sábado, 23 de abril de 2022

A surpreendente mensagem da Bíblia



 

Ficamos surpresos quando examinamos cuidadosamente o conteúdo das Escrituras Sagradas. Seus temas são variados: Ela fala de astronomia, embora não seja um livro escrito com este propósito; faz considerações sobre biologia e saúde, ainda que este não seja o seu tema central.

 

Quem poderia imaginar que num livro sagrado teríamos um texto inteiramente dedicado a sexualidade e afetividade, (Cantares), e que fosse tão claro na sua abordagem que alguns escribas e rabinos antigo tenham enfrentado grande dificuldade em admiti-lo com um livro canônico (textos inspirados)? Eles achavam que um texto tão “erótico”, não poderia estar entre os livros sagrados.

 

Você poderia imaginar que haveria um livro na Bíblia escrito para condenar o totalitarismo e a opressão de império Assírio? Sim. O livro de Naum foi escrito com o propósito de denunciar a crueldade de Nínive, e Deus deixa claro que “O Senhor é um Deus zeloso e vingador, o Senhor é vingador e cheio de iras; o Senhor toma vingança.” (Naum 1.2).

 

O livro de Obadias também foi escrito para denunciar a crueldade de Edom, país vizinho de Israel, descendentes de Esaú, porque não apenas se negaram a cuidar daqueles que sofriam os efeitos da guerra, mas ainda encontravam prazer no seu sofrimento.

 

Apesar de toda abrangência do conteúdo da Bíblia, precisamos entender que seu tema central é a relação de Deus com a humanidade. Em toda Bíblia, ao contrário do que pensamos, não vemos homens buscando a Deus, mas um Deus implacavelmente amoroso buscando homens para um relacionamento de amizade. Deus, o ofendido, procura incansavelmente o homem, ofensor, para restaurá-lo ao seu projeto inicial de amor e relacionamento.

 

Esta é a surpreendente mensagem da Bíblia.

 

Rev. Samuel Vieira

Desespero ou Esperança?



 

Quanto à vida eterna, existem duas formas de viver: com esperança ou desesperança.

 

O coração carregado de esperança não vê a morte como ponto final, mas como reticência... Não a vê como muro, mas como ponte, transição de uma realidade para outra. Naqueles que esperam, o instinto de vida está presente, eles não desistem de viver, e nem desprezam a vida, mas o coração possui convicções profundas que “partir e estar com Cristo é incomparavelmente melhor.”

 

O coração desesperançado vive a angústia da morte e do transitório. Não há sobrenaturalidade, a vida se encerra num túmulo frio, onde também se encerra a memória e os relacionamentos. Ponto final. Desmemorização. A morte encerra o ciclo. Como palavras escritas e rascunhadas em um quadro negro que agora se apaga.

 

Jesus foi muito afirmativo quanto à vida eterna: “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim; na casa de meu Pai há muitas moradas.” E ele ainda conclui este texto afirmando: “Se não fosse assim, eu jamais diria; pois vou preparar-vos lugar.” Isto é esperança viva!

 

Jesus foi bem direto com seus discípulos. Em uma de suas parábolas afirmou: “Louco, esta noite pedirão a sua alma, e o que tens preparado, para quem será?”  Que resposta o nosso coração tem dado quanto à vida eterna? Nosso coração está firme? Vivemos na santa expectativa do eterno ou na angústia da descrença?

Fazei tudo sem murmuração



 

Desenvolver hábitos faz parte da natureza humana. Somos propensos a estabelecer rotinas, repetir comportamentos, criar rituais. Infelizmente nem todo hábito é bom – e quando ele não é bom, o chamamos de vício.

 

Bons hábitos incluem tomar banho, usar roupa limpa, pentear o cabelo, escovar os dentes. Hábitos ruins trazem decadência para o corpo e ruina para a alma: sedentarismo, preguiça, noites mal dormidas, excesso de bebida. Entre os maus hábitos, podemos falar ainda da murmuração.

 

Murmuração é o oposto da gratidão. Tem a ver com a atitude de insatisfação, descontentamento e reclamação constantes. Muitos vivem imersos num mundo de lamento e lamúria. Quando se vive assim, torna-se difícil ver a vida numa perspectiva positiva. A vida passa, a solidão aumenta e desaparece a celebração.

 

A Bíblia diz que para o coração aflito todos os dias são maus. Quando o coração é mau resolvido, a vida passa a ser interpretada na ótica da raiva e da bronca. Como na lendária fábula dos sete anões, em todos os grupos sociais e familiares, encontraremos o “Zangado”. Ele é enfezado, mau humorado, raivoso, insatisfeito e vive reclamando.

 

A recomendação bíblica nos convida a uma nova forma de viver: “Fazei tudo sem murmuração nem contendas.” Este é um hábito a ser desenvolvido. É necessário estar alerta para que não transformemos nossa existência em uma vida de tristeza e de mau humor. A gratidão é o antidoto contra a murmuração. Aprender a ver a vida com contentamento e a exercitar isto diariamente, é um grande desafio.

 

Que Deus nos abençoe!

 

Rev. Samuel Vieira

Novos tempos trazem novos desafios



 

É muito comum encontrarmos pessoas que se orgulham de não mudarem. “Eu sempre fiz assim, e não preciso mudar...” Esta forma de pensar não é lógica, nem inteligente, nem produtiva. Novos tempos trazem novos desafios e novas metodologias que exigem mudanças.

 

A Kodak era líder no ramo de fotografia. Analistas afirmam que ela perdeu o mercado pela recusa em fazer mudanças rápidas. Os japoneses ofereceram aos suíços o relógio de quartzo, mas como eles eram detentores de 98% do mercado mundial com seus relógios manuais, recusaram a mudança e hoje apenas colecionadores insistem em usar relógios manuais. A Netflix ofereceu parceria à Blockbuster, que tinha 10.000 lojas ao redor do mundo, mas ela recusou a proposta. Todos sabemos o que aconteceu...

