sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Dá-me teu coração!

 


Certa vez alguém levantou uma sincera questão para mim. Ela me disse que gostava de ir à igreja, participar dos cânticos, apreciava a esfera espiritual do culto e a maioria dos sermões, mas que não estava indo mais à igreja porque todos os domingos os pastores falavam de dízimos, ofertas e coisas relacionadas ao dinheiro.

Tentando ser simpático e ao mesmo tempo bíblico afirmei que os pastores estavam errados ao ensinar que Deus queria 10% de suas rendas, pois, na verdade, a Bíblia afirma que Deus não está interessado em parte do que você pode lhe dar, mas ele nos quer por inteiro: tudo o que somos e tudo o que temos!

A Palavra de Deus afirma: “Filho meu, dá-me o teu coração” (Pv 23.26). coração, na visão bíblica é o centro da vontade, desejo, planos. É o centro da vida. No livro de provérbios está escrito: “Do coração procedem todas as fontes da vida.” (Pv 4.23). Deus pede o nosso coração o nosso ser por inteiro, e não apenas parte do que somos, não algo fragmentado. Não apenas o dinheiro, mas a santidade do corpo, a consagração da mente e do pensamento, a família, os talentos. Deus não quer fragmentos do que temos, mas tudo o que somos...

Portanto, se você está inseguro e desconfiado em entregar uma parte, deve se assustar ao perceber que Deus quer tudo. Dinheiro não é a questão, mas o coração e os afetos, sim. Doar parte pode ser muito difícil, quando o centro e a essência daquilo que somos se recusa à rendição à Deus. 

Deus não quer apenas parte de sua personalidade e bens, mas ele pede a entrega de todo seu ser. “Amarás ao seu Deus de toda tua força, todo o seu coração, toda sua alma e todo seu entendimento.” 

Filho meu, dá-me o te coração! 

Do Senhor procede toda decisão

 


Decidir não é fácil. Alguém sabiamente ponderou que decisão é uma de-cisão. Isto é, fazer escolha gera ruptura, conflito e eventuais sofrimentos. Não é possível ter tudo. Na decisão sempre haverá perdas e ganhos. Devemos ficar ou devemos ir? Vamos mudar ou não? Aceitamos tal proposta ou não? Se vou para o Sul, me distanciarei do Norte... 

Por esta razão, muitos desistem de decidir, sem entender que a não-decisão, também é uma decisão. Quando decido não decidir, já decidi. Ser passivo em determinados momentos da vida pode ter um preço muito grande. Quando você não decide, pessoas fortes de seu círculo de relacionamento decidirão por você. Você entrega seu destino aos outros.

Por isto, se você precisa tomar decisão, é fundamental orar. Quando oramos estamos admitindo que não temos condições de avaliar todos os riscos envolvidos no processo; reconhecemos que não somos capazes de ter a compreensão do todo, e que dependemos de Deus para saber qual direção devemos seguir.

Em Provérbios lemos: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios, vem do Senhor” (Pv 16.1). Seus lábios podem dar qualquer resposta, mas se você deseja ter a resposta sábia, ela precisa vir de Deus. Deus precisa falar ao seu coração para que seus lábios tomem a correta decisão. Em Provérbios 16.33 ainda lemos: “Do Senhor procede toda decisão.”

Portanto, não decida sem Deus. Somos incapazes de ver as consequências futuras das decisões que tomamos hoje, então, submeta-se a Deus, com humildade e oração, ore para que ele coloque a visão correta no seu coração, para que seus lábios pronunciem apenas aquilo que pode gerar benção para você, para sua história e para sua família.


Faça o bem a si mesmo




Não me entendam mal. O que estou defendendo não é a ideia de que você seja uma pessoa ainda mais narcisista e auto centrada que você já é. Estou apenas querendo enfatizar o pensamento bíblico que diz: “O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel, a si mesmo se fere.” (Pv 11.17) e “Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal, para a sua morte o faz.” (Pv 11.19). 

