quarta-feira, 16 de novembro de 2016

As Abominações do coração



 Cada um lance de si as abominações de que se agradam os seus olhos e não vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou o Senhor vosso Deus”. (Ez 20.70.

O termo “abominação” é usado na Bíblia para pecados graves e hediondos. É muito mais que “aborrecimento”. Embora todos os pecados sejam uma afronta diante de Deus alguns deles trazem mais consequências. Veja o que nos diz o livro de Provérbios: “Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima sua alma abomina”. Portanto, abominação expressa certa graduação, trazendo danos mais profundos.

O texto de Ezequiel revela que somos capazes de cultivar abominações e nos agradarmos delas. Não é estranho este peculiar paladar para coisas detestáveis? Somos capazes de chegar ao ponto de nos agradarmos daquilo que é abominável para Deus...

Quais são as abominações de que se agradam nossos olhos? O que nos parece tão bom, mas que aos olhos de Deus é tão hediondo?

Talvez seja a cobiça, que atrai e seduz; ou a pornografia, com seu sedutor poder de atração; a vaidade, que pode nos empavonar a ponto de esquecermos quão feio são nossos pés; ou ainda a soberba que nos dá falsa impressão de grandeza? O que há de tão ruim no coração que Deus pede para que lancemos fora? O que nos agrada tanto e ao mesmo tempo agride tanto a santidade de Deus?

Jesus afirmou que os olhos são a lâmpada do corpo, e que se os olhos forem luminosos, todo corpo o será (Mc 6.22-23). Os olhos são as janelas da alma, por isto, a concupiscência dos olhos foi fatal para Eva. “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido e ele comeu” (Gn 3.6).

Esta “concupiscência dos olhos”, ou o “desejo estragado ou corrompido” é um dos poderosos elementos da tentação na teologia bíblica.


Davi faz uma instigadora oração: “Quem há que possa discernir as próprias falta? Absolve-me das que me são ocultas” (Sl 19.12). Isto é provocativo! É possível não ter sensibilidade para discernir até mesmo as graves faltas. O coração chafurdado em pecado e corrupção precisa ser iluminado pelo Espírito Santo, para que assim, perceba seu próprio mal e lance fora as abominações que tanto o distanciam de Deus.

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