segunda-feira, 23 de abril de 2012
Don’t be evil!
Numa tradução mais simples, a frase acima pode significar: Não seja maligno. Este é o lema da Google, uma das maiores empresas do mundo virtual. Seus funcionários são constantemente motivados a agirem com esta atitude tanto com os clientes como com os colegas de trabalho, promovendo assim um bom ambiente e bem estar comunitário. Rita Lee, com seu conhecido deboche descreve a pessoa maligna: “Venenosa, erva venenosa! É pior do que cobra cascavel, seu veneno é cruel!”.
Precisamos averiguar quão malignamente agimos em nossa casa, relacionamentos e mundo empresarial. É muito nos tornarmos desrespeitosos e criarmos um clima de hostilidade e tensão em nossa casa. Aprendemos a gritar, maldizer e infernizar o outro, ou simplesmente nos transformamos em pessoas silenciosamente malignas, esquecendo-nos de que o lema do diabo é “matar com bondade”. Indiferença, descaso e desprezo é a mais requintada expressão do ódio. Don’t be evil!
Podemos também agir malignamente no ambiente empresarial. Muitos executivos atropelam a consciência e massacram pessoas por serem dirigidos apenas pelo lucro, gente que vende sua consciência ao diabo e acredita que a vida é assim mesmo! Funcionários também desenvolvem sua forma de hostilizar, fazendo seu trabalho com indisposição, sendo desonestos no uso do seu tempo ou nos recursos da empresa. Temos aqui a velha descrição da filosofia do Romário reclamando do salário num dos seus clubes: “Eles fingem que nos pagam, e nós fingimos que jogamos”. Em ambos os casos, temos aqui o típico ambiente do desrespeito onde o mal floresce tão facilmente. Don’t be evil!
Nenhuma área tem tanto potencial para desenvolver esta dimensão de nossa malignidade que no mundo político. Por lidar com grandes recursos, a corrupção pode ser sedutora e atraente, afetando camadas sociais de forma direta. Que coisa mais maligna pode existir que um político ou funcionário que desvia dinheiro da merenda escolar? Ou aplica recursos destinados à educação e saúde em viagens e gastos supérfluos? Que realidade pode ser mais maligna que um funcionário público, muitos deles se dizendo católicos ou protestantes, portanto, auto denominados cristãos, mas que são absolutamente descarados e viciados em propina e quando não são atendidos nas suas exigências, passam a conspirar engavetando processos, criando exigências supostamente legais, para que a pessoa que se recusa a entrar no “esquema”, possa entender que “sem propina não vai?”. Estar nas mãos de funcionários sem caráter é simplesmente devastador. Portanto, Don’t be evil!
Em inglês, Evil (maligno), na sua grafia, é oposto a to live (viver). O mal é oposto a própria vida. É o reverso da existência. Quando nos tornamos evil estamos destruindo a própria realidade de existir. Tudo o que é maligno é destrutivo e empobrece a vida. Atitudes malignas dão energia ao mal. Além do mais, o maligno é oponente de Deus e conspira contra o Reino de Deus. Quanto mais nos afundamos no mal, mais nos distanciamos de Deus. Portanto, Don’t be evil!
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