Sempre ouvi falar que o amor é o melhor método terapêutico.
Que nada é tão restaurador que amar e ser amado.
No entanto, me confundo com a confusão do amor,
E as doenças que ele traz em si.
Existem aqueles que de tanto amar
Deixam de amar a própria vida.
Tomados por uma ardente paixão,
Se corrompem, se vendem, se traem.
Existem aqueles que de tanto amar,
Confundem sua vida com a do outro
E a dor e neurose do outro,
Tornam-se a angustia do seu coração.
Cria-se uma simbiose incestuosa,
Incapazes de distinguir sujeito/objeto.
Existem aqueles que dizem matar por amor.
Quando o amor deve ser o agente vital da vida.
Violentam, ferem, abusam, destroem.
E se tornam vorazes com a pessoa amada
Que tipo de amor é capaz de destruir quem se ama?
Na verdade, somos capazes de adoecer as coisas mais sagradas.
Adoecemos nossa fé, tornando-a fim em si mesma.
Adoecemos nosso corpo, vendendo-o, privando-o.
Adoecemos nossa saúde, ferindo-nos, matando-nos.
Adoecemos nossas emoções com escolhas tolas e absurdas.
Mas o grande lamento em todas as coisas,
É que o amor seja vítima de tanto desamor.
Samuel Vieira
Fevereiro 2007
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