O povo de Deus saiu do Egito sob a liderança de Moisés e com
mão forte do Senhor fazendo maravilhas, atravessando o mar a pé enxuto, vendo
água sair da pedra, recebendo diariamente o maná de Deus por quarenta anos, e
até mesmo suas roupas sendo preservadas. Apesar de tudo isto, o Egito ainda era
uma forte tentação e exercia grande fascínio sobre suas mentes. De vez em
quando um grupo se levantava dizendo que estava com saudade do Egito e queria
retroceder. Não há relatos de um número significativo deles retornando, mas não
temos dúvida de que isto aconteceu. O Egito atraia, seduzia, com seu glamour,
riqueza e ostentação.
O Egito, porém, foi um lugar muito difícil para a
sobrevivência daquele povo. Eles foram submetidos a severos trabalhos, e forçados
às condições extremas da escravidão, debaixo de muita aflição, a ponto do seu
gemido e dor serem ouvidos pelo Senhor dos Exércitos. Mas eles se esqueceram de
tudo que tinham passado, e ainda falavam com saudade dos tempos do Egito.
O Egito, na bíblia, é
figura do mundo do pecado, terra distante de Deus, lugar da escravidão e do
controle do diabo sobre nossas vidas, onde Deus é esquecido e seu povo
massacrado. Representa a vida de pecado e de distanciamento de Deus, onde os
frutos da carne dominam. Entretanto, muitos dos que já experimentaram a
liberdade em Cristo e atravessaram o Mar Vermelho, continuam ainda acreditando
que o Egito é um lugar bom para estar. Vivem divididos entre a vida de
santidade e de pecado, entre o mundo e a igreja, um pé dentro e um fora,
sabendo do que Cristo fez pelas suas vidas, mas sentindo ainda desejos da vida
de pecado.
Quando Moisés disse a Faraó que iriam sair e caminhar três
dias no deserto, para prestar culto a Deus, Faraó fez uma proposta
imediatamente recusada: “Ide, cultuai a
Deus, mas não vades muito longe”. Moisés respondeu: “iremos caminho de três dias no deserto”. Em outras palavras: Faraó
os queria perto, mas Moisés sabia que a proximidade com o mundo da escravidão
seria fatal. Tinham que estar bem longe se quisessem cultuar a Deus.
Mais sábio foi José, que quando estava para morrer, fez o
povo de Deus prometer que seus ossos seriam levados para fora do Egito onde ele
seria sepultado. José entendeu que mesmo depois de morto não deveria ficar no
Egito, e por isto fez este pedido, afinal, No
Egito, nem morto!
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