Sempre
que nos referimos à Lei do Antigo Testamento, pensamos em suas exigências duras
e aspectos externos, porque na maioria das vezes, aqueles que ainda hoje
acreditam que sua salvação depende da obediência e não da obra de Cristo, o
fazem colocando sua confiança nos aspectos visíveis da Lei.
Entretanto,
quando lemos o Antigo Testamento de forma mais profunda, observamos que o
propósito de Deus transcendia os aspectos externos e ritualistas, mas tinha
como objetivo, levar o coração do homem a um nível mais profundo de adoração.
Em
Josué 22.5 observamos: “Tende cuidado,
porém, de guardar com diligência o mandamento e a Lei que Moisés, servo do
Senhor, vos ordenou: que ameis o Senhor vosso Deus, andeis em todos os seus caminhos,
guardeis os seus mandamentos, e vos achegueis a ele, e o sirvais de todo o
vosso coração e de toda vossa alma”. Portanto, não se tratava de uma guarda
externa da Lei, mas o desejo de Deus é que estivessem envolvidos os afetos: “Que ameis o Senhor”, bem como a
intimidade “e vos achegueis a ele”. O
alvo não era a guarda externa, mas o amor a Deus que precisava ser vivenciado.
Por
esta razão Jesus foi muito rigoroso com aqueles que insistiam em tratar a Lei
de forma externa e superficial. “Ai de
vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do
prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança”.
O
objetivo da lei, não era apenas a guarda exterior dos mandamentos, mas o
coração, para que através dele, a dimensão mais profunda da espiritualidade, os
motivos e intenções envolvendo os afetos, estivessem presentes. “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu
coração, de todas as tuas forças, de toda a tua mente”. Quando a obediência
à Lei é apenas externa, ela transforma adoradores em legalistas, e substitui a
intimidade pela religiosidade, que se satisfaz em ritos e legalismo, mas nunca
atingem o coração.
Rev.
Samuel Vieira