Por não ser um gueto nem viver
isolada da sua realidade histórica, a igreja é sempre desafiada a se posicionar
acerca de temas controvertidos e de atuar na cidade, como participante da construção
de uma sociedade melhor. A igreja sempre cooperou na construção de um mundo
melhor, seja através da política, do cuidado com os pobres e desamparados, da pregação
do evangelho que tira as pessoas da superstição e obscurantismo e que livra de
vícios e da destruição pessoal familiar, seja através de escolas, hospitais e participação
social.
Todo este envolvimento da igreja
pode ser chamado de cidadania ou participação política. Deus recomendou várias
ações ao seu povo exilado na Babilônia, convivendo com uma sociedade hostil e
violenta: “Edificai casas e habitai
nelas; plantai pomares e comei o seu fruto. Tomai esposas e gerai filhos e
filhas, tomai esposas para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para
que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais. Procurai a
paz da cidade para onde vos desterrei; porque na sua paz vós tereis paz” (Jr
29.5-7).
Tais ordens poderiam ser
facilmente cumpridas, se se referissem a Jerusalém, mas Deus ordena que o povo
participe, engajando-se e buscando uma comunidade melhor, naquela que seria o
paradigma da cidade mais hostil a Deus: A Babilônia. Esta cidade é o protótipo
da injustiça e da oposição a Deus, mas Deus ordena a seu povo que participe da
sua construção moral, financeira e até mesmo ecológica.
Este é o chamado de Deus ao seu
povo ainda hoje. Estamos no dia da eleição para presidente, senadores,
deputados federais e estaduais no Brasil. Votar é uma forma de engajamento e
cidadania, mas ainda é pouco. Precisamos orar, envolver, lutar pelos valores
humanos, pela segurança, saúde e educação, isto faz parte do chamado de Deus
para sermos sal da terra e luz do mundo. A igreja é chamada a viver na
sociedade e envolver-se nela como povo de Deus, abençoando pessoas e desafiando
as trevas.
Que Deus nos ajude!
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