domingo, 29 de julho de 2012

A “Partícula de Deus”





O mundo científico está em alvoroço por causa da bem sucedida pesquisa com ‘Bosón de Higgs’, a chamada ‘partícula de Deus’, que abre novos e importantes desafios para a física. O Centro Europeu de Física de Partículas (CERN) inaugurou dia 4 de Julho, 2012, uma nova era para a prospecção científica ao anunciar o descobrimento desta partícula, considerada chave para a explicação da formação do Universo. O ‘Bosón de Higgs’ é o que daria massa ao resto das partículas e o que, nesta lógica, teria permitido a formação do universo e de tudo que nele existe, o que representa um avanço fenomenal na compreensão da natureza.

Fico me perguntando, primeiramente, se Deus pode ser definido numa “partícula”, ou “átomo”, ou “DNA”, que pode ser dissecado pelo mundo da física e da biologia. Deus seria assim uma bactéria ou elétron sobre o qual o homem pudesse manipular e controlar.

Em segundo lugar, o que aconteceria se os homens descobrissem que cientificamente não existe Deus? Será que os religiosos deixariam de crer? Haveria uma debandada e uma nova ordem social, como novos pressupostos e valores criados? E se descobrissem que Deus existe: Os ateus passariam a crer? Cientistas se reuniriam em convenções para fazer reunião de oração? Seriam convencidos ou criariam novas hipóteses para testar experimentos e métodos para comprovar as teorias?

Na verdade, se Deus realmente existe, como temos crido e asseverado, não faz diferença alguma se cremos ou não na sua existência. Deus não deixa de existir ou existe porque concordamos intelectualmente com sua realidade. Deus é, a despeito de nossas convicções, ou não é, a despeito de nossos pressupostos. Ele é como a verdade que existe por si mesma e não se torna mentira apenas porque alguns a negam. Apesar de toda dialética hegeliana, a verdade ainda é melhor definida por Sócrates, antigo filósofo grego: “A Verdade é o que é”. Assim é Deus! Ele é o que é, e não depende de nossa forma de crer para ser o que sempre foi.

Não adiante maquiar, manipular e usar artifícios para sua realidade. A verdade continua sendo o que é e não o que desejamos ser; não se torna verdade porque nela cremos ou não. Nossas convicções ou estratagemas não geram a verdade ou a negam, porque em última instância não dependem de nós para se tornar realidade.

A “partícula de Deus” não fará Deus ser mais ou menos Deus – aliás, diga-se de passagem que Deus não é uma partícula, mas a soma de todas as partículas.

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