sábado, 21 de novembro de 2020

Atravessando o vale árido




O Salmista faz a seguinte afirmação: “Bem aventurado o homem... que ao passar pelo vale árido, faz dele um manancial”. (Sl 84.5,6). Esta figura é pictórica, uma maravilhosa metáfora de como é maravilhoso transformar desertos em oásis, escassez em abundância, perdas em sonhos, sofrimento em poesia. Que feliz é o homem que consegue mudar o cenário da peste em ambiente de consolo. 


Normalmente o que vemos é o contrário. No vale árido, desistimos, nos prostramos, sucumbimos e começamos a praguejar e a murmurar. A atmosfera da secura determina quem seremos. Nos tornamos produtos do meio, impotentes... Nos amoldamos às situações de caos e de desesperança. Deixamos de ser termostatos, capazes de mudar a temperatura do ambiente, e nos tornamos termômetros, apenas medindo o calor ou frio. 


O grande desafio é transformar “vales áridos em mananciais” e não apenas nos amoldarmos e nos conformarmos à aridez e secura. O que se propõe não é adaptabilidade, mas transformação. Como isto se torna possível.


Propositalmente, ao citar este texto dos Salmos, eu suprimi a parte mais importante e essencial. O versículo todo diz assim: Bem aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual,  passando pelo vale árido, faz dele um manancial”. (Sl 84.5,6). O texto aponta para a fonte do poder de mudar as coisas. A força de tal homem encontra-se em Deus. O seu coração está alinhado ao coração de Deus. 


Não somos capazes de mudar as coisas sozinhos. A aridez do deserto é implacável, mas quando nossa força está em Deus, somos capacitados a transformar o vale árido em manancial. O pior ambiente, por mais seco e estéril que seja, pode se transformar num vale cheio de flores e frutos.

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