O sofrimento pode enlouquecer.
Pessoas expostas a situações de grande stress e dores
intensas podem perder o equilíbrio mental. O sofrimento pode levar o homem a
xingar, exasperar, blasfemar, maldizer a Deus e a vida. O conhecido humorista Millor Fernandes, filho de um
espanhol e uma descendente de italianos, perdeu os pais quando tinha 10 anos,
ficando ele e os 4 irmãos órfãos vivendo com parentes. Diante da solidão e do
luto, anotou na sua autobiografia: “Sozinho no mundo, tive a sensação da
injustiça da vida e conclui que Deus, em absoluto, não existia”.
No livro de Jó encontramos pelo menos três modelos de
pessoas diante de Deus: Sua mulher, seus amigos e o próprio Jó. Todos
interpretando Deus de um jeito ou de outro.
Os amigos de Jó querem teologizar.
Eles fazem a “hermenêutica de Deus” e com isto passam
também a fazer teologia com a dor do outro, redundando em aberrações teológicas
e trazendo sobre eles juízo (Jó 42.7-9). Suas orações deixam de ter valor aos
olhos de Deus. A falsa teologia pode acrescentar dor à dor...
A mulher de Jó blasfema e apostata da fé.
A dor lhe descompensou. Ela entra numa linha de ceticismo
e cinismo e sugere a Jó que amaldiçoe a Deus e morra, afinal de contas, que benefícios temos em sermos fieis? Que
sugestão maligna...
O terceiro personagem é Jó. O que ele faz diante da dor? Ele a transforma em
adoração.
Quando o caos transtornou sua história e toda sua
segurança foi abalada e seu universo simbólico desorganizado: bens, amigos,
reputação, família, saúde ele ainda conseguiu olhar para Deus e glorificá-lo.
Ele transformou sua dor em ato de louvor:
Ele transformou sua dor em ato de louvor:
“Então, Jó se
levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e
lançou-se em
terra e adorou”(Jó 1.20).
Ele correu para o único lugar do mundo onde algum sentido poderia ser encontrado – em Deus.
“E disse: Nú sai do
centre de minha mae, e nu voltarei;
o Senhor o deu, o
Senhor o tomou, bendito seja o nome do Senhor”
(Jó 1.21)
E você, como reage à dor? Quando as coisas não vão bem na
sua vida, quando surgem os problemas. Você teologiza, você abandona a fé e
amaldiçoa a Deus ou você transforma sua dor em adoração?
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