sábado, 21 de novembro de 2020

A coisa mais fascinante da vida




Em Êxodo 3 temos o relato maravilhoso do encontro de Deus com Moisés. É um texto admirável, carregado de surpreendentes diálogos entre Deus e seu escolhido servo para livrar o povo judeu da opressão de Faraó.  


Cristãos autênticos começam sua jornada espiritual com um encontro pessoal com Deus. Sem uma conversão legítima, seja ela mais emocional, ou racional, progressiva ou mística, imediata ou processual, o cristianismo nada mais é que uma religião entre outras. Trata-se de adesismo, mas não de conversão. Vida cristã começa com um encontro com Deus, quando, de alguma forma indelével, somos transformados por uma nova compreensão da vida, como afirma Paulo: “...e, se antes conhecemos a Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo” (2 Co 5.16). Trata-se de um novo conhecimento da pessoa de Cristo. Antes o conhecíamos de um jeito, agora de outro. 


Este encontro mudou também sua compreensão de quem era Deus. Aliás, ele nem sequer tinha ideia clara deste Deus que a ele se revela. A pergunta que ele faz: “Qual é o seu nome?” (Ex 3.13) revela sua total ignorância sobre o Deus de seus pais: O Deus de Abraão, Isaque e Jacó. 


O encontro com Deus, também transformou a perspectiva de sua história. Ele morava em Midiã, mas agora sua vida sofre uma guinada. Não poderia mais ser a mesma. O novo nascimento faz isto em nossos corações. “Aquele que está em Cristo, nova criatura é, as coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo” (2 C 5.17). 


O encontro com Deus, ainda trouxe uma terceira e maravilhosa percepção: Deus lhe deu uma nova compreensão de missão. Até então, a vida de Moisés se resumia a cuidar do rebanho. Aliás, esta fora sua função por 40 anos ali no meio do deserto. Casou, arrumou sua vida, teve filhos. Tudo encaminhava para uma aposentadoria tranquila e serena, mas de repente, amedrontado, ele está se dirigindo novamente ao Egito, para se encontrar com o homem mais poderoso do mundo de então, o grande Faraó, e libertar o povo de Deus da escravidão.  


O fato é: O encontro com Deus sempre deixa marcas. Sempre abre novas compreensões, e sempre nos redireciona. Por isto, o encontro com Deus é a coisa mais fascinante da vida.

Isto é dedo de Deus!




Três pragas já haviam sido enviadas sobre o Egito, por causa da dureza do coração de Faraó. Nas duas primeiras, os magos conseguiram imitar; mas quando veio a praga dos piolhos, os feiticeiros tiveram que admitir: “isto é dedo de Deus!”


O diabo pode imitar, enganar, iludir, dando a aparência de que pode fazer todas as coisas, mas apenas Deus tem o poder de fazer coisas novas. O dedo de Deus pode fazer o inimaginável, surpreender os descrentes, trazer consolo aos que creem. Que coisa maravilhosa é quando o dedo de Deus nos surpreende!


Eu sou o que sou!

Foi assim que Deus se apresentou a Moisés quando ele perguntou pelo seu nome. O termo IHWH, é um tetragrama hebraico que pode ser traduzido como Iahweh. O Deus dos pactos, o Deus pessoal, o Deus das alianças. 


Quando Jesus se apresenta às igrejas no livro de Apocalipse ele se define assim: “Eu sou o Alfa e o ômega, aquele que é, que era, e que há de vir” (Ap 1.8). Quando este mesmo livro define o diabo, o faz da seguinte forma: “A besta que viste, era e não é” (Ap 17.8,11). Satanás é transitório, Deus é Eterno. Satanás tem poder relativo, e não vai durar para sempre. Apenas Deus é o que é. Ele habita a Eternidade.


Frases: 

“Deixa o meu povo ir para que me celebre uma festa no deserto!” (Ex 5.1). Quem não gosta de festa é Faraó...


“Que é isso que tens na mão?” Esta é a pergunta de Deus a Moisés. Deus vai usar o que você tem: tempo, talento, criatividade, dinheiro, recursos. Deus vai usar seu currículo. Sempre foi e sempre será assim... Deus não exigirá o que você não tem disponível.

Melhor ser escravo?



O povo de Deus saiu do Egito, vendo as gloriosas manifestações de Deus. Faraó não queria permitir que o povo se tornasse livre. Em seguida, porém, vendo que a saída dos escravos criaria um caos econômico, afetando a produtividade, a economia e a administração pública, decidiu ir atrás deles e obrigá-los a voltar.


O Egito era um Império poderoso. Grandes universidades, admirável arte, grandes obras de engenharia e um exército bem preparado. Seria fácil dominar novamente um povo com escravos desarticulados, despreparados para a guerra, acostumados a pegar na pá e na enxada e não em espadas e flechas. A luta era desigual. O pânico tomou conta dos judeus, quando souberam que Faraó estava vindo atrás deles.


Qual era a razão do medo? A ameaça da morte. Moisés se tornou imediatamente o adversário do povo. Eles disseram com todas as letras: “Melhor ser escravo que morrer no deserto”. 


