sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Como Jesus vê às nossas ofertas?

 


 

Dois evangelistas relatam a oferta da viúva pobre. Marcos (Mc 12.41-44) e Lucas (Lc 21.1-4). A forma como Jesus observa a doação das ofertas parece indiscreta, porque Lucas relata que Jesus ficou ali na porta do tempo observando as pessoas lançaram suas ofertas no gazofilácio. Imagine se em nossos dias. um pastor se colocasse diante do ofertante, fazendo uma leitura crítica de quanto cada um está dando. Pareceria estranho, você não acha?

 

Mas o texto traz algumas lições interessantes sobre a forma de doar:

 

Primeiro, Deus observa o a forma que damos e o que damos. Eu ainda era adolescente quando o tesoureiro de minha igreja de origem comentou tristemente que alguém colocara uma nota danificada como oferta na igreja cuja moeda não servia para mais nada.

 

Segundo, Jesus considera importante a oferta sacrificial. Não apenas o que resta, mas a que exige de nós, isto é, algo que nos custe. Davi comentou: “...porque não oferecerei ao SENHOR, meu Deus, sacrifícios que não me custem nada.” (2 Sm 24.24). Afinal,  fé que não custa nada, não vale nada!

 

Terceiro, Jesus apreciou a dependência e confiança daquela mulher, na provisão de Deus. “da sua pobreza ela deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.” (Lc 21.4). Só doa de forma tão voluntária quem está absolutamente certo de que Deus é quem supre as necessidades.

 

Quarto, a melhor medida da fidelidade não é o que damos, mas o que retemos. O texto afirma que Jesus “viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio.” (Lc 21.1). Deus não fica impressionado com o volume do que damos. Ele se agrada da fidelidade e do amor. Por isto exalta a oferta da viúva pobre.

 

Que Deus nos ajude.

 

Rev. Samuel Vieira

 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

O Valor da vida




A vida é de um valor inestimável. Ela é única, insubstituível. Assim como a saúde, lamentavelmente só percebemos quão importante ela é quando não a temos. Durante este tempo de pandemia, pudemos perceber quão frágil e vulnerável somos. O que temos aprendido com tudo isto? Será que temos dado à vida o valor que ela tem?

As perguntas sobre quem somos, de onde viemos, qual é nossa missão e para onde vamos tornam-se extremamente relevantes para cada um de nós. À luz das Escrituras Sagradas podemos ver respostas simples, diretas e satisfatórias que nos são reveladas nos livros sagrados. A forma como Jesus lidou com a vida das pessoas, como trouxe alegria, restauração e cura aos corpos fragilizados. O resgate da esperança que fez renascer em pessoas esquecidas como a mulher hemorrágica, o paralítico em Betesda, a ressurreição do filho da viúva de Naim, a cura do cego em Jericó, a libertação do endemoninhado em Decápolis. Em todas estas ocasiões, Jesus estava restaurando a dignidade da vida e mostrando o projeto original do Criador para cada uma destas pessoas.

Não podemos menosprezar a vida. Precisamos reconhecê-la como uma dádiva única, preciosa e maravilhosa. Por isto a vida ocupa uma escala suprema de valor absoluto no cristianismo. Precisamos valorizar não apenas a nossa vida, mas defender a vida dos vulneráveis, daqueles que são colocados como párias sociais e que são menosprezados como escórias humanas. Precisamos ter um olhar de cuidado e compaixão porque reconhecemos em cada vida a dignidade humana. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Há um valor intrínseco e maravilhoso em cada vida. 

A vida é muito preciosa para ser desconsiderada. Precisamos cuidar dela como o bem mais valioso que Deus nos deu. 

“O Nascimento de Jesus Cristo foi assim...” Mt 1.18

 



Mateus é um dos evangelhos mais preocupados em comunicar o fato de que Jesus era o Messias. Por esta razão ele está sempre usando uma frase: “Como está escrito!” Era uma forma de lembrar aos judeus que a promessa de Deus tinha se cumprido em Jesus. Bastava olhar os textos do Antigo Testamento e relacioná-los com a vida de Jesus.

Quando ele inicia o seu evangelho, ele escreve a genealogia de Cristo para provar que ele vinha da linhagem de Davi. Ele era da tribo do Judá como Deus havia prometido. É um trabalho minucioso de pesquisa para demonstrar que tudo tinha acontecido como Deus havia planejado. (Mt 1.1-17)

Em seguida ele narra como tudo se deu. Em Mateus 1.18 ele declara: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim...” E ele fala de pelo menos quatro coisas maravilhosas:

1. O seu nascimento é sobrenatural na origem. A gravidez sobrenatural de Maria, que havia sido relatada por Isaías: “A virgem dará luz a um filho.” O anúncio do Anjo Gabriel, os sonhos de José. Há Eterno se torna temporal.

