua para repórteres, políticos e apaniguados. Sua atitude constrangia a todos, seu pai o censurou, mas ele continuou agindo da mesma forma. Era uma crítica subjacente que outros não podiam fazer. Ele fazia a catarse da nação, debochando de todos, por não entender a seriedade do cargo e da função e a solenidade do momento. Denunciava o próprio pai, que da mesma forma não entendia sua função e ainda debochava de todos, usando truques legais e jurídicos, através de habilidosos e caros advogados.
Fico pensando quão triste e constrangedor se torna nossa vida, quando os filhos, inconscientemente ou não, zombam de nossa atitude como pais sem tomar conhecimento da posse e pompa que tentamos manter para impressionar aqueles que desconhecem nossas atitudes.
Em São Paulo, recentemente, o filho de um mega empresário anunciou inesperadamente aos pais que estava deixando a casa, para dividir sua vida com a família do motorista da família, saindo da mansão para morar num pequeno quarto da periferia da cidade. Presenciei também uma cena na qual uma filha de um líder religioso, desprezou a fé e os valores do seu pai, por causa da infidelidade dele para com sua mãe.
Filhos desmascaram artifícios, acusam e desarticulam hipocrisias e máscaras dos pais e tem o poder de explicitar nossas farsas. Este é o grande deboche que pode ser evitado com uma vida de coerência ética e moral, que como pais, nos é requerida.
Apesar dos votos, Barbalho não pode assumir o cargo, porque seu nome estava tão comprometido que ele foi barrado pela lei da ficha limpa, que impede que pessoas com problemas na justiça assumam cargos públicos.
Depois de muita pendenga judicial, conseguiu assumir o cargo, não porque não houvesse cometido os crimes sobre os quais fora acusado, mas usando o mesmo argumento que liberou Denise Roriz, deputada distrital de Brasília, de ser cassada: Quando os crimes foram praticados, ainda não existia a lei da ficha limpa, portanto, nada poderia ser feito contra ele.
A posse de Jáder Barbalho foi um chiste, realizada num ambiente de constrangimento público para o Senado e para a nação brasileira. Decidiram fazer a cerimônia com a casa vazia, para que os senadores que ainda possuem brio moral, não se submetessem à vexatória cena.
O Senador, porém, cometeu apenas um erro estratégico, não previsto pelos seus advogados. Ele resolveu levar seu filho, com apenas 7 anos de idade, para o evento, e este menino roubou a cena. Durante todo o tempo, ele mostrava a língua para repórteres, políticos e apaniguados. Sua atitude constrangia a todos, seu pai o censurou, mas ele continuou agindo da mesma forma. Era uma crítica subjacente que outros não podiam fazer. Ele fazia a catarse da nação, debochando de todos, por não entender a seriedade do cargo e da função e a solenidade do momento. Denunciava o próprio pai, que da mesma forma não entendia sua função e ainda debochava de todos, usando truques legais e jurídicos, através de habilidosos e caros advogados.
Fico pensando quão triste e constrangedor se torna nossa vida, quando os filhos, inconscientemente ou não, zombam de nossa atitude como pais sem tomar conhecimento da posse e pompa que tentamos manter para impressionar aqueles que desconhecem nossas atitudes.
Em São Paulo, recentemente, o filho de um mega empresário anunciou inesperadamente aos pais que estava deixando a casa, para dividir sua vida com a família do motorista da família, saindo da mansão para morar num pequeno quarto da periferia da cidade. Presenciei também uma cena na qual uma filha de um líder religioso, desprezou a fé e os valores do seu pai, por causa da infidelidade dele para com sua mãe.
Filhos desmascaram artifícios, acusam e desarticulam hipocrisias e máscaras dos pais e tem o poder de explicitar nossas farsas. Este é o grande deboche que pode ser evitado com uma vida de coerência ética e moral, que como pais, nos é requerida.
PIB ou IDH?
A quantidade de índices e nomenclaturas usadas no Brasil gera muita confusão e muitas pessoas encontram dificuldades para identificar o significado de cada uma delas. Fico imaginando um gringo tentando entender o que significa INSS, IPVA, DETRAN, DNIT, IPTU, PIB, IDH, etc...
