sábado, 20 de fevereiro de 2021

Deus habita no meio da tempestade

Uma das maravilhosas declarações das Escrituras Sagradas é esta: “Deus habita no meio da tempestade e da tormenta e as nuvens são o pó de seus pés” (Na 1.3). Tempestade é lugar de barulho e ameaça! Os ventos sopram furiosamente, as coisas se deslocam, estruturas sólidas podem ser destruídas, árvores arrancadas. Por isto ela nos ameaça tanto. Quando nos deparamos com furacões imediatamente procuramos abrigo. Entretanto, o que lemos neste texto? “Deus habita no meio da tempestade.” Ele não se encontra do lado de fora como espectador, mas encontra-se no meio, como agente, como parte do processo. Quando a tormenta atingiu o pequeno barco dos discípulos, Jesus estava dentro dele. Quando a tempestade veio e Jesus estava fora, logo ele veio se encontrar com eles no meio da fúria do mar e das ondas. Temos, pois, dois grandes desafios: o primeiro é saber que Deus está conosco, dentro da tempestade. Ele não é expectador, mas partilha conosco da violência dos ventos. O segundo é discernir Deus no meio da tempestade. Assim aconteceu com os discípulos, quando Jesus veio caminhando sobre o mar, eles não conseguiam ver Jesus, e quando o viram não conseguiram identificá-lo, antes gritaram: “É um fantasma!” Foi necessário que Jesus dissesse: “Sou eu, não temais! Por que sois assim tímidos, homens de pequena fé?” Como temos dificuldade em enxergar Deus no meio da tormenta... Que o Senhor da tempestade seja percebido por nós, no meio da ventania, do caos, dos tufões e tsunamis.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

A Presença Indispensável


A presença indispensável 


Um dos relatos mais impressionantes da Bíblia está registrado em Êxodo 33.12-16. O povo de Deus havia murmurado contra Deus e contendido com Moisés, e então, Deus toma uma decisão “impensada”. Ele diz a Moisés que não vai mais  andar com o povo, mas enviaria o seu anjo adiante dele, e isto seria suficiente para derrotar os inimigos que surgiriam no caminho. Diante desta situação, Moisés afirma que sem a presença de Deus ele não iria. “Se a tua presença não vai comigo, não nos facas subir deste lugar” (Ex 33.15). 

O que Moisés afirma é extremamente importante para levarmos em conta para o próximo ano: “Sem Deus não dá!”.

Moisés tinha a garantia de vitória, mas a vitória não era suficiente. Ele precisava de Deus. Não bastavam as bênçãos, ele precisava da presença do Senhor. Ele argumenta com Deus: “Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos, eu e teu povo? Não é porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra?” (Ex 33.16). Para Moisés, o diferencial de sua vida era a presença de Deus.

Muitas vezes nos preocupamos com as lutas que teremos diante de nós, os desafios, tribulações, acusações e instabilidades a enfrentar. Não deveríamos temer nada disto... O único temor nosso e a única questão a incomodar nossa alma deveria ser: “Deus está ou não está conosco?”. 

Dá para se andar com pouco dinheiro, viver sem comprar roupas por um bom tempo, não viajar, não ter coisas luxuosas na mesa, nem comprar carros. O que não dá, e não dá mesmo, é andar sem a maravilhosa presença de Deus conosco. Por isto Moisés é tão enfático, e Deus queria ouvir isto de sua boca. E em resposta a este clamor de seu servo afirma: “A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso” (Ex 33.15).

Sem Deus não dá...

Aliança é coisa séria!


 

Todas as alianças que fizermos precisam ser fruto de muita reflexão, oração e maturidade. Não podemos fazer pactos nem compromissar nossa vida com vínculos que possam trazer consequências desastrosas para nossas vidas. A Bíblia nos adverte: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o Maligno? Ou que união do crente com o incrédulo? Que ligação ha entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente.” (2 Co 7.14-16). 


