“Quando sei que não sei, não dói”, foi uma frase que transformou a vida de alguém que apesar de ser um excelente professor, sempre era muito criticado quando prestava serviços na área administrativa. Depois de anos de sofrimento, entendeu afinal, que não era de fato, competente naquela área, e resolveu gastar suas energias naquilo que sabia fazer de melhor que era ensinar. “Foi libertador entender meus limites e fraquezas. Além de me tornar muito tenso quando assumia determinadas funções que não sabia fazer, o resultado era sempre muito frustrante e desanimador. Então, de agora em diante, conscientemente dizia que não iria assumir as funções para as quais não era competente”.
Mais importante que ter consciência do que fazemos (vocação), é estar consciente de quem somos, (identidade). É assim que se posiciona João Batista quando lhe perguntam: “És tu o Cristo?” e ele respondeu: “Eu sou a voz do que clama no deserto. Endireitai o caminho do Senhor” (Jo 1.10-28). As pessoas queriam lhe dar um status que não era dele, e ele facilmente poderia assumir tal identidade, as pessoas o respeitavam e o admiravam, e até o temiam pelo seu estilo, mas seu chamado estava claro e sua identidade definida. Por três vezes ele afirmou: “Eu não o Cristo” (Jo 1.20); “Não sou” (Jo 1.21) e “Não!” (Jo 1.21). Ele se recusa a ser o que as pessoas esperam dele, e se alegra em ser o que era. “Eu não sou o Cristo, mas fui enviado como seu precursor. Quem tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve, muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim. Convém que ele cresça e eu diminua” (Jo 3.28-30).
Reconhecer seu chamado e vocação é importante. Saber sua identidade é ainda melhor. Encontramos descanso e alegria, quando descobrimos o que fomos chamados a fazer, mas acima de tudo, no que fomos chamados a ser. Basta a identidade de filho amado para que nosso coração encontre descanso e nos regozijemos em “ouvir a voz do noivo”, que é Jesus.
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