Sempre nos deparamos com duras decisões. O que é melhor? Qual caminho tomar? E se perdermos tudo? Se adoecermos? Se morrermos? Quando estamos diante de complexas situações é comum sermos dominados pela impotência e angústia.


Os judeus disseram: “Melhor ser escravo!” Muitas vezes nos sentimos seguros debaixo do abuso da exploração. É comum observamos relacionamentos tóxicos e sufocantes, mas as pessoas preferem a falsa segurança do que o enfrentamento. O povo de Israel fez a mesma coisa. Esqueceu-se da opressão que sofreram, da falta de direitos políticos, da liberdade de ir e vir, dos chicotes, esqueceram o que era viver na escravidão.


Da mesma forma agimos com a nossa fé. É fácil flertar com a escravidão do Egito, achar que a vida de pecado, sem Deus, é que era boa. Esquecemos vivemos no passado. Esquecemos da miséria espiritual, do domínio do diabo, vivendo alheios à vida de Deus, sendo, por natureza, filhos da ira.


Egito não é nosso lugar. Não fomos chamados para viver como escravos. Cristo nos libertou. Precisamos ficar atentos para nosso coração não comece a pensar que viver longe de Deus era melhor. 


Quando Moisés está saindo do Egito, ele diz a Faraó: “Não deixaremos nada para trás, nem uma unha sequer”. Mais radical ainda foi Jacó, que antes de sua morte fez José prometer que quando o povo de Deus saísse do Egito, que levariam seu corpo e o sepultariam noutro lugar. O que Jacó disse foi mais ou menos o seguinte: “Em terra de escravidão não fico. Nem morto!”


A escravidão não é melhor... Egito não é melhor... ser controlado pelo pecado e dirigido pelo diabo, não é melhor. Melhor é vivermos para Deus e servirmos a Deus, mesmo que seja necessário morrer. Viver não escravidão não pode ser nossa opção. 

Atravessando o vale árido




O Salmista faz a seguinte afirmação: “Bem aventurado o homem... que ao passar pelo vale árido, faz dele um manancial”. (Sl 84.5,6). Esta figura é pictórica, uma maravilhosa metáfora de como é maravilhoso transformar desertos em oásis, escassez em abundância, perdas em sonhos, sofrimento em poesia. Que feliz é o homem que consegue mudar o cenário da peste em ambiente de consolo. 


Normalmente o que vemos é o contrário. No vale árido, desistimos, nos prostramos, sucumbimos e começamos a praguejar e a murmurar. A atmosfera da secura determina quem seremos. Nos tornamos produtos do meio, impotentes... Nos amoldamos às situações de caos e de desesperança. Deixamos de ser termostatos, capazes de mudar a temperatura do ambiente, e nos tornamos termômetros, apenas medindo o calor ou frio. 


O grande desafio é transformar “vales áridos em mananciais” e não apenas nos amoldarmos e nos conformarmos à aridez e secura. O que se propõe não é adaptabilidade, mas transformação. Como isto se torna possível.


Propositalmente, ao citar este texto dos Salmos, eu suprimi a parte mais importante e essencial. O versículo todo diz assim: Bem aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual,  passando pelo vale árido, faz dele um manancial”. (Sl 84.5,6). O texto aponta para a fonte do poder de mudar as coisas. A força de tal homem encontra-se em Deus. O seu coração está alinhado ao coração de Deus. 


Não somos capazes de mudar as coisas sozinhos. A aridez do deserto é implacável, mas quando nossa força está em Deus, somos capacitados a transformar o vale árido em manancial. O pior ambiente, por mais seco e estéril que seja, pode se transformar num vale cheio de flores e frutos.

Gratidão e Adoração



É impossível adorar a Deus sem gratidão. A ingratidão é resultado do desencanto, da frustração,  de um coração que julga que Deus deveria dar algo melhor, vida melhor e dádivas maiores. Como Deus não“corresponde”a expectativa, e não satisfaz os desejos, surge a murmuração e desaparece a gratidão e o louvor.


Elben Lens Cesar afirma que gratidão e adoração são irmãs gêmeas: “Elas estão muito próximas. Caminham na mesma direção. Às vezes uma se esquece da outra e segue sozinha. O ideal mesmo é que elas estejam sempre juntas. As irmãs gêmeas são a gratidão e a adoração.”


Gratidão tem a ver com a capacidade de olhar o passado e perceber a bondade de Deus na história. Por isto se diz que “gratidão é a memória do coração”. Quando olhamos o retrovisor vendo o cuidado de Deus, isto traz gratidão, e por conseguinte, adoração. Mas gratidão não se relaciona apenas com o passado, ele tem uma dimensão no presente. Como vislumbramos Deus no dia de hoje? O alimento que recebemos, o trabalho, o cuidado de Deus com nossa saúde e família são percebidos como motivos para agradecer?  As bençãos espirituais como perdão de pecados, salvação, promessa de vida eterna em Cristo?


