Em 1 Sm 31 temos um dos relatos mais
dramáticos da vida de Davi. Aquis, rei dos filisteus, acolheu Davi que estava
se escondendo do rei Saul. Os filisteus designaram-lhe a cidade de Ziclague,
onde viveram 18 meses. Um dia os filisteus resolveram guerrear contra Israel,
mas recusaram a companhia dos homens de Davi porque desconfiavam deles e lhes ordenaram
que voltassem para casa. Quando estavam chegando, perceberam que a cidade fora
saqueada, os filhos e esposas foram levados cativos dos amalequitas. Davi não
tinha para onde ir. A situação se tornou tão desesperadora que até mesmo seus
companheiros lhe fizeram graves acusações e ameaçaram matá-lo, acusando-o de
ser o responsável por aquela tragédia.
Naquela hora, porém, diz a Bíblia que “Davi se reanimou no Senhor”.
Para onde Davi poderia ir, senão para o Senhor?
Quando nos sentimos massacrados e desesperados, para onde iremos? Em dias de
tribulação, penso naqueles que não conseguem encontrar em Deus, refúgio e
fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Para onde correr, quando, por
todos os lados, nos sentimos acuados e ameaçados? O que fazer quando não sei
mais o que fazer?
Davi perdeu o apoio político, sofreu abandono
dos companheiros, era objeto da desconfiança dos filisteus, seus bens e família
foram saqueados, estava sobre ele a acusação dos amigos, mas ele se voltou para
o Senhor, fonte de animo e encorajamento.
Diante de Deus a confusão, o medo, a ameaça e a
insegurança são tratados de forma apropriada. Ali nossa alma encontra descanso.
Ele nos reanima. Depois de tudo isto, Deus dá força a Davi para restaurar o que
havia perdido. Seus bens, família, confiança dos companheiros. Deus o reanimou
e o restaurou.
É isto que podemos esperar quando corremos
para o Senhor. Restauração da esperança, novo ânimo, disposição e capacidade
para reconstruir os escombros que se encontram diante de nós. No fogo cruzado
podemos confiar no seu poder para restaurar emoções e construir uma nova
história.
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