Se você deseja fazer o bem a si mesmo, a bondade e a justiça devem ser referenciais para sua vida. A pessoa bondosa, generosa, amável, faz bem a si mesmo. Quantas pessoas cruéis você já conheceu? Já observou quais são as consequências deste estilo de vida? O mal tem efeito bumerangue. Ele volta contra aquele que o prática. Portanto, quando fazemos o bem, estamos fazendo bem a nós mesmos. 

Da mesma forma a vida vivida em retidão tem um efeito benéfico. A justiça conduz para a vida... precisamos entender isto. Ser justo faz bem aos outros, é um bem social e comum, exalta as nações e glorifica a Deus. Mas a justiça possui ainda outro componente maravilhoso: Ela conduz para a vida. Quem segue o mal para a sua morte o faz. O mal tem o poder de destruir os outros, agredir a santidade de Deus, destruir o bem comum, enfraquecer a humanidade – mas tem um efeito devastador sobre aquele que o prática. Afinal, “a lei tem pudor, e inspeta seu próprio inspetor.”

Faça o bem a si mesmo. Sendo bondoso e amável no seu modo de viver e praticando a justiça. O mal e a injustiça não farão bem à sua própria vida.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Pra vencer o mal

 



Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21)

Quantas vezes achamos o bem tão frágil e o mal tão poderoso... ao sermos assolados pela injustiça, incompreensão, maldade, violência, sem que sejamos capazes de reagir porque nos sentimos impotentes, quase sempre achamos que as armas do bem são incapazes de vencer o mal.

Imagine a seguinte situação: você está sempre tratando bem uma determinada pessoa, com todo respeito e amabilidade possível, e vê que cada dia ela está mais implacável, dura, desonesta e ferina, qual é seu sentimento? Continuar tratando bem, ou começar a reagir ao mal na mesma altura? Bem... eu sei que você é tentado a dar a resposta “politicamente correta”, ou “espiritualmente correta”, mas antes de responder, considere honestamente: Você acha que vale a pena continuar tratando com bondade alguém que é sempre maligna e tóxica nos relacionamentos? Você não sente vontade de usar as mesmas armas?

Nestas horas tropeçamos na ordem divina que diz: Vença o mal com o bem! Até quando? Será que o bem prevalecerá? Será que podemos confiar na eficiência do bem que parece tão frágil diante do mal que é sempre tão soberano e eficiente? Será que vale a pena lutar com as armas do bem?

A única opção que temos é continuar seguindo a ordem que recebemos de Jesus, nosso General. Ele diz: Vença com as armas do bem! Quando usamos as armas do mal, entramos na geografia do ódio, da indiferença, na qual Satanás governa. Mas quando entramos na geografia do amor, nós batalhamos num espaço no qual Satanás não pode caminhar: Afetividade, ternura, perdão, bondade e simpatia. Isto não é próprio do maligno. As trevas não podem vencer a luz. É uma simples regra da física – e da fé cristã!


Dá-me entendimento!




O Salmo 119 é o mais longo de toda Bíblia. Ao todo, são 176 versículos. Nele, o salmista faz uma oração profundamente contemporânea, que deveria estar presente no coração de todo homem e mulher tementes a Deus: “Dá-me entendimento segundo a tua palavra.” 

Como precisamos de entendimento! Não o entendimento humano, fruto do pensamento da sociedade, mas do entendimento espiritual, que vem dos céus. Nossa compreensão muitas vezes pode estar comprometida pela influência  do secularismo, obnubilada pelos nossos desejos pecaminosos, pelos cuidados do mundo e interesses humanos e assim, interpretamos a vida, não segundo Deus, mas de acordo com impulsos e desejos da carne.

Por isto a oração que o salmista faz é tão urgente e necessária: ““Dá-me entendimento segundo a tua palavra.” Ele não pede apenas para ter bom senso e prudência, mas ele clama por um entendimento especial: “...segundo a tua palavra.” 

A Palavra de Deus precisa ser o referencial de nossas escolhas e decisões, deve ser a base de nossos juízos e análises. Precisamos de um entendimento não contaminado, mas que venha de uma fonte pura, sem contaminações, direto do coração de Deus e que nos dá uma compreensão extra humana.

Ore para que Deus lhe dá sabedoria. Ore para que ele lhe dê maturidade e discernimento. Ore para que o Senhor lhe “entendimento segundo a sua palavra.”