Em Josué 11 vemos o resultado de uma aliança desastrosa. Os gibeonitas sabendo que o povo de Israel estava chegando para conquistar a terra de Canaã, os enganaram dizendo que eram de uma terra distante e que queriam fazer um pacto diplomático, e o povo de Deus, sem perceber o que estava acontecendo aceitou a proposta, e por isto, os gibeonitas jamais puderam ser expulsos da terra. Eles tinham feito uma aliança e esta não poderia ser desfeita.


O Profeta Malaquias traz uma palavra de advertência à nação judaica porque estavam quebrando a aliança do casamento. “O Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança” (Mal 2.14).  Esta palavra é muito dura e precisamos atentar para o propósito de Deus sobre esta aliança.


Nossa aliança no batismo é coisa séria. Não podemos professar a fé sem considerarmos a seriedade do compromisso de discipulado e das promessas que fazemos diante do altar de Deus. Tais pactos possuem implicações espirituais e o próprio diabo não pode ultrapassar o que foi dito. Da mesma forma, ao trazermos nossos filhos diante de Deus e os consagrarmos no batismo, trata-se de um ato com profundas implicações. Deus leva a sério os votos que fazemos, as promessas feitas. Assim também, o rito da circuncisão do Antigo Testamento era tão sério aos olhos de Deus: “Os filhos são meus, diz o Senhor”. 


Então, não faça alianças sem considerar a seriedade dos votos, seja com homens ou com Deus. “Quando fizeres a Deus algum voto, não tardes em cumpri-lo, porque não se agrada de todos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras” (Ec 5.4-5).


Rev. Samuel Vieira

Convertidos precisam de conversão


 

Conversão não é um ato isolado e não possui apenas uma vertente. Por isto precisa ser algo contínuo e diário, assim como o arrependimento. Lutero afirma na sua 1a. Tese (foram 95), que “a vida do cristão deve ser de penitência (arrependimento) diária”.

 

Portanto, os convertidos precisam de conversão.

 

Veja como Deus fala repetidamente ao seu povo: “Contudo, não vos convertestes a mim, diz o Senhor” (Amós 4.6,8,9,10,11).  Israel era o povo de Deus, mas precisava de se converter, continuamente. Eles preferiam ser religiosos: ofereciam sacrifícios cada manhã (Am 4.5-6); frequentavam os lugares sagrados (Am 4.4; 5.5); entoavam cânticos a Deus (Am 5.23) e tinham cultos regulares (Am 5.21). Mas se recusavam a se converter. E Deus estava exigindo deles conversão.

 

Existem vários níveis de conversão:

1.     Dos deuses falsos para o Deus verdadeiro – Isto acontece quando deixamos de lado superstições, paramos de construir ídolos, e não confiamos nos deuses seculares como posição, saúde, dinheiro, poder, status e reputação, e passamos a confiar apenas em Deus. Entendemos a armadilha de nos firmamos nos deuses falsos.

 

2.     Do Eu para Deus – Não coloco a minha vida no centro. Percebo que o auto-enamoramento, o narcisismo, uma vida centrada no prazer e desejo precisa se render a orientação do Senhor. Há uma morte para meu eu. Acontece a crucificação com Cristo. Desisto de falsas seguranças.

 

3.     Da minha estabilidade para a solidariedade – No livro de Amós, Deus profetiza contra seu povo, por “não se afligir com a situação do pobre” (Am 5.11,12; 6.6; 8.4-6). Precisamos nos converter à situação dos mais vulneráveis e aprender a servir.

 

4.     Do desejo de acumular para o desejo de repartir – É a conversão do bolso. Meus recursos podem ser disponibilizados para o reino de Deus. Entendo o meu dinheiro como forma de glorificar a Deus. Bispo Paulo Ayres, da Igreja Episcopal do Recife afirmava que “bolso é o último a se converter, e o primeiro a esfriar”.

 

Nestes níveis de conversão, você pode afirmar que já está realmente convertido? Ou precisa de arrependimento e um retorno ao Senhor?