quinta-feira, 8 de março de 2018

Orando pela cidade


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Samuel Kamaleson, pregador metodista da Índia, e vice presidente mundial da Visão Mundial, fez uma análise exegética surpreendente de Gn 18.22 “...Abraão permaneceu na presença do Senhor”, a 300 pastores reunidos em Ahmadabad, Índia. Em Gn 18, Abraão é visitado por três homens que predizem o nascimento de Isaque e anunciam a destruição de Sodoma (Gn 18.20-21). Estes homens eram manifestações trinitárias e os comentaristas falam de uma “teofania cristológica”, isto é, Jesus se manifestando historicamente como homem. De acordo com Gn 18.22, Abraão permaneceu de pé diante do Senhor, conversando com Deus e intercedendo pelas cidades. Kamaleson afirmou que os manuscritos mais antigos afirmam que foi o Senhor quem permaneceu em pé diante de Abraão, e não o contrário. Teria tal afirmação comprovação hermenêutica? Isto faz alguma sentido e diferença?

Sua opinião é apoiada por notáveis exegetas como Speiser e Gerhard Von Rad. Gn 18, neste caso, torna-se um texto tremendo para mostrar o amor de Deus pela cidade, e o papel fundamental da igreja na intercessão. Ao ficar na presença de Abraão, era como se o Senhor advogasse a necessidade de Abraão clamar pelo livramento da cidade. Depois de comunicar a destruição, Deus ficou em pé, aguardando seu pedido em favor da cidade silenciosamente dizendo: “Eu ouço os pedidos de meu povo, por isto Abraão, clame!”. E quando ele clamou, Deus lhe atendeu o pedido pelos cinquenta. O mesmo aconteceu quando ele falou de 40, 30 e 20 e 10 justos. Todos seus pedidos foram atendidos, nenhum foi negado.

Uma pergunta teológica fica no ar: E se Abraão clamasse considerando a presença de quatro justos, isto é, a família de Ló, Deus ainda assim livraria a cidade? O texto demonstra que Abraão para de interceder quando chega a 10 pessoas e todas as vezes que pediu, Deus lhe atendeu. Não faltou misericórdia em Deus, mas ousadia em Abraão. Tudo quando Abraão pediu, Deus concedeu, mas ele parou de orar.

Que Deus nos dê ousadia suficiente para estar na cidade e não deixar de clamar. Será que estamos dispostos a interceder ousadamente pela nossa cidade?

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