 

Na minha época de estudante, o professor atualizado usava mimeografo e retroprojetor. Os alunos de hoje não fazem a mínima ideia do que são estas coisas, pois se parecem peças de museu. atualmente outras tecnologias de ponta são usadas para comunicar de forma eficiente o conteúdo em sala de aula. 

 

As agências bancárias foram durante décadas, pontos de convergência social. A geração moderna, entretanto, faz todas as transações bancárias pela internet e os bancos que estão despontando no mercado e atraindo novos clientes, possuem inovadoras plataformas digitais e alguns sequer possuem agências físicas. Tudo é feito virtualmente.

 

Cerca de 16 anos atrás, minha sogra então com 70 anos, insistiu em comprar um computador. Chegamos a achar engraçado a situação, mas ela respondeu: “Se eu não aprender a usar a tecnologia, não vou conseguir conversar com meus netos”. Hoje com 86 anos, respeitando as limitações próprias da idade, ela tem acesso diário ao celular, e todas suas comunicações são feitas pelo whats up e pelo Skype.

 

É necessário mudar para lidar com os novos desafios. Toda mudança causa desconforto e desequilíbrio momentâneo, mas pode trazer ganhos imensos e duradouros. A adaptabilidade dos seres vivos garante sua sobrevivência. Mudanças são negativas quando ameaçam valores. Princípios são eternos, a-temporais e transculturais e não podem ser esquecidos ou desprezados. Não podemos confundir essência com acidente nem valores com métodos.

Adequação e adaptabilidade é questão de sabedoria. Novas estratégias, recursos e pesquisas estão surgindo com grande velocidade e trazendo novos desafios. Não faz sentido continuar usando lamparinas se temos energia solar, nem andar de carroça se temos motores à disposição. Não aceitar mudanças é contraproducente e retrógado. Novos tempos exigem novas respostas.

Ser membro de uma igreja



 

Recentemente cerca de 80 pessoas se tornaram membros de nossa igreja de uma só vez. Elas assumiram o compromisso público de pertencerem a esta comunidade e isto certamente é uma grande benção e um grande desafio.

 

Mark Dever, no seu livro 9 Marcas de uma Igreja Saudável, coloca “O entendimento bíblico da membresia na igreja”, como uma destas marcas. Ele demonstra que a maioria das referências bíblicas à igreja, fala de um corpo de pessoas de uma igreja local, ativas e afetuosas, comprometidas com Cristo e umas com as outras.

 

Pessoas salvas pela graça de Deus entendem que a vida cristã inclui o relacionamento com os outros, afinal, nós a vivemos comunitariamente e não isoladamente. Somos membros do corpo de Cristo. Cristianismo isolado é uma contradição em tese. Ao nos unirmos a uma igreja, nos submetemos à sua liderança local, aceitamos suas normas constituídas, e pedimos aos irmãos que nos ajudem e nos encorajem na fé e concordamos em apoiar uns aos outros.

 

“Ser membro de uma igreja é a nossa oportunidade de nos apegar uns aos outros com responsabilidade e amor. Aumenta nosso senso de fazer parte da obra da igreja, da sua comunhão, do seu orçamento e de seus objetivos, e nos tornamos participantes cheios de alegria. Paramos de chegar tarde e de lamentar por não havermos recebido exatamente o que desejamos. Em vez disso, chegamos cedo e tentamos ajudar os outros em suas necessidades. Temos de começar a considerar o ser membro de uma igreja não como uma filiação útil, somente em ocasiões especiais, e sim como uma responsabilidade regular que nos envolve na vida dos outros, para satisfazer o propósito do evangelho.” (Mark Dever).

 

Rev. Samuel vieira.

Ressurreição!



 

Os discípulos não entenderam muito bem a notícia desorganizada e empolgada das mulheres, que foram as primeiras testemunhas ao falarem da ressurreição de Cristo. Elas foram cedo ao túmulo para ungir seu corpo com bálsamos, mas se esqueceram de perguntar quem removeria a pedra para que pudessem colocar os perfumes sobre o corpo de Jesus que estava envolvido com lençois, como era o costume da época.

 

Ao chegarem no túmulo, se encontraram com um ser celestial. Sua aparência não era humana, havia um brilho e fascínio diferente em seu rosto. “Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado.  Ele não está mais aqui; ressuscitou como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia”  (Mt 28.5-6). Agora, apressadas, e tomadas de medo e grande alegria, correram para anunciar aos discípulos a grande notícia.

 

Eram no mínimo cinco mulheres: Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, e algumas outras cujos nomes não foram registrados. A empolgação delas, entretanto, foi recebida com desprezo e incredulidade. “Tais palavras lhes pareciam um como delírio, e não acreditaram nelas.” (Lc 24.11). Foi uma ironia de Deus, escolher as mulheres em primeiro plano para serem testemunhas da ressurreição, considerando o fato de que elas não podiam, sequer, serem testemunhas em um tribunal. Mas agora, Deus as escolhe, para presenciarem o maior evento da história: A ressurreição.

 

Os discípulos incrédulos foram averiguar os fatos, checar as informações. Tudo era verdade. E voltaram para casa, maravilhados como o que havia acontecido. Foi o encontro com o Senhor ressuscitado que arrancou os discípulos de sua perplexidade e desesperança, restaurou sua fé abatida e encheu-os de jubilosa certeza da vitória, que continuou a ser o elemento vital na igreja Primitiva dando aos primeiros cristãos o poder de morrerem pela verdade de Cristo.

 

Rev. Samuel Vieira