No livro de juízes encontramos o interessante diálogo na disputa pela posse da terra. Os filhos de José procuram seu líder Josué, afirmando que, apesar de serem uma grande tribo, haviam recebido uma herança pequena, e Josué então lhes diz: “Se vocês são o que dizem ser, subam ao bosque que reivindicam, abram uma clareira no lugar e habitem ali.” (Js 17.14-18)
Este é um típico problema de nossa geração. É fácil se julgar merecedor de determinados privilégios por causa da qualificação profissional e preparo acadêmico, mas não enfrentar com coragem os desafios e encontrar soluções e alternativas. Parece mais fácil transferir a responsabilidade para os outros. Josué desafia os reclamantes a tomarem uma postura e agir em prol de si mesmos.
Mark Twain certa vez afirmou: “Não saia por aí dizendo que o mundo lhe deve uma vida. O mundo não lhe deve nada. Ele estava aqui antes”. Não é difícil reclamar das pessoas e das circunstâncias, mas nada fazer para realizar os sonhos. É fácil culpar sistemas, estruturas e organizações pelo fracasso, se vitimizar e achar que o problema se encontra do lado de fora e na insensibilidade os outros.
Josué devolve o problema para os reclamantes, que passam a enumerar as dificuldades: Dizem que a região é pequena, afirmam que os cananeus moram por ali e todos tem carro de ferro que eram poderosas armas bélicas naqueles dias. E Josué lhes responde diretamente: Vocês são um povo forte e numeroso, portanto, assumam sua condição. Vocês precisam de atitude! (Js 17.17); O fato de terem que desbravar uma floresta não devia assustá-los. Eles precisavam possuir a terra (Js 17.18)
Mas a palavra mais importante estava sendo esquecida: Deus fizera promessa de que aquela terra seria do povo de Israel. Eles precisavam crer nisto e viver debaixo desta esperança. Nossa luta se torna menos pesada quando somos capazes de lembrar das grandes e maravilhosas promessas de Deus para nossas vidas.
Rev. Samuel Vieira