IDH, Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano”. Leva em conta o acesso à Educação, saúde, condições sanitárias, lazer, salário, etc. O PIB refere-se ao Produto Interno Bruto, isto é, a soma de todas as riquezas de uma nação.
No final do ano passado, o Brasil celebrou o fato de que nosso PIB se tornou o 6º do mundo, superando a França. Não é coisa do somenos importância, mas ao considerar o IDH, percebemos que ainda não temos muita coisa a celebrar, afinal, o relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O grande desafio está em transformar a riqueza do Brasil em uma melhor qualidade de vida.
Este mesmo desafio pode ser aplicado também à nossa própria vida. Temos tido mais acesso a bens de consumo, educação, vestiário, temos roupas mais caras, acesso a viagens mais dispendiosas, mas será que nosso índice pessoal de qualidade de vida tem melhorado? Temos realmente vivido melhor com os recursos que temos?
A verdade é que temos aumentado nossos portfólios, nossa poupança, compramos bens de consumo mais sofisticados, carros mais luxuosos e casas mais amplas, mas que não tem se traduzido num melhor estilo de vida. As pessoas ganham mais, mas estão se tornando existencialmente mais pobres quanto ao seu bem estar psicológico, seu mundo emocional e seus relacionamentos, valores estes indispensáveis a um estilo de vida saudável. Rivotril, remédio usado contra a ansiedade, é o segundo mais consumido em nosso país. Temos mais, mas estamos mais solitários em nossa vida, e espiritualmente mais vazios.
É bom lembrar que o que importa não é o quanto recebemos de pagamento durante o ano, nem quanto acumulamos ou ganhamos em nossos negócios, mas se nossa experiência de vida tem nos levado a viver de forma mais profunda, mais realizada e plena. O que importa não é se temos mais, mas se vivemos melhor. No final das contas, o PIB pode ajudar o nosso IDH, mas isto não significa que por termos mais riquezas, teremos um estilo de vida melhor.
IDH, Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano”. Leva em conta o acesso à Educação, saúde, condições sanitárias, lazer, salário, etc. O PIB refere-se ao Produto Interno Bruto, isto é, a soma de todas as riquezas de uma nação.
No final do ano passado, o Brasil celebrou o fato de que nosso PIB se tornou o 6º do mundo, superando a França. Não é coisa do somenos importância, mas ao considerar o IDH, percebemos que ainda não temos muita coisa a celebrar, afinal, o relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O grande desafio está em transformar a riqueza do Brasil em uma melhor qualidade de vida.
Este mesmo desafio pode ser aplicado também à nossa própria vida. Temos tido mais acesso a bens de consumo, educação, vestiário, temos roupas mais caras, acesso a viagens mais dispendiosas, mas será que nosso índice pessoal de qualidade de vida tem melhorado? Temos realmente vivido melhor com os recursos que temos?
A verdade é que temos aumentado nossos portfólios, nossa poupança, compramos bens de consumo mais sofisticados, carros mais luxuosos e casas mais amplas, mas que não tem se traduzido num melhor estilo de vida. As pessoas ganham mais, mas estão se tornando existencialmente mais pobres quanto ao seu bem estar psicológico, seu mundo emocional e seus relacionamentos, valores estes indispensáveis a um estilo de vida saudável. Rivotril, remédio usado contra a ansiedade, é o segundo mais consumido em nosso país. Temos mais, mas estamos mais solitários em nossa vida, e espiritualmente mais vazios.
É bom lembrar que o que importa não é o quanto recebemos de pagamento durante o ano, nem quanto acumulamos ou ganhamos em nossos negócios, mas se nossa experiência de vida tem nos levado a viver de forma mais profunda, mais realizada e plena. O que importa não é se temos mais, mas se vivemos melhor. No final das contas, o PIB pode ajudar o nosso IDH, mas isto não significa que por termos mais riquezas, teremos um estilo de vida melhor.
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