Samuel Kamaleson, pregador
metodista da Índia, e vice presidente mundial da Visão Mundial, fez uma análise
exegética surpreendente de Gn 18.22 “...Abraão
permaneceu na presença do Senhor”, a 300 pastores reunidos em Ahmadabad,
Índia. Em Gn 18, Abraão é visitado por três homens que predizem o nascimento de
Isaque e anunciam a destruição de Sodoma (Gn 18.20-21). Estes homens eram
manifestações trinitárias e os comentaristas falam de uma “teofania
cristológica”, isto é, Jesus se manifestando historicamente como homem. De
acordo com Gn 18.22, Abraão permaneceu de pé diante do Senhor, conversando com
Deus e intercedendo pelas cidades. Kamaleson afirmou que os manuscritos mais
antigos afirmam que foi o Senhor quem permaneceu em pé diante de Abraão, e não o contrário. Teria tal afirmação
comprovação hermenêutica? Isto faz alguma sentido e diferença?
Sua opinião é apoiada por
notáveis exegetas como Speiser e Gerhard Von Rad. Gn 18, neste caso, torna-se
um texto tremendo para mostrar o amor de Deus pela cidade, e o papel
fundamental da igreja na intercessão. Ao ficar na presença de Abraão, era como
se o Senhor advogasse a necessidade de Abraão clamar pelo livramento da cidade.
Depois de comunicar a destruição, Deus ficou em pé, aguardando seu pedido em favor
da cidade silenciosamente dizendo: “Eu ouço os pedidos de meu povo, por isto
Abraão, clame!”. E quando ele clamou, Deus lhe atendeu o pedido pelos cinquenta.
O mesmo aconteceu quando ele falou de 40, 30 e 20 e 10 justos. Todos seus
pedidos foram atendidos, nenhum foi negado.
Uma pergunta teológica fica no ar:
E se Abraão clamasse considerando a presença de quatro justos, isto é, a família
de Ló, Deus ainda assim livraria a cidade? O texto demonstra que Abraão para de
interceder quando chega a 10 pessoas e todas as vezes que pediu, Deus lhe
atendeu. Não faltou misericórdia em Deus, mas ousadia em Abraão. Tudo quando
Abraão pediu, Deus concedeu, mas ele parou de orar.
Que Deus nos dê ousadia suficiente
para estar na cidade e não deixar de clamar. Será que estamos dispostos
a interceder ousadamente pela nossa cidade?
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