segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Orações comunitárias


Resultado de imagem para imagens oracoes comunitarias

Devemos orar, em qualquer momento, nas situações mais distintas, em contextos de paz ou hostilidade. Oração é a respiração da alma, e é essencial na espiritualidade cristã. Tarefa árdua. Pesada. Poucos conseguem pagar o preço de uma vida de piedade e oração. Poucos rotineiramente fazem orações além de suas próprias necessidades individuais e familiares. As orações do povo de Deus deveriam ter temas mais amplos, maior profundidade, mas infelizmente são pobres, superficiais, auto centradas e narcisistas.

Outro aspecto desconsiderado pela igreja é o poder e a urgência de orar junto com a igreja. Orações comunitárias – não apenas individual – mas coletivas. Muitas mudanças históricas se deram, à nível de sociedade e de igrejas locais, quando o povo de Deus se reuniu para orar.

Em Atos 2, na maravilhosa manifestação do Pentecoste, lemos o seguinte: “Ao cumprir-se o dia do Pentecoste, estavam todos reunidos no mesmo lugar” (At 2.1). Cada um destes termos revela senso comunitário:

a.     Estavam todos”- Não apenas alguns, mas todos. Havia unanimidade nos propósitos;
b.     “Reunidos” – Não dispersos. Isto expressa o valor corporativo das orações.
c.      Mesmo lugar”- Era importante estar junto. Não se tratava de orações individuais que, embora importantes, são realizadas em lugares diferentes  ou em casa.

Estou absolutamente certo de que a vida de qualquer igreja pode ser transformada quando virmos os presbíteros e diáconos, corporativamente, orando. A realidade demonstra que tal anseio é vago e raramente considerado como prioridade dos líderes. A igreja também não gosta de orar comunitariamente. Se isto fosse considerado importante, as reuniões de orações seriam superlotadas.

O que aconteceria se a igreja fosse despertada para orar comunitariamente? Se isto fosse considerado fundamental para pastores e líderes? A experiência demonstra que nem mesmo pastores e obreiros julgam tal tarefa pouco importante e prioritária. O que aconteceria com a igreja de Cristo se o povo de Deus se dispusesse para seguir o exemplo de Atos 2.1: “estavam todos reunidos no mesmo lugar”?



Pecado de gerações


Resultado de imagem para imagens pecado de geracoes

Não apenas cometemos pecados “comunitários”, mas cometemos também pecados com as próximas gerações.

A geração atual pode ser positivamente influenciadora ou perniciosa para a próxima geração. Quando ouço os mais saudosistas reclamarem da geração “millenial”, eu tenho uma resposta pronta: “Esta geração é subproduto da nossa geração”. Nós a formamos. Nós, em algum nível consciente ou não, influenciamos sua forma de pensar e agir. Talvez a geração atual não nos imite, então, aprenderam por contraste, seu aprendizado foi uma espécie de resposta reativa ao que viram em nós, e não gostaram.

Quando Josué convoca a liderança de Israel para dar um ultimato em relação ao compromisso com o Deus de Israel, ele disse que o povo deveria escolher a quem serviria, se aos deuses do Egito, do Eufrates ou de Canaã ou ao Deus de Israel. Josué reafirmou suas convicções: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor (Yawé)”. Sua preocupação era pertinente, porque, logo após à sua morte, o relato sobre a situação espiritual do povo se tornou deprimente:

Foi também congregada a seus pais toda aquela geração; e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco as obras que fizera a Israel. Então, fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o Senhor, pois serviram os baalins (deuses falsos)” (Jz 2.10-11).

A geração seguinte, “não conhecia o Senhor”, isto é, não teve uma experiência pessoal com Deus. Esta deve ser uma preocupação séria da família e da igreja. Nossos filhos estão conhecendo a Deus? Mas isto se deu, porque “não ouviram falar das obras que o Senhor fizera a Israel”. Os filhos não foram ensinados. As verdades sobre Deus não foram transmitidas.

Muitas pessoas que hoje amam a Deus não estão preparando seus filhos para amar a Deus. Eles não tem compromisso pessoal com as verdades do Evangelho, não tem compromisso com a igreja local, não investem seus talentos e recursos na obra de Deus, e não se envolvem com o avanço da obra missionária. Estão desiludidos com a igreja e com o reino de Deus. Como chegaram a este ponto? Os pais não transmitiram as verdades fundamentais da fé cristã.

Este filme já conhecemos bem na Europa secularizada, da geração pós cristã. As igrejas do Velho Mundo estão morrendo, e a fé cristã pouco influencia a cosmovisão desta geração. As famílias não transmitiram a fé cristã.

Este é um grave pecado que não podemos cometer em relação à próxima geração. Precisamos atentar para que nenhum dos nossos filhos e netos se percam. Isto precisa se transformar numa “santa obsessão” de nossa alma e orações.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Pecados comunitários


--> Resultado de imagem para imagens pecados comunitarios

Um pensamento natural na mente humana quando se fala de pecado é a compreensão do mal individual. Pouco refletimos sobre os pecados cometidos por uma sociedade, que são os “pecados da comunidade” e “pecados de gerações”. Interessante refletir sobre isto, porque muitas vezes pensamos em pecado apenas na dimensão individual, mas nos esquecemos que uma nação, uma igreja, uma cultura, uma família, pode, por sua cosmovisão, estar ferindo profundamente a Deus.

Pense, por exemplo em Sodoma e Gomorra. A Bíblia afirma que quando os anjos chegaram para advertir a Ló que Deus enviaria juízo sobre aquele povo, os homens da cidade, “tanto velhos como jovens”, queriam derrubar a porta da casa de Ló para abusar dos estrangeiros que estavam na cidade. Esta narrativa é séria, porque a perversão daquela cidade não era setorizada, não existia apenas um grupo de adolescentes baderneiros, mas pessoas de todas as idades tinham a mesma predisposição para o mal e para a perversidade.

No sermão escatológico de Jesus, em Mateus 24 e 25, ao falar do grande julgamento Jesus afirma: “...e todas as nações serão reunidas em sua presença” (Mt 25.32). Alguns comentaristas acreditam que, mais que pecado individual, Deus julgará os pecados de um povo inteiro.  

Daniel, ao fazer confissão de pecados, fala em nome da nação de Israel: “Temos pecado e cometido iniquidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos” (Dn 9.5). Ele está se referindo à nação judaica, que comunitariamente, tinha se afastado de Deus. Então, o pecado pode ser sistêmico, endêmico e pandêmico. Famílias e igrejas, nações inteiras, podem estar alinhadas na sua cultura contra Deus, trazendo juízo sobre si mesmas.

Que Deus nos ajude, comunitariamente, a sermos famílias, e igreja que traga alegria e louvor ao coração de Deus, e não pesar e tristeza. Que manifestemos em todo o lugar o bom perfume de Cristo.