A ingratidão desemboca no descontentamento, mas pode-se dizer também que o descontentamento gera ingratidão. Um se alimenta do outro e nutre o outro. Porque estou insatisfeito não sou grato, e não sou grato porque estou insatisfeito. A lembrança dos favores, das graças e das bênçãos de Deus me leva a adoração. “A falta de gratidão é uma indelicadeza e a falta de adoração é uma falta de reverência.”(Elber L. César).


A Primeira pergunta do Catecismo Maior de Westminster pergunta: “Qual é o fim principal do homem?” E a resposta é: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. John Piper afirma: “A única forma de glorificar a Deus é desfrutando Deus”. Ele chama isto de “cristianismo hedonista”. Se você não tiver prazer em Deus, você nunca vai glorificá-lo. 


Por esta razão, adora quem é grato! Assim como é certo dizer: Quem é grato, tem coração de adorador!


Honra teu pai e tua mãe




Embora conheçamos o Quinto mandamento, a verdade é que nunca refletimos seriamente sobre a importância de guardá-lo, nem mesmo consideramos todas as promessas se o cumprirmos; e as tragédias, se o ignorarmos. 


Primeiro, este é o único mandamento com promessa. Todos os demais são dados, mas Deus não promete qualquer coisa se os guardarmos, apesar de sabermos que a obediência é o caminho da vitória. Mas este mandamento diz: “para que se prolonguem seus dias na terra (Ex 20.12), e “para que te vá bem na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Dt 5.16). Nenhum outro mandamento além deste vem acompanhado de promessa.


Segundo, depois dos quatro primeiros mandamentos, que são direcionados a Deus, os demais se referem aos relacionamentos humanos. E este é o primeiro, sobressaindo aos demais: Honra teu pai e tua mãe. 


Existem pelo menos três maneiras de quebrar este mandamento: 


A. Oposição aberta. Em muitos lares, o ambiente entre pais e filhos se transforma numa verdadeira guerra: Acusações, violência, conflitos declarados, briga sobre dinheiro. Feridas provocadas por agressões e abusos. Todos sabemos que os pais não são perfeitos, mas por mais irresponsáveis que sejam, precisamos buscar sempre dar-lhes honra. A honra não pode estar dependendo do bom comportamento dos pais.  

B. Rejeição velada. Por causa da incoerência dos pais, ou por não serem ideais como esperávamos, podemos rejeitá-los. Podemos rejeitá-los por sua condição social ou intelectual, por terem vícios e fraquezas ou por seus pecados. É fácil construir uma relação de rejeição. Para honrá-los, precisamos acolher, cuidar, visitá-los. Não deixe de ligar para eles, de fazer uma ligação telefônica, de mandar um presente.


C. Indiferença sutil. Todos afirmamos que o oposto do amor é o ódio, e esta afirmação é correta, mas quando perguntamos qual é a expressão mais sutil do ódio, compreendemos que trata-se da indiferença. Nela, o ódio encontra sua forma mais cruel. Quando isto se dá, não nos importamos, não consideramos, nos tornamos insensíveis, fazemos de conta que não existem. O desprezo é cruel e desumano.


Terceiro, considere porque é importante honrar os pais: “para que se prolonguem seus dias na terra e te vá bem” (Dt 5.16). A Bíblia usa expressões muito graves ao falar de filhos que desprezam o pai e a mãe (Pv 30.17). não deixe de receber a especial benção que Deus dá àqueles que honram seus pais


quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Religião e política... se discute!

Um ditado popular diz: “Religião e política, na se discute...” Bem... na verdade, estes dois temas são exatamente os que geram mais discussões e controvérsias, eventualmente se transformando em grande conflitos e até mesmo guerras. Na religião se discute aspectos concernentes às realidades espirituais. Apesar da afirmação de que “todos os caminhos levam a Deus”, a verdade é que muitos caminhos nos levam ao inferno. Jesus afirmou: “Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que conduzem à morte.” (Mt 7.13) No campo politica, a discussão se volta mais ao bem estar da população, conceitos de valor, investimentos públicos, educação, segurança, saúde. Portanto, há muito o que discutir. Não podemos acreditar que política é neutra, a história nos ensina que escolhas politicas de uma nação podem ser desastrosas para as próximas gerações. Alguns partidos fazem propostas abertamente anti cristãs e não podemos ser ingênuos e achar que isto não deve ser discutido, avaliado, questionado... como não discutir tais questões? Então, discuta política: a arte das relações humanas e aplicação dos recursos de uma sociedade. Discuta não para ferir pessoas e ofender quem pensa diferente, mas para ter uma ideia clara do que pensa e dos valores que você defende. Solidifique suas convicções e princípios. Não precisa ter preconceito mas pode e deve, ter conceitos bem claros. Julgue entre o bom e o ruim, entre o certo e o errado. Vote de forma consciente. Ouça as propostas. Observe os princípios subjacentes e discuta a seriedade da cada candidato, exerça sua cidadania e evite a neutralidade em questões que tão seriamente nos afetam como as decisões politicas.