Fui pastor da Igreja Presbiteriana de Vila Nova nos anos de 1982-1983,
sai em 1984 para exercer o pastorado na recém organizada igreja de Vila Mirais,
congregação desta igreja. Tinha apenas 22 anos em 82 e no ano seguinte me casei
com a Sara Maria. O pastor Jairo era um adolescente apaixonado por música, no
meio de uma linda mocidade, e já revelava um desejo profundo de se dedicar aos seus
dons servindo a Deus, como de fato faz até hoje.
Isto é só para mostrar um pouco do que significa fazer 50 anos. Estou falando
apenas parcialmente desta tão surpreendente data. 50 anos é um marco e deve ser
celebrado com muita alegria. Estou feliz em poder estar aqui neste momento tão
especial desta comunidade.
Conhecer a história nos ajuda a estabelecer a identidade e isto é
maravilhoso. Precisamos saber de onde viemos, o que fizemos, quem somos. Não podemos
deixar de olhar com gratidão e lembrar a vida de tantas pessoas que foram
usadas por Deus para que a igreja chegasse até este ponto. O escritor da Carta aos
Hebreus fala que temos a rodear-nos uma grande “nuvem de testemunha”. Pessoas
generosas, comprometidas, que amaram a Deus, serviram esta igreja com seus dons,
recursos e tempo, criando a estrutura maravilhosa que serve hoje para o templo
e edifício de educação religiosa. Investiu também em pessoas, novas congregações
e campos missionários. Que benção olharmos pelo retrovisor e ver uma tão rica
história.
Olhar a história, contudo, traz determinados riscos. Podemos esquecer os
desafios futuros e nos apegarmos de forma compulsiva e doentia ao passado, e
assim nos perdemos no tempo. Historicamente igrejas da Europa e do Nordeste dos
EUA, apesar de terem uma rica história, perderam a compreensão de sua missão para
esta geração e se transformaram em templos vazios. É fácil virar um monumento,
ao invés de gerar movimento; de nos tornarmos apegados ao passado, sem saber
como sermos impulsionados ao futuro. Igrejas historicamente relevantes
facilmente se perdem na construção de futuros projetos e perspectivas. O
passado deve inspirar, mas não referendar; pode criar a base, mas deve inspirar
novos sonhos. Precisamos estar sensível para esta desafiadora dialética. O
passado, dando a identidade; o futuro, estabelecendo os desafios.
Já vimos Deus fazendo muita coisa entre nós. Não podemos perder o próximo
capítulo que Deus deseja reescrever através de nós. Deus já usou muitos
instrumentos abençoados, queremos ser vasos usados igualmente úteis para as
novas gerações.
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