quinta-feira, 27 de abril de 2017

Andem de modo digno




O filme "O rei Leão", fala de um pequeno rei que precisa fugir de sua terra depois da morte de seu pai. Ele foi injustamente acusado, e para não ser condenado, sentindo-se acuado, foge para longe de sua terra. No novo habitat encontrou dois hilários personagens: Pumba (um javali, atabalhoado), e Timão (um suricata bagunceiro). Eles se tornam seus amigos, e os três começam a se meter em confusões e a comer insetos. Passam o dia inteiro sem propósito, cantando "Hakuna matata", mas um dia um fato novo acontece. Rafiki (o macaco místico) se apresenta ao pequeno rei Leão, para lembrar-lhe quem ele era e de suas responsabilidades.

No primeiro diálogo, espantado, o leãozinho lhe pergunta: "Quem é você", e Rafiki responde: "A questão não é quem eu sou, mas quem você é". Retomada a consciência de sua identidade, o pequeno rei leão volta para sua terra para reassumir sua identidade e livrar o povo da opressão e das trevas.

Muitas vezes perdemos a noção de nossa identidade como filhos amados de Deus, herdeiros com Cristo, e da vocação que temos. Paulo afirma em Ef 4.1: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro do Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados”.

Quando estamos conscientes da verdadeira identidade e vocação que recebemos de Deus, passamos a nos comportar como povo santo, propriedade valiosa e exclusiva de Deus. A identidade empresta sentido, valor e propósito à vida.

Paulo tenta lembrar à Igreja de Eféso sua vocação/identidade. O que eram em Cristo, como Deus os amou, enviando Cristo para pagar um alto preço pela sua redenção. Certamente a perda da identidade como povo de Deus seja um dos problemas centrais da espiritualidade cristã.

Você sabe sua identidade?
Como Deus o vê?
Como ele deseja que você viva?








Rev. Samuel Vieira

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Crente carnal?



Já ouviram a expressão “crente carnal”? 

Ela é usada para se referir a pessoas que são de igreja, eventualmente líderes, mas cujo procedimento é dúbio, que possuem um comportamento cristão questionável. Esta expressão é extraída de 1 Co 3.1: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo” . Lamentavelmente alguns até justificam sua vida de pecado, usando equivocadamente este texto.

É possível realmente ser um “crente carnal”, que oscila entre a vida do Espírito e a transitando na prática do pecado?  Haveria, de fato, esta classe intermediária, que nem é incrédula, porque crê; e nem é realmente crente, porque é dominada pelos desejos da carne? Pessoas que receberam o Espírito Santo, mas cujas vidas são dominadas pelo pecado?

Mark Dever afirma: “Penso que uma maneira mais natural de interpretar este versículo é que Paulo está envergonhando seus leitores, chamando esses cristãos egoístas de mundanos, e para isto usa um oximoro, que é a junção de duas palavras que não deveriam ser usadas juntas. Nesse sentido, um crente carnal seria como um gelo quente. Seu propósito é não fazer qualquer sentido. Paulo está dizendo: “Saiam de cima do muro! Vocês estão vivendo de modo diferente do que professam ser. Não podem fazer isso. Esses cavalos seguem direções opostas – então, montem um ou ao outro”.

Como bem afirmou o Rev. Walmir Soares: “Não existem crentes vagabundos. Existem alguns vagabundos que se dizem crentes!”


quarta-feira, 5 de abril de 2017

Por onde Deus caminha?



O livro de Jó nos apresenta um evento acontecido nos céus. Os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, e Satanás veio entre eles. E Deus pergunta a Satanás: “Donde vens?” Satanás respondeu ao Senhor: “De rodear a terra e passear por ela”. Satanás parece não ter itinerário certo. Como um andarilho passeia de um ponto a outro, num constante ir e vir. Ele encontra-se por ai, “rodeando a terra e passeando por ela”.

Curiosamente a Bíblia fala também dos caminhos que são percorridos por Deus. Dois textos me chamam a atenção: Um em Naum, outro em Isaías.

No primeiro, lemos: “O Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó de seus pés” (Naum 1.3). 
Isto nos mostra que podemos encontrar Deus em regiões tempestuosas. Zacarias afirma que o cavalo branco, que representa Jesus, sai imediatamente depois dos cavalos pretos que seguem para a terra do Norte. (Zc 6.6). Atrás das tragédias e aflições, no meio do caos e da dor, da morte e da peste, podemos encontrar Jesus. A graça de Deus se manifesta poderosa no meio da tentação e da angústia. Só por causa de sua graça é que sobrevivemos.

Deus caminha no meio da tempestade e da tormenta...

Em Isaías lemos: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome do Santo: Habito num alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o coração dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15). Deus pode ser encontrado na sua glória, reinando de seu trono de glória como vemos em Ap 4, mas encontra-se também com pessoas quebrantadas e contritas. Quando nos dispomos a encontrar e nos humilhar diante dele, certamente ele se deixará encontrar.

Estas são as vias mais comuns, e as estradas por onde Deus transita.


Nestas trilhas Deus será certamente encontrado.