2. O seu nascimento foi misterioso no enredo. Ele narra os questionamentos de José, de como ele resolveu deixá-la secretamente, de como ele teve que lidar com seu próprio coração, com sua família, com sua religião e com a sociedade, enfrentado tudo isto por causa de sua obediência profunda a Deus.

3. O seu nascimento foi maravilhoso no seu propósito. O significado do nome Jesus é “Deus é minha salvação”. A obra de Cristo salvaria o povo de seus pecados. (Mt 1.21) Ele veio para realizar uma obra de resgate espiritual.

4. É surpreendente no seu aspecto profético. Mateus faz questão de demonstrar que “Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito” (Mt 1.22). O evento cristológico é permeado pelas profecias.

5. É grandioso pelo seu efeito no coração dos homens. José superou todas as barreiras em relação à história contada por Maria. Ele havia desenvolvido uma suspeita, mas quando entende o que aconteceu, ele se torna submisso e obediente a Deus. Assim acontece no coração daquele que crê. Algo especial e surpreendente muda a forma de ver e interpretar a vida.

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim...”


Que darei ao Senhor?


 



O salmista pergunta: “Que darei ao Senhor por todos os benefícios para comigo?” Esta é uma pergunta importante, afinal, quantas dádivas temos recebido de Deus. Como demonstrar nosso amor, a Deus diante de tudo o que ele nos tem dado?

O hino “conte as bençãos”, foi escrito por Johnson Oatman Jr. em 1897 (música de Edwin O. Excell), literalmente diz o seguinte:


“Quando as ondas estão sobre nós, 

e estamos à mercê da tempestade. 

Quando desencorajados pensamos que tudo está perdido, 

conte as muitas bençãos, nomeando-as uma a uma, 

e ficará surpreso, com o que Deus já fez.”

Quanto pensamos nas muitas bençãos que Deus nos tem dado, o que podemos dar-lhe em gratidão? Na verdade, toda resposta será insuficiente e incompleta. Tudo o que você fizer será pouco. Para Deus não importa o quanto, mas com qual disposição damos. 

Essencialmente o que Deus nos pede não são coisas, mas a doação de nós mesmos. Não o que podemos trazer, mas como nos aproximamos dele. Por esta razão, ele pede algo absolutamente radical: “Filho meu, dá o teu coração, e seus olhos se agradem dos meus caminhos.” (Pv 23.26). Deus não exige nada de nós, a não ser o nosso tudo. 

Qualquer oferta sem o coração é irrelevante. Ele espera a doação de nosso ser, por inteiro, rendido, sem reservas. O que eu posso lhe dar e a única coisa que lhe interessa é quem eu sou.

Perguntai pelas veredas antigas




Seres humanos tem certa voracidade pelo novo. Querem ouvir as novidades, mesmo quando se tratam de Fake News ou de assuntos frívolos e trágicos. Por isto é que a fofoca é sempre tão aceita. Queremos novidades, mesmo que elas são sarcásticas e sem fundamento. 

Entretanto, nem sempre o novo é bom e verdadeiro. Como há um anseio por novas tecnologias e abordagens, novos métodos e processos, podemos nos esquecer de que aceitar o novas experiências não implica em rejeitar velhos valores. Na tentativa de encontrar o novo, podemos perder aquilo que é eterno. No anseio de novas abordagens, podemos omitir os antigos e duradouros ensinamentos. A exortação bíblica é pertinaz quanto a isto: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos.” (Jr 6.16)

Precisamos rever os conceitos e valores, mas acima de tudo, precisamos manter fundamentos e princípios. A ausência de referências está enlouquecendo esta geração ávida pelo novo. O que importa não são os métodos, mas os princípios, e estes são eternos, imutáveis, transculturais e transgeracionais. 

Perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele.” As verdades do Evangelho não mudam. Os princípios eternos da Palavra de Deus não mudam. Jesus Cristo não muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. Mesmo com a mudança de geração e novas tecnologias precisamos andar pelas seguras veredas antigas. “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não encobriremos aos nossos filhos” (Sl 78.3-4).

Portanto... pergunte pelas veredas antigas, pelo bom caminho e andai por ele.